Vagueando na Notícia


Participe do fórum, é rápido e fácil

Vagueando na Notícia
Vagueando na Notícia
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Sinal dos tempos

Ir para baixo

Sinal dos tempos Empty Sinal dos tempos

Mensagem por Viriato Qua Nov 18, 2009 11:14 am

Sinal dos tempos: a viagem de Obama ao Império do Meio

Por JNR na secção Geoprotagonistas , Globalização , História Económica , Inteligência Económica


Barack Obama dificilmente encarna a pele do Uncle Sam, desiludam-se os anti-globalistas e anti-yankees. As juventudes asiáticas deliram com o seu carisma natural e a sua retórica esmerada, a sua soltura e habilidade em falar de temas-tabu ou complexos para os anfitriões.

Yes, he can, o homem consegue. A obamamania, de Mao-Bama, foi uma loucura em Xangai e em Beijing. O negócio correu à boa moda comercial capitalista chinesa ancestral, às mil maravilhas, para os homens das t-shirt do paredão do Bund (em Xangai) ou frente à Cidade Proibida em Beijing ou na Muralha. A palavra entrou na juventude e nos quadros que o escutaram – mas o efeito é de longo prazo. Todos os que o ouviram (com caras de pau ou faces mais expressivas) sabem que têm de ser pragmáticos e não idealistas – os que gritam “yes we can” ficam restritos a movimentos em Hong Kong ou no estrangeiro.

Mas, paradoxo dos tempos geopolíticos que correm, o que Obama ganha em penetração de imagem e de pensamento nos fãs, não traz saldo no plano geopolítico e geo-económico imediato. Os dirigentes chineses mostraram que a China pode dizer não, ou pelo menos, ficar calada, e não responder às exigências de Washington, como reporta o The New York Times, numa peça de ontem que vale a pena ler.

É claro que Obama não é um ingénuo, com pose desenvolta, como turista adolescente maravilhado, visitando os marcos da China milenar, deixando-se manipular politicamente pela central de spin de Beijing. Ele sabe que há um trade-off nisto tudo – ganhos a longo prazo através da mensagem e da postura, mas saldo parco a curto e médio prazos, pois a China não é uma Rússia em colapso nos anos 1990 com olhos e ouvidos escancarados, disponíveis, para a receita americana ideológica, económica ou geoestratégica (os pontos “quentes” do globo que afligem os EUA e a Europa).

A realidade geopolítica é outra – a China é cada vez mais um par no duo do G2. Para o americano médio, provavelmente mais do que as geopolitiquices, restará saber algo que lhe toca na algibeira: e os chineses vão continuar a financiar-nos a boa vida ou não, Mr. Obama?

Mas para todas as potências, grandes, médias e pequenas, a imagem marcante que ficar desta viajem de Obama ao Império do Meio será crucial para os passos que cada um pensa dar.
Viriato
Viriato

Pontos : 16657

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos