Ilustres
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Ilustres
O ministro que cozinha para os amigos
por FRANCISCO MANGA
SHoje
Um défice excessivo "é antidemocrático", dizia Teixeira dos Santos quando era secretário de Estado no Governo de António Guterres. Sócrates tornou-o no superministro, que sabe carpinteirar" e não morre de amores por sol e praia.
Gosta de cozinhar pa-ra os amigos, "tem jeito" para a fotografia e uma "capacidade enorme" de gerir o tempo. Aprecia uma boa história, "troca anedotas, mesmo quando é visado nelas". António Guterres convidou-o para secretário de Estado do Tesouro; anos depois, José Sócrates promoveu-o a superministro. Pode falhar nas contas ou nas previsões, admite, mas não anda aqui a enganar.
Quando o primeiro-ministro António Guterres, em 1995, o convidou para secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Fernando Teixeira dos Santos tinha 44 anos. Braço-direito do ministro Sousa Franco, tratou do programa das privatizações, que defendida sem a mínima hesitação. O Banco de Fomento Exterior, a Tabaqueira e Cimpor foram das grandes empresas que, nessa altura, deixaram de pertencer ao Estado.
A próxima grande privatização - dizia Teixeira dos Santos - seria a TAP. O decidido secretário de Estado apoiava a extinção das empresas públicas, na situação de "sorvedouros" de dinheiro, se não houvesse razão económico-social para justificar a sua manutenção.
Com as privatizações, entra dinheiro fresco. E o primeiro-ministro socialista elogia o trabalho do futuro presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. É "o nosso Alves dos Reis", referia (no bom sentido, claro) Guterres, ao ver a facilidade com que o secretário do Tesouro reforçava os cofres do Estado.
Fernando Teixeira do Santos nasceu em 1951, na Maia. Concluiu os estudos secundários no Rodrigues de Freitas, o liceu portuense de futuros ministros. Nesta escola - recuperada pelo Governo de Sócrates - estudaram, entre outros, Augusto Santos Silva e António Pinto Ribeiro (responsável pela pasta da Cultura no anterior Executivo). Francisco Sá Carneiro, fundador do PSD e antigo primeiro-ministro, também foi ali alu-no, e Óscar Lopes professor - antes da ditadura o afastar do ensino público.
Depois do Rodrigues de Freitas, a licenciatura em Economia pela Universidade do Porto e o doutoramento na Universidade da Carolina do Sul (EUA). Dos tempos da Universidade do Porto, onde foi depois docente, fica a licenciatura e um amplo grupo de amigos. A ida para o Governo não fez Teixeira dos Santos quebrar o contacto com esta gente que admira a simplicidade e a apurada arte na cozinha do ministro.
"Tem uma capacidade invulgar de gerir o tempo", diz uma antiga aluna que faz parte do grupo de amigos formado na faculdade. "Qual-quer pretexto serve para nos juntamos". E "ele gosta" de estar. "No ano passado, veio ao casamento de uma filha de um amigo, não podia faltar, mas saiu a meio da festa porque estava a fazer o Orçamento de Estado".
Alberto Castro, director da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, elogia e destaca de igual modo o poder de organização do amigo ministro. "Ele tem tempo para tudo. No meio do turbilhão em que agora vive ainda é capaz de, por exemplo, preparar fotografias ou escrever um texto para os anos dos netos."
Fotografia. Eis uma das paixões, nos tempos livres, do responsável pela pasta das Finanças. Nas festas e nos passeios do grupo, é ele que regista para a posteridade esses momentos. E, agora, trabalha as fotos no computador. "É amante da electrónica, dos computadores, de telemóveis. E sabe usar bem, muito bem", as modernas ferramentas.
Na cozinha, voltemos aos sabores, garante a antiga aluna, que prefere manter o anonimato, prepara tudo "com assinalável qualidade: faz bem as entradas, o prato e a sobremesa". Alberto Castro aprova as iguarias do amigo "folgazão" de longa data. Uma coisa só, diz, o "irrita" profundamente: a hipocrisia. "Foi por isso que disse, há dias, que pode enganar-se, não anda aqui a enganar."
O ministro das Finanças, ecléctico nos gostos musicais - aprecia rock, jazz e música clássica -, não cessa de surpreender com outras habilidades. "Tem jeito para consertar, para carpinteirar." Essa arte vem do lado do pai, "manufacturava coisas de forma notável".
Na casa de férias em Vila Nova de Cerveira - aí é vizinha do amigo e ex-ministro Daniel Bessa - pratica outro dos seus hobbies: a jardinagem. Ver o economista com uma tesoura de poda nas mãos, no seu refúgio minhoto, é uma imagem normal; raro, muito raro, é encontrá-lo na praia. "Não gosta", conta Alberto Castro. "Sol e praia não é o turismo dele."
Homem de "grande rigor e de grande sentido de Estado", asseguram os amigos mais próximos. Renato Sampaio, líder de distrital do PS do Porto, é da mesma opinião. Considera o número dois da lista do PS por círculo, nas últimas legislativas, uma personalidade "encantadora". Na vida privada, o ministro gosta de conviver: "tem grande sentido de humor, dessacraliza as questões do poder".
Em 1996, quando coordenava o programa de privatizações, Teixeira dos Santos afirmava ser "anti- democrático" manter um défice excessivo, porque "é um acto de egoísmo em relação às gerações futuras". A sua fórmula para atalhar o défice era, na altura, o corte nas despesas correntes, "mas não no investimento público".
Catorze anos volvidos, o défice continua pouco democrático. Teixeira do Santos, agora ministro do Estado e das Finanças de um Governo sem maioria absoluta, promete não se desviar do rumo traçado. Há dias, durante a crise levantada pela alteração da Lei das Finanças Locais - que o Governo contesta - , muitos pensaram que o ministro iria bater com a porta. Não o fez. Em nome do "rigor e exigência", recorrerá, de 2010 a 2013, "a todos os instrumentos legais e políticos para preservar o equilíbrio das contas públicas".
O Presidente da República, Cavaco Silva, elogiou-lhe a competência. Palavras de apoio no momento em que o ministro Teixeira dos Santos, além do défice -"do monstro" - encontrou (inesperados) inimigos além-fronteiras: as agências de rating.
In DN
por FRANCISCO MANGA
SHoje
Um défice excessivo "é antidemocrático", dizia Teixeira dos Santos quando era secretário de Estado no Governo de António Guterres. Sócrates tornou-o no superministro, que sabe carpinteirar" e não morre de amores por sol e praia.
Gosta de cozinhar pa-ra os amigos, "tem jeito" para a fotografia e uma "capacidade enorme" de gerir o tempo. Aprecia uma boa história, "troca anedotas, mesmo quando é visado nelas". António Guterres convidou-o para secretário de Estado do Tesouro; anos depois, José Sócrates promoveu-o a superministro. Pode falhar nas contas ou nas previsões, admite, mas não anda aqui a enganar.
Quando o primeiro-ministro António Guterres, em 1995, o convidou para secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Fernando Teixeira dos Santos tinha 44 anos. Braço-direito do ministro Sousa Franco, tratou do programa das privatizações, que defendida sem a mínima hesitação. O Banco de Fomento Exterior, a Tabaqueira e Cimpor foram das grandes empresas que, nessa altura, deixaram de pertencer ao Estado.
A próxima grande privatização - dizia Teixeira dos Santos - seria a TAP. O decidido secretário de Estado apoiava a extinção das empresas públicas, na situação de "sorvedouros" de dinheiro, se não houvesse razão económico-social para justificar a sua manutenção.
Com as privatizações, entra dinheiro fresco. E o primeiro-ministro socialista elogia o trabalho do futuro presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. É "o nosso Alves dos Reis", referia (no bom sentido, claro) Guterres, ao ver a facilidade com que o secretário do Tesouro reforçava os cofres do Estado.
