Imprensa internacional salienta comparações com défice orçamental da Grécia

Imprensa internacional salienta comparações com défice orçamental da Grécia A imprensa internacional realça hoje as comparações realizadas entre os défices orçamentais grego e português, além das pressões das agências internacionais de rating e do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre Portugal • Teixeira dos Santos pede às agências 'rating' que evitem conclusões precipitadas • Governo quer menos 60 mil funcionários públicos até 2013 • «É um orçamento adequado ao momento em que vivemos», diz Teixeira dos Santos • Economistas criticam proposta

O The Wall Street Journal divulgou no seu site da Internet que «o
Orçamento de Portugal surge numa altura em que os países com dívidas
elevadas e poucas perspectivas de crescimento estão sob forte pressão
para tranquilizar os investidores quanto à credibilidade dos seus
planos de redução do défice».
Ontem, o
Governo português apresentou a proposta de Orçamento do Estado para
2010 e estimou que o défice orçamental em 2009 terá ficado num valor
recorde de 9,3 por cento, projectando um défice de 8,3 por cento para
este ano.
«No ano passado, o
reconhecimento da Grécia que o seu défice orçamental era muito maior do
que se pensava, provocou um aumento acentuado nos custos de
financiamento para esse país, assim como outros países com problemas
nas finanças públicas como Portugal, Irlanda e Espanha», realçou The Wall Street Journal.
O diário norte-americano indicou ainda que «o aumento da preocupação dos investidores está a pesar sobre o euro».
Ainda sobre o défice português, a Reuters escreveu que «agências
de notação de risco ameaçaram baixar a notação da dívida de Portugal se
o país não avançar com medidas credíveis para suportar as suas
finanças, enquanto os economistas também expressam preocupação com a
fraca competitividade de Portugal, que a impede de crescer ao ritmo dos
seus parceiros europeus».
«Em
comparação, a Grécia, que é considerado o elemento mais fraco na Zona
do Euro, tem os planos para reduzir o seu défice em 4 pontos
percentuais este ano, para 8,7 por cento do PIB, e chegar a 2012 com um
défice de 2,8 por cento», acrescentou a Reuters.
Já a agência económica de notícias Bloomberg realçou as advertências da Moody`s Investors Service, indicando que Portugal «poderá sofrer de uma morte lenta nos próximos anos, assim como a Grécia».
A Bloomberg indicou
também que as agências de notação de crédito estão a analisar Portugal
ao detalhe depois do problemas enfrentados pela Grécia, chamando assim
a atenção «para os países de dentro da União Europeia que possuem défices orçamentais elevados».
O jornal espanhol El Pais divulgou também no domingo que «a empresa Moody´s advertiu que a economia de Portugal corre um alto risco de morte lenta nos próximos anos», equiparando os problemas nacionais aos da Grécia nos seguintes termos: «são
dois exemplos de países com baixa competitividade dentro da União
Europeia, que se traduzem em défices externos muito elevados».
«O cenário que desenha a agência americana de notação Moody´s sobre o futuro de Portugal não pode ser mais sombrio», referiu o diário espanhol.
O Financial Times indicou hoje que «as
medidas (da proposta de Orçamento) foram vistas como uma resposta à
pressão sobre Portugal colocada pelo Fundo Monetário Internacional e
pelas agências de notação de crédito, pretendendo implementar de forma
credível medidas a médio prazo para reduzir o défice».
Lusa / SOL