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Instabilidade na Guiné Bissau

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Mensagem por ricardonunes Qua Mar 04, 2009 12:26 pm

Patrícia Magalhães Ferreira . IEEI

O presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo “Nino” Vieira foi assassinado por um grupo de militares, num dos ataques recorrentes que ilustram o ciclo de vinganças e contra-vinganças em que se encontra mergulhado o panorama militar e político do país. Tudo indica que se tratou de uma reacção do Batalhão de Mansoa, um grupo de militares afectos ao general Tagma na Waie, tido como um velho rival de Nino Vieira e que ontem foi assassinado durante uma das acções violentas em que a Guiné-Bissau tem sido fértil na última década.

Tagma na Waie tinha já acusado, em Janeiro, os homens de Nino Vieira de o terem tentado assassinar, mas as acusações foram justificadas com um disparo acidental da arma de um segurança da Presidência da República à passagem do general. A segurança de Nino era constituída por uma milícia conhecida como "aguentas", tendo sido recentemente desmantelada, para que no país não existisse uma força militarizada paralela ao Exército. No entanto, a interferência das forças armadas guineenses nos assuntos políticos, nomeadamente nas demissões e nomeações de titulares dos órgãos públicos, tem permanecido uma constante desde a guerra de 1998-1999, com a existência de diversas sublevações, as quais resultaram em tentativas de golpes de Estado ou assassinatos selectivos.

Segundo “os mais velhos”, Tcherno Rachide (um sábio do Quebo) dizia que a Guiné iria assistir uma guerra de um dia dentro da cidade de Bissau e que dessa guerra nasceria uma nova Guiné próspera, que todos sempre desejaram. Talvez estes acontecimentos possam constituir mais uma hipótese para os guineenses iniciarem um real processo de reconciliação, exorcizarem o seu passado e pensarem nas prioridades do país para o futuro; no entanto, o afastamento de algumas personalidades não poderá ser, por si só, condição suficiente para a resolução sustentável e duradoura dos problemas complexos do país. Sem instituições consolidadas e um Estado fragilizado por décadas de má gestão económica e de instabilidade política, a Guiné-Bissau representa actualmente o paradigma de crise estrutural complexa e profunda, em que os altos índices de pobreza, o tráfico de droga proveniente da América Latina, o funcionamento irregular e falta de capacidade das instituições públicas no fornecimento de serviços sociais básicos, a burocracia e corrupção nas estruturas estatais, o défice de cultura democrática e a necessidade de maior independência do poder judicial, da polícia e das forças armadas, são alguns factores impeditivos da consolidação da paz e do desenvolvimento.

Enquanto o governo cabo-verdiano anunciou a criação de um gabinete de crise destinado a debater as medidas a tomar face à situação na Guiné-Bissau, o Governo português pretende reunir de emergência a Comunidade Portuguesa de Língua Portuguesa (CPLP) para analisar os acontecimentos no país.
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Mensagem por Admin Sex Mar 06, 2009 12:44 pm

Enquanto o governo cabo-verdiano anunciou a criação de um gabinete de crise destinado a debater as medidas a tomar face à situação na Guiné-Bissau, o Governo português pretende reunir de emergência a Comunidade Portuguesa de Língua Portuguesa (CPLP) para analisar os acontecimentos no país.
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