Fernando Teixeira do Santos nasceu em 1951, na Maia. Concluiu os estudos secundários no Rodrigues de Freitas, o liceu portuense de futuros ministros. Nesta escola - recuperada pelo Governo de Sócrates - estudaram, entre outros, Augusto Santos Silva e António Pinto Ribeiro (responsável pela pasta da Cultura no anterior Executivo). Francisco Sá Carneiro, fundador do PSD e antigo primeiro-ministro, também foi ali alu-no, e Óscar Lopes professor - antes da ditadura o afastar do ensino público.
Depois do Rodrigues de Freitas, a licenciatura em Economia pela Universidade do Porto e o doutoramento na Universidade da Carolina do Sul (EUA). Dos tempos da Universidade do Porto, onde foi depois docente, fica a licenciatura e um amplo grupo de amigos. A ida para o Governo não fez Teixeira dos Santos quebrar o contacto com esta gente que admira a simplicidade e a apurada arte na cozinha do ministro.
"Tem uma capacidade invulgar de gerir o tempo", diz uma antiga aluna que faz parte do grupo de amigos formado na faculdade. "Qual-quer pretexto serve para nos juntamos". E "ele gosta" de estar. "No ano passado, veio ao casamento de uma filha de um amigo, não podia faltar, mas saiu a meio da festa porque estava a fazer o Orçamento de Estado".
Alberto Castro, director da Faculdade de Economia e Gestão da Universidade Católica, elogia e destaca de igual modo o poder de organização do amigo ministro. "Ele tem tempo para tudo. No meio do turbilhão em que agora vive ainda é capaz de, por exemplo, preparar fotografias ou escrever um texto para os anos dos netos."
Fotografia. Eis uma das paixões, nos tempos livres, do responsável pela pasta das Finanças. Nas festas e nos passeios do grupo, é ele que regista para a posteridade esses momentos. E, agora, trabalha as fotos no computador. "É amante da electrónica, dos computadores, de telemóveis. E sabe usar bem, muito bem", as modernas ferramentas.
Na cozinha, voltemos aos sabores, garante a antiga aluna, que prefere manter o anonimato, prepara tudo "com assinalável qualidade: faz bem as entradas, o prato e a sobremesa". Alberto Castro aprova as iguarias do amigo "folgazão" de longa data. Uma coisa só, diz, o "irrita" profundamente: a hipocrisia. "Foi por isso que disse, há dias, que pode enganar-se, não anda aqui a enganar."
O ministro das Finanças, ecléctico nos gostos musicais - aprecia rock, jazz e música clássica -, não cessa de surpreender com outras habilidades. "Tem jeito para consertar, para carpinteirar." Essa arte vem do lado do pai, "manufacturava coisas de forma notável".
Na casa de férias em Vila Nova de Cerveira - aí é vizinha do amigo e ex-ministro Daniel Bessa - pratica outro dos seus hobbies: a jardinagem. Ver o economista com uma tesoura de poda nas mãos, no seu refúgio minhoto, é uma imagem normal; raro, muito raro, é encontrá-lo na praia. "Não gosta", conta Alberto Castro. "Sol e praia não é o turismo dele."
Homem de "grande rigor e de grande sentido de Estado", asseguram os amigos mais próximos. Renato Sampaio, líder de distrital do PS do Porto, é da mesma opinião. Considera o número dois da lista do PS por círculo, nas últimas legislativas, uma personalidade "encantadora". Na vida privada, o ministro gosta de conviver: "tem grande sentido de humor, dessacraliza as questões do poder".
Em 1996, quando coordenava o programa de privatizações, Teixeira dos Santos afirmava ser "anti- democrático" manter um défice excessivo, porque "é um acto de egoísmo em relação às gerações futuras". A sua fórmula para atalhar o défice era, na altura, o corte nas despesas correntes, "mas não no investimento público".
Catorze anos volvidos, o défice continua pouco democrático. Teixeira do Santos, agora ministro do Estado e das Finanças de um Governo sem maioria absoluta, promete não se desviar do rumo traçado. Há dias, durante a crise levantada pela alteração da Lei das Finanças Locais - que o Governo contesta - , muitos pensaram que o ministro iria bater com a porta. Não o fez. Em nome do "rigor e exigência", recorrerá, de 2010 a 2013, "a todos os instrumentos legais e políticos para preservar o equilíbrio das contas públicas".
O Presidente da República, Cavaco Silva, elogiou-lhe a competência. Palavras de apoio no momento em que o ministro Teixeira dos Santos, além do défice -"do monstro" - encontrou (inesperados) inimigos além-fronteiras: as agências de rating.
In DN
Última edição por João Ruiz em Dom Fev 28, 2010 2:31 pm, editado 2 vez(es)
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Ilustres
Na cozinha, voltemos aos sabores, garante a antiga aluna, que prefere manter o anonimato, prepara tudo "com assinalável qualidade: faz bem as entradas, o prato e a sobremesa". Alberto Castro aprova as iguarias do amigo "folgazão" de longa data. Uma coisa só, diz, o "irrita" profundamente: a hipocrisia. "Foi por isso que disse, há dias, que pode enganar-se, não anda aqui a enganar.
Tive a possibilidade de visitar variso programas europeus como o Erasmos ( ate profes de Coimbra cunhei para ...) e finalmente em Bruges
havia muito jovens do Norte ...alias o Norte sempre foi uma reserva Efectiva para Trabalhar a serio
Conheci bem o Cadilhe e a familia ..pois e vario outros putos que frequentava a casa de Coimbra
amen
Vitor mango- Pontos : 118178
O primeiro português nas águas da Antárctida
O primeiro português nas águas da Antárctida
por NYSSE ARRUDA
Hoje
O mergulhador português Miguel Lacerda cumpriu um sonho incrível ao realizar uma série de mergulhos na península antárctica.
O velejador e mergulhador português Miguel Lacerda já está a caminho de terra firme, depois de ter sido o primeiro cidadão nacional a mergulhar nas águas da península antárctica na semana passada, numa expedição inédita - Quebramar Dive Antarctica 2010 - a bordo de um navio quebra-gelo russo, o Prof. Molchanov, único capaz de operar expedições de mergulho no continente gelado, com um diver master inglês e um grupo de mergulhadores europeus, americanos e australianos.
"Acabei por fazer dez mergulhos de escafandro autónomo e vários em apneia. A missão está cumprida", disse Miguel Lacerda enquanto se encontrava a atravessar ontem o tormentoso estreito de Drake, a faixa do oceano Atlântico Sul, entre a península antárctica e o cabo Horn, na América do Sul.
"Foi a realização de um sonho da adolescência, altura em que vi na casa do Prof. Luís Saldanha os desenhos do primeiro português a ir para a Antárctida. Nessa altura , trabalhava no Aquário Vasco da Gama como taxidermista-dermoplasta. Depois, ao longo da vida foram muitos outros que me fizeram sonhar com a Antárctida - os pioneiros Amundsen e Scott na corrida para alcançar o Pólo Sul, no início do século XX, Shackleton, um dos maiores aventureiros da história da humanidade e, enfim, o navejador brasileiro Amyr Klink, o primeiro ser humano a passar um Inverno inteiro sozinho na Antártida, a bordo de um veleiro em 1989-90", contou Miguel Lacerda, que teve a oportunidade de conhecer Amyr Klink na Madeira, durante a regata comemorativa dos 500 Anos do Desco-brimento do Brasil.
O mar e as aventuras marítimas são uma constante na vida de Miguel Lacerda. O pai foi campeão nacional de caça submarina, tendo falecido em 1959 durante o Campeonato Mundial na Itália, quando Miguel ainda era quase um bebé. "Ele foi um ídolo que mal conheci, mas que sempre me fascinou. Segui as suas pisadas e iniciei--me na caça submarina, modalidade que pratiquei até 1981", relembrou o mergulhador português que agora completou o curso de Extreme Polar Dive na Antárctida.
