O show de horrores de Bogie
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O show de horrores de Bogie
O show de horrores de Bogie
"Os judeus têm
o direito de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel". Se
isso perturba os americanos, Ya’alon (ministro israelita) responde:
"Não tenho medo dos americanos!"
Uri Avnery |
Para Kaos en la Red |
29-9-2009 a las 21:31 | 73 lecturas
O meu primeiro pensamento foi: Meu Deus, esse homem foi responsável pela vida dos nossos soldados!O
segundo pensamento foi: Qual é a grande surpresa? Sempre soubeste o
tipo de pessoa que ele era! Afinal de contas, durante os seus anos como
chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, apoiou discretamente a
criação de postos avançados “ilegais" de colonatos por toda a
Cisjordânia!O terceiro pensamento: E essa pessoa é agora
vice-primeiro-ministro e membro do “Sexteto” – os seis ministros que
constituem o verdadeiro governo de Israel. A ocasião para estes
pensamentos assustadores foi a participação de «Os judeus têm o direito
de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel». E se isso
perturba os americanos, Ya’alon tem uma resposta pronta: «Não tenho
medo dos americanos!»numa reunião da Facção Liderança Judaica. «A “Paz
Agora” é um vírus», afirmou ele ali. E não só eles. «Todos os meios de
comunicação social» são também um vírus. Eles influenciam o discurso
público «de uma forma distorcida, de uma forma enganadora». O vírus
também inclui «a elite» em geral. Além disso, os «políticos»
são culpados. «De cada vez que os políticos trazem a pomba da paz, nós,
o exército, temos que limpar depois». O seu resumo: «Os judeus
têm o direito de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel». E
se isso perturba os americanos, Ya’alon tem uma resposta pronta: «Não
tenho medo dos americanos!» Tudo isto foi dito alguns dias
depois de Ya’alon ter feito uma visita bem publicitada aos territórios
ocupados, acompanhado pelo líder do Shas, Eli Yishai, e vários outros
ministros da extrema-direita. Este grupo visitou os postos avançados
dos colonatos, que há muito o governo israelita prometeu aos
norte-americanos desmantelar, e manifestou total oposição à sua
evacuação. Concluíram a sua visita em Homesh, o colonato da Cisjordânia
evacuado por Ariel Sharon no decurso da “desocupação”. Ya’alon exigiu a
recolonização do lugar. Estes tons compõem uma melodia assustadora, uma melodia que todos conhecemos demasiado bem. É o hino do fascismo. Primeiro:
o termo “elite”. No jargão da extrema-direita israelita, isso inclui
todos aqueles que odeiam: os intelectuais, as universidades, os
políticos liberais, o Supremo Tribunal, os meios de comunicação. O
termo tem suas raízes no verbo latino “eligere”, escolher, o que
significa o melhor, o selecto. Como este é um corpo indefinido, o termo
pode ser aplicado a diferentes alvos. Quando os demagogos se dirigem às
massas judaicas orientais, «a elite» claramente consiste nos asquenazes
que governam o país. Quando se dirigirem à comunidade religiosa, «a
elite» consiste no secular, no ateu, que são estranhos à Tradição
Judaica. Quando se dirigirem aos imigrantes russos, «a elite» consiste
nos velhos israelitas já estabelecidos, os nativos, que obstruem o
caminho dos novos imigrantes. Quando alguém junta tudo isto,
surge uma imagem de “eles” e “nós”. “Eles” – o punhado de arrogantes
veteranos, que ocupam todas as posições-chave no estado, e “nós” – as
pessoas simples, honestas, os patriotas, os guardiões da tradição, os
discriminados, os oprimidos. Cada grupo fascista no mundo cultiva tal
visão da «elite». (Não importa que Ya’alon, como a maioria dos
outros demagogos, pertença ele próprio à elite. Ele nasceu no país, um
asquenaze de ascendência ucraniana. O seu nome original era Smilansky.
Ainda é oficialmente membro de um kibutz “elitista” e pertence ao
super-privilegiado corpo dos oficiais superiores.) Segundo: Os
traidores. Existe um inimigo interno. Este não é menos perigoso do que
o inimigo estrangeiro, na verdade, muito mais perigoso. Quando Ya’alon
fala sobre a “Paz Agora”, ele abrange todo o campo da paz, a parte
liberal e secular da sociedade. Essa é a Quinta Coluna, o cavalo de
Tróia dentro dos muros. Eles têm de ser eliminados, antes que se possa
lutar contra o inimigo estrangeiro. Terceiro: Os “políticos”.
Os demagogos são, evidentemente, eles próprios políticos, mas aqui
excluem-se a si mesmos. Ya’alon pinta um retrato dos «políticos» que
trazem uma nojenta pomba da paz, cujos excrementos o exército tem que
limpar. Os políticos velhacos, urdidores, covardes de um lado,
o exército límpido, heróico, leal do outro – essa é uma imagem muito
familiar. O exemplo mais conhecido era Alemanha corrente após a
Primeira Guerra Mundial. A lenda da “facada nas costas” foi um
trampolim para o poder para Adolf Hitler: o exército alemão enfrentava
o inimigo e tinha a vitória à vista, quando «os políticos», os judeus,
os socialistas e os outros «criminosos de Novembro» enterraram uma faca
nas costas dos heróicos combatentes. A pomba da paz deixa suas fezes e os soldados são obrigados a limpar a sujeira da paz. E
também: «Todos os meios de comunicação». Essa é uma das marcas do
fascismo em Israel e por todo o mundo. Os meios de comunicação são
sempre “de esquerda”, “anti-nacionalistas”, são os “meios de
comunicação hostis”. Os jornalistas e emissores são uma liga secreta de
detractores de Israel, que espalham mentiras e distorcem a realidade a
fim de minar o moral nacional, difamar o exército, denegrir os nossos
valores nacionais e dar conforto ao inimigo. A realidade é,
evidentemente, muito, muito diferente. Os meios de comunicação
israelitas repetem servilmente a propaganda oficial em todas as
questões nacionais e de segurança. São conformistas ao mais elevado
grau e mobilizados de uma à outra ponta. Não há um único jornal de
esquerda no país. A maioria dos correspondentes políticos repetem como
papagaios as declarações de “fontes oficiais”; quase todos os
correspondentes de assuntos árabes são ex-agentes dos serviços de
informação do exército; e quase todos os correspondentes militares
servem como porta-vozes não-oficiais do exército. Nas páginas de
notícias e nos programas de notícias, a terminologia de direita reina
suprema. Mas porque em questões menos importantes os meios de
comunicação criticam o governo, como têm o dever de fazer numa
sociedade democrática, é fácil retratá-los como “de esquerda” e
subversivos. O mesmo é verdade para a universidade. E
finalmente: O “vírus”. A descrição dos adversários políticos como
agentes infecciosos ou parasitas nojentos é uma das características
mais distintivas da extrema-direita. É suficiente lembrar o filme do
Dr. Joseph Goebbels, O judeu eterno, no qual os judeus eram mostrados
como ratos propagando doença. Se juntarmos todas estas
características – o ódio à «elite», a glorificação do exército, o
desprezo para com «os políticos», a demonização do campo da paz, o
incitamento contra os meios de comunicação – é a feia cara do fascismo
que emerge. Aqui em Israel e por todo o mundo. Não menos importantes são o contexto e a audiência. Ya’alon
falou numa reunião da “Facção Liderança Judaica”. Este é um grupo de
ultra-ultra-direitistas, que entraram no Likud com o objectivo
declarado de o conquistar a partir de dentro. É dirigido por Moshe
Feiglin, por isso os seus seguidores são geralmente chamados “os
Feiglins”. Na véspera das últimas eleições, Binyamin Netanyahu
fez um esforço final, utilizando meios legítimos e não tão legítimos,
para remover Feiglin da lista de candidatos do Likud. Ele estava
determinado em evitar que o Likud fosse apresentado como um partido de
extrema-direita. O principal concorrente do Likud, o Kadima, definiu-se
como um partido do centro ou da direita moderada e tentou a todo o
custo empurrar Netanyahu para a direita. Netanyahu pensou que
expulsando os Feiglins poderia neutralizar este ataque. A
questão é se este era o seu único objectivo. Se assim for, por que
elevou ele Benny Begin, uma pessoa que personifica a extrema-direita, a
um lugar de destaque na lista? E por que inscreveu e abraçou Moshe
Ya’alon, que já era conhecido como uma pessoa com uma visão de
extrema-direita? Esse abraço custou muito caro, uma vez que no final o
Kadima, contra todas as expectativas, ganhou mais um lugar do que o
Likud. Mas Netanyahu, um político nato, tinha mais do que um
objectivo em mente. Ele tinha medo que Feiglin pudesse, um dia, ameaçar
a manutenção da sua liderança do Likud. Para evitar esta possibilidade,
ele negou a Feiglin um assento no Knesset. E eis que chega
Ya’alon, o protegido mimado de Netanyahu, e junta-se precisamente a
Feiglin. Como diz o ditado hebraico, a andorinha foi visitar o corvo.
Mas não está bem claro quem é a andorinha e quem é o corvo. Está
Feiglin a usar Ya’alon - ou é Ya’alon que pretende usar Feiglin, a fim
de se posicionar como o líder de um grande campo da extrema-direita? É
preciso também prestar atenção à declaração de Ya’alon de que «eu não
tenho medo dos americanos». Os americanos exigem o congelamento dos
colonatos? Para o inferno com eles! Quem eles pensam que são? Como,
esses goyim estão a dar-nos ordens? Barack Obama quer dizer-nos onde
podemos estabelecer-nos e onde não podemos? Essa é outra
característica do fascismo israelita emergente: a disponibilidade para
encetar um confronto aberto com os Estados Unidos e, especialmente, com
o presidente Obama. Já está em pleno andamento uma campanha
israelita contra “Barack Saddam Hussein”, o Novo Hitler. A direita
americana e a direita israelita facilmente encontram uma linguagem
comum. Uma mulher israelita nos EUA está a dirigir o bem publicitado
esforço para provar que Obama não nasceu nos EUA, que o seu pai nunca
foi um cidadão dos EUA, e que deve portanto ser expulso da Casa Branca. Tudo
isto roça a loucura. Israel está dependente dos EUA para praticamente
tudo: assistência económica, armamento, cooperação nos serviços de
informação, apoio diplomático, como o de veto no Conselho de Segurança.
Netanyahu está a tentar evitar um confronto, usando todos os truques
para enganar e desviar as atenções. E eis que chega Ya’alon & Co. e
apelam a uma revolta aberta contra os EUA! Há método nesta
loucura. O sistema educacional israelita glorifica os zelotas, que há
cerca de 1940 anos atrás declararam guerra ao Império Romano. Os
zelotas tornaram-se os líderes da comunidade judaica na Palestina e
iniciaram uma revolta que não tinha nenhuma chance de sucesso. Os
rebeldes foram derrotados, Jerusalém foi destruída, o Templo foi
queimado até às fundações. O show de horrores de Bogie tem ramificações mais amplas. Apresenta
uma imagem de um grupo de extremistas loucos desafiando o moderado e
responsável Netanyahu. Netanyahu acena a Obama e ao seu povo: Socorro!
Se me pressionarem sobre o congelamento dos colonatos e o
desmantelamento dos postos avançados, será o meu fim! O meu governo
cairá, e terão de lidar com os malucos! Isto seria mais
convincente, se Netanyahu tivesse usado a sua prerrogativa legal e
demitido Ya’alon do governo, ainda que isso represente um risco
político. Em vez disso, “Bibi” convocou “Bogie”, como um director que
chama um menino e lhe ordena que escreva uma centena de vezes “Eu vou
ser um bom menino”. Assim, Ya’alon permanece vice-primeiro-ministro,
Ministro Encarregado dos Assuntos Estratégicos e membro do sexteto de
ministros governantes (os outros são Avigdor Lieberman, Benny Begin,
Eli Yishai, Dan Meridor e o próprio Binyamin Netanyahu). Sendo assim, Netanyahu não pode fugir à responsabilidade por tudo o que Ya’alon faça e diga.
"Os judeus têm
o direito de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel". Se
isso perturba os americanos, Ya’alon (ministro israelita) responde:
"Não tenho medo dos americanos!"
Uri Avnery |
Para Kaos en la Red |
29-9-2009 a las 21:31 | 73 lecturas
O meu primeiro pensamento foi: Meu Deus, esse homem foi responsável pela vida dos nossos soldados!O
segundo pensamento foi: Qual é a grande surpresa? Sempre soubeste o
tipo de pessoa que ele era! Afinal de contas, durante os seus anos como
chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, apoiou discretamente a
criação de postos avançados “ilegais" de colonatos por toda a
Cisjordânia!O terceiro pensamento: E essa pessoa é agora
vice-primeiro-ministro e membro do “Sexteto” – os seis ministros que
constituem o verdadeiro governo de Israel. A ocasião para estes
pensamentos assustadores foi a participação de «Os judeus têm o direito
de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel». E se isso
perturba os americanos, Ya’alon tem uma resposta pronta: «Não tenho
medo dos americanos!»numa reunião da Facção Liderança Judaica. «A “Paz
Agora” é um vírus», afirmou ele ali. E não só eles. «Todos os meios de
comunicação social» são também um vírus. Eles influenciam o discurso
público «de uma forma distorcida, de uma forma enganadora». O vírus
também inclui «a elite» em geral. Além disso, os «políticos»
são culpados. «De cada vez que os políticos trazem a pomba da paz, nós,
o exército, temos que limpar depois». O seu resumo: «Os judeus
têm o direito de residir em qualquer lugar por todo o Eretz Israel». E
se isso perturba os americanos, Ya’alon tem uma resposta pronta: «Não
tenho medo dos americanos!» Tudo isto foi dito alguns dias
depois de Ya’alon ter feito uma visita bem publicitada aos territórios
ocupados, acompanhado pelo líder do Shas, Eli Yishai, e vários outros
ministros da extrema-direita. Este grupo visitou os postos avançados
dos colonatos, que há muito o governo israelita prometeu aos
norte-americanos desmantelar, e manifestou total oposição à sua
evacuação. Concluíram a sua visita em Homesh, o colonato da Cisjordânia
evacuado por Ariel Sharon no decurso da “desocupação”. Ya’alon exigiu a
recolonização do lugar. Estes tons compõem uma melodia assustadora, uma melodia que todos conhecemos demasiado bem. É o hino do fascismo. Primeiro:
o termo “elite”. No jargão da extrema-direita israelita, isso inclui
todos aqueles que odeiam: os intelectuais, as universidades, os
políticos liberais, o Supremo Tribunal, os meios de comunicação. O
termo tem suas raízes no verbo latino “eligere”, escolher, o que
significa o melhor, o selecto. Como este é um corpo indefinido, o termo
pode ser aplicado a diferentes alvos. Quando os demagogos se dirigem às
massas judaicas orientais, «a elite» claramente consiste nos asquenazes
que governam o país. Quando se dirigirem à comunidade religiosa, «a
elite» consiste no secular, no ateu, que são estranhos à Tradição
Judaica. Quando se dirigirem aos imigrantes russos, «a elite» consiste
nos velhos israelitas já estabelecidos, os nativos, que obstruem o
caminho dos novos imigrantes. Quando alguém junta tudo isto,
surge uma imagem de “eles” e “nós”. “Eles” – o punhado de arrogantes
veteranos, que ocupam todas as posições-chave no estado, e “nós” – as
pessoas simples, honestas, os patriotas, os guardiões da tradição, os
discriminados, os oprimidos. Cada grupo fascista no mundo cultiva tal
visão da «elite». (Não importa que Ya’alon, como a maioria dos
outros demagogos, pertença ele próprio à elite. Ele nasceu no país, um
asquenaze de ascendência ucraniana. O seu nome original era Smilansky.
Ainda é oficialmente membro de um kibutz “elitista” e pertence ao
super-privilegiado corpo dos oficiais superiores.) Segundo: Os
traidores. Existe um inimigo interno. Este não é menos perigoso do que
o inimigo estrangeiro, na verdade, muito mais perigoso. Quando Ya’alon
fala sobre a “Paz Agora”, ele abrange todo o campo da paz, a parte
liberal e secular da sociedade. Essa é a Quinta Coluna, o cavalo de
Tróia dentro dos muros. Eles têm de ser eliminados, antes que se possa
lutar contra o inimigo estrangeiro. Terceiro: Os “políticos”.
Os demagogos são, evidentemente, eles próprios políticos, mas aqui
excluem-se a si mesmos. Ya’alon pinta um retrato dos «políticos» que
trazem uma nojenta pomba da paz, cujos excrementos o exército tem que
limpar. Os políticos velhacos, urdidores, covardes de um lado,
o exército límpido, heróico, leal do outro – essa é uma imagem muito
familiar. O exemplo mais conhecido era Alemanha corrente após a
Primeira Guerra Mundial. A lenda da “facada nas costas” foi um
trampolim para o poder para Adolf Hitler: o exército alemão enfrentava
o inimigo e tinha a vitória à vista, quando «os políticos», os judeus,
os socialistas e os outros «criminosos de Novembro» enterraram uma faca
nas costas dos heróicos combatentes. A pomba da paz deixa suas fezes e os soldados são obrigados a limpar a sujeira da paz. E
também: «Todos os meios de comunicação». Essa é uma das marcas do
fascismo em Israel e por todo o mundo. Os meios de comunicação são
sempre “de esquerda”, “anti-nacionalistas”, são os “meios de
comunicação hostis”. Os jornalistas e emissores são uma liga secreta de
detractores de Israel, que espalham mentiras e distorcem a realidade a
fim de minar o moral nacional, difamar o exército, denegrir os nossos
valores nacionais e dar conforto ao inimigo. A realidade é,
evidentemente, muito, muito diferente. Os meios de comunicação
israelitas repetem servilmente a propaganda oficial em todas as
questões nacionais e de segurança. São conformistas ao mais elevado
grau e mobilizados de uma à outra ponta. Não há um único jornal de
esquerda no país. A maioria dos correspondentes políticos repetem como
papagaios as declarações de “fontes oficiais”; quase todos os
correspondentes de assuntos árabes são ex-agentes dos serviços de
informação do exército; e quase todos os correspondentes militares
servem como porta-vozes não-oficiais do exército. Nas páginas de
notícias e nos programas de notícias, a terminologia de direita reina
suprema. Mas porque em questões menos importantes os meios de
comunicação criticam o governo, como têm o dever de fazer numa
sociedade democrática, é fácil retratá-los como “de esquerda” e
subversivos. O mesmo é verdade para a universidade. E
finalmente: O “vírus”. A descrição dos adversários políticos como
agentes infecciosos ou parasitas nojentos é uma das características
mais distintivas da extrema-direita. É suficiente lembrar o filme do
Dr. Joseph Goebbels, O judeu eterno, no qual os judeus eram mostrados
como ratos propagando doença. Se juntarmos todas estas
características – o ódio à «elite», a glorificação do exército, o
desprezo para com «os políticos», a demonização do campo da paz, o
incitamento contra os meios de comunicação – é a feia cara do fascismo
que emerge. Aqui em Israel e por todo o mundo. Não menos importantes são o contexto e a audiência. Ya’alon
falou numa reunião da “Facção Liderança Judaica”. Este é um grupo de
ultra-ultra-direitistas, que entraram no Likud com o objectivo
declarado de o conquistar a partir de dentro. É dirigido por Moshe
Feiglin, por isso os seus seguidores são geralmente chamados “os
Feiglins”. Na véspera das últimas eleições, Binyamin Netanyahu
fez um esforço final, utilizando meios legítimos e não tão legítimos,
para remover Feiglin da lista de candidatos do Likud. Ele estava
determinado em evitar que o Likud fosse apresentado como um partido de
extrema-direita. O principal concorrente do Likud, o Kadima, definiu-se
como um partido do centro ou da direita moderada e tentou a todo o
custo empurrar Netanyahu para a direita. Netanyahu pensou que
expulsando os Feiglins poderia neutralizar este ataque. A
questão é se este era o seu único objectivo. Se assim for, por que
elevou ele Benny Begin, uma pessoa que personifica a extrema-direita, a
um lugar de destaque na lista? E por que inscreveu e abraçou Moshe
Ya’alon, que já era conhecido como uma pessoa com uma visão de
extrema-direita? Esse abraço custou muito caro, uma vez que no final o
Kadima, contra todas as expectativas, ganhou mais um lugar do que o
Likud. Mas Netanyahu, um político nato, tinha mais do que um
objectivo em mente. Ele tinha medo que Feiglin pudesse, um dia, ameaçar
a manutenção da sua liderança do Likud. Para evitar esta possibilidade,
ele negou a Feiglin um assento no Knesset. E eis que chega
Ya’alon, o protegido mimado de Netanyahu, e junta-se precisamente a
Feiglin. Como diz o ditado hebraico, a andorinha foi visitar o corvo.
Mas não está bem claro quem é a andorinha e quem é o corvo. Está
Feiglin a usar Ya’alon - ou é Ya’alon que pretende usar Feiglin, a fim
de se posicionar como o líder de um grande campo da extrema-direita? É
preciso também prestar atenção à declaração de Ya’alon de que «eu não
tenho medo dos americanos». Os americanos exigem o congelamento dos
colonatos? Para o inferno com eles! Quem eles pensam que são? Como,
esses goyim estão a dar-nos ordens? Barack Obama quer dizer-nos onde
podemos estabelecer-nos e onde não podemos? Essa é outra
característica do fascismo israelita emergente: a disponibilidade para
encetar um confronto aberto com os Estados Unidos e, especialmente, com
o presidente Obama. Já está em pleno andamento uma campanha
israelita contra “Barack Saddam Hussein”, o Novo Hitler. A direita
americana e a direita israelita facilmente encontram uma linguagem
comum. Uma mulher israelita nos EUA está a dirigir o bem publicitado
esforço para provar que Obama não nasceu nos EUA, que o seu pai nunca
foi um cidadão dos EUA, e que deve portanto ser expulso da Casa Branca. Tudo
isto roça a loucura. Israel está dependente dos EUA para praticamente
tudo: assistência económica, armamento, cooperação nos serviços de
informação, apoio diplomático, como o de veto no Conselho de Segurança.
Netanyahu está a tentar evitar um confronto, usando todos os truques
para enganar e desviar as atenções. E eis que chega Ya’alon & Co. e
apelam a uma revolta aberta contra os EUA! Há método nesta
loucura. O sistema educacional israelita glorifica os zelotas, que há
cerca de 1940 anos atrás declararam guerra ao Império Romano. Os
zelotas tornaram-se os líderes da comunidade judaica na Palestina e
iniciaram uma revolta que não tinha nenhuma chance de sucesso. Os
rebeldes foram derrotados, Jerusalém foi destruída, o Templo foi
queimado até às fundações. O show de horrores de Bogie tem ramificações mais amplas. Apresenta
uma imagem de um grupo de extremistas loucos desafiando o moderado e
responsável Netanyahu. Netanyahu acena a Obama e ao seu povo: Socorro!
Se me pressionarem sobre o congelamento dos colonatos e o
desmantelamento dos postos avançados, será o meu fim! O meu governo
cairá, e terão de lidar com os malucos! Isto seria mais
convincente, se Netanyahu tivesse usado a sua prerrogativa legal e
demitido Ya’alon do governo, ainda que isso represente um risco
político. Em vez disso, “Bibi” convocou “Bogie”, como um director que
chama um menino e lhe ordena que escreva uma centena de vezes “Eu vou
ser um bom menino”. Assim, Ya’alon permanece vice-primeiro-ministro,
Ministro Encarregado dos Assuntos Estratégicos e membro do sexteto de
ministros governantes (os outros são Avigdor Lieberman, Benny Begin,
Eli Yishai, Dan Meridor e o próprio Binyamin Netanyahu). Sendo assim, Netanyahu não pode fugir à responsabilidade por tudo o que Ya’alon faça e diga.
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: O show de horrores de Bogie
Os americanos exigem o congelamento dos
colonatos? Para o inferno com eles! Quem eles pensam que são? Como,
esses goyim estão a dar-nos ordens? Barack Obama quer dizer-nos onde
podemos estabelecer-nos e onde não podemos? Essa é outra
característica do fascismo israelita emergente: a disponibilidade para
encetar um confronto aberto com os Estados Unidos e, especialmente, com
o presidente Obama. Já está em pleno andamento uma campanha
israelita contra “Barack Saddam Hussein”, o Novo Hitler. A direita
americana e a direita israelita facilmente encontram uma linguagem
comum. Uma mulher israelita nos EUA está a dirigir o bem publicitado
esforço para provar que Obama não nasceu nos EUA, que o seu pai nunca
foi um cidadão dos EUA, e que deve portanto ser expulso da Casa Branca. Tudo
isto roça a loucura. Israel está dependente dos EUA para praticamente
tudo: assistência económica, armamento, cooperação nos serviços de
informação, apoio diplomático, como o de veto no Conselho de Segurança.
Netanyahu está a tentar evitar um confronto, usando todos os truques
para enganar e desviar as atenções. E eis que chega Ya’alon & Co. e
apelam a uma revolta aberta contra os EUA! Há método nesta
loucura. O sistema educacional israelita glorifica os zelotas, que há
cerca de 1940 anos atrás declararam guerra ao Império Romano. Os
zelotas tornaram-se os líderes da comunidade judaica na Palestina e
iniciaram uma revolta que não tinha nenhuma chance de sucesso. Os
rebeldes foram derrotados, Jerusalém foi destruída, o Templo foi
queimado até às fundações.
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: O show de horrores de Bogie
Porra ja vi tantas vezes este filme que ja o sei de cor com termina
Vitor mango- Pontos : 118271
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