Polícia irrita Kate por não oferecer café
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Polícia irrita Kate por não oferecer café
Polícia irrita Kate por não oferecer café
Kate McCann não gostou da Polícia Judiciária. No primeiro dia sem Maddie, poucas horas depois de ter visto a filha pela última vez, no apartamento que todos ocupavam no Ocean Club, a mãe da criança não escondia o desconforto perante os investigadores.
Nos seus escritos, apreendidos meses mais tarde pela mesma PJ, Kate reclamava do tratamento que lhe tinha sido prestado na primeira inquirição. "Ninguém nos ofereceu uma bebida ou comida. Todos os polícias estavam vestidos informalmente e a fumar. Não foi demonstrada qualquersimpatia. [...] O funcionário da polícia que nos levou de carro para a PJ estava a fazer-me perguntas e depois batia as respostas à máquina. Moroso", afirma Kate, que também não gostou de ter de regressar à Judiciária pouco tempo depois.
"Recebemos uma chamada da PJ a dizer que tínhamos de voltar. Demos meia volta e voltámos a 200 quilómetros à hora. Mais uma vez assustador", continua Kate, que não poupou críticas às restantesforças policiais. "A GNR apareceu sem certeza acerca do seu papel – parecia estar a fazer nada", sublinhou.
Kate também não gostou de falar com Yvone, a funcionária da Segurança Social inglesa que trabalhava no departamento de protecção de crianças e que mais tarde disse à polícia de Leicester que estranhara o comportamento dos pais e de um dos amigos. "Também [esteve] Yvone. Um pouco aborrecido, preocupante, porque eu não sabia quem era", relatou Kate.
Nos mesmos escritos, e ainda recordando o dia 4 de Maio (as notas começaram a ser escritas posteriormente, alegadamente a conselho médico), Kate McCann recorda que o embaixador britânico lhe ofereceu ajuda. E que também estiveram no local técnicos do consulado, tendo a mão de Madeleine recordado uma conversa tida com Robert Murat, onde aquele lhe teria falado da filha e das semelhanças com Maddie.
APONTAMENTOS DE KATE MCCANN
A GNR apareceu sem certeza acerca do seu papel. Parecia estar a fazer nada.
Ninguém se apresentou da polícia. Ninguém nos ofereceu uma bebida ou comida. Todos os polícias vestidos informalmente e a fumar. Não foi demonstrada qualquer simpatia e foi longe de ser reconfortante.
Saímos da PJ a conduzir a uma velocidade exagerada. Fiquei muito zangada. Inútil, frustrante, sentia-me tão impotente."
4 de Maio
BRITÂNICA QUIS AJUDAR O CASAL
Yvone encontrava-se de férias no Algarve quando ouviu que Maddie tinha desaparecido. A técnica, especialista em casos de crianças em risco, correu a oferecer a sua ajuda, mas garantiu depois à polícia que não foi bem aceite. Yvone disse também que David Payne, um dos amigos, aconselhara os McCann a não falar com ela. Estranhou o comportamento dos pais.
KATE ADMITE MORTE DA FILHA
Apesar de publicamente só o ter admitido em Agosto, Kate assumiu a possibilidade de a filha estar morta logo no dia a seguir ao desaparecimento. "Está morta?", interroga-se num registo de 4 de Maio nos seus cadernos, depois de ter sido ouvida na PJ de Portimão. A hipótese do desaparecimento da filha estar relacionado com pedofilia também a assombrou: "Pensar em pedófilos faz-me querer arrancar a pele."
POLÍCIA EM FORÇA NO ALGARVE
Nos primeiros dias após o desaparecimento de Madeleine McCann a Polícia Judiciária apenas admitiu publicamente a tese de rapto da menina e mobilizou meios extraordinários para o Algarve. À directoria de Faro, dirigida por Guilhermino Encarnação, juntaram-se brigadas de Lisboa e elementos da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), incluindo o próprio director, Luís Neves.
Com as investigações centradas na tese do rapto e com meios extraordinários mobilizados, foram emitidos alertas para as fronteiras, aeroportoseautoridadesespanholas.
A PJ chegou mesmo a pedir a colaboração da população para encontrar Maddie e,um dia depois, Guilhermino Encarnação garantia já ter um retrato-robô da criança, que não iria ser divulgado.
A Praia da Luz e redondezas foram percorridas por homens da GNR, foram montadas operações stop nas estradas de saída do Algarve e a recolha do lixo também foi acompanhada.
No total, perto de cem homens da Polícia Judiciária foram deslocados para o Algarve logo nas primeiras horas após o desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido na noite de 3 de Maio.
Eduardo Dâmaso / Tânia Laranjo / Ana Luísa Nascimento
Kate McCann não gostou da Polícia Judiciária. No primeiro dia sem Maddie, poucas horas depois de ter visto a filha pela última vez, no apartamento que todos ocupavam no Ocean Club, a mãe da criança não escondia o desconforto perante os investigadores.
Nos seus escritos, apreendidos meses mais tarde pela mesma PJ, Kate reclamava do tratamento que lhe tinha sido prestado na primeira inquirição. "Ninguém nos ofereceu uma bebida ou comida. Todos os polícias estavam vestidos informalmente e a fumar. Não foi demonstrada qualquersimpatia. [...] O funcionário da polícia que nos levou de carro para a PJ estava a fazer-me perguntas e depois batia as respostas à máquina. Moroso", afirma Kate, que também não gostou de ter de regressar à Judiciária pouco tempo depois.
"Recebemos uma chamada da PJ a dizer que tínhamos de voltar. Demos meia volta e voltámos a 200 quilómetros à hora. Mais uma vez assustador", continua Kate, que não poupou críticas às restantesforças policiais. "A GNR apareceu sem certeza acerca do seu papel – parecia estar a fazer nada", sublinhou.
Kate também não gostou de falar com Yvone, a funcionária da Segurança Social inglesa que trabalhava no departamento de protecção de crianças e que mais tarde disse à polícia de Leicester que estranhara o comportamento dos pais e de um dos amigos. "Também [esteve] Yvone. Um pouco aborrecido, preocupante, porque eu não sabia quem era", relatou Kate.
Nos mesmos escritos, e ainda recordando o dia 4 de Maio (as notas começaram a ser escritas posteriormente, alegadamente a conselho médico), Kate McCann recorda que o embaixador britânico lhe ofereceu ajuda. E que também estiveram no local técnicos do consulado, tendo a mão de Madeleine recordado uma conversa tida com Robert Murat, onde aquele lhe teria falado da filha e das semelhanças com Maddie.
APONTAMENTOS DE KATE MCCANN
A GNR apareceu sem certeza acerca do seu papel. Parecia estar a fazer nada.
Ninguém se apresentou da polícia. Ninguém nos ofereceu uma bebida ou comida. Todos os polícias vestidos informalmente e a fumar. Não foi demonstrada qualquer simpatia e foi longe de ser reconfortante.
Saímos da PJ a conduzir a uma velocidade exagerada. Fiquei muito zangada. Inútil, frustrante, sentia-me tão impotente."
4 de Maio
BRITÂNICA QUIS AJUDAR O CASAL
Yvone encontrava-se de férias no Algarve quando ouviu que Maddie tinha desaparecido. A técnica, especialista em casos de crianças em risco, correu a oferecer a sua ajuda, mas garantiu depois à polícia que não foi bem aceite. Yvone disse também que David Payne, um dos amigos, aconselhara os McCann a não falar com ela. Estranhou o comportamento dos pais.
KATE ADMITE MORTE DA FILHA
Apesar de publicamente só o ter admitido em Agosto, Kate assumiu a possibilidade de a filha estar morta logo no dia a seguir ao desaparecimento. "Está morta?", interroga-se num registo de 4 de Maio nos seus cadernos, depois de ter sido ouvida na PJ de Portimão. A hipótese do desaparecimento da filha estar relacionado com pedofilia também a assombrou: "Pensar em pedófilos faz-me querer arrancar a pele."
POLÍCIA EM FORÇA NO ALGARVE
Nos primeiros dias após o desaparecimento de Madeleine McCann a Polícia Judiciária apenas admitiu publicamente a tese de rapto da menina e mobilizou meios extraordinários para o Algarve. À directoria de Faro, dirigida por Guilhermino Encarnação, juntaram-se brigadas de Lisboa e elementos da Direcção Central de Combate ao Banditismo (DCCB), incluindo o próprio director, Luís Neves.
Com as investigações centradas na tese do rapto e com meios extraordinários mobilizados, foram emitidos alertas para as fronteiras, aeroportoseautoridadesespanholas.
A PJ chegou mesmo a pedir a colaboração da população para encontrar Maddie e,um dia depois, Guilhermino Encarnação garantia já ter um retrato-robô da criança, que não iria ser divulgado.
A Praia da Luz e redondezas foram percorridas por homens da GNR, foram montadas operações stop nas estradas de saída do Algarve e a recolha do lixo também foi acompanhada.
No total, perto de cem homens da Polícia Judiciária foram deslocados para o Algarve logo nas primeiras horas após o desaparecimento de Madeleine McCann, ocorrido na noite de 3 de Maio.
Eduardo Dâmaso / Tânia Laranjo / Ana Luísa Nascimento
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