Entre as 15 travessias oceânicas que realizou, uma circum-navegação e outras tantas rotas por outros tantos mares a bordo de veleiros maxi boats de alta competição, Miguel também mergulhou em quase todos os oceanos, nomeadamente no Pacífico, onde visitou as ilhas Galápagos.
In DN
por NYSSE ARRUDA
Hoje
O mergulhador português Miguel Lacerda cumpriu um sonho incrível ao realizar uma série de mergulhos na península antárctica.
O velejador e mergulhador português Miguel Lacerda já está a caminho de terra firme, depois de ter sido o primeiro cidadão nacional a mergulhar nas águas da península antárctica na semana passada, numa expedição inédita - Quebramar Dive Antarctica 2010 - a bordo de um navio quebra-gelo russo, o Prof. Molchanov, único capaz de operar expedições de mergulho no continente gelado, com um diver master inglês e um grupo de mergulhadores europeus, americanos e australianos.
"Acabei por fazer dez mergulhos de escafandro autónomo e vários em apneia. A missão está cumprida", disse Miguel Lacerda enquanto se encontrava a atravessar ontem o tormentoso estreito de Drake, a faixa do oceano Atlântico Sul, entre a península antárctica e o cabo Horn, na América do Sul.
"Foi a realização de um sonho da adolescência, altura em que vi na casa do Prof. Luís Saldanha os desenhos do primeiro português a ir para a Antárctida. Nessa altura , trabalhava no Aquário Vasco da Gama como taxidermista-dermoplasta. Depois, ao longo da vida foram muitos outros que me fizeram sonhar com a Antárctida - os pioneiros Amundsen e Scott na corrida para alcançar o Pólo Sul, no início do século XX, Shackleton, um dos maiores aventureiros da história da humanidade e, enfim, o navejador brasileiro Amyr Klink, o primeiro ser humano a passar um Inverno inteiro sozinho na Antártida, a bordo de um veleiro em 1989-90", contou Miguel Lacerda, que teve a oportunidade de conhecer Amyr Klink na Madeira, durante a regata comemorativa dos 500 Anos do Desco-brimento do Brasil.
O mar e as aventuras marítimas são uma constante na vida de Miguel Lacerda. O pai foi campeão nacional de caça submarina, tendo falecido em 1959 durante o Campeonato Mundial na Itália, quando Miguel ainda era quase um bebé. "Ele foi um ídolo que mal conheci, mas que sempre me fascinou. Segui as suas pisadas e iniciei--me na caça submarina, modalidade que pratiquei até 1981", relembrou o mergulhador português que agora completou o curso de Extreme Polar Dive na Antárctida.
Entre as 15 travessias oceânicas que realizou, uma circum-navegação e outras tantas rotas por outros tantos mares a bordo de veleiros maxi boats de alta competição, Miguel também mergulhou em quase todos os oceanos, nomeadamente no Pacífico, onde visitou as ilhas Galápagos.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Dalai Lama
Dalai Lama
por JOÃO MORGADO FERNANDES
A voz que espalha a tolerância pelo mundo.
Quando há uns anos a Apple pôs em marcha uma campanha de publicidade (Think Different - Pense Diferente) fez uma acordo com o Dalai Lama para a utilização da sua imagem. "Eu sou aquilo que vocês quiserem, se tiver de ser um screensaver de computador, assim seja", foi a reacção do homem que incarna a dupla qualidade de líder político do Tibete (no exílio) e de guru do budismo à escala mundial.
O ponto de vista de Tenzin Gyatso, o 14.º Dalai Lama , é, como sempre, de uma extrema simplicidade: o que importa é divulgar a causa do Tibete e que as pessoas a encarem com simpatia.
E é isso que o guia na constante peregrinação à volta do mundo, que já o tornou na segunda figura mais conhecida, a seguir ao Papa, e numa das 100 personalidades mais influentes do planeta, no ranking de 2005 da revista Time.
Jetsun Jamphel Ngawang Lob- sang Yeshe Tenzin Gyatso, o nome que adoptou quando foi consagrado no topo da hierarquia do Tibete, há muito que perdeu as ilusões acerca da independência da sua pátria. A consagração dessa desistência foi oficializada no plano de paz que apresentou em 1987, no qual prevê o estabelecimento de uma região com algum grau de autonomia em relação a Pequim. No livro A Vida, a Morte, o Renascimento (uma espécie de auto-entrevista biográfica, editada em Portugal pela Asa), o tema é abordado de forma cristalina: "O Tibete foi independente durante séculos. Agora, já não o é. Devemos encarar as coisas de frente. Exigimos a autonomia, já não sonhamos com a independência. Mas queremos negociar na base de um respeito mútuo. As condições já não são as do passado e estamos preparados para nos inspirar nas palavras de Deng-Xiao-ping: um país, dois sistemas." Mas se Pequim tem usado esse princípio noutras regiões, parece muito reticente quanto ao Tibete, aparentemente receoso de que a autonomia baseada num princípio religioso possa conduzir, a prazo, a uma desanexação. E, é claro, devido à tensão que cultiva com a Índia.
É na índia, mais precisamente em Dharamsala, que o Dalai Lama estabeleceu um Governo no exílio, após ter abandonado o Tibete, em 1959, durante uma insurreição armada contra os chineses.
É aí, naquela que é conhecida por Pequena Lhasa, numa referência à capital do Tibete, que funciona um Parlamento e um Governo eleitos pelos tibetanos no exílio. É igualmente local de peregrinação de vedetas de Hollywood atraídas pelos princípios filosóficos expandidos pelo Dalai Lama , mas igualmente dos muitos políticos que o têm recebido à escala mundial. Das Nações Unidas, ao Vaticano, as portas têm estado permanentemente abertas a este homem que já teve a tentação de regressar, mas que sempre chega à conclusão de que é mais útil no exterior. "Embora refugiado, permaneço livre, livre de falar em nome do meu povo. No mundo livre, sou mais útil como porta-voz."
Foi também em Dharamsala que, a 6 de Julho deste ano, Tenzin Gyatso comemorou o seu 70.º aniversário, numa festa em que participaram mais de 10 mil pessoas, entre tibetanos e estrangeiros.
É com a tranquilidade que coloca em cada palavra que encara a morte. Mas sabe que, quando isso acontecer, o Tibete poderá conhecer dias de raiva. Os chineses não se cansam de repetir que têm legitimidade para escolher o seu sucessor, mesmo sabendo que, com a internacionalização da causa tibetana, ele será sempre visto como um fantoche. Uma coisa é certa, quando o 14.º Dalai Lama morrer, um grupo de monges por-se-á a caminho à procura da sua reincarnação. Na bagagem, levam alguns dos brinquedos preferidos da infância de Tenzin Gyatso na esperança de que uma criança, algures no "tecto do mundo", exclame, como todos os seus antecessores, "é meu, é meu".
In DN
por JOÃO MORGADO FERNANDES
A voz que espalha a tolerância pelo mundo.
Quando há uns anos a Apple pôs em marcha uma campanha de publicidade (Think Different - Pense Diferente) fez uma acordo com o Dalai Lama para a utilização da sua imagem. "Eu sou aquilo que vocês quiserem, se tiver de ser um screensaver de computador, assim seja", foi a reacção do homem que incarna a dupla qualidade de líder político do Tibete (no exílio) e de guru do budismo à escala mundial.
O ponto de vista de Tenzin Gyatso, o 14.º Dalai Lama , é, como sempre, de uma extrema simplicidade: o que importa é divulgar a causa do Tibete e que as pessoas a encarem com simpatia.
E é isso que o guia na constante peregrinação à volta do mundo, que já o tornou na segunda figura mais conhecida, a seguir ao Papa, e numa das 100 personalidades mais influentes do planeta, no ranking de 2005 da revista Time.
