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A União e a Rússia

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Mensagem por Admin Ter Abr 21, 2009 2:46 am

A União e a Rússia

21/04/09 00:01 | Joel Hasse Ferreira
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1. A relação da UE com os seus vizinhos é fundamental para uma convivência pacífica e para a garantia duma colaboração frutuosa.

Entre os vizinhos, a Rússia tem um particular relevo. Não só pela dimensão da Federação Russa, como pela ambição de recuperar o estatuto de grande potência. Apesar da crise económica, social e financeira, essa ambição mantém-se e está conjugada com o seu reforço armamentista.

2. Neste contexto a parceria da UE com a Rússia pode desempenhar um papel decisivo, em termos mundiais. Sem uma política de paz e persistentes práticas de cooperação, o avanço dessa parceria não será mais do que uma ambição falhada. E nesse sentido, haverá que aproveitar a saída da Administração norte americana, varridos pelo fim de Bush filho, dos sectores provocadores de desnecessárias tensões internacionais, dos grupos ultra militaristas, dos segmentos ligados aos fornecimentos às Forças Armadas, ao descontrolo financeiro e à corrupção empresarial.

3. Sabemos que a Rússia não pretende, pelas décadas mais próximas, entrar na UE, embora a esmagadora maioria dos russos se sinta, se assuma como europeia. Mas para muitos russos, a Sibéria é a alma da Rússia. É a Sibéria que assegura à Rússia uma dimensão não só geográfica como histórica e cultural mundial. A Sibéria, russa na alma, é asiática na geografia, fazendo fronteira com a Ásia Central, a Mongólia, a China e o Japão.

4. O programa Tacis, desenvolvido no quadro da cooperação da UE com a Federação Russa, veio demonstrar à evidência a incapacidade dos serviços "competentes" da Comissão Europeia em lidarem com a estratégia de desenvolvimento da Rússia, a qual tem menosprezado a coesão social da Federação, podendo até contribuir para aumentar as desigualdades entre regiões e estratos sociais.

5. A Geórgia e toda a região do Cáucaso constituem uma das difíceis zonas de fronteira da Federação em termos geográficos e da União em termos políticos. A recente guerra, desencadeada pelo presidente georgiano em nada contribuiu para pacificar a região e contribuiu para o adiamento da entrada da própria Geórgia na NATO e na UE. A arquitectura de segurança europeia tem que contar com o papel do parceiro russo para ajudar a garantir como pacíficas estas velhas e novas fronteiras. O trabalho da OSCE tem de ser complementado com uma actuação mais profunda e rigorosa da União que, compreendendo alguma animosidade dos que sofreram a opressão soviética, se baseie na defesa da paz e dos direitos humanos.

6.O caminho para a paz no médio oriente está semeado de escolhos, que o Parlamento Europeu tem procurado ajudar a ultrapassar, por si próprio ou no quadro da Assembleia Parlamentar Euro-Mediterrânica. Mas a posição russa, devido às suas relações com vários Estados do médio-oriente, pode ter a sua relevância.

Os sistemas de defesa antimísseis, a instalar na fronteira leste da União, para hipoteticamente prevenirem ataques oriundos do médio oriente foi considerado em Moscovo uma ameaça da NATO à Rússia. A nova posição norte-americana neste domínio pode favorecer a redução das tensões nas "zonas tampão" entre a Federação Russa e a UE.

7. O território de Kaliningrado, a antiga Koenigsberg, é um enclave entre o mar báltico, a Lituânia e a Polónia e uma fonte de permanentes tensões. As ligações rodoviárias com a Polónia não são fáceis e os transportes aéreos através da Lituânia suscitam frequentemente grandes tensões, especialmente quando se trata de aviões militares. É uma situação que a UE poderia ajudar a resolver.

8. A questão da dependência do gás de boa parte da Europa, dentro e fora da União face à Rússia, envolvendo os Estados Bálticos, os Balcãs, a Grécia e grande parte da Europa central, poderá ser parcialmente consolidada pelo ‘bypass' à Ucrânia, que o South Stream procura fazer e pelo North Stream que ligará directamente as costas bálticas da fornecedora Rússia à consumidora Alemanha. Só o gás oriundo da Ásia Central e do médio oriente, através da Turquia, pelo Nabucco pode estabelecer uma oferta terrestre concorrente à dos novos gasodutos que a Rússia desenvolve com a Alemanha e outros Estados da UE.
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Joel Hasse Ferreira, Eurodeputado pelo PS
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