Visita do Papa foi política, afirma imprensa israelense

Visita do Papa foi política, afirma imprensa israelense


ANSA
TEL-AVIV - A imprensa israelense publicou nesta sexta-feira (15) um primeiro balanço da peregrinação do papa Bento XVI na Terra Santa, no qual indicou que os aspectos políticos da visita prevaleceram sobre os religiosos.

"A missão de Bento XVI em Israel foi muito política, tanto pela personalidade do Pontífice como pela proximidade com a operação Chumbo Fundido em Gaza", escreveu hoje um articulista do jornal Haaretz.

"Os palestinos saíram ganhando, graças ao apoio aberto do Papa para a solução de dois Estados e sua condenação do muro de separação", acrescentou.

Em outro comentário, o mesmo jornal ressaltou a importância da condenação ao antissemitismo feita pelo Pontífice na sua chegada em Israel e durante a visita ao Memorial do Holocausto de Yad Vashem, em Jerusalém.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu, relatou detalhes de sua conversa com o Papa, durante o encontro entre os dois que ocorreu ontem em Nazaré.

Netanyahu disse que o Bento XVI fez uma digressão sobre a Inquisição e leu textos sobre o tema escritos pelo professor Ben-Zion Netanyahu, pai do premier israelense, que é um especialista em história judaica.

Nos jornais do final de semana, a imprensa ortodoxa judaica também deu destaque para a visita do Papa, que concordaram com a atitude de abertura demonstrada pelos dois grãos-rabinos de Israel, Shlomo Amar e Yona Metzger.

Durante seus oito dias de viagem pela Terra Santa, o papa Bento XVI visitou Jordânia, Israel e territórios palestinos, se reuniu com chefes de Estado e líderes religiosos, celebrou missas para o público local, além de realizar uma peregrinação aos lugares considerados sagrados pelo cristianismo.