A queda de um anjo
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A queda de um anjo
A queda de um anjo
António Costa - DE
Manuel Dias Loureiro passou a ter o estatuto de arguido no caso BPN, numa sequência de acontecimentos que, em poucos meses, o levou de uma visita despreocupada ao Parlamento...
Manuel Dias Loureiro passou a ter o estatuto de arguido no caso BPN, numa sequência de acontecimentos que, em poucos meses, o levou de uma visita despreocupada ao Parlamento para ser ouvido pelos deputados a uma visita preocupada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para ser ouvido pela procuradora Cândida Almeida.
Dias Loureiro não é culpado de nada e merece o mais importante estatuto de todos, o de inocente, mas a verdade é que este é o momento da queda de um anjo do regime.
Quando o BPN foi nacionalizado - por uma situação financeira crítica - cedo se percebeu que a supervisão bancária do Banco de Portugal tinha falhado, com uma factura elevada, a de um buraco de 1,6 mil milhões de euros. Mas também cedo se percebeu que o que estava em causa tinha outra dimensão, judicial. E daí à detenção de Oliveira Costa, o histórico presidente, foi um passo.
O primeiro erro de Dias Loureiro foi tratar o assunto, a sua passagem pelo grupo que detinha o BPN, com ligeireza e superficialidade. Foi assim que Loureiro foi ao Parlamento prestar as suas primeiras declarações no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao banco. Tardou, estranhamente, a perceber que estava numa situação sensível, tardou em sair do Conselho de Estado, e em todos estes momentos, as explicações foram, no mínimo, insuficientes. E este foi o segundo erro: não saiu imediatamente do Conselho de Estado, fragilizou um órgão consultivo do Presidente, em vez de explicar, imediatamente, tudo o que tinha a explicar, sobretudo as contradições do próprio Dias Loureiro.
As investigações judiciais e o trabalho político da comissão parlamentar de inquérito mostraram as contradições que Dias Loureiro, agora como arguido, vai ter de explicar. A sua ida ontem ao DCIAP mostrou um homem confiante na sua inocência - e a ausência de advogado ajudou - mas o caminho só agora começou. E a afirmação de Loureiro de que passou a conhecer [ontem] dados que não conhecia em operações nas quais esteve directamente envolvido são reveladores do que está para vir.
Dias Loureiro não é culpado, muito menos por causa das acusações de Oliveira Costa no Parlamento, desde logo porque não é aceitável que o maior responsável pela situação do BPN seja, ao mesmo tempo, o homem íntegro que serve para acusar tudo e todos. Também não é acusado, é ‘apenas' suspeito. No entanto, publicamente, Dias Loureiro já não consegue escapar à censura e mesmo à condenação social, parcialmente por responsabilidade própria na forma como foi conduzindo as suas intervenções públicas.
Face ao seu passado, político e empresarial, pela sua influência na sociedade, pelo seu estatuto e reconhecimento públicos, Loureiro é o primeiro interessado em explicar tudo o que sabe... e o que não sabe.
António Costa - DE
Manuel Dias Loureiro passou a ter o estatuto de arguido no caso BPN, numa sequência de acontecimentos que, em poucos meses, o levou de uma visita despreocupada ao Parlamento...
Manuel Dias Loureiro passou a ter o estatuto de arguido no caso BPN, numa sequência de acontecimentos que, em poucos meses, o levou de uma visita despreocupada ao Parlamento para ser ouvido pelos deputados a uma visita preocupada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) para ser ouvido pela procuradora Cândida Almeida.
Dias Loureiro não é culpado de nada e merece o mais importante estatuto de todos, o de inocente, mas a verdade é que este é o momento da queda de um anjo do regime.
Quando o BPN foi nacionalizado - por uma situação financeira crítica - cedo se percebeu que a supervisão bancária do Banco de Portugal tinha falhado, com uma factura elevada, a de um buraco de 1,6 mil milhões de euros. Mas também cedo se percebeu que o que estava em causa tinha outra dimensão, judicial. E daí à detenção de Oliveira Costa, o histórico presidente, foi um passo.
O primeiro erro de Dias Loureiro foi tratar o assunto, a sua passagem pelo grupo que detinha o BPN, com ligeireza e superficialidade. Foi assim que Loureiro foi ao Parlamento prestar as suas primeiras declarações no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao banco. Tardou, estranhamente, a perceber que estava numa situação sensível, tardou em sair do Conselho de Estado, e em todos estes momentos, as explicações foram, no mínimo, insuficientes. E este foi o segundo erro: não saiu imediatamente do Conselho de Estado, fragilizou um órgão consultivo do Presidente, em vez de explicar, imediatamente, tudo o que tinha a explicar, sobretudo as contradições do próprio Dias Loureiro.
As investigações judiciais e o trabalho político da comissão parlamentar de inquérito mostraram as contradições que Dias Loureiro, agora como arguido, vai ter de explicar. A sua ida ontem ao DCIAP mostrou um homem confiante na sua inocência - e a ausência de advogado ajudou - mas o caminho só agora começou. E a afirmação de Loureiro de que passou a conhecer [ontem] dados que não conhecia em operações nas quais esteve directamente envolvido são reveladores do que está para vir.
Dias Loureiro não é culpado, muito menos por causa das acusações de Oliveira Costa no Parlamento, desde logo porque não é aceitável que o maior responsável pela situação do BPN seja, ao mesmo tempo, o homem íntegro que serve para acusar tudo e todos. Também não é acusado, é ‘apenas' suspeito. No entanto, publicamente, Dias Loureiro já não consegue escapar à censura e mesmo à condenação social, parcialmente por responsabilidade própria na forma como foi conduzindo as suas intervenções públicas.
Face ao seu passado, político e empresarial, pela sua influência na sociedade, pelo seu estatuto e reconhecimento públicos, Loureiro é o primeiro interessado em explicar tudo o que sabe... e o que não sabe.
Viriato- Pontos : 16657
Re: A queda de um anjo
E SE CONSTANCIO fosse DEMITIDO e posto na CADEIA?
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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