Défice orçamental nos EUA quase triplicou face a 2008

Rick Wilking/Reuters

Obama terá de lidar com o problema orçamental dos EUA.

O défice orçamental dos Estados Unidos poderá atingir os 1600 mil milhões de dólares, o que corresponde ao triplo do verificado no ano anterior e ao valor mais alto desde a segunda guerra mundial. Segundo o departamento de orçamento do Congresso, o défice poderá atingir os 9,9 por cento do PIB.

Fruto do conjunto de esforços para impedir o aprofundamento da crise, a nova estimativa ficou marcada sobretudo pelos apoios concedidos ao sector bancário, pelo pacote de estímulo económico de 787 mil milhões de dólares e pela cobertura das hipotecas dos gigantes do sector como eram Fannie Mae e Freddie Mac.

A par desses apoios, foram ampliados os apoios sociais aos desempregados.

Os analistas ouvidos pela BBC estão, porém, convictos de que o custo dos apoios está ainda por se fazer sentir. O pacote de apoio à construção ainda não se iniciou.

A subida do défice tem o lado positivo de evitar um maior impacte da crise financeira numa das mais poderosas economias mundiais. Mas pode ter um efeito perverso. Ao descer signficativamente as taxas de juro para estimular a economia, a medida pode levar a uma descida do valor do dólar. Por outro lado, essa tendência pode ser agravada caso, ao elevar-se significativamente o défice, dificilmente possa ser pago por investidores estrangeiros. O risco é então o de as autoridades monetárias norte-americanas terem de subir as taxas de juro como forma de atrair investidores para financiarem o défice e, com isso, fazer perigar os esforços de retoma económica.