Sinal dos tempos
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Sinal dos tempos
Sinal dos tempos: a viagem de Obama ao Império do Meio
Por JNR na secção Geoprotagonistas , Globalização , História Económica , Inteligência Económica
Barack Obama dificilmente encarna a pele do Uncle Sam, desiludam-se os anti-globalistas e anti-yankees. As juventudes asiáticas deliram com o seu carisma natural e a sua retórica esmerada, a sua soltura e habilidade em falar de temas-tabu ou complexos para os anfitriões.
Yes, he can, o homem consegue. A obamamania, de Mao-Bama, foi uma loucura em Xangai e em Beijing. O negócio correu à boa moda comercial capitalista chinesa ancestral, às mil maravilhas, para os homens das t-shirt do paredão do Bund (em Xangai) ou frente à Cidade Proibida em Beijing ou na Muralha. A palavra entrou na juventude e nos quadros que o escutaram – mas o efeito é de longo prazo. Todos os que o ouviram (com caras de pau ou faces mais expressivas) sabem que têm de ser pragmáticos e não idealistas – os que gritam “yes we can” ficam restritos a movimentos em Hong Kong ou no estrangeiro.
Mas, paradoxo dos tempos geopolíticos que correm, o que Obama ganha em penetração de imagem e de pensamento nos fãs, não traz saldo no plano geopolítico e geo-económico imediato. Os dirigentes chineses mostraram que a China pode dizer não, ou pelo menos, ficar calada, e não responder às exigências de Washington, como reporta o The New York Times, numa peça de ontem que vale a pena ler.
É claro que Obama não é um ingénuo, com pose desenvolta, como turista adolescente maravilhado, visitando os marcos da China milenar, deixando-se manipular politicamente pela central de spin de Beijing. Ele sabe que há um trade-off nisto tudo – ganhos a longo prazo através da mensagem e da postura, mas saldo parco a curto e médio prazos, pois a China não é uma Rússia em colapso nos anos 1990 com olhos e ouvidos escancarados, disponíveis, para a receita americana ideológica, económica ou geoestratégica (os pontos “quentes” do globo que afligem os EUA e a Europa).
A realidade geopolítica é outra – a China é cada vez mais um par no duo do G2. Para o americano médio, provavelmente mais do que as geopolitiquices, restará saber algo que lhe toca na algibeira: e os chineses vão continuar a financiar-nos a boa vida ou não, Mr. Obama?
Mas para todas as potências, grandes, médias e pequenas, a imagem marcante que ficar desta viajem de Obama ao Império do Meio será crucial para os passos que cada um pensa dar.
Por JNR na secção Geoprotagonistas , Globalização , História Económica , Inteligência Económica
Barack Obama dificilmente encarna a pele do Uncle Sam, desiludam-se os anti-globalistas e anti-yankees. As juventudes asiáticas deliram com o seu carisma natural e a sua retórica esmerada, a sua soltura e habilidade em falar de temas-tabu ou complexos para os anfitriões.
Yes, he can, o homem consegue. A obamamania, de Mao-Bama, foi uma loucura em Xangai e em Beijing. O negócio correu à boa moda comercial capitalista chinesa ancestral, às mil maravilhas, para os homens das t-shirt do paredão do Bund (em Xangai) ou frente à Cidade Proibida em Beijing ou na Muralha. A palavra entrou na juventude e nos quadros que o escutaram – mas o efeito é de longo prazo. Todos os que o ouviram (com caras de pau ou faces mais expressivas) sabem que têm de ser pragmáticos e não idealistas – os que gritam “yes we can” ficam restritos a movimentos em Hong Kong ou no estrangeiro.
Mas, paradoxo dos tempos geopolíticos que correm, o que Obama ganha em penetração de imagem e de pensamento nos fãs, não traz saldo no plano geopolítico e geo-económico imediato. Os dirigentes chineses mostraram que a China pode dizer não, ou pelo menos, ficar calada, e não responder às exigências de Washington, como reporta o The New York Times, numa peça de ontem que vale a pena ler.
É claro que Obama não é um ingénuo, com pose desenvolta, como turista adolescente maravilhado, visitando os marcos da China milenar, deixando-se manipular politicamente pela central de spin de Beijing. Ele sabe que há um trade-off nisto tudo – ganhos a longo prazo através da mensagem e da postura, mas saldo parco a curto e médio prazos, pois a China não é uma Rússia em colapso nos anos 1990 com olhos e ouvidos escancarados, disponíveis, para a receita americana ideológica, económica ou geoestratégica (os pontos “quentes” do globo que afligem os EUA e a Europa).
A realidade geopolítica é outra – a China é cada vez mais um par no duo do G2. Para o americano médio, provavelmente mais do que as geopolitiquices, restará saber algo que lhe toca na algibeira: e os chineses vão continuar a financiar-nos a boa vida ou não, Mr. Obama?
Mas para todas as potências, grandes, médias e pequenas, a imagem marcante que ficar desta viajem de Obama ao Império do Meio será crucial para os passos que cada um pensa dar.
Viriato- Pontos : 16657
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos