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UMA CERVEJA ESTUPIDAMENTE GELADA

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UMA CERVEJA ESTUPIDAMENTE GELADA Empty UMA CERVEJA ESTUPIDAMENTE GELADA

Mensagem por RONALDO ALMEIDA Ter Jan 06, 2009 11:29 am

Nao ha BEBIDA MELHOR!!! Uma cerveja estupidamente gelada , na PRAIA do BRASIL a olhar aquela Paisagem MARAVILHOSA e aquelas MULHERES ESPECTACULO!.................



da Folha Online

A cerveja é a segunda bebida mais consumida no mundo e, talvez mais do que qualquer outra, incorporou-se à cultura do Brasil, cruzando todas as regiões e todas as classes sociais.

Reprodução

Livro apresenta cervejas do mundo todo e ensina como apreciar a bebida
O livro "A Cerveja", do crítico de gastronomia da Folha Josimar Melo, lista os diferentes tipos e marcas de cervejas produzidas no mundo todo, explica as diferenças entre cada uma delas e revela como saborear ao máximo cada variedade. A introdução do livro pode ser lida abaixo.

Volume da coleção Folha Explica, o livro revela ainda a origem da cerveja, a história da bebida no Brasil e traz os números de produção da bebida no planeta.

Ouça comentário de Josimar Melo sobre as melhores formas de degustar cerveja.




Editados pela Publifolha, os livros da série Folha Explica abrangem todas as áreas do conhecimento. Cada um resume, de forma breve e em linguagem acessível, o que de mais importante se sabe hoje sobre determinado assunto.

Leia a introdução de "Folha Explica - A Cerveja":

*
INTRODUÇÃO

Há uma frase que tenta concentrar o conhecimento dos brasileiros sobre sua bebida alcoólica mais consumida. Ela pede por uma cerveja 'estupidamente gelada'. Idéia de grande impacto --mas que, ela também, beira a estupidez.

Por quê? Porque poucas bebidas podem ser verdadeiramente apreciadas se geladas demais. Uma vodca, por ser muito mais alcoólica, não congela mesmo se colocada no congelador e pode se beneficiar com a baixa temperatura: ganha densidade, viscosidade, contribuindo pelo tato para compensar o que lhe falta em paladar.

Já numa cerveja, a baixíssima temperatura pode embotar os aromas --que ela tem-- e as papilas gustativas - que vão aproveitar menos as deliciosas qualidades da bebida.

Qual seria então a melhor forma de apreciar a cerveja? Qual seria a mais condizente com as tradições sedimentadas ao longo de milênios de história humana?

Na verdade, a resposta não é uma, são várias. Porque, ao contrário do que pode parecer aos brasileiros, não existe apenas um tipo de cerveja; e cada cerveja tem características próprias, que a tornam mais adequada para ser bebida fria ou em temperatura ambiente (dependendo do ambiente, claro), com comida ou sozinha, com um tipo de comida ou outro.

A cerveja consumida no Brasil é principalmente a do tipo lager, que, por ser mais leve, pode ser bebida mais fria, sendo dessa forma adequada ao calor. Fria, dependendo do dia até gelada, mas não ao ponto da estupidez.

De outro lado, começa a surgir uma demanda, ainda que tímida, por outros tipos de cerveja (afinal, não vivemos na canícula todo o tempo). O melhor é que essa demanda tem se manifestado não apenas na importação de muitas marcas, mas também no tímido crescimento de pequenos produtores nacionais - as microcervejarias, que às vezes são fábricas, de produção levada ao comércio (como a Montana), e às vezes são cervejarias que funcionam como fábrica e como bar, sendo a bebida consumida apenas ali mesmo, pelos freqüentadores (como na Dado Bier gaúcha e na Cervejaria Continental paulista).

Nessas microcervejarias --que acompanham uma tendência que ganhou força, nos últimos anos, nos Estados Unidos (outro país onde o consumo majoritário é da lager)--, existe a possibilidade de experimentar, numa única noite, diferentes tipos de cerveja. O que pode ser muito instrutivo e prazeroso, mesmo que a qualidade do produto nelas servido seja ainda bastante desigual.

De qualquer forma, o fato é que a diversificação no consumo da cerveja no Brasil tende a enriquecer esse hábito que, mesmo sendo recente (não tem dois séculos), tornou-se tão ligado à cultura brasileira. A cerveja é produto de consumo de ricos e pobres. É comum que, quando os primeiros querem brindar os segundos com uma gorjeta, usem a expressão: 'Este dinheiro é para a cervejinha'. A mesma marca pode estar na geladeira do iate, para ser tomada pelos proprietários, e na geladeira do marujo, para ser bebida com os amigos depois do dia de trabalho.

