Ecos da História
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Ecos da História
Revolução de Veludo foi há 20 anos
por DN.pt
Hoje
Os checos celebram hoje o 20º aniversário da Revolução de Veludo, protesto que iniciou o fim do regime comunista na ex-Checoslováquia depois de quatro décadas de ditadura.
Com a República Checa em profunda crise política, os checos ocuparam hoje as ruas do país para comemorar os 20 anos da Revolução de Veludo que permitiu a democratização de um Estado satélite da Ex-União Soviética e a queda do regime comunista.
Apesar do Estado não ter patrocinado muitos eventos, na República Checa foram convocados para hoje na capital, 17 actos públicos.
Entre as comemorações conta-se a encenação, por milhares de pessoas, do protesto estudantil que ficou conhecido como Revolução de Veludo devido aos seu carácter pacífico, embora tenha sido duramente reprimido pelas autoridades.
No dia 17 de Novembro de 1989 iniciou-se um movimento revolucionário com discursos e intervenções no campos da Universidade, em Praga, inspirando milhares de estudantes a marchar até à Baixa da cidade, concentrando-se na Praça Wenceslas. A manifestação que começou como uma marcha pacífica, acabou por se tornar o alvo de uma forte repressão policial, originando cerca de 600 feridos.
Aproveitando-se da política de tolerância da União Soviética durante o governo de Gorbatchev a Checoslováquia abandonou o comunismo e recuperou a liberdade ainda naquele ano, com o dramaturgo Václav Havel a liderar os protestos. A separação amigável do país – que depois se dividiria em República Checa e Eslováquia em 1993 - extingui a Checoslováquia no denominado Divórcio de Veludo.
Depois da queda do Muro de Berlim na noite de 9 para 10 de Novembro de 1989, no dia 5 de Dezembro a Checoslováquia já tinha um novo governo. A 29 de Dezembro Vaclav Havel - firme defensor da resistência pacífica - tornou-se um ícone da Revolução de Veludo. Foi o último presidente da Checoslováquia e eleito primeiro presidente da República Checa.
A República Checa é agora membro da NATO e da União Europeia, mas longe vai a euforia dos dias revolucionários. Oitenta e oito por cento dos checos afirmam estar insatisfeitos com a situação política actual, revelou recentemente um inquérito da agência Median a 1374 adultos.
DN
por DN.pt
Hoje
Os checos celebram hoje o 20º aniversário da Revolução de Veludo, protesto que iniciou o fim do regime comunista na ex-Checoslováquia depois de quatro décadas de ditadura.
Com a República Checa em profunda crise política, os checos ocuparam hoje as ruas do país para comemorar os 20 anos da Revolução de Veludo que permitiu a democratização de um Estado satélite da Ex-União Soviética e a queda do regime comunista.
Apesar do Estado não ter patrocinado muitos eventos, na República Checa foram convocados para hoje na capital, 17 actos públicos.
Entre as comemorações conta-se a encenação, por milhares de pessoas, do protesto estudantil que ficou conhecido como Revolução de Veludo devido aos seu carácter pacífico, embora tenha sido duramente reprimido pelas autoridades.
No dia 17 de Novembro de 1989 iniciou-se um movimento revolucionário com discursos e intervenções no campos da Universidade, em Praga, inspirando milhares de estudantes a marchar até à Baixa da cidade, concentrando-se na Praça Wenceslas. A manifestação que começou como uma marcha pacífica, acabou por se tornar o alvo de uma forte repressão policial, originando cerca de 600 feridos.
Aproveitando-se da política de tolerância da União Soviética durante o governo de Gorbatchev a Checoslováquia abandonou o comunismo e recuperou a liberdade ainda naquele ano, com o dramaturgo Václav Havel a liderar os protestos. A separação amigável do país – que depois se dividiria em República Checa e Eslováquia em 1993 - extingui a Checoslováquia no denominado Divórcio de Veludo.
Depois da queda do Muro de Berlim na noite de 9 para 10 de Novembro de 1989, no dia 5 de Dezembro a Checoslováquia já tinha um novo governo. A 29 de Dezembro Vaclav Havel - firme defensor da resistência pacífica - tornou-se um ícone da Revolução de Veludo. Foi o último presidente da Checoslováquia e eleito primeiro presidente da República Checa.
A República Checa é agora membro da NATO e da União Europeia, mas longe vai a euforia dos dias revolucionários. Oitenta e oito por cento dos checos afirmam estar insatisfeitos com a situação política actual, revelou recentemente um inquérito da agência Median a 1374 adultos.
DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Galegos de Cá e Lá na RTP1
Galegos de Cá e Lá na RTP1
O primeiro grande acordo fronteiriço com os espanhóis foi o tratado de Alcanizes
Maria Júlia Fernandes, neste documentário a que chamou «Galegos de Cá e de Lá» que a RTP1 apresenta dia 4, pelas 21:30, conta como este pequeno pedaço de terra entre Trás-os-Montes e a Galiza foi sendo ajustada ao longo dos séculos.
O primeiro grande acordo fronteiriço com os espanhóis foi o tratado de Alcanizes assinado por D. Dinis.
Mas, como era hábito na época os tratados deixavam sempre indefinições e marcos pouco definidos. Por isso a pertença de algumas das aldeias nunca ficou bem defifnida.
Mas tanto galegos como portugueses nunca se importaram muito com a situação…umas vezes pertenciam a um lado, outras mudavam de posição, mas, no fundo eram todos parentes.
Até que, há pouco mais de cento e quarenta anos, o estado português e o estado espanhol acordaram numa divisão fronteiriça mais científica, mais rigorosa, apoiada em mapas, e que persiste até hoje.
Mas, entre Trás os Montes e a Galiza, há uma região pequena mas muito próspera, chamada o couto misto, que viu completamente alterada a sua vida.
O couto era constituído por três aldeias e conservava desde a Idade Média uma série de privilégios, um dos quais era não pertencer nem a Espanha nem a Portugal.
Na partilha, o couto misto foi extinto, ficou integrado em Espanha por troca de três aldeias, ditas promíscuas, porque tinham população galega e portuguesa, situadas junto a linha fronteiriça e que passaram integralmente para Portugal.
Actualmente, a prosperidade do couto é apenas uma recordação e as aldeias do lado de cá e do lado de lá da fronteira padecem do mesmo mal: a desertificação.
\"Galegos de Cá e Lá\" é um documentário de Maria Júlia Fernandes com imagem de Carlos Oliveira, som de António Garcia e produção de Ana Lucas e Lila Lacerda.
Francisco Sousa in Hardmusica, 2010-01-04
O primeiro grande acordo fronteiriço com os espanhóis foi o tratado de Alcanizes
Maria Júlia Fernandes, neste documentário a que chamou «Galegos de Cá e de Lá» que a RTP1 apresenta dia 4, pelas 21:30, conta como este pequeno pedaço de terra entre Trás-os-Montes e a Galiza foi sendo ajustada ao longo dos séculos.
O primeiro grande acordo fronteiriço com os espanhóis foi o tratado de Alcanizes assinado por D. Dinis.
Mas, como era hábito na época os tratados deixavam sempre indefinições e marcos pouco definidos. Por isso a pertença de algumas das aldeias nunca ficou bem defifnida.
Mas tanto galegos como portugueses nunca se importaram muito com a situação…umas vezes pertenciam a um lado, outras mudavam de posição, mas, no fundo eram todos parentes.
Até que, há pouco mais de cento e quarenta anos, o estado português e o estado espanhol acordaram numa divisão fronteiriça mais científica, mais rigorosa, apoiada em mapas, e que persiste até hoje.
Mas, entre Trás os Montes e a Galiza, há uma região pequena mas muito próspera, chamada o couto misto, que viu completamente alterada a sua vida.
O couto era constituído por três aldeias e conservava desde a Idade Média uma série de privilégios, um dos quais era não pertencer nem a Espanha nem a Portugal.
Na partilha, o couto misto foi extinto, ficou integrado em Espanha por troca de três aldeias, ditas promíscuas, porque tinham população galega e portuguesa, situadas junto a linha fronteiriça e que passaram integralmente para Portugal.
Actualmente, a prosperidade do couto é apenas uma recordação e as aldeias do lado de cá e do lado de lá da fronteira padecem do mesmo mal: a desertificação.
\"Galegos de Cá e Lá\" é um documentário de Maria Júlia Fernandes com imagem de Carlos Oliveira, som de António Garcia e produção de Ana Lucas e Lila Lacerda.
Francisco Sousa in Hardmusica, 2010-01-04
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
A nova vida da árvore de Zaqueu
.
A nova vida da árvore de Zaqueu
por LUMENA RAPOSO
Hoje
A cidade mais antiga do mundo festeja hoje o seu aniversário. O plátano aonde dizem que Zaqueu subiu para ver Jesus foi integrado num complexo museológico construído pelos russos em Jericó, cidade bíblica da Cisjordânia e um verdadeiro oásis no vale do rio Jordão, que hoje completa dez mil anos.
A cidade palestiniana de Jericó completa hoje dez mil anos, segundo a tradição judaico-cristã. O aniversário começa a ser assinalado com uma série de actividades das quais faz parte a inauguração, quarta-feira, de um museu cujo centro é um velhinho plátano com um tronco de dois metros de diâmetro. Mas não se trata de um plátano qualquer: é a conhecida árvore de Zaqueu.
Este homem, diz a Bíblia, era um odiado cobrador de impostos desta cidade da Cisjordânia. Certo dia ouviu que Jesus iria ali chegar e queria vê-lo. Mas acontece que Zaqueu era de pequena estatura e, como tal, não conseguia vier Jesus por entre a multidão, que lhe dificultava a vida. Astuto, Zaqueu resolveu o seu problema: trepou ao plátano que ficava no percurso de Jesus. E o cobrador de impostos não só viu o Mestre como teve de o receber em casa, porque, conta a Bíblia, ao passar ali, Jesus levantou a cabeça e ordenou-lhe que descesse porque nesse dia ficaria em sua casa..
Foi esta árvore que a Rússia escolheu para ser o centro do complexo museológico que está a construir na cidade de Jericó e que abrirá as suas portas ao público na próxima quarta-feira. O museu, em terreno comprado no séc. XIX pelo Governo russo e cuja construção terá custado cerca de três milhões de dólares, conterá obras de arte russas e artefactos encontrados aquando das escavações para a construção do edifício. Será também utilizado para exposições e eventos culturais russo-palestinianos, com o objectivo de ajudar a relançar o turismo na pequena cidade palestiniana .
As festividades dos dez mil anos da cidade de Jericó irão prolongar-se por cinco anos. Para já, uma reunião especial do gabinete palestiniano, um concerto pela banda militar palestiniana, uma maratona, workshops de rua e fogo de artifício são as actividades assinaladas para marcar o aniversário da pequena cidade situada no deserto da Judeia e que acolhe 20 mil habitantes.
É de presumir que outras actividades venham a ser agendadas com o tempo até porque a Autoridade Palestiniana pretende atrair investimento estrangeiro à cidade na área do turismo, tirando partido do bom clima de que goza a "Cidade das Palmeiras" e dos monumentos que dela fazem parte. Alguns destes estão a ser já objecto de exploração turística, como é o caso das ruínas, velhas de nove mil anos, de Tel al-Sultan, na base do Monte da Tentação, onde segundo a tradição, Jesus terá sido tentado pelo demónio.
Jericó é uma excepção na região pobre e árida onde se situa, um oásis no vale do rio Jordão, condição que a transformou desde tempos imemoriais na "cidade de Verão" da elite regional. A cidade que fica 240 metros abaixo do nível do mar, sendo considerada por alguns como a mais baixa do globo, situa-se a uns meros quilómetros do célebre mar Morto e é conhecida pelas suas famosas tâmaras e papaias, sendo estas especialmente utilizadas na medicina.
In DN
A nova vida da árvore de Zaqueu
por LUMENA RAPOSO
Hoje
A cidade mais antiga do mundo festeja hoje o seu aniversário. O plátano aonde dizem que Zaqueu subiu para ver Jesus foi integrado num complexo museológico construído pelos russos em Jericó, cidade bíblica da Cisjordânia e um verdadeiro oásis no vale do rio Jordão, que hoje completa dez mil anos.
A cidade palestiniana de Jericó completa hoje dez mil anos, segundo a tradição judaico-cristã. O aniversário começa a ser assinalado com uma série de actividades das quais faz parte a inauguração, quarta-feira, de um museu cujo centro é um velhinho plátano com um tronco de dois metros de diâmetro. Mas não se trata de um plátano qualquer: é a conhecida árvore de Zaqueu.
Este homem, diz a Bíblia, era um odiado cobrador de impostos desta cidade da Cisjordânia. Certo dia ouviu que Jesus iria ali chegar e queria vê-lo. Mas acontece que Zaqueu era de pequena estatura e, como tal, não conseguia vier Jesus por entre a multidão, que lhe dificultava a vida. Astuto, Zaqueu resolveu o seu problema: trepou ao plátano que ficava no percurso de Jesus. E o cobrador de impostos não só viu o Mestre como teve de o receber em casa, porque, conta a Bíblia, ao passar ali, Jesus levantou a cabeça e ordenou-lhe que descesse porque nesse dia ficaria em sua casa..
Foi esta árvore que a Rússia escolheu para ser o centro do complexo museológico que está a construir na cidade de Jericó e que abrirá as suas portas ao público na próxima quarta-feira. O museu, em terreno comprado no séc. XIX pelo Governo russo e cuja construção terá custado cerca de três milhões de dólares, conterá obras de arte russas e artefactos encontrados aquando das escavações para a construção do edifício. Será também utilizado para exposições e eventos culturais russo-palestinianos, com o objectivo de ajudar a relançar o turismo na pequena cidade palestiniana .
As festividades dos dez mil anos da cidade de Jericó irão prolongar-se por cinco anos. Para já, uma reunião especial do gabinete palestiniano, um concerto pela banda militar palestiniana, uma maratona, workshops de rua e fogo de artifício são as actividades assinaladas para marcar o aniversário da pequena cidade situada no deserto da Judeia e que acolhe 20 mil habitantes.
É de presumir que outras actividades venham a ser agendadas com o tempo até porque a Autoridade Palestiniana pretende atrair investimento estrangeiro à cidade na área do turismo, tirando partido do bom clima de que goza a "Cidade das Palmeiras" e dos monumentos que dela fazem parte. Alguns destes estão a ser já objecto de exploração turística, como é o caso das ruínas, velhas de nove mil anos, de Tel al-Sultan, na base do Monte da Tentação, onde segundo a tradição, Jesus terá sido tentado pelo demónio.
Jericó é uma excepção na região pobre e árida onde se situa, um oásis no vale do rio Jordão, condição que a transformou desde tempos imemoriais na "cidade de Verão" da elite regional. A cidade que fica 240 metros abaixo do nível do mar, sendo considerada por alguns como a mais baixa do globo, situa-se a uns meros quilómetros do célebre mar Morto e é conhecida pelas suas famosas tâmaras e papaias, sendo estas especialmente utilizadas na medicina.
In DN
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Para onde fugiram os ditadores depostos?
.
Para onde fugiram os ditadores depostos?
por CATARINA REIS DA FONSECA
Hoje
Na Líbia, tropas rebeldes e forças da NATO esforçam-se por derrubar Muammar Kadhafi. Na Costa do Marfim, Laurent Gbagbo foi preso após ter recusado abandonar o poder. O que acontece aos líderes quando são derrubados? Para onde vão aqueles que fogem dos seus países?
O tunisino Ben Ali optou pelo exílio na Arábia Saudita, enquanto Mubarak, ex-líder do Egipto, cumpriu a promessa que tinha feito de não abandonar solo egípcio e refugiou-se em Charm el-Cheikh. No passado, houve quem escolhesse destinos mais exóticos ou longínquos. O ditador filipino Ferdinand Marcos mudou- -se para o Havai, o alemão Erich Honecker viveu os seus últimos anos de vida em Santiago, no Chile, e o etíope Mengistu Mariam continua exilado no Zimbabwe, apesar dos apelos para que seja extraditado.
Jean-Bébel Bokassa, República Centro-Africana (1966-1979): Exilou-se em França
Em 1977, bem ao estilo de Napoleão, Jean-Bédel Bokassa colocou uma coroa na sua própria cabeça e declarou-se imperador. Bokassa foi condenado à morte in absentia em duas ocasiões diferentes, depois de, em 1979, mais de cem crianças terem sido assassinadas numa cadeia de Bangui. Tinham protestado contra o preço dos uniformes escolares. Em 1986, Bokassa foi acusado de traição, assassínio, canibalismo, agressão, peculato, entre outros crimes. Entre 1979 e 1986, depois de ser deposto, esteve exilado em França, onde viveu numa casa perto de Paris. Quando decidiu regressar à República Centro- -Africana, a sua pena foi suavizada para 20 anos de prisão. Acabou por ser amnistiado e libertado em 1993, três anos antes da sua morte. O ditador teve 55 filhos com 17 mulheres.
Hosni Mubaral, Egipto (1981-2011): Exílio interno em Charm el-Cheikh, Egipto
Durante os quase 30 anos em que esteve no poder no Egipto, Hosni Mubarak governou sempre sob estado emergência, ganhando, assim, um maior poder para limitar os direitos básicos dos cidadãos. O regime argumentava que era necessário ter mão de ferro para combater o terrorismo islamita. Mubarak venceu três eleições desde 1981 sem permitir que outros candidatos para além de si próprio entrassem na corrida. Em 2005, pressionado pelos EUA, mudou o sistema eleitoral, mas voltou a vencer. O líder egípcio foi acusado de levar a cabo uma campanha para calar os seus rivais políticos. Depois de três décadas, foi derrubado durante os protestos de Janeiro e Fevereiro deste ano e recolheu-se na sua villa no resort turístico egípcio de Charm el-Cheikh.
Zine al- Abidine Ben Ali, Tunísia (1987-2011): Exilou-se na Arábia Saudita
Presidente da Tunísia durante 23 anos, Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita a 14 de Janeiro deste ano. Durante o tempo em que esteve no poder, não eram permitidos protestos políticos, e os opositores ao regime eram perseguidos ou presos. Antes de ser derrubado, especulava-se sobre a possibilidade de Ben Ali passar o poder para as mãos de um dos seus familiares. Juntamente com a segunda mulher, Leila Trabelsi, roubou milhares de dinares ao seu próprio país, bem como centenas de casas e palácios que usava para alojar os membros da sua família. Este mês, o ex-líder tunisino, que se encontra gravemente doente, foi acusado de 18 crimes, incluindo homicídios e tráfico de droga.
Mobutu Sese Seko, República Democrática do Congo (1965-1997): Exilou-se em Marrocos
O antigo presidente do Zaire (actual República Democrática do Congo) morreu em Fevereiro de 1997 num hospital de Rabat, em Marrocos, pouco depois de ter deixado o país que governava desde 1965. Após a tomada de Kinshasa pelas forças rebeldes lideradas por Laurent Kabila, o ditador fugiu primeiro para o Togo e só depois se exilou em Marrocos. Durante o tempo em que esteve no poder, Mobutu implementou um regime autoritário e corrupto, acumulou uma fortuna colossal e tentou eliminar todas referências culturais relativas ao período colonial. Enquanto população se afundava cada vez mais na miséria, Mobutu, com o seu chapéu de pele de leopardo, acumulava milhões e comprava casas na França e na Suíça.
Mengistu Mariam, Etiópia (1987-1991): Exilado no Zimbabwe
Líder de uma campanha de terror que conduziu cerca de 500 mil pessoas à morte, Mengistu Haile Mariam esteve no poder na Etiópia entre 1987 e 1991, até ser derrubado pela Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope. Após a tomada de Adis Abeba, o tirano fugiu do país com 50 membros da sua família. Antigo oficial da junta militar comunista que governou o país até 1987, Mariam vive até hoje exilado no Zimbabwe, apesar dos pedidos do Governo etíope para que seja extraditado e cumpra a pena de prisão perpétua a que foi condenado em 2007. Correm rumores de que Mariam vive em condições de luxo e que é conselheiro do Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, para questões relacionadas com segurança.
Erich Honecker, República Democrática Alemã (1971-1989): Exílio na Embaix. Chile em Moscovo
Após quase duas décadas no poder, o homem que supervisionou a construção do Muro de Berlim foi obrigado a fugir do país. Substituído por Egon Krenz na presidência da RDA em 1989, Erich Honecker viajou para Moscovo para ser "submetido a tratamentos médicos". No Verão desse ano tinha sido anunciado que sofria de cancro. Após a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação do ex- -líder da Alemanha do Leste tornou-se mais precária: exigia-se o seu regresso à Alemanha. Amigo do embaixador do Chile na Rússia, foi a este país que pediu ajuda. Ficou alojado na Embaixada em Moscovo até ser extraditado para a Alemanha, onde começou a ser julgado. Acabou por ser libertado devido ao seu estado de saúde e mudou-se para o Chile. Morreu em Santiago em 1994.
Alfredo Stroessner, Paraguai (1954 - 1989): Exilou-se no Brasil
"Reeleito" oito vezes antes de ser derrubado em 1989, Alfredo Stroessner liderou um dos mais longos regimes do continente americano, só superado por Fidel Castro, em Cuba. Muitos dos opositores políticos de Stroessner eram forçados a fugir para o exílio, e os que ficavam eram ameaçados ou presos. Depois de ser derrubado num golpe militar em 1989, o ditador fugiu para o Brasil e foi lá que viveu durante mais de 17 anos, até morrer, em Brasília, de ataque cardíaco. Durante o tempo em que Stroessner esteve no poder, o Paraguai tornou-se num refúgio para criminosos de guerra nazis, tendo mesmo chegado a acolher, durante algum tempo, o antigo médico das SS, Josef Mengele.
Ferdinand Marcos, Filipinas (1965 - 1986): Exilou-se no Havai (EUA)
O regime de Ferdinand Marcos, que durou mais de duas décadas, começou a perder força em 1983 após o assassínio de Benigno S. Aquino, o maior opositor político do ditador. A morte de Aquino enfureceu os filipinos, mas só três anos depois é que Marcos fugiria para o Havai com a mulher. Quando depois das eleições de 1986, marcadas por fraudes e violência, a assembleia nacional anunciou que Marcos era o vencedor, uma rebelião dentro do exército filipino saiu para a rua com o apoio de milhares de civis. Marcos pediu a ajuda dos EUA e conseguiu exilar-se no Havai, onde permaneceu até à sua morte, em 1989. A família de Marcos levou consigo milhões de pesos filipinos.
Jean-Claude Duvalier, Haiti (1971-1986): Exilado em França até Janeiro de 2011
Acusado de corrupção e crimes contra a humanidade, Jean-Claude Duvalier, que governou o Haiti entre 1971 e 1986, esteve 25 anos exilado em França. Com milhões de dólares no bolso, fugiu em 1986 para uma villa em Cannes. Passava férias na Riviera francesa com a família, conduzia carros topo de gama e tinha duas casas no centro de Paris. A situação terá começado a mudar devido aos seus excessos e excentricidades e piorado após a separação da mulher. Um ano após o sismo de Janeiro de 2010, Duvalier decidiu voltar ao Haiti. Defensores dos direitos humanos afirmam que durante os 29 anos de governação de Duvalier e do seu antecessor, o seu pai, cerca de 40 mil opositores políticos terão sido assasinados.
