Comandante da Armada defende submarinos
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Comandante da Armada defende submarinos
Comandante da Armada defende submarinos
por MANUEL CARLOS FREIRE
Hoje
Almirante Melo Gomes assume defesa dos submarinos, na abertura do ano operacional da Marinha, dias depois das críticas do presidente do PS, Almeida Santos. A tese de revenda dos submarinos não tem apoios nas Forças Armadas
A defesa da "importância estratégica" dos submarinos, há dias postos em causa pelo presidente do PS, Almeida Santos, vai dominar o discurso com que o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) assinala amanhã a abertura do ano operacional do ramo.
A informação foi avançada ontem por fontes da Armada ao DN. O porta-voz do ramo, comandante João Barbosa, escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o teor do discurso do almirante Melo Gomes naquela cerimónia anual, que se realiza na base naval de Lisboa (Alfeite).
Esta será a primeira vez que o CEMA fala em público sobre um polémico programa de reequipamento militar onde se investem mais de 1000 milhões de euros e cujas cerimónias de entrega - presididas pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira - dos dois submarinos (em meados de 2008 e deste ano) decorreram de forma quase clandestina.
No passado dia 5 deste mês, Almeida Santos declarou mesmo que Portugal "não precisa de submarinos para nada". E deixou um repto: "precisamos urgentemente de [os] vender para comprar armas que sejam úteis e necessárias para a defesa" das águas marítimas sob jurisdição portuguesa.
Segundo as fontes da Armada, o CEMA irá enfatizar o papel dos submarinos como reflexo da "importância estratégica do mar para o desenvolvimento do País" - o que remete, entre outros aspectos, para a defesa da futura exploração dos recursos submersos (minérios, petróleo, gás) que está subjacente ao pedido de extensão da plataforma continental, entregue por Portugal à ONU em Maio passado.
Note-se que, ultrapassada a longa e acesa polémica que precedeu a decisão de adquirir os submarinos, surgiu uma corrente dentro do Governo e do PS a defender a revenda dos submarinos - a que Almeida Santos deu agora expressão pública.
Apesar disso e das críticas que se faziam ao programa, nomeadamente em torno dos custos (e do impacto que terá a inscrição das verbas no valor do défice orçamental em 2010 e 2011) numa época de crise, o ministro da Defesa manteve-se praticamente em silêncio. Questionado sobre o assunto numa recente entrevista (15 de Julho) ao jornal i, Severiano Teixeira limitou-se a dizer que a decisão "foi tomada de acordo com todas as ponderações que foram feitas". "Não vale a pena estar a discuti-la [e] não quero comentar esse assunto", adiantou o governante.
Aparentemente, o CEMA entende que é necessário defender a aquisição dos submarinos. Aliás, do ponto de vista político (onde o que parece é), a escolha das madrinhas dos submarinos - Alda Taborda, mulher do presidente do Parlamento, Jaime Gama, e de Maria Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares - configura um gesto de 'diplomacia preventiva' do almirante Melo Gomes.
Recorde-se que o processo de compra dos submarinos da classe Tridente (inicialmente três) foi inscrito na Lei de Programação Militar (LPM) de 1998-2003, para substituir os velhinhos Albacora. O contrato de construção foi assinado em Abril de 2004 pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, estando o programa de contrapartidas envolvido em polémicas jurídicas e já com acusações formuladas pelo Ministério Público.
A opção final recaiu na compra de apenas dois submarinos, o Tridente e o Arpão.Equipados com um sistema de propulsão independente do ar, que quadruplica a sua capacidade de autonomia em imersão contínua quando em uso, esses vasos de guerra alemães (do tipo U209/PN) passam a ser designados como SS PO2000.
Em relação ao Barracuda, o último 'sub' da classe Albacora em actividade, os novos submarinos operam com uma guarnição de 32 militares (contra os actuais 53), têm quase o dobro da velocidade e uma autonomia máxima de 45 dias (contra os 31 actuais).
Com 67,9 metros de comprimento, os Tridente podem navegar num raio de acção que se entende do norte da Europa ao sul de África, das Caraíbas ao Oceano Índico e Golfo Pérsico. Com os Albacora, a Armada estava limitada ao Atlântico Norte e ao Mar Mediterrâneo.
Dissuasão, diferentes opções de emprego, autonomia de decisão, credibilidade, papel na gestão do espaço marítimo de sub-superfície são algumas das vantagens dos submarinos, adiantaram.