Jetsun Jamphel Ngawang Lob- sang Yeshe Tenzin Gyatso, o nome que adoptou quando foi consagrado no topo da hierarquia do Tibete, há muito que perdeu as ilusões acerca da independência da sua pátria. A consagração dessa desistência foi oficializada no plano de paz que apresentou em 1987, no qual prevê o estabelecimento de uma região com algum grau de autonomia em relação a Pequim. No livro A Vida, a Morte, o Renascimento (uma espécie de auto-entrevista biográfica, editada em Portugal pela Asa), o tema é abordado de forma cristalina: "O Tibete foi independente durante séculos. Agora, já não o é. Devemos encarar as coisas de frente. Exigimos a autonomia, já não sonhamos com a independência. Mas queremos negociar na base de um respeito mútuo. As condições já não são as do passado e estamos preparados para nos inspirar nas palavras de Deng-Xiao-ping: um país, dois sistemas." Mas se Pequim tem usado esse princípio noutras regiões, parece muito reticente quanto ao Tibete, aparentemente receoso de que a autonomia baseada num princípio religioso possa conduzir, a prazo, a uma desanexação. E, é claro, devido à tensão que cultiva com a Índia.
É na índia, mais precisamente em Dharamsala, que o Dalai Lama estabeleceu um Governo no exílio, após ter abandonado o Tibete, em 1959, durante uma insurreição armada contra os chineses.
É aí, naquela que é conhecida por Pequena Lhasa, numa referência à capital do Tibete, que funciona um Parlamento e um Governo eleitos pelos tibetanos no exílio. É igualmente local de peregrinação de vedetas de Hollywood atraídas pelos princípios filosóficos expandidos pelo Dalai Lama , mas igualmente dos muitos políticos que o têm recebido à escala mundial. Das Nações Unidas, ao Vaticano, as portas têm estado permanentemente abertas a este homem que já teve a tentação de regressar, mas que sempre chega à conclusão de que é mais útil no exterior. "Embora refugiado, permaneço livre, livre de falar em nome do meu povo. No mundo livre, sou mais útil como porta-voz."
Foi também em Dharamsala que, a 6 de Julho deste ano, Tenzin Gyatso comemorou o seu 70.º aniversário, numa festa em que participaram mais de 10 mil pessoas, entre tibetanos e estrangeiros.
É com a tranquilidade que coloca em cada palavra que encara a morte. Mas sabe que, quando isso acontecer, o Tibete poderá conhecer dias de raiva. Os chineses não se cansam de repetir que têm legitimidade para escolher o seu sucessor, mesmo sabendo que, com a internacionalização da causa tibetana, ele será sempre visto como um fantoche. Uma coisa é certa, quando o 14.º Dalai Lama morrer, um grupo de monges por-se-á a caminho à procura da sua reincarnação. Na bagagem, levam alguns dos brinquedos preferidos da infância de Tenzin Gyatso na esperança de que uma criança, algures no "tecto do mundo", exclame, como todos os seus antecessores, "é meu, é meu".
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Rania Al-Abdullah
Rania Al-Abdullah
16 Março 2009
Uma mulher sensível e inteligente no trono da Jordânia
Rania Al-Abdullah nasceu no Koweit a 31 de Agosto de 1970. Filha de pais palestinianos, tornou-se rainha da Jordânia em 1999 ao casar com o então príncipe e actual Rei da Jordânia, Abdullah II. Actualmente com 38 anos, Rania formou-se em Gestão na Universidade do Cairo e tem quatro filhos: Hussein, Iman, Salma e Hashem.
O seu trabalho humanitário valeu-lhe o Prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa 2008, que recebeu em Portugal, na Assembleia da República, a 16 de Março de 2009, juntamente com Jorge Sampaio. O Prémio Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, instituído em 1995, é entregue todos os anos a duas figuras públicas que tenham trabalhado para a protecção dos direitos humanos, a defesa do pluralismo e da democracia e o fortalecimento da parceria entre os países do Norte e do Sul.
A rainha da Jordânia considera que os maiores problemas da relação entre os países do Norte e do Sul são a falta de confiança. “Temos vivido lado a lado durante milénios e ainda sabemos tão pouco uns dos outros. A confiança é crucial para construir relações estáveis e pacíficas, é a base fundamental para a cooperação e prosperidade”.
A situação dos palestinianos é um dos problemas que mais lhe “toca o coração”. Para Raina, “o recente conflito em Gaza só veio acrescentar mais ressentimento a um conflito que já causou tanta destruição e morte. Agora, mais do que nunca, precisamos que o processo de paz retome o caminho para que não se percam ainda mais gerações no conflito”. Em relação aos direitos das mulheres árabes, considera que algo está a mudar, embora muitos países da região “ainda estejam longe da média da paridade de género”. Contudo, o seu país “tem dado grandes passos nesse sentido, com mais mulheres no mercado de trabalho, em empregos mais bem pagos, em postos governamentais e no Parlamento”. Para a rainha da Jordânia, o maior desafio que as mulheres árabes enfrentam nos dias de hoje é “mudar a mentalidade dos homens”.
Há um ano, Raina Al-Abdullah lançou um canal próprio no You Tube para discussões sobre o mundo árabe e o islão. A rainha acredita que a internet ?não só facilita e acelera o diálogo intercultural como multiplica o poder da conversação?. Uma das suas abordagens mais criativas foi um vídeo de Hanna Gargour, jordano, e Mia Rose, portuguesa, que usaram a música para criar laços de amizade entre as suas culturas. ?A sua contribuição motivou conversas entre as pessoas de diferentes raças e culturas e foi um diálogo intercultural no seu esplendor?.
In DN
16 Março 2009
Uma mulher sensível e inteligente no trono da Jordânia
Rania Al-Abdullah nasceu no Koweit a 31 de Agosto de 1970. Filha de pais palestinianos, tornou-se rainha da Jordânia em 1999 ao casar com o então príncipe e actual Rei da Jordânia, Abdullah II. Actualmente com 38 anos, Rania formou-se em Gestão na Universidade do Cairo e tem quatro filhos: Hussein, Iman, Salma e Hashem.
O seu trabalho humanitário valeu-lhe o Prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa 2008, que recebeu em Portugal, na Assembleia da República, a 16 de Março de 2009, juntamente com Jorge Sampaio. O Prémio Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, instituído em 1995, é entregue todos os anos a duas figuras públicas que tenham trabalhado para a protecção dos direitos humanos, a defesa do pluralismo e da democracia e o fortalecimento da parceria entre os países do Norte e do Sul.
A rainha da Jordânia considera que os maiores problemas da relação entre os países do Norte e do Sul são a falta de confiança. “Temos vivido lado a lado durante milénios e ainda sabemos tão pouco uns dos outros. A confiança é crucial para construir relações estáveis e pacíficas, é a base fundamental para a cooperação e prosperidade”.
A situação dos palestinianos é um dos problemas que mais lhe “toca o coração”. Para Raina, “o recente conflito em Gaza só veio acrescentar mais ressentimento a um conflito que já causou tanta destruição e morte. Agora, mais do que nunca, precisamos que o processo de paz retome o caminho para que não se percam ainda mais gerações no conflito”. Em relação aos direitos das mulheres árabes, considera que algo está a mudar, embora muitos países da região “ainda estejam longe da média da paridade de género”. Contudo, o seu país “tem dado grandes passos nesse sentido, com mais mulheres no mercado de trabalho, em empregos mais bem pagos, em postos governamentais e no Parlamento”. Para a rainha da Jordânia, o maior desafio que as mulheres árabes enfrentam nos dias de hoje é “mudar a mentalidade dos homens”.
Há um ano, Raina Al-Abdullah lançou um canal próprio no You Tube para discussões sobre o mundo árabe e o islão. A rainha acredita que a internet ?não só facilita e acelera o diálogo intercultural como multiplica o poder da conversação?. Uma das suas abordagens mais criativas foi um vídeo de Hanna Gargour, jordano, e Mia Rose, portuguesa, que usaram a música para criar laços de amizade entre as suas culturas. ?A sua contribuição motivou conversas entre as pessoas de diferentes raças e culturas e foi um diálogo intercultural no seu esplendor?.
