Eleitores gregos deverão escolher viragem à esquerda
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Eleitores gregos deverão escolher viragem à esquerda
Eleitores gregos deverão escolher viragem à esquerda
por LUÍS NAVES
Hoje
O partido socialista (PASOK) é favorito nas eleições gregas, mas há alguma incerteza em relação ao resultado, pois as sondagens têm duas semanas. O bloco central deve sofrer uma importante erosão de votos.
Os socialistas do PASOK, liderados por George Papandreou, deverão vencer as eleições legislativas gregas de hoje. A insatisfação do eleitorado, o estado da economia e os escândalos que abalaram o governo conservador de Costas Caramanlis dominaram a campanha e podem justificar a viragem à esquerda.
O resultado destas eleições antecipadas é apesar de tudo relativamente incerto, devido a uma lei que proíbe a divulgação de sondagens nos 15 dias da campanha. Nas europeias de Junho, os socialistas venceram com apenas quatro pontos percentuais de vantagem. A avaliar pelos números de meados de Setembro, o PASOK terá 42,5%, mais sete a oito pontos do que a Nova Democracia (ND) de Caramanlis. Mas o sistema eleitoral é complexo e pode guardar algumas surpresas.
Os dois maiores partidos gregos que alternam no poder devem sofrer quebra importante no número de votantes, tendência que se verificou nas duas últimas eleições legislativas. Basta dizer que em 2004 os dois somaram 85%. A ND venceu esse sufrágio com uma confortável maioria de 165 deputados em 300, mas em 2007 sofreu erosão importante e conseguiu maioria absoluta de apenas um deputado.
Desde então, o país foi abalado por uma série de motins, péssima gestão da crise de incêndios, a rápida degradação da economia e demissão de vários ministros. No ano passado, houve um escândalo de corrupção em torno da troca de terrenos entre o Estado e um abastado convento ortodoxo, com perdas estimadas de 130 milhões de euros para os contribuintes. O governo nunca mais se livrou da imagem de corrupção, por ironia tendo sido eleito em 2004 após centrar a campanha na luta anticorrupção.
Caramanlis perdeu popularidade, mas o PASOK de Papandreou não capitalizou todos os descontentes. Sempre de acordo com sondagens pouco fiáveis (têm duas semanas), os pequenos partidos continuam a crescer na Grécia. A terceira força é o Partido Comunista (KKE), de linha dura, que surge nas sondagens com mais de 8% dos votos. Este é um valor um pouco acima do obtido em 2007. Segue-se o Syriza, formação de extrema-esquerda, que passou dos 5% em 2007 e que, desta vez, promete reforçar ligeiramente a sua votação. Finalmente, o LAOS, um partido ortodoxo de extrema-direita, que continua a subir e que nas europeias teve 7%. No parlamento, poderá entrar uma sexta formação, o Partido dos Verdes (há limite de 3%).
PASOK e ND rejeitam uma grande coligação, mas este cenário não pode ser rejeitado, pois outros arranjos são difíceis, quer à esquerda, quer à direita. Caramanlis também levou para a campanha a questão das relações com a Turquia, prometendo maior dureza em relação a Ancara. Se vencer, o primeiro-ministro promete aprovar medidas anti-crise.
Caso seja o próximo primeiro-ministro grego, Papandreou herda uma situação económica difícil, aliás semelhante à portuguesa. Segundo as mais recentes previsões do FMI, a Grécia terá este ano desemprego de 9,5% e défice orçamental de 6,3% do PIB. A dívida pública real é superior a 100% do produto e o défice externo ronda 10% da riqueza nacional. Calcula-se que a economia paralela represente um terço do produto nacional, o que acentua as dificuldades orçamentais.
DN
por LUÍS NAVES
Hoje
O partido socialista (PASOK) é favorito nas eleições gregas, mas há alguma incerteza em relação ao resultado, pois as sondagens têm duas semanas. O bloco central deve sofrer uma importante erosão de votos.
Os socialistas do PASOK, liderados por George Papandreou, deverão vencer as eleições legislativas gregas de hoje. A insatisfação do eleitorado, o estado da economia e os escândalos que abalaram o governo conservador de Costas Caramanlis dominaram a campanha e podem justificar a viragem à esquerda.
O resultado destas eleições antecipadas é apesar de tudo relativamente incerto, devido a uma lei que proíbe a divulgação de sondagens nos 15 dias da campanha. Nas europeias de Junho, os socialistas venceram com apenas quatro pontos percentuais de vantagem. A avaliar pelos números de meados de Setembro, o PASOK terá 42,5%, mais sete a oito pontos do que a Nova Democracia (ND) de Caramanlis. Mas o sistema eleitoral é complexo e pode guardar algumas surpresas.
Os dois maiores partidos gregos que alternam no poder devem sofrer quebra importante no número de votantes, tendência que se verificou nas duas últimas eleições legislativas. Basta dizer que em 2004 os dois somaram 85%. A ND venceu esse sufrágio com uma confortável maioria de 165 deputados em 300, mas em 2007 sofreu erosão importante e conseguiu maioria absoluta de apenas um deputado.
Desde então, o país foi abalado por uma série de motins, péssima gestão da crise de incêndios, a rápida degradação da economia e demissão de vários ministros. No ano passado, houve um escândalo de corrupção em torno da troca de terrenos entre o Estado e um abastado convento ortodoxo, com perdas estimadas de 130 milhões de euros para os contribuintes. O governo nunca mais se livrou da imagem de corrupção, por ironia tendo sido eleito em 2004 após centrar a campanha na luta anticorrupção.
Caramanlis perdeu popularidade, mas o PASOK de Papandreou não capitalizou todos os descontentes. Sempre de acordo com sondagens pouco fiáveis (têm duas semanas), os pequenos partidos continuam a crescer na Grécia. A terceira força é o Partido Comunista (KKE), de linha dura, que surge nas sondagens com mais de 8% dos votos. Este é um valor um pouco acima do obtido em 2007. Segue-se o Syriza, formação de extrema-esquerda, que passou dos 5% em 2007 e que, desta vez, promete reforçar ligeiramente a sua votação. Finalmente, o LAOS, um partido ortodoxo de extrema-direita, que continua a subir e que nas europeias teve 7%. No parlamento, poderá entrar uma sexta formação, o Partido dos Verdes (há limite de 3%).
PASOK e ND rejeitam uma grande coligação, mas este cenário não pode ser rejeitado, pois outros arranjos são difíceis, quer à esquerda, quer à direita. Caramanlis também levou para a campanha a questão das relações com a Turquia, prometendo maior dureza em relação a Ancara. Se vencer, o primeiro-ministro promete aprovar medidas anti-crise.
Caso seja o próximo primeiro-ministro grego, Papandreou herda uma situação económica difícil, aliás semelhante à portuguesa. Segundo as mais recentes previsões do FMI, a Grécia terá este ano desemprego de 9,5% e défice orçamental de 6,3% do PIB. A dívida pública real é superior a 100% do produto e o défice externo ronda 10% da riqueza nacional. Calcula-se que a economia paralela represente um terço do produto nacional, o que acentua as dificuldades orçamentais.
DN
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