A minha heroína
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A minha heroína
Fixem bem este nome: Suu Kyi já não se fazem heroínas assim
por Leonídio Paulo Ferreira no DN
Mataram-lhe o pai quando tinha dois anos, um dos irmãos morreu afogado em criança, vive sob prisão domiciliária intermitente há 19 anos apesar de ter ganho as eleições, não foi ter com o marido moribundo a Inglaterra porque sabia que não poderia regressar à Birmânia e há anos que não vê os filhos.
Hoje arrisca-se a que um tribunal de Rangum a condene a cinco anos de prisão porque um americano meio louco atravessou a nado o lago junto à sua casa para vê-la, violando a proibição de visitas estrangeiras. Esta tem sido a vida de Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, o mais parecido com uma heroína que o mundo tem hoje para mostrar. Os birmaneses adoram-na e vêem nela a esperança de pôr fim à ditadura militar. Sabem que esta mulher de 63 anos trocou a pacata vida como professora em Oxford, ao lado de Michael Aris e dos filhos Alexander e Kim, por um destino que se confunde com a história trágica do país, rebaptizado de Myanmar pelos militares.
O julgamento previsto para hoje na prisão de Insein está condenado a ser uma farsa, apesar das pressões internacionais. Suspeita-se que o incidente provocado por John Yettaw, que preparava um livro sobre heroísmo, está a ser aproveitado pela Junta Militar para manter Suu Kyi sob controlo. A sua prisão domiciliária terminava no final do mês e a Nobel preparava-se para apoiar a Liga Nacional para a Democracia a enfrentar as legislativas que os generais vão organizar no próximo ano. Em 1990, numas eleições livres, o partido criado por Suu Kyi obteve uma vitória esmagadora, com 82%. Agora o resultado seria ainda maior. A filha do líder independentista Aung San consegue ser mais popular do que quando regressou em 1998, para visitar a mãe doente, e acabou por assistir aos protestos que forçaram os militares dois anos depois a organizar eleições.
Doente, a recuperar de uma extracção do útero, Suu Kyi exibe um ar frágil e o seu rosto perdeu muita da beleza que impressionou o mundo. A coragem, porém, mantém-se inalterada. E como discursou o seu filho mais velho em Oslo, em 1991, perante a Academia Nobel, "através da sua dedicação e sacrifício pessoal tornou-se um valioso símbolo através do qual a privação de todo o povo da Birmânia pode ser revelada. E ninguém deve subestimar essa privação. A privação daqueles, no campo e nas cidades, que vivem na pobreza; daqueles na prisão, espancados e torturados; a privação dos jovens, a esperança da Birmânia, a morrerem de malária nas selvas para onde fugiram; a dos monges budistas, desonrados". Mas a parte mais aplaudida do discurso foi quando Alexander, então com 18 anos, acrescentou que o combate da mãe "faz parte de uma luta mais vasta, global, pela emancipação do espírito humano da tirania política e da submissão psicológica". Continua a ser verdade. Hoje
Todos nós sempre tivemos os nossos herois e heroinas. Desde meninos. Aos 6 anos, para mim, era o Roy Roger. Sacava dos dois colt's e limpava tudo. Depois passei por muitos. Todos e cada um dos resistentes a Hitler e Gestapo foram meus herois. Cunhal, como símbolo de resistência, coragem e coerência. Hoje, entre as principais, estará Suu Kyi . Há 19 anos, que numa luta permanente e pacífica luta pelo seu direito a tomar posse de um lugar (Presidente da República) para que foi maioritáriamente eleita no seu país, a Birmânia. E essa mulher magra, doce e aparentemente frágil luta, cara a cara, com os militares brutos e poderosos da Birmânia. E há-de levá-los á derrota....
por Leonídio Paulo Ferreira no DN
Mataram-lhe o pai quando tinha dois anos, um dos irmãos morreu afogado em criança, vive sob prisão domiciliária intermitente há 19 anos apesar de ter ganho as eleições, não foi ter com o marido moribundo a Inglaterra porque sabia que não poderia regressar à Birmânia e há anos que não vê os filhos.
Hoje arrisca-se a que um tribunal de Rangum a condene a cinco anos de prisão porque um americano meio louco atravessou a nado o lago junto à sua casa para vê-la, violando a proibição de visitas estrangeiras. Esta tem sido a vida de Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, o mais parecido com uma heroína que o mundo tem hoje para mostrar. Os birmaneses adoram-na e vêem nela a esperança de pôr fim à ditadura militar. Sabem que esta mulher de 63 anos trocou a pacata vida como professora em Oxford, ao lado de Michael Aris e dos filhos Alexander e Kim, por um destino que se confunde com a história trágica do país, rebaptizado de Myanmar pelos militares.
O julgamento previsto para hoje na prisão de Insein está condenado a ser uma farsa, apesar das pressões internacionais. Suspeita-se que o incidente provocado por John Yettaw, que preparava um livro sobre heroísmo, está a ser aproveitado pela Junta Militar para manter Suu Kyi sob controlo. A sua prisão domiciliária terminava no final do mês e a Nobel preparava-se para apoiar a Liga Nacional para a Democracia a enfrentar as legislativas que os generais vão organizar no próximo ano. Em 1990, numas eleições livres, o partido criado por Suu Kyi obteve uma vitória esmagadora, com 82%. Agora o resultado seria ainda maior. A filha do líder independentista Aung San consegue ser mais popular do que quando regressou em 1998, para visitar a mãe doente, e acabou por assistir aos protestos que forçaram os militares dois anos depois a organizar eleições.
Doente, a recuperar de uma extracção do útero, Suu Kyi exibe um ar frágil e o seu rosto perdeu muita da beleza que impressionou o mundo. A coragem, porém, mantém-se inalterada. E como discursou o seu filho mais velho em Oslo, em 1991, perante a Academia Nobel, "através da sua dedicação e sacrifício pessoal tornou-se um valioso símbolo através do qual a privação de todo o povo da Birmânia pode ser revelada. E ninguém deve subestimar essa privação. A privação daqueles, no campo e nas cidades, que vivem na pobreza; daqueles na prisão, espancados e torturados; a privação dos jovens, a esperança da Birmânia, a morrerem de malária nas selvas para onde fugiram; a dos monges budistas, desonrados". Mas a parte mais aplaudida do discurso foi quando Alexander, então com 18 anos, acrescentou que o combate da mãe "faz parte de uma luta mais vasta, global, pela emancipação do espírito humano da tirania política e da submissão psicológica". Continua a ser verdade. Hoje
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