É a cerveja a grande competidora da cachaça em termos de consumo popular. Com graduação alcoólica dez vezes mais leve (tem em torno de 4% de álcool, contra 40% das cachaças), a cerveja pode atuar de forma mais sutil como desopilante das pressões do dia-a-dia e como combustível de comemorações.

E que comemorações... As festas populares são freqüentemente regadas a cerveja no Brasil: é ela que protagoniza a mesa quando amigos e familiares se reúnem para assistir ao futebol (e tampouco falta nos estádios); é a bebida indispensável nas festas familiares, de aniversários a casamentos; e é praticamente a bebida oficial do carnaval --a grande celebração pagã, em que é indispensável haver uma boa dose de líquidos refrescantes e carburantes, funções que a cerveja cumpre com prazer. É o carnaval a época em que o consumo de cerveja vai às alturas - até dez anos atrás, era comum haver escassez nesse período do ano, já finalzinho de verão, o que deixou de existir em razão dos recentes investimentos da indústria para expandir a produção.

O papel da cerveja como companheira dos muitos carnavais chegou a ser homenageado, muito apropriadamente, por uma escola de samba, a Império Serrano, do Rio de Janeiro, cujo samba-enredo de 1985 cantava:

Quem vem do lado de lá
Assistir à nossa batucada,
Se trouxer no peito tristeza
Que afogue lá na mesa,
Numa cerveja bem gelada.
Já coloquei na pedreira
Cerveja preta para o rei Xangô.
Cerveja branca também
Coloquei na mata.
A noite inteira seu Ogum
Bebericou.
Quem canta o mal espanta.
Explode coração,
No combustível da ilusão.
Haja frio ou calor,
Cervejando lá se vai
O dissabor.

O Rio de Janeiro foi o porto de entrada da cerveja no Brasil, e um dos pontos que popularizou seu consumo teria sido um bar que até hoje é venerado na cidade: o Bar Luiz, no centro. Ele foi fundado em 1887, época em que a cerveja (e o chope, que é a cerveja não-pasteurizada e não-engarrafada) ainda lutava para conquistar espaço no gosto brasileiro.

Conta-se ali que o fundador do boteco, o corpulento alemão Adolf Rumjaneck, costumava desafiar os clientes para quedas-de-braço. Perdendo, o proprietário oferecia vinho ao vencedor; ganhando, obrigava o perdedor a beber o seu chope. Hoje, bebe-se chope como água no Rio de Janeiro --e o bar, que então se chamava (como o dono) Adolf, teve que mudar de nome durante a Segunda Guerra (dada a pouca simpatia pelo outro Adolf, o Hitler), mas continua firme até hoje no mesmo local, a rua da Carioca, 39.

É portanto essa bebida, tão arraigada entre os brasileiros de hoje, o objeto deste livro. A começar por explicar de onde ela veio e no que consiste: em resumidas palavras, um simples cereal fermentado (principalmente a cevada), de cuja fermentação, que pode ser ocasionada até por leveduras selvagens, encontradas no ar, se produz álcool.

Uma definição muito simples, mas que ao longo dos séculos foi se cercando de sofisticações na produção e, também, da multiplicação de variedades: elas são decorrentes de fatores como os diferentes tipos de cereal que podem se somar à cevada (ou substituí-la), as várias famílias de leveduras que são utilizadas para desencadear a fermentação (e que influem nos sabores resultantes), as características regionais das zonas produtoras (onde mesmo as diferenças de água impõem diferentes estilos), até as diversas características dos gostos de cada povo ou local --que induziram a que a cerveja de uma cidade, ou de uma cervejaria específica, pudesse ser tão diferente das outras.

O livro também tentará lançar luz sobre a gigantesca variedade de cervejas existentes, coisa pouco percebida no Brasil, em razão do domínio avassalador de um único tipo, a lager leve e dourada, também chamada de pilsen. Ao conhecer a existência de variedades diferentes, talvez o leitor se alerte para o fato de que há também formas diferentes de apreciar a bebida, formas que vão além do simples sorver de um líquido tão gelado que não deixa traços do seu sabor.
RONALDO ALMEIDA
RONALDO ALMEIDA

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