Idi Amin, Uganda (1971-1979): Exilou-se na Arábia Saudita
Após ter sido deposto em 1979 e depois de uma breve passagem pela Líbia, Idi Amin Dada exilou-se na Arábia Saudita, onde viveu protegido e financiado pelo Governo daquele país até à sua morte em 2003. Amin, líder de um sangrento golpe de Estado em 1971, subiu ao poder nesse ano, condenando a população ugandesa a mais de uma década de terror. Foi culpabilizado pela morte de cerca de 300 mil pessoas: eliminava todos os que pudessem representar uma ameaça. Cruel e excêntrico, correm rumores de que manteria a cabeça dos seus opositores políticos no frigorífico. Expulsou toda a comunidade asiática do país, baniu os hippies e a minissaia e declarou-se rei da Escócia, comparecendo no funeral de um membro da família real saudita envergando um kilt.
In DN
Para onde fugiram os ditadores depostos?
por CATARINA REIS DA FONSECA
Hoje
Na Líbia, tropas rebeldes e forças da NATO esforçam-se por derrubar Muammar Kadhafi. Na Costa do Marfim, Laurent Gbagbo foi preso após ter recusado abandonar o poder. O que acontece aos líderes quando são derrubados? Para onde vão aqueles que fogem dos seus países?
O tunisino Ben Ali optou pelo exílio na Arábia Saudita, enquanto Mubarak, ex-líder do Egipto, cumpriu a promessa que tinha feito de não abandonar solo egípcio e refugiou-se em Charm el-Cheikh. No passado, houve quem escolhesse destinos mais exóticos ou longínquos. O ditador filipino Ferdinand Marcos mudou- -se para o Havai, o alemão Erich Honecker viveu os seus últimos anos de vida em Santiago, no Chile, e o etíope Mengistu Mariam continua exilado no Zimbabwe, apesar dos apelos para que seja extraditado.
Jean-Bébel Bokassa, República Centro-Africana (1966-1979): Exilou-se em França
Em 1977, bem ao estilo de Napoleão, Jean-Bédel Bokassa colocou uma coroa na sua própria cabeça e declarou-se imperador. Bokassa foi condenado à morte in absentia em duas ocasiões diferentes, depois de, em 1979, mais de cem crianças terem sido assassinadas numa cadeia de Bangui. Tinham protestado contra o preço dos uniformes escolares. Em 1986, Bokassa foi acusado de traição, assassínio, canibalismo, agressão, peculato, entre outros crimes. Entre 1979 e 1986, depois de ser deposto, esteve exilado em França, onde viveu numa casa perto de Paris. Quando decidiu regressar à República Centro- -Africana, a sua pena foi suavizada para 20 anos de prisão. Acabou por ser amnistiado e libertado em 1993, três anos antes da sua morte. O ditador teve 55 filhos com 17 mulheres.
Hosni Mubaral, Egipto (1981-2011): Exílio interno em Charm el-Cheikh, Egipto
Durante os quase 30 anos em que esteve no poder no Egipto, Hosni Mubarak governou sempre sob estado emergência, ganhando, assim, um maior poder para limitar os direitos básicos dos cidadãos. O regime argumentava que era necessário ter mão de ferro para combater o terrorismo islamita. Mubarak venceu três eleições desde 1981 sem permitir que outros candidatos para além de si próprio entrassem na corrida. Em 2005, pressionado pelos EUA, mudou o sistema eleitoral, mas voltou a vencer. O líder egípcio foi acusado de levar a cabo uma campanha para calar os seus rivais políticos. Depois de três décadas, foi derrubado durante os protestos de Janeiro e Fevereiro deste ano e recolheu-se na sua villa no resort turístico egípcio de Charm el-Cheikh.
Zine al- Abidine Ben Ali, Tunísia (1987-2011): Exilou-se na Arábia Saudita
Presidente da Tunísia durante 23 anos, Ben Ali fugiu para o exílio na Arábia Saudita a 14 de Janeiro deste ano. Durante o tempo em que esteve no poder, não eram permitidos protestos políticos, e os opositores ao regime eram perseguidos ou presos. Antes de ser derrubado, especulava-se sobre a possibilidade de Ben Ali passar o poder para as mãos de um dos seus familiares. Juntamente com a segunda mulher, Leila Trabelsi, roubou milhares de dinares ao seu próprio país, bem como centenas de casas e palácios que usava para alojar os membros da sua família. Este mês, o ex-líder tunisino, que se encontra gravemente doente, foi acusado de 18 crimes, incluindo homicídios e tráfico de droga.
Mobutu Sese Seko, República Democrática do Congo (1965-1997): Exilou-se em Marrocos
O antigo presidente do Zaire (actual República Democrática do Congo) morreu em Fevereiro de 1997 num hospital de Rabat, em Marrocos, pouco depois de ter deixado o país que governava desde 1965. Após a tomada de Kinshasa pelas forças rebeldes lideradas por Laurent Kabila, o ditador fugiu primeiro para o Togo e só depois se exilou em Marrocos. Durante o tempo em que esteve no poder, Mobutu implementou um regime autoritário e corrupto, acumulou uma fortuna colossal e tentou eliminar todas referências culturais relativas ao período colonial. Enquanto população se afundava cada vez mais na miséria, Mobutu, com o seu chapéu de pele de leopardo, acumulava milhões e comprava casas na França e na Suíça.
Mengistu Mariam, Etiópia (1987-1991): Exilado no Zimbabwe
Líder de uma campanha de terror que conduziu cerca de 500 mil pessoas à morte, Mengistu Haile Mariam esteve no poder na Etiópia entre 1987 e 1991, até ser derrubado pela Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope. Após a tomada de Adis Abeba, o tirano fugiu do país com 50 membros da sua família. Antigo oficial da junta militar comunista que governou o país até 1987, Mariam vive até hoje exilado no Zimbabwe, apesar dos pedidos do Governo etíope para que seja extraditado e cumpra a pena de prisão perpétua a que foi condenado em 2007. Correm rumores de que Mariam vive em condições de luxo e que é conselheiro do Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe, para questões relacionadas com segurança.