In DN
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Letizia Ortiz
Letizia Ortiz
por FERNANDO BARCIELA03
A jornalista que se tornou princesa das Astúrias.
Ao eleger Letizia Ortiz como noiva, o príncipe Felipe manteve-se fiel à sua promessa de casar por amor. A futura rainha de Espanha é uma jornalista da TVE de 31 anos, divorciada e oriunda de uma família da classe média.
Do Telejornal ao Trono.» Era assim que um meio de comunicação social europeu definia ontem a situação de conto de fadas daquela que será a futura rainha de Espanha, Letizia Ortiz Rocasolano, uma jovem espanhola de classe média, culta, bela, elegante e, sobretudo, jornalista.
Porque se Letizia demonstrou até agora algo de essencial na sua personalidade é que sempre foi, acima de qualquer outra coisa, jornalista por vocação, das que desde pequenas estavam já «condenadas» ao exercício da profissão.
A futura rainha de Espanha, que nasceu nas Astúrias em 15 de Setembro de 1972, é filha e neta de jornalistas. O seu pai, Jesus Ortiz, é um conhecido profissional asturiano que fundou e dirigiu a emissora da Antena 3 de rádio em Oviedo, e a sua avó, Menchu Álvarez del Valle, que agora está reformada e ontem se mostrava eufórica, trabalhou durante anos na Rádio Nacional de Espanha.
Letizia (que se chama assim em vez de Leticia devido a um erro do funcionário do Registo) começou bem cedo a trabalhar em meios de comunicação. Depois de realizar uma tese de doutoramento sobre o jornal mexicano Siglo XXI, iniciou-se profissionalmente no diário asturiano La Nueva España, de Oviedo, para prosseguir depois no ABC e na agência EFE.
Dai passaria à Bloomberg TV em espanhol, onde se especializaria em informação económica, carreira que depois prosseguiria na CNN e, já a partir do ano 2000, na televisão pública espanhola, a TVE. Ali foi, como se costuma dizer em Espanha, «coser y cantar» ou, o que é a mesma coisa, «chegar, ver e vencer». Ultimamente, partilhava o telediario 2 da TVE 1 (o de maior audiência) nada menos que com o director dos noticiários, Alfredo Urdaci.
Com os pés bem assentes na terra e forte convicção de que o que era é jornalista e não show woman da televisão, Letizia nunca parece ter-se deixado encantar por propostas de fazer talk-shows, programas de espectáculo ou magazines-rosa, que proporcionaram muitíssima popularidade e dinheiro a outras colegas suas.
Como se tivesse intuído que estava convocada para voos mais altos, Letizia sempre procurou manter uma imagem de chica bonita, mas nunca espampanante. Também ao contrário de outras colegas, que, assediadas pela pressão das audiências, concordaram em ampliar o seu nível de «temperatura» perante o público, Letizia insistiu em conservar um estilo algo cool, que considerava um elemento básico da sua credibilidade.
Não era, pois, e apesar de apresentar os noticiário de maior audiência, uma «famosa» da TV. Muita gente, em Espanha, quando lhe disseram que a noiva do príncipe Felipe se chamava Letizia Ortiz, perguntou Letizia quê? Mesmo assim, a futura rainha recebeu vários prémios de televisão e era muito popular entre os telespectadores masculinos (basta visitar os fóruns na Internet) de gosto mais sofisticado, que, em muitos casos, sintonizavam o telejornal da TVE só para vê-la a ela, mais que às próprias notícias.
In DN
por FERNANDO BARCIELA03
A jornalista que se tornou princesa das Astúrias.
Ao eleger Letizia Ortiz como noiva, o príncipe Felipe manteve-se fiel à sua promessa de casar por amor. A futura rainha de Espanha é uma jornalista da TVE de 31 anos, divorciada e oriunda de uma família da classe média.
Do Telejornal ao Trono.» Era assim que um meio de comunicação social europeu definia ontem a situação de conto de fadas daquela que será a futura rainha de Espanha, Letizia Ortiz Rocasolano, uma jovem espanhola de classe média, culta, bela, elegante e, sobretudo, jornalista.
Porque se Letizia demonstrou até agora algo de essencial na sua personalidade é que sempre foi, acima de qualquer outra coisa, jornalista por vocação, das que desde pequenas estavam já «condenadas» ao exercício da profissão.
A futura rainha de Espanha, que nasceu nas Astúrias em 15 de Setembro de 1972, é filha e neta de jornalistas. O seu pai, Jesus Ortiz, é um conhecido profissional asturiano que fundou e dirigiu a emissora da Antena 3 de rádio em Oviedo, e a sua avó, Menchu Álvarez del Valle, que agora está reformada e ontem se mostrava eufórica, trabalhou durante anos na Rádio Nacional de Espanha.
Letizia (que se chama assim em vez de Leticia devido a um erro do funcionário do Registo) começou bem cedo a trabalhar em meios de comunicação. Depois de realizar uma tese de doutoramento sobre o jornal mexicano Siglo XXI, iniciou-se profissionalmente no diário asturiano La Nueva España, de Oviedo, para prosseguir depois no ABC e na agência EFE.
Dai passaria à Bloomberg TV em espanhol, onde se especializaria em informação económica, carreira que depois prosseguiria na CNN e, já a partir do ano 2000, na televisão pública espanhola, a TVE. Ali foi, como se costuma dizer em Espanha, «coser y cantar» ou, o que é a mesma coisa, «chegar, ver e vencer». Ultimamente, partilhava o telediario 2 da TVE 1 (o de maior audiência) nada menos que com o director dos noticiários, Alfredo Urdaci.
Com os pés bem assentes na terra e forte convicção de que o que era é jornalista e não show woman da televisão, Letizia nunca parece ter-se deixado encantar por propostas de fazer talk-shows, programas de espectáculo ou magazines-rosa, que proporcionaram muitíssima popularidade e dinheiro a outras colegas suas.
Como se tivesse intuído que estava convocada para voos mais altos, Letizia sempre procurou manter uma imagem de chica bonita, mas nunca espampanante. Também ao contrário de outras colegas, que, assediadas pela pressão das audiências, concordaram em ampliar o seu nível de «temperatura» perante o público, Letizia insistiu em conservar um estilo algo cool, que considerava um elemento básico da sua credibilidade.
Não era, pois, e apesar de apresentar os noticiário de maior audiência, uma «famosa» da TV. Muita gente, em Espanha, quando lhe disseram que a noiva do príncipe Felipe se chamava Letizia Ortiz, perguntou Letizia quê? Mesmo assim, a futura rainha recebeu vários prémios de televisão e era muito popular entre os telespectadores masculinos (basta visitar os fóruns na Internet) de gosto mais sofisticado, que, em muitos casos, sintonizavam o telejornal da TVE só para vê-la a ela, mais que às próprias notícias.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Dr. Joaquim Trigo de Negreiros
Dr. Joaquim Trigo de Negreiros
(Entrada Principal do Hospital de Mirandela)
Joaquim Trigo de Negreiros nasceu em Longra, Mirandela, em 11.8.1900.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Coimbra (1923), exercendo a advocacia no Norte do país até 1943. Foi Presidente da Câmara de Vila Flor (1926/7), Conservador do Registo Predial em Esposende e em Valpaços. Foi secretário do Tribunal da Relação do Porto (1934/36) e Procurador da República junto do Tribunal da Relação do Porto, desde 1936. Foi Governador Civil do Porto (1938/40) e Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social (1940/44). A seguir passou a Secretário de Estado da Assistência Social. Colaborou em vários jornais e revistas na área do Direito.
Durante a Presidência de Craveiro Lopes (1951 - 1958) foi Ministro da Administração Interna (Ministério do Interior).
