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Timor-Leste - ONU investiga pressões para incriminar GNR

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Mensagem por Joao Ruiz Sáb Out 17, 2009 11:14 am

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ONU investiga pressões para incriminar GNR

por VALENTINA MARCELINO
Hoje

Timor-Leste - ONU investiga pressões para incriminar GNR Ng1205290

O ex-dirigente do gabinete de disciplina da polícia das Nações Unidas em Díli escreveu um relatório em que denuncia que foi pressionado para castigar com repatriamento dois oficiais da GNR acusados de terem agredido um polícia timorense. Este quadro da UNPOL alega que a 'pressão' teria tido origem no intendente da PSP, Luís Carrilho, que comanda esta força.

Um investigador da polícia das Nações Unidas (UNPOL) em Timor denunciou ter sido sujeito a pressões, alegadamente com origem no chefe máximo desta polícia, o português Luís Carrilho, intendente da PSP, para incriminar e expulsar do território oficiais da GNR. Estes militares estavam a ser alvo de um inquérito disciplinar por serem suspeitos de terem agredido um polícia timorense.

Um relatório oficial chegou ao representante do secretário-geral das Nações Unidas, no final do mês passado, e o seu departamento de Conduta e Disciplina abriu um inquérito. O porta-voz oficial da ONU em Dili, adiantou ao DN que não foram encontradas ainda "provas consubstanciadas" da acusação, mas, apesar da insistência do DN, não respondeu sobre se essa é a conclusão definitiva do inquérito.

O problema é que, caso as acusações sejam confirmadas, ou o chief of staff ou o próprio Police Comissioner poderiam ter que ser afastados, com todas as repercussões internacionais que essa decisão significaria. A situação está a criar um ambiente de alta tensão entre a GNR e a PSP naquele território, e a criar mal-estar junto às próprias autoridades timorenses. A GNR é actualmente responsável pela segurança pessoal do Presidente Ramos-Horta e tem um contingente de 146 militares .

O quadro superior da UNPOL, que dirigia a Unidade de Investigações Internas do Gabinete de Disciplina da UNPOL, alega que a pressão foi exercida directamente pelo número dois da UNPOL, o chief of staff, e que este se justificava afirmando que eram essas as ordens de Luís Carrilho, o Police Comissioner.

John Jones, de nacionalidade australiana conduziu o inquérito disciplinar aberto sobre os incidentes que envolveram militares da GNR e um elemento da Polícia Nacional de Timor Leste (PNTL), em Junho passado .

"Fiquei incomodado no início desta investigação quando o chief of staff, Zeping Guan, deixou muito claro que os oficiais da GNR tinham que ser repatriados por causa deste incidente", escreve John Jones no relatório, a que o DN teve acesso. John Jones, que esteve à frente daquela unidade de disciplina durante dez meses e é oficial da polícia federal australiana há 21 anos, considera que as ordens "perturbadoras" do chief of staff, de nacionalidade chinesa, "indiciavam um resultado pré-determinado antes de serem realizadas quaisquer investigações"-

Este alto responsável, que deixou Timor no final de Setembro, conta que a tentativa de influenciar o seu trabalho chegou ao ponto do chief of staff "ultrapassar toda a cadeia de comando da unidade" e de lhe "telefonar directamente para o telemóvel" sem a presença do supervisor da equipa de investigação.

"Entendi perfeitamente qual era o resultado que ele pretendia para a minha investigação", escreve Jones, acrescentando que assumiu que esse era também o desejo do Police Comissioner, Luís Carrilho, superior hierárquico directo de Zeing Guan. "Apesar de nunca ter ouvido directamente essas ordens do Police Comissioner, o chief of staff repetia constantemente que estava a seguir as suas ordens", denuncia.

O investigador da UNPOL revela que teve uma "enorme dificuldade" em identificar os "suspeitos que, alegadamente, tinham agredido o oficial da PNTL". Se inicialmente lhe foram apresentadas testemunhas da vítima dispostas a fazer a identificação dos agressores, "à medida que a investigação avançava, essa confirmação não foi possível". Do seu ponto de vista, não havia provas suficientes para incriminar os militares acusados.

No entanto, o chief of staff'não desistiu e organizou, à sua revelia, aquilo a que chama "paradas de identificação". Distribui fotos a testemunhas, onde incluiu as dos oficiais da GNR, "numa tentativa que um deles fosse escolhido". Realizou três destas "paradas", sempre com as mesmas pessoas, o que, segundo John Jones, foi considerado "altamente irregular". Só com a intervenção do director da equipa de Conduta e Disciplina o procedimento foi interrompido.

O investigador, que sublinha ter sido "objectivo e imparcial" no seu trabalho, espera que a decisão superior sobre o inquérito disciplinar, que subiu ao representante da ONU, "seja baseado nas provas recolhidas e não baseados em interesses pessoais ou motivações políticas".

Apesar da gravidade da situação, nem o ministério da Administração Interna, nem o comando-geral da GNR quiseram comentar. A GNR alega desconhecer o relatório em causa.

DN

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Joao Ruiz
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