Tribunal garante apoio psicológico a pais do bebé JÚLIO ALMEIDA, Aveiro Investigação. Progenitor é arguido por homicídio negligente

Tribunal garante apoio psicológico a pais do bebé


JÚLIO ALMEIDA, Aveiro
Investigação. Progenitor é arguido por homicídio negligente
O Tribunal de Aveiro recomendou o acompanhamento psicológico da família directa do bebé que morreu no interior de um carro onde ficou esquecido pelo pai, revelou ontem fonte da PJ. A criança foi ontem autopsiada, mas os resultados foram inconclusivos.

Na quinta-feira, dia da morte da criança de nove meses frente ao emprego do pai, este apoio foi feito por pessoal especializado do INEM mobilizado para o local após a chamada dos meios de socorro.

Submetido a primeiro interrogatório judicial, ainda na quinta-feira, o progenitor, João Carlos Moreira, de 35 anos, seria constituído arguido por suspeita de homicídio negligente e saiu em liberdade, uma decisão que é tida como "normal" nestas circunstâncias.

Entretanto, segundo informação de uma fonte do Gabinete Médico- -Legal de Aveiro, a autópsia, realizada a meio da tarde de ontem, num diagnóstico circunstancial, "foi inconclusiva" quanto à causa da morte, aguardando-se pelos resultados complementares.

A hipertermia, estado de temperatura elevada do corpo, é uma forte possibilidade, mas não existiam dados concretos referentes ao momento em que o corpo foi encontrado. São admitidas outras situações conexas, como a desidratação.

Os médicos legistas aguardam ainda outro tipo de informação para análise "relativamente às circunstâncias da morte" que não tinham sido fornecidas pelas autoridades.

Falta saber, por exemplo, se existia algum tipo de ventilação na viatura, uma nesga de janela aberta ou pelo contrário se a criança estava totalmente sem ar no interior.

"A causa mais provável será depois obtida por exclusão de partes", informou a mesma fonte.

O bebé terá ficado esquecido das 09.30 às 12.30 no interior do carro do pai, estacionado ao sol junto ao local de trabalho e muito próximo da creche que frequentava. Seria uma funcionária do berçário a dar o alerta, depois de contactar a mãe por estranhar a ausência da criança.

Na empresa do pai, os colegas desconheciam ontem a data do funeral.

O casal vive na freguesia da Glória, em Aveiro, e tem ainda uma menina de quatro anos. O pai é programador de informática e a mãe, funcionária de uma óptica