Foi uma figura de grande influência no seu tempo. Publicou «Crédito Agrícola». Faleceu em 23.3.1973. O Jornalista Rogério Reis que o conheceu, por muitos anos, escreveu um artigo em O Primeiro de Janeiro, de 1.4.1973, onde fez o elogio fúnebre do conselheiro Joaquim Trigo de Negreiros, apelidando-o de exemplo cívico de um grande paladino.
Escreveu a obra «Assistência social : princípios e realizações ( Joaquim Trigo de Negreiros.- [S.l.] : [s.n.], 1949.- 96p. ; 23cm -Separata do Boletim da Assistência Social. Comunicação apresentada à 2ª Conferência da União Nacional. Resposta às críticas formuladas pelo Prof. Pulido Valente e ainda «A Ordem Jurídica e a Revolução», publicada em Lisboa pelas Edições Panorama (1966).
A Casa do Cruzeiro, na freguesia de Abreiro, é sua propriedade. Neste momento, habitam nela os seus herdeiros e mantém-se bem conservada.
In Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses, de Barroso da Fonte
(Entrada Principal do Hospital de Mirandela)
Joaquim Trigo de Negreiros nasceu em Longra, Mirandela, em 11.8.1900.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Coimbra (1923), exercendo a advocacia no Norte do país até 1943. Foi Presidente da Câmara de Vila Flor (1926/7), Conservador do Registo Predial em Esposende e em Valpaços. Foi secretário do Tribunal da Relação do Porto (1934/36) e Procurador da República junto do Tribunal da Relação do Porto, desde 1936. Foi Governador Civil do Porto (1938/40) e Subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social (1940/44). A seguir passou a Secretário de Estado da Assistência Social. Colaborou em vários jornais e revistas na área do Direito.
Durante a Presidência de Craveiro Lopes (1951 - 1958) foi Ministro da Administração Interna (Ministério do Interior).
Foi uma figura de grande influência no seu tempo. Publicou «Crédito Agrícola». Faleceu em 23.3.1973. O Jornalista Rogério Reis que o conheceu, por muitos anos, escreveu um artigo em O Primeiro de Janeiro, de 1.4.1973, onde fez o elogio fúnebre do conselheiro Joaquim Trigo de Negreiros, apelidando-o de exemplo cívico de um grande paladino.
Escreveu a obra «Assistência social : princípios e realizações ( Joaquim Trigo de Negreiros.- [S.l.] : [s.n.], 1949.- 96p. ; 23cm -Separata do Boletim da Assistência Social. Comunicação apresentada à 2ª Conferência da União Nacional. Resposta às críticas formuladas pelo Prof. Pulido Valente e ainda «A Ordem Jurídica e a Revolução», publicada em Lisboa pelas Edições Panorama (1966).
A Casa do Cruzeiro, na freguesia de Abreiro, é sua propriedade. Neste momento, habitam nela os seus herdeiros e mantém-se bem conservada.
In Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses, de Barroso da Fonte
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Nascimento Rodrigues
Nascimento Rodrigues
por Lusa
12 Abril 2010
Henrique Nascimento Rodrigues, que morreu na noite de domingo, era licenciado em Direito, tendo sido eleito para provedor de Justiça pela Assembleia da República em 2000 e reeleito em 2004, após ter exercido o cargo de ministro do Trabalho.
Natural de Angola, licenciou-se em Lisboa em 1964 e fez estágio para magistrado do Ministério Público, mas ingressou na carreira técnica da função pública, no Fundo de Desenvolvimento da Mão-de-Obra, onde se dedicou às questões do Direito do Trabalho e da contratação colectiva, de acordo com a biografia publicada no site da Provedoria, onde esteve até 2009.
No início da carreira prestou assessoria jurídica a sindicatos e empresas públicas e privadas na área laboral.
Foi militante do PPD/PSD e convidado para deputado pelo circulo eleitoral de Lisboa em 1979, tendo exercido a actividade parlamentar de 1982 a 1983 e de 1987 a 91. Na legislatura 1979-80, foi presidente da Comissão Parlamentar do Trabalho.
Em 1981 foi ministro do Trabalho de Pinto Balsemão e realizou missões técnicas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa como consultor da Organização Internacional do Trabalho.
Exerceu cargos de administração em empresas públicas e privadas e em 1992 foi eleito pelo Parlamento para presidente do recém criado Conselho Económico e Social, onde permaneceu até 1996.
Casado e pai de cinco filhos, Nascimento Rodrigues foi o primeiro português a ser eleito para a presidência da Conferência Internacional do Trabalho.
Foi consultor no Banco de Portugal e professor de Direito do Trabalho numa universidade privada, em Lisboa, tendo realizado diversos estudos sobre questões relacionadas com a problemática do trabalho e das relações industriais.
Em 2000 foi também eleito como conselheiro de Estado e recebeu a Ordem de Mérito (Grande Oficial) em 1994, a Légion d'Honneur (Officier) em 1995 e a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo em 2008.
Cessou funções de provedor, por renúncia ao cargo, em 03 de Junho de 2009, quase um ano depois de ter terminado o seu mandato e sem que tivesse ainda sido substituído por falta de acordo entre o PS e PS.
A primeira vez que foi eleito provedor recolheu 162 votos a favor e 46 contra e quando foi reeleito obteve 182 votos favoráveis e sete contra.
Em 1981, a agência ANOP noticiava a entrada de Nascimento Rodrigues no Governo, situando-o na ala esquerda do PSD.
In DN
por Lusa
12 Abril 2010
Henrique Nascimento Rodrigues, que morreu na noite de domingo, era licenciado em Direito, tendo sido eleito para provedor de Justiça pela Assembleia da República em 2000 e reeleito em 2004, após ter exercido o cargo de ministro do Trabalho.
Natural de Angola, licenciou-se em Lisboa em 1964 e fez estágio para magistrado do Ministério Público, mas ingressou na carreira técnica da função pública, no Fundo de Desenvolvimento da Mão-de-Obra, onde se dedicou às questões do Direito do Trabalho e da contratação colectiva, de acordo com a biografia publicada no site da Provedoria, onde esteve até 2009.
No início da carreira prestou assessoria jurídica a sindicatos e empresas públicas e privadas na área laboral.
Foi militante do PPD/PSD e convidado para deputado pelo circulo eleitoral de Lisboa em 1979, tendo exercido a actividade parlamentar de 1982 a 1983 e de 1987 a 91. Na legislatura 1979-80, foi presidente da Comissão Parlamentar do Trabalho.
Em 1981 foi ministro do Trabalho de Pinto Balsemão e realizou missões técnicas nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa como consultor da Organização Internacional do Trabalho.
Exerceu cargos de administração em empresas públicas e privadas e em 1992 foi eleito pelo Parlamento para presidente do recém criado Conselho Económico e Social, onde permaneceu até 1996.
Casado e pai de cinco filhos, Nascimento Rodrigues foi o primeiro português a ser eleito para a presidência da Conferência Internacional do Trabalho.
Foi consultor no Banco de Portugal e professor de Direito do Trabalho numa universidade privada, em Lisboa, tendo realizado diversos estudos sobre questões relacionadas com a problemática do trabalho e das relações industriais.
Em 2000 foi também eleito como conselheiro de Estado e recebeu a Ordem de Mérito (Grande Oficial) em 1994, a Légion d'Honneur (Officier) em 1995 e a Grã Cruz da Ordem Militar de Cristo em 2008.
Cessou funções de provedor, por renúncia ao cargo, em 03 de Junho de 2009, quase um ano depois de ter terminado o seu mandato e sem que tivesse ainda sido substituído por falta de acordo entre o PS e PS.
A primeira vez que foi eleito provedor recolheu 162 votos a favor e 46 contra e quando foi reeleito obteve 182 votos favoráveis e sete contra.
