Madeira, um jardim do avesso
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Madeira, um jardim do avesso
Madeira, um jardim do avesso
Mai 25, 2009 | publicado por Marisa Matias
Ontem fizemos um roteiro ambiental pela Madeira e o mínimo que se
pode dizer é que foi bastante elucidativo. Sabemos bem que os
principais problemas ambientais na região passam pela preservação do
património natural e pelo ordenamento do território. Não raras vezes,
estes cruzam-se. Dou-vos apenas dois exemplos do que por lá discutimos.
1. Quinta do Lorde (foto). A primeira coisa a dizer é que o nome foi
bem escolhido para o empreendimento, tem mais olhos do que barriga. Uma
zona que anteriormente era parte de um terreno privado de uma
congregação religiosa, inserida na Rede Natura 2000, teve privilégios
de um novo PDM para que aí se construísse a obra que agora está em
curso – empreendimento turístico com 700 camas. O mais extraordinário é
que conseguiram violar o próprio PDM criado para o efeito. O projecto
inicial previa a construção de uma aldeia típica madeirense. É só olhar
para a fotografia e ver a distância entre a intenção e a concretização.
Como parece que é hábito nestes casos, nada se sabe sobre o dono da
obra. Segredo dos deuses.
2. Construção de um teleférico no Rabaçal. O Governo Regional pretende
construir um teleférico numa zona que: é parte integrante da floresta
laurissilva (Património Natural Mundial da UNESCO), está integrada no
Parque Natural da Madeira, integra a Rede Natura 2000, e é classificada
no Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira
como “reserva biogenética” do Conselho da Europa. O projecto de
construção teve parecer negativo da ex-presidente do Parque Natural da
Madeira, entretanto afastada do cargo, e o Estudo de impacto ambiental
identificou efeitos negativos “directos” e “irreversíveis”, como a
alteração de áreas com interesse ecológico (através da desmatação,
instalação de estaleiros para as obras, construção das estações do
teleférico), risco de mortalidade de aves por colisão com os cabos do
teleférico e degradação da qualidade da água e do ar. Os aspectos
positivos que fizeram avançar o processo concentram-se na “promoção do
património natural”. Clarinho como a água…
Numa altura em que se esgota o prazo (2010) definido pela União
Europeia para travar a perda de biodiversidade, nomeadamente através da
restauração de ecossistemas, na Madeira a opção é a contrária,
ameaçando mesmo uma parte daquele que é um dos mais ricos ecossistemas
do mundo.
Mai 25, 2009 | publicado por Marisa Matias
Ontem fizemos um roteiro ambiental pela Madeira e o mínimo que se
pode dizer é que foi bastante elucidativo. Sabemos bem que os
principais problemas ambientais na região passam pela preservação do
património natural e pelo ordenamento do território. Não raras vezes,
estes cruzam-se. Dou-vos apenas dois exemplos do que por lá discutimos.
1. Quinta do Lorde (foto). A primeira coisa a dizer é que o nome foi
bem escolhido para o empreendimento, tem mais olhos do que barriga. Uma
zona que anteriormente era parte de um terreno privado de uma
congregação religiosa, inserida na Rede Natura 2000, teve privilégios
de um novo PDM para que aí se construísse a obra que agora está em
curso – empreendimento turístico com 700 camas. O mais extraordinário é
que conseguiram violar o próprio PDM criado para o efeito. O projecto
inicial previa a construção de uma aldeia típica madeirense. É só olhar
para a fotografia e ver a distância entre a intenção e a concretização.
Como parece que é hábito nestes casos, nada se sabe sobre o dono da
obra. Segredo dos deuses.
2. Construção de um teleférico no Rabaçal. O Governo Regional pretende
construir um teleférico numa zona que: é parte integrante da floresta
laurissilva (Património Natural Mundial da UNESCO), está integrada no
Parque Natural da Madeira, integra a Rede Natura 2000, e é classificada
no Plano de Ordenamento do Território da Região Autónoma da Madeira
como “reserva biogenética” do Conselho da Europa. O projecto de
construção teve parecer negativo da ex-presidente do Parque Natural da
Madeira, entretanto afastada do cargo, e o Estudo de impacto ambiental
identificou efeitos negativos “directos” e “irreversíveis”, como a
alteração de áreas com interesse ecológico (através da desmatação,
instalação de estaleiros para as obras, construção das estações do
teleférico), risco de mortalidade de aves por colisão com os cabos do
teleférico e degradação da qualidade da água e do ar. Os aspectos
positivos que fizeram avançar o processo concentram-se na “promoção do
património natural”. Clarinho como a água…
Numa altura em que se esgota o prazo (2010) definido pela União
Europeia para travar a perda de biodiversidade, nomeadamente através da
restauração de ecossistemas, na Madeira a opção é a contrária,
ameaçando mesmo uma parte daquele que é um dos mais ricos ecossistemas
do mundo.
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