A distância que vai do insulto à ilegalidade
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A distância que vai do insulto à ilegalidade
por João Miguel Tavares
Na última coluna que publicou no jornal Sol, o arquitecto José António Saraiva escreveu o seguinte post scriptum: "As conversas [entre José Sócrates e Armando Vara] contêm linguagem imprópria, com insultos e referências desprimorosas a figuras públicas, pelo que não podem ser divulgadas. Se isso acontecesse, Sócrates seria forçado a renunciar - ou o PR teria de o demitir." O Sol tem liderado o noticiário em torno do caso "Face Oculta", através dos textos de Felícia Cabrita, e portanto é de supor que o director do jornal já tenha tido contacto com algumas transcrições das conversas entre Sócrates e Vara. Nessa mesma edição, Felícia Cabrita apontava para a coincidência de Sócrates ter mudado de telemóvel no mesmo dia de Vara e avançava com mais alguns detalhes sobre aquilo a que os magistrados de Aveiro chamaram de atentado contra o Estado de direito.
Ora, convém ser muito claro na distinção entre uma coisa e outra. Entre aquilo que são "insultos e referências desprimorosas" e aquilo que são efectivamente alegadas ilegalidades cometidas pelo primeiro- -ministro. Quando José Sócrates, no Parlamento, acusa a oposição de ter como único interesse que "conversas privadas" sejam tornadas públicas, transformando assim a "coscuvilhice" em "linha política", é o mesmo tipo de confusão que está a promover - confusão essa que depois é potenciada pelo já espectacular silêncio do procurador-geral da República e pela sua recusa em fornecer argumentos que permitam compreender o arquivamento das certidões.
De facto, se o maior problema daquelas conversas, como sugere o arquitecto Saraiva, é a qualidade da linguagem de José Sócrates, que se supõe ser idêntica à de um estivador do porto de Lisboa, então Pinto Monteiro que faça um favor à pátria: explique que os telefonemas contêm linguagem imprópria e nada mais do que isso. Se hipoteticamente Sócrates, em conversa com Vara, decidiu referir-se a políticos importantes e a jornalistas famosos socorrendo-se do calão das Beiras, isso é problema dele e de mais ninguém. São conversas privadas - e assim devem permanecer.
Mas, que eu saiba, a função de um juiz e de um procurador não é velar pelo uso aprumado da língua portuguesa. Nem suponho que seja um atentado contra o Estado de direito classificar de forma pouco abonatória os progenitores das altas instâncias da pátria. Eu não consigo imaginar que alguém emita uma certidão com o argumento: "O primeiro-ministro usou a palavra começada por F." Portanto, convém que se pare de atirar areia para os olhos e se separem bem as coisas. Os portugueses são suficientemente inteligentes para perceber a diferença entre insultos e ilegalidades. O que está em causa não são "referências desprimorosas". O que está em causa são negócios desprimorosos.
Ora, convém ser muito claro na distinção entre uma coisa e outra. Entre aquilo que são "insultos e referências desprimorosas" e aquilo que são efectivamente alegadas ilegalidades cometidas pelo primeiro- -ministro. Quando José Sócrates, no Parlamento, acusa a oposição de ter como único interesse que "conversas privadas" sejam tornadas públicas, transformando assim a "coscuvilhice" em "linha política", é o mesmo tipo de confusão que está a promover - confusão essa que depois é potenciada pelo já espectacular silêncio do procurador-geral da República e pela sua recusa em fornecer argumentos que permitam compreender o arquivamento das certidões.
De facto, se o maior problema daquelas conversas, como sugere o arquitecto Saraiva, é a qualidade da linguagem de José Sócrates, que se supõe ser idêntica à de um estivador do porto de Lisboa, então Pinto Monteiro que faça um favor à pátria: explique que os telefonemas contêm linguagem imprópria e nada mais do que isso. Se hipoteticamente Sócrates, em conversa com Vara, decidiu referir-se a políticos importantes e a jornalistas famosos socorrendo-se do calão das Beiras, isso é problema dele e de mais ninguém. São conversas privadas - e assim devem permanecer.
Mas, que eu saiba, a função de um juiz e de um procurador não é velar pelo uso aprumado da língua portuguesa. Nem suponho que seja um atentado contra o Estado de direito classificar de forma pouco abonatória os progenitores das altas instâncias da pátria. Eu não consigo imaginar que alguém emita uma certidão com o argumento: "O primeiro-ministro usou a palavra começada por F." Portanto, convém que se pare de atirar areia para os olhos e se separem bem as coisas. Os portugueses são suficientemente inteligentes para perceber a diferença entre insultos e ilegalidades. O que está em causa não são "referências desprimorosas". O que está em causa são negócios desprimorosos.
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: A distância que vai do insulto à ilegalidade
No meio disto tudo, continuo a pensar que, conversas entre amigos, sejam elas produzidas em termos próprios ou não, dizem apenas respeito a ambos, independentemente do seu teor ou referências. E assim devem permanecer, sob pena de andarmos todos receosos pela nossa privacidade, sempre que utilizemos um telefone para conversar.
Se, em caso de investigação, se torna necessário proceder a escutas, então essas devem, cingir-se estrictamente aos factos em causa e nunca serem válidas para qualquer outro fim.
Claro que, numa altura em que destruir Sócrates é o lema, percebe-se toda a sanha e coscuvilhice montada à volta deste assunto, mas seria interessante conhecer todas as escutas do Face Oculta (eu digo TODAS), para percebermos bem o alcance desta campanha. Como isso não acontecerá... a dúvida permanecerá sem, ainda que divulgadas algumas...
Não estou minimamente interessado em saber qual o teor das conversas Vara/Sócrates ou vice-versa, porque calculo que não se tenham perdido em elogios a dterminados agentes políticos e da CS.
E basta apenas passarmos os olhos pela transcriçao das escutas (falsas, ao que consta), para se perceber o que move a coscuvilhice de certa gentinha. Qual crime contra o Estado, qual quê? Risota com a linguagem utilizada e mais nada!
Parecem mulheres de soalheiro, a tricotar, de mão e de língua
Se, em caso de investigação, se torna necessário proceder a escutas, então essas devem, cingir-se estrictamente aos factos em causa e nunca serem válidas para qualquer outro fim.
Claro que, numa altura em que destruir Sócrates é o lema, percebe-se toda a sanha e coscuvilhice montada à volta deste assunto, mas seria interessante conhecer todas as escutas do Face Oculta (eu digo TODAS), para percebermos bem o alcance desta campanha. Como isso não acontecerá... a dúvida permanecerá sem, ainda que divulgadas algumas...
Não estou minimamente interessado em saber qual o teor das conversas Vara/Sócrates ou vice-versa, porque calculo que não se tenham perdido em elogios a dterminados agentes políticos e da CS.
E basta apenas passarmos os olhos pela transcriçao das escutas (falsas, ao que consta), para se perceber o que move a coscuvilhice de certa gentinha. Qual crime contra o Estado, qual quê? Risota com a linguagem utilizada e mais nada!
Parecem mulheres de soalheiro, a tricotar, de mão e de língua
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Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: A distância que vai do insulto à ilegalidade
No meio disto tudo, continuo a pensar que, conversas entre amigos, sejam elas produzidas em termos próprios ou não, dizem apenas respeito a ambos, independentemente do seu teor ou referências. E assim devem permanecer, sob pena de andarmos todos receosos pela nossa privacidade, sempre que utilizemos um telefone para conversar.
aviesei aqui o mano anarca que as conversas eram mesmo verdadeiras e nao falsas como algyuem queria fazer sentir
e Porque
Porque quem as lançou queria e so e apenas dizer que ...nada havaima para alem dos palavroes nada contra o ZSE das socas
Só que tal como diz o Saraiva uma conversa privada tornada publica sera o mesmo que expor ou meter caca em frente da ventoinha
Assim quem meteu o paleio sabia o que estava a fazer
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: A distância que vai do insulto à ilegalidade
Tenho dificuldade em perceber o que leva o JAS, por quem tinha alguma consideração, a desencadear contra Sócrates a campanha que desencadeou.ricardonunes escreveu:por João Miguel TavaresNa última coluna que publicou no jornal Sol, o arquitecto José António Saraiva escreveu o seguinte post scriptum: "As conversas [entre José Sócrates e Armando Vara] contêm linguagem imprópria, com insultos e referências desprimorosas a figuras públicas, pelo que não podem ser divulgadas. Se isso acontecesse, Sócrates seria forçado a renunciar - ou o PR teria de o demitir."
Não pensa ele que está a submeter-se ao ridículo, a descredibilizar-se, quando publica coisas como as citadas?
Como é que ele sabe que Armando Vara e José Sócrates usaram linguagem imprópria para se referirem a figuras públicas de que não gostam?
E se usaram tal linguagem, pergunta-se: Usaram-na em público ou foi somente em privado como parece ser um telefonema?
Desde quando estou impedido de usar os termos que entender quando me refiro a alguém de quem não gosto quando estou a conversar com um amigo?
Muito se tem atacado a PIDE mas parece-me que na actualidade, as escutas e ingerências na vida privada das pessoas suplanta em muito o que a PIDE fazia.
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A distância que vai do insulto à ilegalidade
Vou mesmo mais longe. Para os destinatários em questão, a adjectivação até foi muito meiga....
Viriato- Pontos : 16657
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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