UE: Países da Zona Euro estudam forma de ajudar a Grécia a sair da crise

por Kllüx Qua Fev 10, 2010 7:19 pm

UE: Países da Zona Euro estudam forma de ajudar a Grécia a sair da crise

Lisboa, Portugal 10/02/2010 (EFE, AFP)

Os países europeus, em particular os da Zona Euro, vão "apoiar" a Grécia face à crise orçamental sem precedentes que atravessa, garantiu o primeiro ministro espanhol, José Luís Rodríguez Zapatero, que assegura a presidência rotativa da União Europeia (UE).

Zapatero falou momentos antes de um jantar organizado em Bruxelas pelo Partido Socialista Europeu, tendo a responsável de política internacional do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Elena Valenciano, também presente, dito que "é o momento da UE mostrar a sua capacidade para resolver os problemas que afetam um dos seus Estados-membros e que podem acabar por atingir toda a Zona Euro".

Também o presidente do Eurogrupo, fórum de ministros de Finanças da Zona Euro, Jean-Claude Juncker, indicou ter a intenção de avançar, na quinta feira, dia em que terá lugar uma cimeira dos líderes dos países da União Europeia em Bruxelas, com "propostas" sobre os meios para apoiar a Grécia em crise.

"A Grécia será claramente um tema da próxima reunião. Estou a desenvolver contactos para que possamos definir uma resposta que convença os mercados financeiros", declarou Jean-Claude Juncker, numa entrevista ao diário luxemburguês Luxemburger Wort.

Entretanto, a França e a Alemanha trabalham já numa série de propostas de apoio à Grécia, de modo a que possam ser apresentadas quinta feira, focando-se em "objetivos e princípios", mais do que em medidas concretas.

Em troca de um dispositivo de suporte à crise, a Grécia terá de dar garantias de que respeitará o seu objetivo de reduzir o défice em quatro por cento do PIB a partir deste ano.

A crise que a Grécia enfrenta foi hoje também tema de uma teleconferência com o comissário europeu designado para os Assuntos Económicos, Olli Rehn, e o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet.

Segundo fonte diplomática comunitária, "houve uma troca de impressões mas não foi tomada uma decisão sobre um pacote de ajuda".

Na ausência de um mecanismo para estes casos previsto no tratado da UE, foram já abordadas as hipóteses de empréstimos ou de disponibilização de linhas de crédito, bem como o recurso ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Quanto a esta última possibilidade, considerada politicamente humilhante e um duro golpe para a Zona Euro onze anos após a sua criação, o comissário europeu para os Assuntos Económicos cessante, Joaquín Almunia, assegurou que "não há necessidade de recorrer ao FMI".