Mais ministros de Gordon Brown implicados no escândalo das despesas pagas com dinheiros públicos

Mais ministros de Gordon Brown implicados no escândalo das despesas pagas com dinheiros públicos
09.05.2009 - 15h04 PÚBLICO
Mais ministros do Governo trabalhista britânico são implicados no escândalo revelado na investigação do "The Daily Telegraph" sobre as despesas de deputados no Reino Unido pagas com dinheiros públicos, deixando o primeiro-ministro, Gordon Brown com ainda mais para se explicar.

A ministra do Turismo, Barbara Follet, mulher do riquíssimo romancista Ken Follet, é uma das figuras de topo dos trabalhistas a ser acusada na edição de hoje daquele jornal britânico: cobrou mais de 25 mil libras em patrulhas de segurança no exterior da sua casa no Soho entre 2004 e 2008.

A factura do serviço de segurança – justificado pela ministra por não se sentir segura depois de a sua casa ter sido assaltada e ela mesma ter sido seguida por um desconhecido – foi classificada como “excessiva” pelo departamento da Câmara dos Comuns responsável pelos gastos dos deputados, mas mesmo assim paga na totalidade.

Entre outros ministros e figuras de topo trabalhistas denunciadas hoje no âmbito da investigação do Telegraph está o ministro do Trabalho, Phil Hope, que cobrou 37 mil libras por obras e para mobilar o que foi descrito como um apartamento modesto de duas assoalhadas que possui no sul de Londres.

Follet, tal como Hope, mantém que não quebrou quaisquer regras sobre os gastos permitidos aos deputados – todos (incluindo ministros) que são eleitos por círculos fora de Londres podem gastar anualmente até 24 mil libras (cerca de 27 mil euros) com uma segunda residência cuja localização pode não ser na capital britânica.

O ministro da Saúde, Phil Woolas, foi ainda mais longe na contestação à investigação do "Telegraph", ameaçando processar o jornal por causa das “nojentas” alegações feitas de que tinha cobrado aos dinheiros públicos despesas feitas em roupas de mulher, fraldas e livros de banda desenhada.

As revelações hoje feitas – depois daquelas já avançadas na véspera, em que era atribuída a Brown a cobrança de uma despesa de mais de 6500 libras por despesas de limpeza do apartamento do irmão – surgem ao mesmo tempo que a polícia foi instada por vários deputados a investigar as fugas de informação feitas ao "Daily Telegraph", lançando o espectro de um inquérito criminal a larga escala.

Muitos deputados acusam o jornal de ter pago 300 mil libras a um informador pelos documentos digitalizados em CD-ROM pelo gabinete de despesas da Câmara dos Comuns.