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O Faisão, o rei dos galiformes

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O Faisão, o rei dos galiformes Empty O Faisão, o rei dos galiformes

Mensagem por Viriato Qui Fev 19, 2009 4:18 pm

O Faisão, o rei dos galiformes

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O meu pai veio a Lisboa e eu pedi à minha empregada para fazer para o almoço umas aves que estavam congeladas na arca.

Quando descongelaram veio ter comigo e disse-me: «Veja como é bonita. Até é uma pena comer-se». Olhei e vi que era um faisão. Pensei que eram umas perdizes que me tinham oferecido, mas essas estavam noutro saco.

Tinha uma cor de penas lindíssima e pensei igualmente que animais daqueles não deviam ser abatidos. Aproveitei e tirei-lhe fotografias.

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Depois fui ler informações sobre o faisão e acabei por escrever sobre ele.
Percebi que é precisamente a beleza e o colorida das penas do faisão que o torna mais vulnerável aos olhos dos caçadores. Mas isso só acontece com os machos, porque as fêmeas são mais pequenas, têm as penas em tons castanhos, o que lhes permite uma maior camuflagem com a terra que lhes possibilita chocar os ovos nos ninhos com maior segurança. Esta diferença radical entre os dois sexos, referida como dimorfismo sexual, acontece nalgumas espécies e noutros elementos da sua família, a família Phasianidae, de que fazem parte os perus, os pavões e as galinhas.

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Considera-se que o Faisão Comum (Phasianus colchicus) teve a sua origem na Ásia, mas foi trazido para a Europa pelos Gregos na antiguidade. Hoje, existem mais de 40 variedades de faisões .
Durante a Idade Média foram muito apreciados, a par de outras aves de grande beleza como os pavões e os grous. Mas se estas deixaram de ser comidas, o faisão manteve a sua presença nas mesas sofisticadas.
É fácil constatar que durante a Idade Média há várias referências que o mostram como um elemento importante.
A sua presença em iluminuras, como acontece, por exemplo, na margem inferior de um Breviário Franciscano, de cerca de 1430, feito na Itália do Norte para Maria de Sabóia, confirmam a sua distinção.
O mais famoso banquete medieval associado ao seu nome foi o que teve lugar em Lille, a 17 de Fevereiro de 1454 e que ficou conhecido como o «Banquete do juramento do faisão». Foi oferecido por Filipe de Borgonha e sua mulher Isabel de Portugal com o fim de promover uma cruzada contra os turcos que haviam conquistado Constantinopla. A cruzada nunca chegaria a ter lugar, mas o relato do banquete chegou até nós através das Memórias de Olivier de la Marche (1425 – 1502), que foi mestre de cerimónias de Filipe o Bom. No meio dos entremeses o Duque prestou o seu juramento sobre um faisão vivo, ornamentado com ouro e jóias a que se seguiram os votos dos nobres presentes. O banquete merece uma análise pormenorizada, que farei numa outra oportunidade.

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Em Portugal, e apesar de o faisão existir na Europa há vários séculos, é ainda considerada uma espécie exótica e não está autorizada a sua introdução em zonas de caça.
Pelo contrário nos Estados Unidos só em 1733 foi introduzido o faisão, embora sem sucesso. Pessoas como George Washington, que esteve sempre à frente do seu tempo, teve faisões na sua casa de Mount Vernon.
Apesar dos esforços só em 1881 foi possível considerar que as aves, trazidas de Inglaterra, se encontravam adaptadas ao habitat americano.
O interesse desenvolvido pelo faisão manifestou-se, ainda no século XIX, em publicações como «An Interisting Bird; The Pheasant. Natural History, Shooting, Cooking» , escrito pelo Rev. H.A. Macpherson. A.J. Stuart-Wortley e Alexander Innes Shand e publicado em Nova York em 1895.

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Ao longo dos séculos o faisão tem mantido a sua fama merecida como ave de qualidade apreciada pelos gastrónomos.
No meu caso comia-a estufada com castanhas, acompanhada de pão frito e cherovias fritas. Uma delícia que me fez esquecer a sua beleza natural.

Publicada por Ana Marques Pereira em Garfadas
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