Erich Honecker, República Democrática Alemã (1971-1989): Exílio na Embaix. Chile em Moscovo
Após quase duas décadas no poder, o homem que supervisionou a construção do Muro de Berlim foi obrigado a fugir do país. Substituído por Egon Krenz na presidência da RDA em 1989, Erich Honecker viajou para Moscovo para ser "submetido a tratamentos médicos". No Verão desse ano tinha sido anunciado que sofria de cancro. Após a dissolução da União Soviética, em 1991, a situação do ex- -líder da Alemanha do Leste tornou-se mais precária: exigia-se o seu regresso à Alemanha. Amigo do embaixador do Chile na Rússia, foi a este país que pediu ajuda. Ficou alojado na Embaixada em Moscovo até ser extraditado para a Alemanha, onde começou a ser julgado. Acabou por ser libertado devido ao seu estado de saúde e mudou-se para o Chile. Morreu em Santiago em 1994.
Alfredo Stroessner, Paraguai (1954 - 1989): Exilou-se no Brasil
"Reeleito" oito vezes antes de ser derrubado em 1989, Alfredo Stroessner liderou um dos mais longos regimes do continente americano, só superado por Fidel Castro, em Cuba. Muitos dos opositores políticos de Stroessner eram forçados a fugir para o exílio, e os que ficavam eram ameaçados ou presos. Depois de ser derrubado num golpe militar em 1989, o ditador fugiu para o Brasil e foi lá que viveu durante mais de 17 anos, até morrer, em Brasília, de ataque cardíaco. Durante o tempo em que Stroessner esteve no poder, o Paraguai tornou-se num refúgio para criminosos de guerra nazis, tendo mesmo chegado a acolher, durante algum tempo, o antigo médico das SS, Josef Mengele.
Ferdinand Marcos, Filipinas (1965 - 1986): Exilou-se no Havai (EUA)
O regime de Ferdinand Marcos, que durou mais de duas décadas, começou a perder força em 1983 após o assassínio de Benigno S. Aquino, o maior opositor político do ditador. A morte de Aquino enfureceu os filipinos, mas só três anos depois é que Marcos fugiria para o Havai com a mulher. Quando depois das eleições de 1986, marcadas por fraudes e violência, a assembleia nacional anunciou que Marcos era o vencedor, uma rebelião dentro do exército filipino saiu para a rua com o apoio de milhares de civis. Marcos pediu a ajuda dos EUA e conseguiu exilar-se no Havai, onde permaneceu até à sua morte, em 1989. A família de Marcos levou consigo milhões de pesos filipinos.
Jean-Claude Duvalier, Haiti (1971-1986): Exilado em França até Janeiro de 2011
Acusado de corrupção e crimes contra a humanidade, Jean-Claude Duvalier, que governou o Haiti entre 1971 e 1986, esteve 25 anos exilado em França. Com milhões de dólares no bolso, fugiu em 1986 para uma villa em Cannes. Passava férias na Riviera francesa com a família, conduzia carros topo de gama e tinha duas casas no centro de Paris. A situação terá começado a mudar devido aos seus excessos e excentricidades e piorado após a separação da mulher. Um ano após o sismo de Janeiro de 2010, Duvalier decidiu voltar ao Haiti. Defensores dos direitos humanos afirmam que durante os 29 anos de governação de Duvalier e do seu antecessor, o seu pai, cerca de 40 mil opositores políticos terão sido assasinados.
Idi Amin, Uganda (1971-1979): Exilou-se na Arábia Saudita
Após ter sido deposto em 1979 e depois de uma breve passagem pela Líbia, Idi Amin Dada exilou-se na Arábia Saudita, onde viveu protegido e financiado pelo Governo daquele país até à sua morte em 2003. Amin, líder de um sangrento golpe de Estado em 1971, subiu ao poder nesse ano, condenando a população ugandesa a mais de uma década de terror. Foi culpabilizado pela morte de cerca de 300 mil pessoas: eliminava todos os que pudessem representar uma ameaça. Cruel e excêntrico, correm rumores de que manteria a cabeça dos seus opositores políticos no frigorífico. Expulsou toda a comunidade asiática do país, baniu os hippies e a minissaia e declarou-se rei da Escócia, comparecendo no funeral de um membro da família real saudita envergando um kilt.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Princesa do Antigo Egipto sofria de doença coronária
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Princesa do Antigo Egipto sofria de doença coronária
Hoje
Ahmose-Meryet-Amon, que viveu há mais de 3500 anos, é a doente com problemas coronários mais antiga que se conhece
Viveu em Tebas, entre os anos e 1580 e 1530 a.C. e, apesar da dieta saudável que a sua classe social permitia e de uma vida presumivelmente sem stresses no palácio, a princesa egípcia Ahmose-Meryet-Amon sofria de aterosclerose. A descoberta foi feita graças a um estudo da sua múmia por tomografia computorizada e mostra que este tipo de doenças já existiam, mesmo sem o estilo de vida moderno.
In DN
Princesa do Antigo Egipto sofria de doença coronária
Hoje
Ahmose-Meryet-Amon, que viveu há mais de 3500 anos, é a doente com problemas coronários mais antiga que se conhece
Viveu em Tebas, entre os anos e 1580 e 1530 a.C. e, apesar da dieta saudável que a sua classe social permitia e de uma vida presumivelmente sem stresses no palácio, a princesa egípcia Ahmose-Meryet-Amon sofria de aterosclerose. A descoberta foi feita graças a um estudo da sua múmia por tomografia computorizada e mostra que este tipo de doenças já existiam, mesmo sem o estilo de vida moderno.
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O estranho caso do pé esquerdo de Tutankamon
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O estranho caso do pé esquerdo de Tutankamon
Hoje
Investigador britânico contesta que o jovem faraó tivesse uma malformação óssea
Desde que o seu túmulo intacto foi descoberto no Vale dos Reis, no Egipto, em 1922, Tutankamon, o rapaz-faraó, tornou-se um caso de popularidade, com muitas controvérsias a sucederem-se acerca da sua vida, e também da sua morte, que ainda hoje não terminaram.
