Quem fala assim.... ou filha de peixe....
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Quem fala assim.... ou filha de peixe....
A esquerda democrática
As próximas eleições legislativas são de extrema importância devido às condições de grave crise global em que vivemos. Assim a estabilidade política é essencial para as previsíveis e difíceis negociações, revoltas e terramotos sociais, com as consequentes tentativas de instrumentalização, radicalização política e perigo de derivas totalitárias.
A maioria absoluta de um partido, nomeadamente do PS, não me parece possível nesta altura. Por isso se fala cada vez mais em alianças, coligações e blocos centrais. Já discorri sobre a minha discordância de um possível bloco central, pois considero que as soluções governativas devem ser avaliadas por si e os eleitores devem julgar os seus responsáveis, sem que a paternidade da governação se dilua.
Analisando as alianças à esquerda, e no plano dos princípios de valores e das ideologias democráticas, de respeito pela liberdade de expressão e pelo multipartidarismo, não é possível ao PS fazer alianças com os partidos à sua esquerda.
Os partidos que se agrupam no BE e o PCP defendem regimes totalitários, estando arredados de tudo o que fundamentou e fundou o 25 de Abril, pois ainda hoje não esclareceram a sua discordância da deriva ditatorial de 1975. Na verdade nunca ouvi dizer a qualquer membro do PCP, passados 35 anos da revolução 20 anos da queda do muro de Berlim, que o projecto comunista era um projecto de poder absoluto e ditatorial, onde existia polícia política, censura e partido único, tal como no regime de Salazar e Caetano. Nunca ouvi qualquer defensor das amplas liberdades democráticas conquistadas no 25 de Abril fazerem mea culpa pela tentativa de tomada do poder por um partido minoritário por métodos pouco transparentes, com o objectivo de implementar a ditadura do proletariado.
A existência de inúmeros combatentes do antigo regime pertencentes ao PCP, que sofreram tortura e perseguição política, não nos deve enevoar os olhos e fazer-nos esquecer que o que defendiam não era exactamente um regime democrático mas um regime simétrico ao que existia.
Tal como o Partido Nazi venceu as eleições democráticas na Alemanha em 1932, tendo Hitler aproveitado para instaurar o regime nazi, também o Partido Comunista da (antiga) Checoslováquia ganhou eleições democráticas em 1946, tendo-se perpetuado numa ditadura aproveitando o acesso ao poder.
Já passou muito tempo desde esses acontecimentos. Por isso seria de esperar que os partidos que se reclamam descendentes dessa ideologia se demarcassem das ideologias totalitárias. Mas a verdade é que o não fizeram.
Ou seja, tal como Mário Soares sempre assumiu, o único partido da esquerda democrática existente em Portugal é o PS. Para nos lembrar disso basta ver a forma como indivíduos afectos ao PCP reagem a críticas e opiniões diversas das suas. O que se passou com a batalha entre a FENPROF e o Ministério da Educação, com a intimidação de quem ousasse concordar com a política educativa, ao contrário das intimidações que os próprios propagandeavam, numa estratégia de inundação mediática, tal como a tentativa de lavagem cerebral e de apagamento da história, ao compararem Sócrates a Salazar e ao dizerem que a democracia está em perigo, demonstra que os métodos e as ideologias antidemocráticas do PCP e do BE são semelhantes e não se modificaram.
Na base dos princípios ideológicos só resta ao PS concorrer sozinho às eleições. Quem se revê na democracia e na liberdade, quem acredita nos valores de esquerda numa sociedade aberta e democrática, não tem outra alternativa senão votar PS. Tal como Alexandre O’Neill dizia Ele não merece, mas vota no PS.
Nota: este texto foi publicado no blogue OLHAR DIREITO, acorrespondendo ao amável convite de Francisco Castelo Branco, que agradeço.
publicado por Sofia Loureiro dos Santos
As próximas eleições legislativas são de extrema importância devido às condições de grave crise global em que vivemos. Assim a estabilidade política é essencial para as previsíveis e difíceis negociações, revoltas e terramotos sociais, com as consequentes tentativas de instrumentalização, radicalização política e perigo de derivas totalitárias.
A maioria absoluta de um partido, nomeadamente do PS, não me parece possível nesta altura. Por isso se fala cada vez mais em alianças, coligações e blocos centrais. Já discorri sobre a minha discordância de um possível bloco central, pois considero que as soluções governativas devem ser avaliadas por si e os eleitores devem julgar os seus responsáveis, sem que a paternidade da governação se dilua.
Analisando as alianças à esquerda, e no plano dos princípios de valores e das ideologias democráticas, de respeito pela liberdade de expressão e pelo multipartidarismo, não é possível ao PS fazer alianças com os partidos à sua esquerda.
Os partidos que se agrupam no BE e o PCP defendem regimes totalitários, estando arredados de tudo o que fundamentou e fundou o 25 de Abril, pois ainda hoje não esclareceram a sua discordância da deriva ditatorial de 1975. Na verdade nunca ouvi dizer a qualquer membro do PCP, passados 35 anos da revolução 20 anos da queda do muro de Berlim, que o projecto comunista era um projecto de poder absoluto e ditatorial, onde existia polícia política, censura e partido único, tal como no regime de Salazar e Caetano. Nunca ouvi qualquer defensor das amplas liberdades democráticas conquistadas no 25 de Abril fazerem mea culpa pela tentativa de tomada do poder por um partido minoritário por métodos pouco transparentes, com o objectivo de implementar a ditadura do proletariado.
A existência de inúmeros combatentes do antigo regime pertencentes ao PCP, que sofreram tortura e perseguição política, não nos deve enevoar os olhos e fazer-nos esquecer que o que defendiam não era exactamente um regime democrático mas um regime simétrico ao que existia.
Tal como o Partido Nazi venceu as eleições democráticas na Alemanha em 1932, tendo Hitler aproveitado para instaurar o regime nazi, também o Partido Comunista da (antiga) Checoslováquia ganhou eleições democráticas em 1946, tendo-se perpetuado numa ditadura aproveitando o acesso ao poder.
Já passou muito tempo desde esses acontecimentos. Por isso seria de esperar que os partidos que se reclamam descendentes dessa ideologia se demarcassem das ideologias totalitárias. Mas a verdade é que o não fizeram.
Ou seja, tal como Mário Soares sempre assumiu, o único partido da esquerda democrática existente em Portugal é o PS. Para nos lembrar disso basta ver a forma como indivíduos afectos ao PCP reagem a críticas e opiniões diversas das suas. O que se passou com a batalha entre a FENPROF e o Ministério da Educação, com a intimidação de quem ousasse concordar com a política educativa, ao contrário das intimidações que os próprios propagandeavam, numa estratégia de inundação mediática, tal como a tentativa de lavagem cerebral e de apagamento da história, ao compararem Sócrates a Salazar e ao dizerem que a democracia está em perigo, demonstra que os métodos e as ideologias antidemocráticas do PCP e do BE são semelhantes e não se modificaram.
Na base dos princípios ideológicos só resta ao PS concorrer sozinho às eleições. Quem se revê na democracia e na liberdade, quem acredita nos valores de esquerda numa sociedade aberta e democrática, não tem outra alternativa senão votar PS. Tal como Alexandre O’Neill dizia Ele não merece, mas vota no PS.
Nota: este texto foi publicado no blogue OLHAR DIREITO, acorrespondendo ao amável convite de Francisco Castelo Branco, que agradeço.
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