Em 1981, a agência ANOP noticiava a entrada de Nascimento Rodrigues no Governo, situando-o na ala esquerda do PSD.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
'As Razões de Bento XVI' vistas por Aura Miguel
'As Razões de Bento XVI' vistas por Aura Miguel
Hoje
Quem é Joseph Ratzinger, como chegou a Papa, ou quais são as suas principais preocupações como Chefe da Igreja Católica.
Neste livro, a jornalista Aura Miguel dá ainda a conhecer um Papa diferente, que gosta de ler, escrever, ouvir música e debater assuntos teológicos com outros académicos. E que, segundo os seus amigos portugueses, tem sentido de humor, é afável e atencioso. O lançamento da obra da única jornalista portuguesa com acreditação permanente no Vaticano está marcado para o dia 29, às 18.30, na Feira do Livro de Lisboa, por Marcelo Rebelo de Sousa. No dia seguinte, o livro será apresentado no Porto pelo bispo D. Manuel Clemente. O DN publica, em primeira mão, alguns excertos.
A ELEIÇÃO
O voto n.º77
Quando Bento XVI foi eleito tinha 78 anos de idade. Por duas vezes tinha tentado reformar-se e voltar para a sua casa na Baviera, onde vive o irmão, mas João Paulo II nunca aceitou os seus pedidos. O sonho de Ratzinger era acabar os dias a estudar teologia e, nos intervalos, tocar piano. Afinal, nada correu como planeado.
O conclave que elegeu Joseph Ratzinger foi dos mais rápidos.
(página 15)
A rapidez da escolha desmentiu os prognósticos de muitos sectores - incluindo meios eclesiásticos e comunicação social - de que havia uma forte resistência à eleição de Ratzinger. Aconteceu o contrário: os cardeais deram ao mundo um sinal de união ao elegerem tão depressa este Papa.
Sobre o que se passou dentro do conclave pouco se sabe, por causa do juramento que os cardeais são obrigados a fazer para manter segredo, sob pena de excomunhão. Mas alguns cardeais acabam sempre por revelar aspectos marginais à eleição.
Os lugares do conclave, na Capela Sistina, estavam distribuídos por duas filas de cada lado do altar, paralelas às paredes laterais. O primeiro lugar à esquerda, bem próximo do Juízo Final de Miguel Ângelo, era o do cardeal decano, Joseph Ratzinger. Segundo vozes «bem informadas», o número de votos alcançado por Ratzinger terá superado os de Karol Wojtyla (eleito com 99 votos no conclave de 1978). Mas, naquela tarde do dia 19 de Abril de 2005, Ratzinger só precisava de 77 votos para ser eleito. Por isso, enquanto se procedia à recontagem dos votos resultantes da quarta votação, os eleitores não esperaram que se chegasse ao fim, como testemunhou o cardeal espanhol Julián Herranz: «Quando chegámos ao voto 77, pusemo-nos de pé a aplaudir. Era uma forma de agradecer a Deus, de louvar o Espírito Santo que nos tinha levado à quantidade necessária, já na quarta votação. Nesse momento vi o cardeal Ratzinger como sempre o vi: um homem de uma grande paz e serenidade interior.»
Os cardeais permaneceram todos de pé, a aplaudir, excepto Ratzinger, como relatou o cardeal inglês Murphy O'Connor: «Estávamos de pé, mas ele continuava sentado, com a cabeça baixa. Estava a rezar.» Então, o cardeal Angelo Sodano, acompanhado pelo cardeal secretário do conclave e pelo cardeal camerlengo formularam-lhe a pergunta crucial: eminentíssimo senhor cardeal, aceita a eleição para Sumo Pontífice, canonicamente realizada?
«Ratzinger aceitou com um sim muito claro, forte e decidido. Nesse momento, sentia se na capela todo o peso que estava prestes a cair nos seus ombros. Foi um sim sem reservas, creio que estava feliz ao dá-lo, por aceitar este peso até à morte», contou o cardeal Christoph Schönborn, de Viena.
(página 15)
PREOCUPAÇÕES
A ditadura do relativismo
No alvor deste pontificado terá estado a preocupação dos cardeais com o avanço do relativismo e a escolha de alguém que conhecesse a fundo estes problemas. Analistas consideram que, em 1978, com a eleição de Karol Wojtyla, «o Conclave reagiu às ditaduras comunistas com a mensagem de que não há dignidade do homem sem liberdade», enquanto que «o Conclave de 2005 emitiu sinais de alarme contra a ditadura do relativismo: não há liberdade sem verdade».
Com efeito, a última homilia de Ratzinger antes de ser eleito Papa é uma chave de leitura fundamental para perceber este pontificado. Foi ele que, na qualidade de decano do colégio cardinalício, antes de entrarem para o conclave que o viria a eleger, presidiu à missa Pro Eligendo Romano Pontifici. E ficaram famosas as palavras que proferiu, quer sobre aquilo a que chamou «ditadura do relativismo», quer ao denunciar o risco de permanecermos com uma fé infantil, «em estado de menoridade».
Citando a carta de São Paulo aos Efésios - «como crianças, levadas ao sabor de todos os ventos de doutrina, pela malignidade dos homens e astúcia com que induzem ao erro» [cf. Ef.4, 14] - disse, então, o futuro Papa: «Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas de pensar… A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas, lançada de um extremo para o outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao colectivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante.» E Ratzinger prosseguiu: «Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é, com frequência, rotulado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar de um lado para o outro, ao sabor de todos os ventos de doutrina, surge como a única postura adequada aos tempos de hoje. Vai-se, assim, constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e os seus desejos.»
Nesta homilia, o cardeal Ratzinger acrescentou ainda que «adulta não é uma fé que segue as ondas da moda nem a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade».
É interessante verificar como estas preocupações são agora uma constante nos ensinamentos de Bento XVI. Foi o que aconteceu, por exemplo, na homilia de encerramento do Ano Paulino: «Não podemos mais permanecer como meninos inconstantes, levados por qualquer vento de doutrina. [?] A expressão "fé adulta", nas últimas décadas, tornou-se um slogan conhecido. Ouvimo-lo com frequência como sinónimo de quem já não dá ouvidos à Igreja nem aos seus Pastores, mas decide escolher aquilo em que quer ou não acreditar; portanto, uma fé ad hoc. E esta "fé adulta" é apresentada como "coragem" de se expressar contra o Magistério da Igreja. Ora, na realidade, para isto não é preciso ter coragem, porque se pode ter sempre a certeza de receber elogios públicos. Pelo contrário, coragem é aderir à fé da Igreja, apesar de ela contrariar o "esquema" do mundo contemporâneo. [?] Assim, faz parte da fé adulta, por exemplo, empenhar se pela inviolabilidade da vida humana desde o primeiro momento, opondo-se de forma radical ao princípio da violência, precisamente também na defesa das criaturas humanas mais indefesas. Faz parte da fé adulta reconhecer o matrimónio entre um homem e uma mulher para toda a vida, como ordenamento do Criador, restabelecido novamente por Cristo. A fé adulta não se deixa arrastar para aqui e para ali por qualquer corrente. Ela opõe-se aos ventos da moda. Sabe que estes ventos não constituem o sopro do Espírito Santo.»
(página 23)
PATOLOGIAS DO VELHO CONTINENTE
O Ocidente ferido de morte
Quando Bento XVI visitou a Baviera, em Setembro de 2006, afirmou que o Ocidente está ferido de morte. Ou seja, «sofre de patologias mortais da religião e da razão», cujas consequências só podem ser desastrosas para a humanidade. E os sintomas destas «patologias» percebem-se pela maneira como os outros nos olham.
(página 37)
Na mesma homilia, o Papa também refere o modo como os outros povos não cristãos nos olham: «As populações da África e da Ásia admiram as nossas realizações técnicas e a nossa ciência, mas ao mesmo tempo assustam-se perante um certo tipo de razão que exclui Deus da visão do homem. [?] Para eles, a verdadeira ameaça à sua identidade não está na fé cristã, mas no desprezo por Deus e no cinismo que considera um direito da liberdade ridicularizar o sagrado e que eleva a critério moral supremo o critério da utilidade.»
