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Notícias da crise.

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Notícias da crise. Empty Notícias da crise.

Mensagem por Viriato Qui maio 07, 2009 4:21 am

No sempre excelente Hoje Há Conquilhas, Tomás Vasques refere os números da crise em vários países. O autor não vai além da enumeração do problema, no entanto tenho visto na área socialista tendência para concluir que a dimensão das dificuldades dos outros iliba os nossos governantes de qualquer responsabilidade na actual situação.

A tese esquece um detalhe: quando a Alemanha, a Irlanda ou os Estados Unidos terminarem o período de crise, Portugal ainda continuará a sua. Os nossos problemas não se vão resolver quando o crédito e o consumo recomeçarem a circular. Será difícil atrair investimento externo e recuperar o emprego, mas haverá demasiados desempregados. Teremos de cumprir os critérios do euro e cortar nas despesas, o que até agora ninguém conseguiu. Os subsídios europeus deverão diminuir depois de 2014. O crescimento lento dos últimos anos era sintoma de uma doença mais funda, que não está curada: em conjunto, o País vive acima das suas posses e o dinheiro dos impostos está mal distribuído.

A Alemanha recuperará quando os seus mercados de exportação recuperarem e a Irlanda logo que recomece o investimento internacional. O caso português será bem mais difícil.


publicado por Luís Naves







Meu caro Luís Naves: sabemos que Portugal vive em crise há séculos. Na monarquia, na 1ª República, no Estado Novo e na 2ª República. O que Antero de Quental escreveu sobre As Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, na linha de Alexandre Herculano e que Oliveira Martins a seu modo reproduziu, mantém uma certa actualidade. Há séculos que não temos, enquanto povo, um rasgo que nos liberte da austera, apagada e vil tristeza em que nos afundámos. E, nisto, penso, estamos de acordo. No entanto, apesar desse pano de fundo, quando destaco os devastadores efeitos da actual crise internacional não são para «concluir que a dimensão das dificuldades dos outros iliba os nossos governantes de qualquer responsabilidade na actual situação». São sobretudo para chamar a atenção de que não se deve comparar situações que não podem ser comparáveis. Não se pode comparar os números de 2005 com os de 2009, por exemplo. Independentemente dos méritos ou deméritos do actual Governo, uma coisa é certa e insofismável: quer a taxa de desemprego, quer os principais indicadores económicos, neste ano de 2009, não resultam das políticas do Governo, mas da situação internacional. Enquanto não formos rigorosos na análise não encontraremos os rumos e os rasgos. Nem este, nem qualquer outro governo. É apenas isto que eu sublinho. Mais nada.


Por Tomás Vasques
Viriato
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Notícias da crise. Empty Re: Notícias da crise.

Mensagem por Betty Boop Qui maio 07, 2009 4:28 am

Viriato escreveu:No sempre excelente Hoje Há Conquilhas, Tomás Vasques refere os números da crise em vários países. O autor não vai além da enumeração do problema, no entanto tenho visto na área socialista tendência para concluir que a dimensão das dificuldades dos outros iliba os nossos governantes de qualquer responsabilidade na actual situação.

A tese esquece um detalhe: quando a Alemanha, a Irlanda ou os Estados Unidos terminarem o período de crise, Portugal ainda continuará a sua. Os nossos problemas não se vão resolver quando o crédito e o consumo recomeçarem a circular. Será difícil atrair investimento externo e recuperar o emprego, mas haverá demasiados desempregados. Teremos de cumprir os critérios do euro e cortar nas despesas, o que até agora ninguém conseguiu. Os subsídios europeus deverão diminuir depois de 2014. O crescimento lento dos últimos anos era sintoma de uma doença mais funda, que não está curada: em conjunto, o País vive acima das suas posses e o dinheiro dos impostos está mal distribuído.

A Alemanha recuperará quando os seus mercados de exportação recuperarem e a Irlanda logo que recomece o investimento internacional. O caso português será bem mais difícil.


publicado por Luís Naves







Meu caro Luís Naves: sabemos que Portugal vive em crise há séculos. Na monarquia, na 1ª República, no Estado Novo e na 2ª República. O que Antero de Quental escreveu sobre As Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, na linha de Alexandre Herculano e que Oliveira Martins a seu modo reproduziu, mantém uma certa actualidade. Há séculos que não temos, enquanto povo, um rasgo que nos liberte da austera, apagada e vil tristeza em que nos afundámos. E, nisto, penso, estamos de acordo. No entanto, apesar desse pano de fundo, quando destaco os devastadores efeitos da actual crise internacional não são para «concluir que a dimensão das dificuldades dos outros iliba os nossos governantes de qualquer responsabilidade na actual situação». São sobretudo para chamar a atenção de que não se deve comparar situações que não podem ser comparáveis. Não se pode comparar os números de 2005 com os de 2009, por exemplo. Independentemente dos méritos ou deméritos do actual Governo, uma coisa é certa e insofismável: quer a taxa de desemprego, quer os principais indicadores económicos, neste ano de 2009, não resultam das políticas do Governo, mas da situação internacional. Enquanto não formos rigorosos na análise não encontraremos os rumos e os rasgos. Nem este, nem qualquer outro governo. É apenas isto que eu sublinho. Mais nada.


Por Tomás Vasques

Mas ó garina, eses Luises Tomases são clientes teus?

Olha que eu estive a consultar o teu relógio de ponto e não gostei nada do que ví.

Vamos lá a trabalhar, que a Wicked Betty não está aqui para engordar Luises Tomases!!!
Betty Boop
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