Alexandra Lucas fala em diario acerca de Israel e da palestina
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Noticias observadas DAS GALAXIAS SOBRE O PLANETA TERRA
Página 1 de 1
Alexandra Lucas fala em diario acerca de Israel e da palestina
Diário Israel-Palestina 4
Posted by Público at 6:36 PM 0 comments
Jan 21, 2009
Diário Israel/Palestina 3
Obama na Torah
O judeu religioso Nahman não se entusiasma com Obama, mas está na posse de um segredo. “Na Torah já estava escrito que o presidente Obama ia vir”, revela ele no meio da Ben Yehuda, uma rua pedonal cheia de lojas e cafés, que de certa forma é o seu posto de trabalho.
A maioria dos ultra-ortodoxos em Israel não trabalha, mas Nahman, 33 anos, casado, dois filhos, tem como missão reunir fundos para o seu rabino fazer uma versão manuscrita da Torah, a Bíblia judaica. E então, já noite escura, está no meio da rua, de fato preto e “kippa” preta, com um grande cilindro de plástico a imitar os rolos onde é guardada a Torah, e vai apregoando recibos.
“Se pagar 18 shekels, está a pagar um texto. Se pagar 180 shekels vai ter uma vida muito boa.”
180 shekels são cerca de 35 euros. Para uma vida muito boa não está caro, mas Nahman ainda tem o livro de recibos quase intacto, e ainda por cima está a ficar frio.
“Isso do Obama vir na Torah é um segredo, não há muita gente que o saiba”, avisa de repente, em caso de dúvida. E de resto, vir na Torah não é razão bastante para confiar em Obama: “Não o conheço e não confio em nenhum cristão. Só confio nele.”
Aponta com o queixo para o céu.
Então Obama não poderá fazer a paz? “Nunca haverá paz.” Nunca haverá paz? “Quando o Messias vier, toda a gente saberá que temos um Deus e verá que Deus deu a Israel a Torah. Ninguém poderá fazer a paz, só o Messias.” E portanto esse messias não será Obama, apesar de estar na Torah? “Claro que não.” Nahman até recua um passo. “Só um judeu pode ser o Messias.
Posted by Público at 6:06 PM 0 comments
Jan 20, 2009
Diário Israel/Palestina 2
Prendas para Gaza
Quando a guerra começou em Gaza, Ahed Izhiman foi entregar parte das suas roupas à Cruz Vermelha. “Agora queria mandar dinheiro, mas não sei como”, diz, a caminho de uma loja de molduras.
Os palestinianos são mais maciços que esguios e Ahed destaca-se por ser tão magro e alto no movimento da principal rua de Jerusalém Oriental.
A Salahaddin tem farmácias, floristas, o melhor café, a melhor papelaria, o melhor lugar para comprar azeite ou comer “hummus”, além de dezenas de lojas de roupa barata, champôs e detergentes, electrodomésticos “made in” China, telemóveis “made in” Liga Árabe ou o Centro Cultural Francês.
O melhor café (pelo menos, expresso) é o da família de Ahed, que no piso de cima montou vários postos de Internet e no piso de baixo vende chocolates de todas as cores e tamanhos, incluindo sazonais.
“Em Jerusalém temos três Natais, o católico, o ortodoxo e o arménio, e ontem foi o arménio”, disse um dos irmãos de Ahed, para explicar a presença maciça de pais natal de chocolate a 19 de Janeiro.
Foi nessa altura que Ahed pegou no casaco para ir à loja de molduras. Agora está a virar à esquerda. Entra numa porta e sai pouco depois com uma pintura muito colorida em cada mão. Na direita, um palhaço sorridente, na esquerda um arco-íris por cima de casinhas brancas e intactas. “São as pinturas que os meus alunos de oito anos fizeram para Gaza.”
Além de servir cafés e pesar bombons, Ahed é desenhador, fotógrafo, dá aulas e não lhe perguntem o que é que Obama pode fazer, mas o que é que ele, Ahed, pode fazer.
Quer fazer “mais qualquer coisa” por Gaza e a tomada de posse do novo presidente americano não o entusiasma. “Para nós, ainda é a América. Precisamos de uns meses para ver o que ele pensa, qual é o plano dele. Deixámos de acreditar fosse em quem fosse.”
Ahed dá o exemplo do presidente Mahmoud Abbas, a quem os palestinianos chamam Abu Mazen: “Acreditámos em Abu Mazen e ele fez esta guerra em Gaza.” A culpa é dele? “Só dele. Porque Bush era o nosso inimigo, e Olmert [primeiro-ministro de Israel] era o nosso inimigo, e Abu Mazen concentrou-se no Hamas, em como podia destruir o Hamas. E ele sabia que esta guerra podia acontecer.”
O que devia Abu Mazen ter feito? “Devia ter dito que os nossos problemas são resolvidos entre nós. Devia ter resolvido as coisas com o Hamas. Não era preciso chamar esta gente de fora.”Fala um jovem palestiniano de Jerusalém que já cresceu na desilusão da Fatah e não tem a ilusão do Hamas. “Só as pessoas da Fatah culpam o Hamas pela guerra, e sabe o que mais? Entre elas há quem esteja contente com o que aconteceu.”