DN
por MANUEL CARLOS FREIRE
Hoje
Almirante Melo Gomes assume defesa dos submarinos, na abertura do ano operacional da Marinha, dias depois das críticas do presidente do PS, Almeida Santos. A tese de revenda dos submarinos não tem apoios nas Forças Armadas
A defesa da "importância estratégica" dos submarinos, há dias postos em causa pelo presidente do PS, Almeida Santos, vai dominar o discurso com que o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) assinala amanhã a abertura do ano operacional do ramo.
A informação foi avançada ontem por fontes da Armada ao DN. O porta-voz do ramo, comandante João Barbosa, escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o teor do discurso do almirante Melo Gomes naquela cerimónia anual, que se realiza na base naval de Lisboa (Alfeite).
Esta será a primeira vez que o CEMA fala em público sobre um polémico programa de reequipamento militar onde se investem mais de 1000 milhões de euros e cujas cerimónias de entrega - presididas pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira - dos dois submarinos (em meados de 2008 e deste ano) decorreram de forma quase clandestina.
No passado dia 5 deste mês, Almeida Santos declarou mesmo que Portugal "não precisa de submarinos para nada". E deixou um repto: "precisamos urgentemente de [os] vender para comprar armas que sejam úteis e necessárias para a defesa" das águas marítimas sob jurisdição portuguesa.
Segundo as fontes da Armada, o CEMA irá enfatizar o papel dos submarinos como reflexo da "importância estratégica do mar para o desenvolvimento do País" - o que remete, entre outros aspectos, para a defesa da futura exploração dos recursos submersos (minérios, petróleo, gás) que está subjacente ao pedido de extensão da plataforma continental, entregue por Portugal à ONU em Maio passado.
Note-se que, ultrapassada a longa e acesa polémica que precedeu a decisão de adquirir os submarinos, surgiu uma corrente dentro do Governo e do PS a defender a revenda dos submarinos - a que Almeida Santos deu agora expressão pública.
Apesar disso e das críticas que se faziam ao programa, nomeadamente em torno dos custos (e do impacto que terá a inscrição das verbas no valor do défice orçamental em 2010 e 2011) numa época de crise, o ministro da Defesa manteve-se praticamente em silêncio. Questionado sobre o assunto numa recente entrevista (15 de Julho) ao jornal i, Severiano Teixeira limitou-se a dizer que a decisão "foi tomada de acordo com todas as ponderações que foram feitas". "Não vale a pena estar a discuti-la [e] não quero comentar esse assunto", adiantou o governante.
Aparentemente, o CEMA entende que é necessário defender a aquisição dos submarinos. Aliás, do ponto de vista político (onde o que parece é), a escolha das madrinhas dos submarinos - Alda Taborda, mulher do presidente do Parlamento, Jaime Gama, e de Maria Barroso, mulher do ex-Presidente da República Mário Soares - configura um gesto de 'diplomacia preventiva' do almirante Melo Gomes.
Recorde-se que o processo de compra dos submarinos da classe Tridente (inicialmente três) foi inscrito na Lei de Programação Militar (LPM) de 1998-2003, para substituir os velhinhos Albacora. O contrato de construção foi assinado em Abril de 2004 pelo então ministro da Defesa Paulo Portas, estando o programa de contrapartidas envolvido em polémicas jurídicas e já com acusações formuladas pelo Ministério Público.
A opção final recaiu na compra de apenas dois submarinos, o Tridente e o Arpão.Equipados com um sistema de propulsão independente do ar, que quadruplica a sua capacidade de autonomia em imersão contínua quando em uso, esses vasos de guerra alemães (do tipo U209/PN) passam a ser designados como SS PO2000.
Em relação ao Barracuda, o último 'sub' da classe Albacora em actividade, os novos submarinos operam com uma guarnição de 32 militares (contra os actuais 53), têm quase o dobro da velocidade e uma autonomia máxima de 45 dias (contra os 31 actuais).
Com 67,9 metros de comprimento, os Tridente podem navegar num raio de acção que se entende do norte da Europa ao sul de África, das Caraíbas ao Oceano Índico e Golfo Pérsico. Com os Albacora, a Armada estava limitada ao Atlântico Norte e ao Mar Mediterrâneo.
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DN
Joao Ruiz- Pontos : 32035
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