A última é esta: teria o jovem faraó um defeito congénito no pé, vulgarmente conhecido por pé boto (ou torto)? Já se fizeram estudos por raios-X à múmia de Tutankamon, já se fizeram exames por tomografia axial computorizada, mas a dúvida persiste.
In DN
O estranho caso do pé esquerdo de Tutankamon
Hoje
Investigador britânico contesta que o jovem faraó tivesse uma malformação óssea
Desde que o seu túmulo intacto foi descoberto no Vale dos Reis, no Egipto, em 1922, Tutankamon, o rapaz-faraó, tornou-se um caso de popularidade, com muitas controvérsias a sucederem-se acerca da sua vida, e também da sua morte, que ainda hoje não terminaram.
A última é esta: teria o jovem faraó um defeito congénito no pé, vulgarmente conhecido por pé boto (ou torto)? Já se fizeram estudos por raios-X à múmia de Tutankamon, já se fizeram exames por tomografia axial computorizada, mas a dúvida persiste.
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Assassínio de Kennedy mudou serviços de informações
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Assassínio de Kennedy mudou serviços de informações
por Lusa
Hoje
O assassínio de John F. Kennedy, há precisamente 48 anos, contribuiu para mudar a estrutura da agência central de informações (CIA) responsável pela protecção da vida do presidente dos Estados Unidos e da sua família.
Quase cinquenta anos depois, o agente da CIA Clint Hill, que se encontrava na melhor posição para reagir aos tiros que mataram John F. Kennedy, assume o erro: "Não há dúvida de que falhámos na protecção do presidente", afirmou Hill à cadeia Voice of America (VOA), citada pela AFP. A 22 de novembro de 1963, Kennedy foi baleado na cidade de Dallas, no Texas, quando se deslocava na limusina presidencial descapotável, com a esposa, Jackie, saudando a multidão.
O relatório Warren (1964), que resultou da investigação oficial ao homicídio do presidente norte-americano, concluiu que o autor do atentado terá sido um único homem, Lee Harvey Oswald, ex-marine de 24 anos, que porém negou ter morto Kennedy. O agente Gerald Blaine, que naquele dia estava no Texas, explica que a falta de recursos humanos da época foi uma das causas da falta de proteção de Kennedy, uma vez que a CIA tinha apenas 330 efetivos, 34 dos quais destacados para a Casa Branca. Em 1901, depois do assassínio do presidente William McKinley, em Buffalo, Nova Iorque, a CIA foi encarregada da proteção do presidente, embora hoje em dia o seu leque de ações seja maior e diversificado.
O homicídio de Kennedy e os posteriores atentados contra os presidentes Gerald Ford e Ronald Reagan ativaram os alarmes nos serviços secretos sobre a sua forma de actuação. "Não tínhamos rádio. Operávamos com sinais de mãos. Tínhamos fotografias dos sujeitos suspeitos e tentávamos memorizá-las. Tínhamos de confiar uns nos outros para trabalharmos juntos, como uma equipa", explicou Blaine, referindo-se 'ao seu tempo'. A escritora Lisa McCubbin, que colaborou com Blaine no livro "The Kennedy Detail", explicou que as deficiências que se evidenciaram após a morte de Kennedy obrigaram a uma alteração no financiamento do corpo de segurança pessoal do presidente.
"Fê-los compreender ainda melhor a importância da sua missão e foram capazes de convencer o Congresso para conseguir mais dinheiro", afirmou McCubbin. Hill permaneceu nos serviços secretos após o assassínio e assistiu às alterações na agência, entre as quais não viajar em automóveis descapotáveis, mais agentes (tem cerca de 3200 agentes especiais), mais dinheiro e melhores comunicações.
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Assassínio de Kennedy mudou serviços de informações
por Lusa
Hoje
O assassínio de John F. Kennedy, há precisamente 48 anos, contribuiu para mudar a estrutura da agência central de informações (CIA) responsável pela protecção da vida do presidente dos Estados Unidos e da sua família.
Quase cinquenta anos depois, o agente da CIA Clint Hill, que se encontrava na melhor posição para reagir aos tiros que mataram John F. Kennedy, assume o erro: "Não há dúvida de que falhámos na protecção do presidente", afirmou Hill à cadeia Voice of America (VOA), citada pela AFP. A 22 de novembro de 1963, Kennedy foi baleado na cidade de Dallas, no Texas, quando se deslocava na limusina presidencial descapotável, com a esposa, Jackie, saudando a multidão.
O relatório Warren (1964), que resultou da investigação oficial ao homicídio do presidente norte-americano, concluiu que o autor do atentado terá sido um único homem, Lee Harvey Oswald, ex-marine de 24 anos, que porém negou ter morto Kennedy. O agente Gerald Blaine, que naquele dia estava no Texas, explica que a falta de recursos humanos da época foi uma das causas da falta de proteção de Kennedy, uma vez que a CIA tinha apenas 330 efetivos, 34 dos quais destacados para a Casa Branca. Em 1901, depois do assassínio do presidente William McKinley, em Buffalo, Nova Iorque, a CIA foi encarregada da proteção do presidente, embora hoje em dia o seu leque de ações seja maior e diversificado.
O homicídio de Kennedy e os posteriores atentados contra os presidentes Gerald Ford e Ronald Reagan ativaram os alarmes nos serviços secretos sobre a sua forma de actuação. "Não tínhamos rádio. Operávamos com sinais de mãos. Tínhamos fotografias dos sujeitos suspeitos e tentávamos memorizá-las. Tínhamos de confiar uns nos outros para trabalharmos juntos, como uma equipa", explicou Blaine, referindo-se 'ao seu tempo'. A escritora Lisa McCubbin, que colaborou com Blaine no livro "The Kennedy Detail", explicou que as deficiências que se evidenciaram após a morte de Kennedy obrigaram a uma alteração no financiamento do corpo de segurança pessoal do presidente.
"Fê-los compreender ainda melhor a importância da sua missão e foram capazes de convencer o Congresso para conseguir mais dinheiro", afirmou McCubbin. Hill permaneceu nos serviços secretos após o assassínio e assistiu às alterações na agência, entre as quais não viajar em automóveis descapotáveis, mais agentes (tem cerca de 3200 agentes especiais), mais dinheiro e melhores comunicações.