Posted by Público at 6:03 PM 0 comments
Posted by Público at 6:36 PM 0 comments
Jan 21, 2009
Diário Israel/Palestina 3
Obama na Torah
O judeu religioso Nahman não se entusiasma com Obama, mas está na posse de um segredo. “Na Torah já estava escrito que o presidente Obama ia vir”, revela ele no meio da Ben Yehuda, uma rua pedonal cheia de lojas e cafés, que de certa forma é o seu posto de trabalho.
A maioria dos ultra-ortodoxos em Israel não trabalha, mas Nahman, 33 anos, casado, dois filhos, tem como missão reunir fundos para o seu rabino fazer uma versão manuscrita da Torah, a Bíblia judaica. E então, já noite escura, está no meio da rua, de fato preto e “kippa” preta, com um grande cilindro de plástico a imitar os rolos onde é guardada a Torah, e vai apregoando recibos.
“Se pagar 18 shekels, está a pagar um texto. Se pagar 180 shekels vai ter uma vida muito boa.”
180 shekels são cerca de 35 euros. Para uma vida muito boa não está caro, mas Nahman ainda tem o livro de recibos quase intacto, e ainda por cima está a ficar frio.
“Isso do Obama vir na Torah é um segredo, não há muita gente que o saiba”, avisa de repente, em caso de dúvida. E de resto, vir na Torah não é razão bastante para confiar em Obama: “Não o conheço e não confio em nenhum cristão. Só confio nele.”
Aponta com o queixo para o céu.
Então Obama não poderá fazer a paz? “Nunca haverá paz.” Nunca haverá paz? “Quando o Messias vier, toda a gente saberá que temos um Deus e verá que Deus deu a Israel a Torah. Ninguém poderá fazer a paz, só o Messias.” E portanto esse messias não será Obama, apesar de estar na Torah? “Claro que não.” Nahman até recua um passo. “Só um judeu pode ser o Messias.
Posted by Público at 6:06 PM 0 comments
Jan 20, 2009
Diário Israel/Palestina 2
Prendas para Gaza
Quando a guerra começou em Gaza, Ahed Izhiman foi entregar parte das suas roupas à Cruz Vermelha. “Agora queria mandar dinheiro, mas não sei como”, diz, a caminho de uma loja de molduras.
Os palestinianos são mais maciços que esguios e Ahed destaca-se por ser tão magro e alto no movimento da principal rua de Jerusalém Oriental.
A Salahaddin tem farmácias, floristas, o melhor café, a melhor papelaria, o melhor lugar para comprar azeite ou comer “hummus”, além de dezenas de lojas de roupa barata, champôs e detergentes, electrodomésticos “made in” China, telemóveis “made in” Liga Árabe ou o Centro Cultural Francês.
O melhor café (pelo menos, expresso) é o da família de Ahed, que no piso de cima montou vários postos de Internet e no piso de baixo vende chocolates de todas as cores e tamanhos, incluindo sazonais.
“Em Jerusalém temos três Natais, o católico, o ortodoxo e o arménio, e ontem foi o arménio”, disse um dos irmãos de Ahed, para explicar a presença maciça de pais natal de chocolate a 19 de Janeiro.
Foi nessa altura que Ahed pegou no casaco para ir à loja de molduras. Agora está a virar à esquerda. Entra numa porta e sai pouco depois com uma pintura muito colorida em cada mão. Na direita, um palhaço sorridente, na esquerda um arco-íris por cima de casinhas brancas e intactas. “São as pinturas que os meus alunos de oito anos fizeram para Gaza.”
Além de servir cafés e pesar bombons, Ahed é desenhador, fotógrafo, dá aulas e não lhe perguntem o que é que Obama pode fazer, mas o que é que ele, Ahed, pode fazer.
Quer fazer “mais qualquer coisa” por Gaza e a tomada de posse do novo presidente americano não o entusiasma. “Para nós, ainda é a América. Precisamos de uns meses para ver o que ele pensa, qual é o plano dele. Deixámos de acreditar fosse em quem fosse.”
Ahed dá o exemplo do presidente Mahmoud Abbas, a quem os palestinianos chamam Abu Mazen: “Acreditámos em Abu Mazen e ele fez esta guerra em Gaza.” A culpa é dele? “Só dele. Porque Bush era o nosso inimigo, e Olmert [primeiro-ministro de Israel] era o nosso inimigo, e Abu Mazen concentrou-se no Hamas, em como podia destruir o Hamas. E ele sabia que esta guerra podia acontecer.”
O que devia Abu Mazen ter feito? “Devia ter dito que os nossos problemas são resolvidos entre nós. Devia ter resolvido as coisas com o Hamas. Não era preciso chamar esta gente de fora.”Fala um jovem palestiniano de Jerusalém que já cresceu na desilusão da Fatah e não tem a ilusão do Hamas. “Só as pessoas da Fatah culpam o Hamas pela guerra, e sabe o que mais? Entre elas há quem esteja contente com o que aconteceu.”
Posted by Público at 6:03 PM 0 comments
Viracopos- Pontos : 580
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Noticias observadas DAS GALAXIAS SOBRE O PLANETA TERRA
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos