Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
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Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
... mais uma visão da koisa .....
Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
Pouco a pouco a ressaca eleitoral vai acalmando. E o "extrordinário resultado do PS," nas palavras do primeiro- -ministro, vai dando lugar à dura realidade do meio milhão de votos perdidos e da maioria absoluta desaparecida. Como já foi dito e redito por muitos articulistas, a matemática parlamentar é letal para o primeiro-ministro. Maioria só com o PSD ou com o CDS.
Tem menos deputados que o PSD e o CDS somados (96 contra 99 segundo o escrutínio nacional, provavelmente 99 contra 100 depois de apurados os quatro deputados da emigração) o que significa que a mera abstenção da esquerda parlamentar não chega.
Não tenho dúvidas que o PS tem a legitimidade democrática para governar com este primeiro-ministro e com o programa eleitoral que apresentou aos portugueses. Mas vivemos num regime de cariz parlamentar, e não num presidencialismo do primeiro-ministro (como parecem pensar muitos comentadores). Não vejo como será possível este primeiro-ministro conseguir que este programa de governo, criticado e recusado pelos outros partidos durante a campanha eleitoral, seja aprovado no Parlamento. Bastará que um dos outros quatro partidos apresente uma moção de rejeição e todos votem em coerência com aquilo que disseram nas últimas semanas.
Pode ser que o actual primeiro-ministro possa governar em solitário, mas certamente não com o programa eleitoral apresentado pelo PS.
Evidentemente que pode acontecer que nenhum partido apresente uma moção de rejeição do programa de governo, mas isso seria contrário à estratégia do BE ou da CDU, ou mesmo do CDS, que passa por forçar uma clarificação da posição do PS quanto antes. A grande questão é pois quem se abstém para viabilizar o segundo governo do actual primeiro-ministro em nome do interesse nacional? O BE e a CDU juntos não chegam, o CDS só não chega. Resta pois o PSD. Portanto, um governo minoritário do PS só é possível com o beneplácito tácito do PSD.
Temos pois um cenário de Bloco Central por muito que seja negado repetidamente.
Num curto espaço de tempo o PSD vai ter de superar a sua pesada derrota eleitoral, reflectir sobre as causas estruturais que o deixaram com o mesmo resultado de 2005, e decidir se vai viabilizar ou não um governo minoritário do PS. Os interesses instalados do Bloco Central, muitos já anunciados publicamente, vão pressionar o PSD para isso. O próprio Presidente da República, desde a posição de fraqueza em que se encontra, certamente ajudará à festa. Resta ver até que ponto o PSD estará disposto a ser coerente com o que disse na campanha eleitoral (este primeiro-ministro jamais) ou aceitará um compromisso tácito com o PS.
Os gurus do PS não se cansam de comparar a situação actual ao governo minoritário do PSD em 1985, vislumbrando já um qualquer golpe suicidário dos outros partidos em 2011, abrindo portas a uma nova maioria absoluta. Mas o erro colossal do PRD em 1987 não se repete tão facilmente. A situação económica não é a mesma. A estagnação está para durar, não há fundos comunitários para desbaratar. As reformas estão por fazer. Não haverá frutos de reformas que não existem. E o PS não acaba de ganhar o poder ao PSD com um novo líder (como o PSD ganhou ao PS em 1985 com Cavaco Silva), mas de perder uma maioria absoluta com um primeiro-ministro desgastado.
Que o PSD tem de mudar de líder parece-me evidente. O PSD vai ter que aceitar que só pode crescer quando fizer o mais completo e radical corte com o passado cavaquista e com essas desgraças que foram os governos PSD-CDS de 2002--2005. Paulo Rangel deu corpo a esse novo PSD e ganhou em Junho. Manuela Ferreira Leite, independente dos seus méritos pessoais, representa o passado e perdeu como tinha que perder. Mas, para dizer a verdade, não ficaria muito surpreendido que o PS também mude de líder em breve. Se José Sócrates não conseguir formar um governo minoritário, pode ser que o PS venha a necessitar outro líder.
Jornal de Negócios
Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
Nuno Garoupa - Professor de Direito da University of Illinois
Pouco a pouco a ressaca eleitoral vai acalmando. E o "extrordinário resultado do PS," nas palavras do primeiro- -ministro, vai dando lugar à dura realidade do meio milhão de votos perdidos e da maioria absoluta desaparecida. Como já foi dito e redito por muitos articulistas, a matemática parlamentar é letal para o primeiro-ministro. Maioria só com o PSD ou com o CDS.
Tem menos deputados que o PSD e o CDS somados (96 contra 99 segundo o escrutínio nacional, provavelmente 99 contra 100 depois de apurados os quatro deputados da emigração) o que significa que a mera abstenção da esquerda parlamentar não chega.
Não tenho dúvidas que o PS tem a legitimidade democrática para governar com este primeiro-ministro e com o programa eleitoral que apresentou aos portugueses. Mas vivemos num regime de cariz parlamentar, e não num presidencialismo do primeiro-ministro (como parecem pensar muitos comentadores). Não vejo como será possível este primeiro-ministro conseguir que este programa de governo, criticado e recusado pelos outros partidos durante a campanha eleitoral, seja aprovado no Parlamento. Bastará que um dos outros quatro partidos apresente uma moção de rejeição e todos votem em coerência com aquilo que disseram nas últimas semanas.
Pode ser que o actual primeiro-ministro possa governar em solitário, mas certamente não com o programa eleitoral apresentado pelo PS.
Evidentemente que pode acontecer que nenhum partido apresente uma moção de rejeição do programa de governo, mas isso seria contrário à estratégia do BE ou da CDU, ou mesmo do CDS, que passa por forçar uma clarificação da posição do PS quanto antes. A grande questão é pois quem se abstém para viabilizar o segundo governo do actual primeiro-ministro em nome do interesse nacional? O BE e a CDU juntos não chegam, o CDS só não chega. Resta pois o PSD. Portanto, um governo minoritário do PS só é possível com o beneplácito tácito do PSD.
Temos pois um cenário de Bloco Central por muito que seja negado repetidamente.
Num curto espaço de tempo o PSD vai ter de superar a sua pesada derrota eleitoral, reflectir sobre as causas estruturais que o deixaram com o mesmo resultado de 2005, e decidir se vai viabilizar ou não um governo minoritário do PS. Os interesses instalados do Bloco Central, muitos já anunciados publicamente, vão pressionar o PSD para isso. O próprio Presidente da República, desde a posição de fraqueza em que se encontra, certamente ajudará à festa. Resta ver até que ponto o PSD estará disposto a ser coerente com o que disse na campanha eleitoral (este primeiro-ministro jamais) ou aceitará um compromisso tácito com o PS.
Os gurus do PS não se cansam de comparar a situação actual ao governo minoritário do PSD em 1985, vislumbrando já um qualquer golpe suicidário dos outros partidos em 2011, abrindo portas a uma nova maioria absoluta. Mas o erro colossal do PRD em 1987 não se repete tão facilmente. A situação económica não é a mesma. A estagnação está para durar, não há fundos comunitários para desbaratar. As reformas estão por fazer. Não haverá frutos de reformas que não existem. E o PS não acaba de ganhar o poder ao PSD com um novo líder (como o PSD ganhou ao PS em 1985 com Cavaco Silva), mas de perder uma maioria absoluta com um primeiro-ministro desgastado.
Que o PSD tem de mudar de líder parece-me evidente. O PSD vai ter que aceitar que só pode crescer quando fizer o mais completo e radical corte com o passado cavaquista e com essas desgraças que foram os governos PSD-CDS de 2002--2005. Paulo Rangel deu corpo a esse novo PSD e ganhou em Junho. Manuela Ferreira Leite, independente dos seus méritos pessoais, representa o passado e perdeu como tinha que perder. Mas, para dizer a verdade, não ficaria muito surpreendido que o PS também mude de líder em breve. Se José Sócrates não conseguir formar um governo minoritário, pode ser que o PS venha a necessitar outro líder.
Jornal de Negócios
BUFFA General Aladeen- Pontos : 4887
Re: Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
BUFFA escreveu:
[justify]
Pouco a pouco a ressaca eleitoral vai acalmando. E o "extrordinário resultado do PS," nas palavras do primeiro- -ministro, vai dando lugar à dura realidade do meio milhão de votos perdidos e da maioria absoluta desaparecida. Como já foi dito e redito por muitos articulistas, a matemática parlamentar é letal para o primeiro-ministro. Maioria só com o PSD ou com o CDS.
pouco me importa com kem eh k ps vai ter de governar, o k era bom eh k comecem TODOS sem excepçao a pensar em governar kker coisa, k o pais está a ficar ah deriva... com tantos casos e conspiraçoes, parece ate que essa eh a missao dos politicos..
dahhhhhhh
Terminator- Pontos : 2544
Re: Novo governo PS: quem se abstém para viabilizar ?
.... está decretada a instabilidade política....
BUFFA General Aladeen- Pontos : 4887
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