Jardim acredita que 'escutas' são possíveis

Jardim acredita que 'escutas' são possíveis

por LÍLIA BERNARDES





O
líder do Governo Regional da Madeira acredita que altas figuras do
Estado possam ser vigiadas por métodos sofisticados e nunca por
personagens como Rui Figueiredo, o adjunto de Sócrates, envolvido na
polémicaAlberto João Jardim garantiu que, há uns anos, o Governo
Regional pediu ao Sistema de Comunicações Militares para "passar a
pente fino" a Quinta Vigia, Presidência do Governo Regional da Madeira.
Resultado: "Não havia escutas... mas hoje há meios muito mais
sofisticados para o fazer", lembra o líder regional. No fundo,
o líder madeirense "acredita" que altas figuras do Estado possam ser
vigiadas, mas o que "me dá vontade de rir é que hajam para aí Sherlock
Holmes a dizer que é preciso pôr uma ficha..."Quanto à presença
de Rui Paulo Figueiredo, adjunto do primeiro-ministro, ter criado
problemas de protocolo aquando da visita do Presidente da República à
Madeira em 2008, Jardim começou por dizer "eu não sei" . Para logo
dizer que, "realmente", integrado na comitiva esteve "o ministro da
Presidência, Silva Pereira, e "achávamos estranho" a presença de "um
adjunto do eng.º José Sócrates, cujo nome foi publicado naquelas listas
da maçonaria... esse indivíduo também vinha lá na comitiva do dr. Silva
Pereira". Por vezes, afirmou Jardim, "estávamos a conversar em
grupo, ele chegava-se mas também ninguém estava a dizer nada que não se
pudesse ouvir. O homem (Rui Figueiredo) estava ali... deixá-lo. Quando
havia um almoço ou jantar, o homem também se sentava... mas lugares
marcados era só a mesa principal. Se o senhor tinha fome as
bem-aventuranças na Lei de Deus temos de dar comer a quem tem fome...
de maneira que ele comia e bebia", disse Jardim.Depois,
sublinhou, "estranhámos que quando o ministro da Presidência, a meio da
visita, teve de ir a Lisboa e só regressou no último dia para o jantar
oferecido ao Presidente da República" e "apesar dele (Rui Figueiredo)
integrar a comitiva do ministro da Presidência, ficou por aí... foi
indo a tudo, e isso é verdade. Agora não me passa pela cabeça, embora
tenha prática das sociedades ditas secretas, que o senhor andasse a
espiar o que eu dizia porque o que eu digo é para todos ouvirem",
reiterou Jardim. Jardim aproveita a ocasião para questionar "o
senhor primeiro-ministro, que é um arrogante", e que enquadrou esta
matéria nos "disparates de Verão", no sentido de responder "numa festa
que há para aí amanhã na Fonte do Bispo (ver pág. 11), sobre "os
disparates que ele fez a este país e que a gente atura há quatro anos e
meio quer seja Verão, Inverno, Outono ou Primavera", referiu.