Redução dos juros ajudou mais as famílias que as empresas
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Redução dos juros ajudou mais as famílias que as empresas
Redução dos juros ajudou mais as famílias que as empresas
Económico com Lusa
05/10/09 12:33
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, deve deixar inalterados os juros nos 1% esta quinta-feira.
A descida dos juros para 1% pelo Banco Central Europeu (BCE) teve um impacto positivo na economia, mas as famílias foram mais beneficiadas que as empresas, segundo os economistas.
"O impacto da redução da política monetária europeia foi bastante significativo", afirmou António Nogueira Leite.
O economista explica que "o principal efeito no caso português tem a ver com a redução da factura de juros das famílias, muito relacionada com o crédito à habitação, que contribuiu para um aumento significativo do rendimento disponível. Esse rendimento disponível, ao permitir um aumento do consumo privado, foi um dos principais factores que levaram à melhor situação económica que vivemos neste momento".
No caso das empresas, a evolução dos juros não teve o mesmo impacto "porque à redução das taxas directores seguiu-se um aumento muito significativo dos ‘spreads' médios", provocando uma compensação aos juros mais reduzidos no sistema financeiro.
Para o economista João Duque, "houve um efeito de acordo com o que era esperado no custo de capital", que conjugado com a injecção de liquidez no mercado bancário, trouxeram uma redução dos receios de falências em cadeia e mais liquidez ao mercado.
As famílias foram as que sentiram mais a diferença, considerando este economista que "o crédito à habitação foi bastante beneficiado pela descida das taxas de juro".
"O efeito líquido é positivo para as famílias, nas empresas se calhar não tanto porque os contratos são de mais curto prazo. A minha sensibilidade é que, aí, a redução foi menos eficaz, mas também houve redução nos custos das empresas, que também era o objectivo", disse.
João Duque considerou ainda que "se houve de facto algum benefício para as empresas no custo do capital de curto prazo, não há no longo prazo. Não havendo no longo prazo, os efeitos são menores do que aquilo que se seria de esperar".
Os projectos de investimento de longa duração mantiveram assim o mesmo tipo de custo que tinham há um ano atrás, essencialmente no caso dos investimentos longos, "que durem entre sete e dez anos".
Juros devem ficar em 1%
Quanto às futuras decisões do BCE, a expectativa dos economistas é que a taxa se mantenha em 1%, pelo menos até ao próximo ano.
António Nogueira Leite antevê que as taxas de referência se "mantenham baixas até ao final do próximo ano", enquanto João Duque considera que podem subir no primeiro semestre de 2010.
"Eu suspeito que, assim que se começar a ter sinais de que as economias estão a começar a recuperar, o banco central vai começar a levantar a taxa. Se a economia começar a recuperar com alguma velocidade no quarto trimestre deste ano, coisa que se saberá já em 2010, nessa altura o banco central vai começar a aliviar o pé do travão e vai deixar subir a taxa", afirmou João Duque
O BCE volta a reunir-se esta quinta-feira, em Viena (Áustria) para decidir sobre o futuro da política monetária na zona euro.
DE
Económico com Lusa
05/10/09 12:33
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, deve deixar inalterados os juros nos 1% esta quinta-feira.
A descida dos juros para 1% pelo Banco Central Europeu (BCE) teve um impacto positivo na economia, mas as famílias foram mais beneficiadas que as empresas, segundo os economistas.
"O impacto da redução da política monetária europeia foi bastante significativo", afirmou António Nogueira Leite.
O economista explica que "o principal efeito no caso português tem a ver com a redução da factura de juros das famílias, muito relacionada com o crédito à habitação, que contribuiu para um aumento significativo do rendimento disponível. Esse rendimento disponível, ao permitir um aumento do consumo privado, foi um dos principais factores que levaram à melhor situação económica que vivemos neste momento".
No caso das empresas, a evolução dos juros não teve o mesmo impacto "porque à redução das taxas directores seguiu-se um aumento muito significativo dos ‘spreads' médios", provocando uma compensação aos juros mais reduzidos no sistema financeiro.
Para o economista João Duque, "houve um efeito de acordo com o que era esperado no custo de capital", que conjugado com a injecção de liquidez no mercado bancário, trouxeram uma redução dos receios de falências em cadeia e mais liquidez ao mercado.
As famílias foram as que sentiram mais a diferença, considerando este economista que "o crédito à habitação foi bastante beneficiado pela descida das taxas de juro".
"O efeito líquido é positivo para as famílias, nas empresas se calhar não tanto porque os contratos são de mais curto prazo. A minha sensibilidade é que, aí, a redução foi menos eficaz, mas também houve redução nos custos das empresas, que também era o objectivo", disse.
João Duque considerou ainda que "se houve de facto algum benefício para as empresas no custo do capital de curto prazo, não há no longo prazo. Não havendo no longo prazo, os efeitos são menores do que aquilo que se seria de esperar".
Os projectos de investimento de longa duração mantiveram assim o mesmo tipo de custo que tinham há um ano atrás, essencialmente no caso dos investimentos longos, "que durem entre sete e dez anos".
Juros devem ficar em 1%
Quanto às futuras decisões do BCE, a expectativa dos economistas é que a taxa se mantenha em 1%, pelo menos até ao próximo ano.
António Nogueira Leite antevê que as taxas de referência se "mantenham baixas até ao final do próximo ano", enquanto João Duque considera que podem subir no primeiro semestre de 2010.
"Eu suspeito que, assim que se começar a ter sinais de que as economias estão a começar a recuperar, o banco central vai começar a levantar a taxa. Se a economia começar a recuperar com alguma velocidade no quarto trimestre deste ano, coisa que se saberá já em 2010, nessa altura o banco central vai começar a aliviar o pé do travão e vai deixar subir a taxa", afirmou João Duque
O BCE volta a reunir-se esta quinta-feira, em Viena (Áustria) para decidir sobre o futuro da política monetária na zona euro.
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