GNR querem abandonar a Brigada de Trânsito
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GNR querem abandonar a Brigada de Trânsito
GNR querem abandonar a Brigada de Trânsito
por ALFREDO TEIXEIRA
Hoje
Gratificações não são pagas desde Julho e alguns militares da unidade de trânsito têm a receber entre 600 e 800 euros.
A desmotivação está a tomar conta dos militares da GNR que integram a Unidade Nacional de Trânsito (UNT), criada há cerca de um ano para substituir a Brigada de Trânsito (BT), ao ponto de alguns dos 167 elementos das unidades de Lisboa e Porto pretenderem sair. Os serviços por todo o País não são gratificados desde Julho, e são os guardas a custear a alimentação dos dias passados longe de casa. Cada militar tem a haver 600 a 800 euros, para além de serem obrigados a dormir nos quartéis, sem condições.
"A situação está a tornar-se incomportável porque somos cidadãos como os restantes, temos ca-sa para pagar, família e filhos para educar e o que levamos todos os meses para casa é muito pouco, ainda mais com este gastos que somos obrigados a realizar quando realizamos o nosso trabalho", afirmou ao DN um cabo da UNT em Lisboa que recusa identificar--se com medo de represálias, e que pensa pedir para sair da unidade.
Tal como fazia a BT, também agora os militares são distribuídos para patrulhas um pouco por todo o País. Quase sempre para fiscalização rodoviária numa política da GNR de evitar que esse mesmo trabalho seja realizado por militares locais de forma a impedir as relações de confiança com os residentes das localidades.
O problema é que tanto um guarda de Lisboa pode ser destacado para uma operação em Braga como um do Porto integrar uma brigada em Beja. "São quatro a cinco dias fora de casa e a almoçar e a jantar diariamente, gastando em média 25 a 30 euros por refeição, cerca de 120 euros por mês", conta o cabo. Dinheiro que depois não tem qualquer reembolso, pelo menos como acontece desde Julho. "Ainda por cima os salários não são elevados, em média ganhamos 1100 euros por mês", acrescenta o militar há 15 anos ao serviço da GNR.
Depois, há a "discriminação". Por exemplo, enquanto um efectivo da UNT, em 2009, ganhou em gratificações 40 euros, um colega seu, mas pertencente à Divisão de Trânsito de Setúbal, recebeu entre 2000 e 2500 euros. "Trabalham na área da residência, comem em casa e dormem em condições condignas mas recebem mais", salienta o cabo da UNT de Lisboa, que tem um efectivo de 35 militares. Destes, pelo menos cerca de dez querem pedir transferência para outro serviço da GNR. No Porto, onde outra parte da UNT está instalada, a situação não é diferente, e o DN sabe que há também guardas a pretender abandonar a unidade.
Este descontentamento é dado hoje a conhecer a Rui Pereira, Ministro da Administração Interna, numa reunião há muito tempo marcada
In DN
por ALFREDO TEIXEIRA
Hoje
Gratificações não são pagas desde Julho e alguns militares da unidade de trânsito têm a receber entre 600 e 800 euros.
A desmotivação está a tomar conta dos militares da GNR que integram a Unidade Nacional de Trânsito (UNT), criada há cerca de um ano para substituir a Brigada de Trânsito (BT), ao ponto de alguns dos 167 elementos das unidades de Lisboa e Porto pretenderem sair. Os serviços por todo o País não são gratificados desde Julho, e são os guardas a custear a alimentação dos dias passados longe de casa. Cada militar tem a haver 600 a 800 euros, para além de serem obrigados a dormir nos quartéis, sem condições.
"A situação está a tornar-se incomportável porque somos cidadãos como os restantes, temos ca-sa para pagar, família e filhos para educar e o que levamos todos os meses para casa é muito pouco, ainda mais com este gastos que somos obrigados a realizar quando realizamos o nosso trabalho", afirmou ao DN um cabo da UNT em Lisboa que recusa identificar--se com medo de represálias, e que pensa pedir para sair da unidade.
Tal como fazia a BT, também agora os militares são distribuídos para patrulhas um pouco por todo o País. Quase sempre para fiscalização rodoviária numa política da GNR de evitar que esse mesmo trabalho seja realizado por militares locais de forma a impedir as relações de confiança com os residentes das localidades.
O problema é que tanto um guarda de Lisboa pode ser destacado para uma operação em Braga como um do Porto integrar uma brigada em Beja. "São quatro a cinco dias fora de casa e a almoçar e a jantar diariamente, gastando em média 25 a 30 euros por refeição, cerca de 120 euros por mês", conta o cabo. Dinheiro que depois não tem qualquer reembolso, pelo menos como acontece desde Julho. "Ainda por cima os salários não são elevados, em média ganhamos 1100 euros por mês", acrescenta o militar há 15 anos ao serviço da GNR.
Depois, há a "discriminação". Por exemplo, enquanto um efectivo da UNT, em 2009, ganhou em gratificações 40 euros, um colega seu, mas pertencente à Divisão de Trânsito de Setúbal, recebeu entre 2000 e 2500 euros. "Trabalham na área da residência, comem em casa e dormem em condições condignas mas recebem mais", salienta o cabo da UNT de Lisboa, que tem um efectivo de 35 militares. Destes, pelo menos cerca de dez querem pedir transferência para outro serviço da GNR. No Porto, onde outra parte da UNT está instalada, a situação não é diferente, e o DN sabe que há também guardas a pretender abandonar a unidade.
Este descontentamento é dado hoje a conhecer a Rui Pereira, Ministro da Administração Interna, numa reunião há muito tempo marcada
In DN
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