Obama, Google e matérias-primas afundam Wall Street

por **Vitor mango** Sáb Jan 23, 2010 1:45 am

Obama, Google e matérias-primas afundam Wall Street
Os principais índices bolsistas dos Estados Unidos encerraram em forte baixa, a perder mais de 2%, com o Dow Jones a acusar a queda mais acentuada numa série de três dias desde Março do ano passado.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt

Os principais índices bolsistas dos Estados Unidos encerraram em forte baixa, a perder mais de 2%, com o Dow Jones a acusar a queda mais acentuada numa série de três dias desde Março do ano passado.

A contribuir grandemente para estas perdas estiveram os títulos financeiros, que estão a ser penalizados pelos receios em torno do plano de Obama para travar a tomada de riscos por parte da banca. O JPMorgan quantifica as perdas para o sector em 13 mil milhões de dólares.

Os resultados da Google, que desanimaram os investidores, e a convicção do Goldman Sachs de que as medidas da China para desacelerar o crescimento económico do país vão afectar os produtos de metais também ajudaram às quedas.

O índice industrial Dow Jones terminou a ceder 2,09%, fixando-se nos 10.172,38 pontos. O S&P 500 perdeu 2,22%, para se estabelecer nos 1.091.72 pontos.

Por seu lado, o índice tecnológico Nasdaq fechou a valer 2.205,29 pontos, com uma desvalorização de 2,67%.

O Bank of America liderou as descidas do grupo financeiro do Standard & Poor’s 500, que perdeu mais de 3%. Este grupo registou uma queda de 6% nas duas últimas sessões. A incerteza sobre se o actual presidente da Fed, Ben Bernanke, será reconduzido no cargo, também pesou neste sector.

As matérias-primas também estiveram no vermelho, pressionadas pelos receios de que os planos de Obama levem os bancos de investimento a ter que vender os seus departamentos de “commodities”, o que acabou por fazer afundar também os títulos ligados a este sector.

A Freeport-McMoRan Copper & Gold, a AK Steel Holding Corp e a U.S. Steel Corp estiveram em queda, depois de o Goldman Sachs ter revisto em baixa a recomendação para o sector dos metais, de “atractiva” para “neutral”, devido às preocupações quanto às medidas da China para arrefecer o crescimento económico.

Nas tecnológicas, a Google pressionou bastante pela negativa, depois de o crescimento das suas vendas do quarto trimestre ter ficado aquém das estimativas mais optimistas dos analistas.

A Schlumberger também esteve no vermelho, penalizada pelo anúncio de que o resultado líquido do quarto trimestre caiu de 1,15 mil milhões para 795 milhões de dólares.