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Quando a América fazia tratados em português
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Quando a América fazia tratados em português
por LEONÍDIO PAULO FERREIRA
Hoje
Os americanos podem ter orgulho em Edmund Roberts, o enviado à Tailândia que em 1833 assinou o seu primeiro tratado com uma nação asiática. Mas três séculos antes já Duarte Fernandes se fazia receber na corte do Sião (o antigo nome da Tailândia) para propor a amizade de D. Manuel I. E a prova de que a oferta de 1511 foi levada a sério é que os Estados Unidos tiveram de aceitar o português (a par do chinês) como idioma oficial em caso de disputa sobre o Tratado de Amizade e Comércio. É que nem os americanos entendiam tailandês, nem os tailandeses sabiam falar inglês, apesar do contacto ocasional com os britânicos da Índia.
Mas nesse início do século XIX, o português não resistia apenas como língua franca da Ásia. O tratado escrito em tailandês, inglês, chinês e português continha ainda um artigo que autorizava os Estados Unidos a criar um consulado no Sião se outra nação europeia (com exceção de Portugal) o fizesse. Porquê a ressalva? Porque os portugueses eram há muito presença habitual (Roberts relatou que um tal de Josef Piedade mandava no porto de Banguecoque) e a jovem república americana não ousava exigir um tratamento igual ao do país dos grandes navegadores.
Claro que não tardou muito que fossem os britânicos a mandar nos mares da Ásia, sobretudo depois de conquistarem Hong Kong. E os próprios americanos, ainda tão amistosos na abordagem inicial aos tailandeses, em 1853 já usavam a força dos canhões para impor aos japoneses a reabertura dos seus portos ao comércio externo.
O verdadeiro século português na Ásia tinha sido o XVI, quando a potência de fogo das nossas naus trazia tanto respeito e temor como hoje os porta- -aviões dos Estados Unidos.
O pormenor da versão portuguesa do primeiro tratado americano-tailandês surgiu numa visita de fim de semana ao Museu do Oriente. Instalado num antigo armazém de bacalhau junto ao porto de Lisboa, é um local cheio de peças únicas, desde o mobiliário indo-português, que a corte começou a importar ainda mal Vasco da Gama tinha regressado da viagem de 1498 ao Malabar, até ao capacete metálico de um samurai que imita o formato de um chapéu português do tempo das Descobertas.
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar por mar à Índia, Birmânia, Tailândia, Malásia, China e Indonésia. Em 1543, desembarcaram também no Japão, que tentaram cristianizar. E se havia samurais que nos admiravam, como o do chapéu de metal, outros fizeram tudo para expulsar quem lhes ensinou a usar as armas de fogo.
Tudo isto é passado, mas em época de crise faz bem redescobrir que um pequeno país pode ser uma nação de grande sucesso. E por trás da história estão oportunidades: alguém já reparou que um dos homens mais ricos da Malásia, Tony Fernandez, é filho de um goês e de uma kristang, esses cristãos de Malaca que falam um crioulo do português?
In DN
Quando a América fazia tratados em português
por LEONÍDIO PAULO FERREIRA
Hoje
Os americanos podem ter orgulho em Edmund Roberts, o enviado à Tailândia que em 1833 assinou o seu primeiro tratado com uma nação asiática. Mas três séculos antes já Duarte Fernandes se fazia receber na corte do Sião (o antigo nome da Tailândia) para propor a amizade de D. Manuel I. E a prova de que a oferta de 1511 foi levada a sério é que os Estados Unidos tiveram de aceitar o português (a par do chinês) como idioma oficial em caso de disputa sobre o Tratado de Amizade e Comércio. É que nem os americanos entendiam tailandês, nem os tailandeses sabiam falar inglês, apesar do contacto ocasional com os britânicos da Índia.
Mas nesse início do século XIX, o português não resistia apenas como língua franca da Ásia. O tratado escrito em tailandês, inglês, chinês e português continha ainda um artigo que autorizava os Estados Unidos a criar um consulado no Sião se outra nação europeia (com exceção de Portugal) o fizesse. Porquê a ressalva? Porque os portugueses eram há muito presença habitual (Roberts relatou que um tal de Josef Piedade mandava no porto de Banguecoque) e a jovem república americana não ousava exigir um tratamento igual ao do país dos grandes navegadores.
Claro que não tardou muito que fossem os britânicos a mandar nos mares da Ásia, sobretudo depois de conquistarem Hong Kong. E os próprios americanos, ainda tão amistosos na abordagem inicial aos tailandeses, em 1853 já usavam a força dos canhões para impor aos japoneses a reabertura dos seus portos ao comércio externo.
O verdadeiro século português na Ásia tinha sido o XVI, quando a potência de fogo das nossas naus trazia tanto respeito e temor como hoje os porta- -aviões dos Estados Unidos.
O pormenor da versão portuguesa do primeiro tratado americano-tailandês surgiu numa visita de fim de semana ao Museu do Oriente. Instalado num antigo armazém de bacalhau junto ao porto de Lisboa, é um local cheio de peças únicas, desde o mobiliário indo-português, que a corte começou a importar ainda mal Vasco da Gama tinha regressado da viagem de 1498 ao Malabar, até ao capacete metálico de um samurai que imita o formato de um chapéu português do tempo das Descobertas.
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar por mar à Índia, Birmânia, Tailândia, Malásia, China e Indonésia. Em 1543, desembarcaram também no Japão, que tentaram cristianizar. E se havia samurais que nos admiravam, como o do chapéu de metal, outros fizeram tudo para expulsar quem lhes ensinou a usar as armas de fogo.
Tudo isto é passado, mas em época de crise faz bem redescobrir que um pequeno país pode ser uma nação de grande sucesso. E por trás da história estão oportunidades: alguém já reparou que um dos homens mais ricos da Malásia, Tony Fernandez, é filho de um goês e de uma kristang, esses cristãos de Malaca que falam um crioulo do português?
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