(página 37)
SURPRESAS E PROVOCAÇÕES
O átrio dos gentios
O cardeal alemão Walter Kasper, «especialista» no diálogo ecuménico e inter-religioso (e que, no passado, teve algumas divergências teológicas com o então prefeito para a Doutrina da Fé), explicou, no final do conclave, por que os cardeais tinham escolhido Ratzinger: «Queríamos uma pessoa firme na fé, com uma densidade intelectual profunda e com capacidade para ir explicar a nossa fé a qualquer parte do mundo.»
São prova disso o interesse com que largos sectores intelectuais e académicos seguem este pontificado e as interpelações culturais que dele resultam, nomeadamente nos sucessivos encontros que Bento XVI mantém com o mundo da cultura.
Mas o coração do Papa alarga-se e bate também por aqueles que estão fora, ou têm dúvidas sobre Deus. E esta é uma novidade deste pontificado.
Bento XVI toma a sério a nostalgia de Deus, que se encontra no coração de muitos que andam nas margens ou fora da órbita da Igreja, e quer dar-lhes um espaço. Por isso, à semelhança do Templo de Jerusalém que tinha um «átrio dos gentios» para os que não entravam no interior do templo, assim também a Igreja deveria ter um lugar para os «gentios» de hoje.
(página 45)
Bento XVI considera fundamental acolher as «pessoas que conhecem Deus, por assim dizer, só de longe; que estão insatisfeitas com os seus deuses, ritos e mitos; que desejam o Puro e o Grande, mesmo se Deus permanece para eles o Deus desconhecido [cf. Act 17, 23]. Também elas deviam poder rezar ao Deus desconhecido e assim estar em relação com o Deus verdadeiro, embora no meio de escuridão de vários géneros. Penso que a Igreja deveria também hoje abrir uma espécie de átrio dos gentios, onde os homens pudessem de qualquer modo agarrar-se a Deus, sem O conhecer e antes de terem encontrado o acesso ao seu mistério, a cujo serviço está a vida interna da Igreja».
Assim, para Ratzinger, já não basta o diálogo inter-religioso; é preciso ir ainda mais longe: «Ao diálogo com as religiões deve acrescentar-se hoje, sobretudo, o diálogo com aquelas pessoas para quem a religião é uma realidade estranha, para quem Deus é desconhecido, e contudo a sua vontade não é permanecer simplesmente sem Deus, mas aproximar-se d'Ele pelo menos como Desconhecido.»
(página 45)
O PAPA E PORTUGAL
Avisos e conselhos
Todavia, ao longo deste pontificado, no que se refere a Portugal, Bento XVI não falou apenas de Fátima. Em Novembro de 2007 os bispos portugueses foram a Roma, no cumprimento da Visita ad Limina Apostolorum - uma visita que, habitualmente de cinco em cinco anos, os bispos têm de fazer ao Sucessor de Pedro, para «lhe prestarem contas» sobre o que se passa nas suas dioceses.
(página 73)
Bento XVI disse aos bispos de Portugal que «é preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde que fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos co-responsáveis pelo crescimento da Igreja».
(página 74)
Mas as advertências do Papa a Portugal não ficam por aqui. No discurso que proferiu aos bispos, em Novembro de 2007, Bento XVI mostra-se preocupado com o aumento dos não praticantes, sinal de que muitos cristãos portugueses não sabem dar as razões da sua fé: «À vista da maré crescente de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificardes "a eficácia dos percursos de iniciação actuais, para que o cristão seja ajudado, pela acção educativa das nossas comunidades, a maturar cada vez mais até chegar a assumir na sua vida uma orientação autenticamente eucarística, de tal modo que seja capaz de dar razão da própria esperança de maneira adequada ao nosso tempo". [Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum Caritatis, 18].»
(página 75)
RATZINGER EM PESSOA
Em regime de mosteiro
Bento XVI vive quase em regime de mosteiro. Ao contrário do Papa polaco, que gostava de receber amigos em casa (que depois, quando saíam, contavam imensas coisas…), Ratzinger é discretíssimo e pouco ou nada se sabe dele.
É conhecida a sua extraordinária pontualidade. Nos tempos em que era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, saía do seu apartamento situado na Praça Città Leonina - junto à porta Sant'Ana - e atravessava a pé a Praça de São Pedro até chegar ao seu gabinete, no antigo Palácio do Santo Ofício. Os vendedores e empregados dos quiosques da zona podiam acertar os seus relógios: o cardeal passava sempre à mesma hora; nunca falhava.
(página 85)
Simplicidade
Quanto às outras facetas de Ratzinger, os seus amigos dizem que «é muito raro perder a paciência»; que é um homem muito simples, modesto, de grande paz e serenidade interior; e que, há uns anos atrás, se ofereceu para doar os seus órgãos para transplante.
É interessante o modo como Ratzinger se define a si próprio: «Sou um cristão normal. Mas, num sentido mais lato, a fé ilumina. Ligada ao pensamento, julga-se que - para citar Heidegger - se entrevê a clareira a partir das diversas encruzilhadas da vida.»
(página 87)
In DN
Hoje
Quem é Joseph Ratzinger, como chegou a Papa, ou quais são as suas principais preocupações como Chefe da Igreja Católica.
Neste livro, a jornalista Aura Miguel dá ainda a conhecer um Papa diferente, que gosta de ler, escrever, ouvir música e debater assuntos teológicos com outros académicos. E que, segundo os seus amigos portugueses, tem sentido de humor, é afável e atencioso. O lançamento da obra da única jornalista portuguesa com acreditação permanente no Vaticano está marcado para o dia 29, às 18.30, na Feira do Livro de Lisboa, por Marcelo Rebelo de Sousa. No dia seguinte, o livro será apresentado no Porto pelo bispo D. Manuel Clemente. O DN publica, em primeira mão, alguns excertos.
A ELEIÇÃO
O voto n.º77
Quando Bento XVI foi eleito tinha 78 anos de idade. Por duas vezes tinha tentado reformar-se e voltar para a sua casa na Baviera, onde vive o irmão, mas João Paulo II nunca aceitou os seus pedidos. O sonho de Ratzinger era acabar os dias a estudar teologia e, nos intervalos, tocar piano. Afinal, nada correu como planeado.
O conclave que elegeu Joseph Ratzinger foi dos mais rápidos.
(página 15)
A rapidez da escolha desmentiu os prognósticos de muitos sectores - incluindo meios eclesiásticos e comunicação social - de que havia uma forte resistência à eleição de Ratzinger. Aconteceu o contrário: os cardeais deram ao mundo um sinal de união ao elegerem tão depressa este Papa.
Sobre o que se passou dentro do conclave pouco se sabe, por causa do juramento que os cardeais são obrigados a fazer para manter segredo, sob pena de excomunhão. Mas alguns cardeais acabam sempre por revelar aspectos marginais à eleição.
Os lugares do conclave, na Capela Sistina, estavam distribuídos por duas filas de cada lado do altar, paralelas às paredes laterais. O primeiro lugar à esquerda, bem próximo do Juízo Final de Miguel Ângelo, era o do cardeal decano, Joseph Ratzinger. Segundo vozes «bem informadas», o número de votos alcançado por Ratzinger terá superado os de Karol Wojtyla (eleito com 99 votos no conclave de 1978). Mas, naquela tarde do dia 19 de Abril de 2005, Ratzinger só precisava de 77 votos para ser eleito. Por isso, enquanto se procedia à recontagem dos votos resultantes da quarta votação, os eleitores não esperaram que se chegasse ao fim, como testemunhou o cardeal espanhol Julián Herranz: «Quando chegámos ao voto 77, pusemo-nos de pé a aplaudir. Era uma forma de agradecer a Deus, de louvar o Espírito Santo que nos tinha levado à quantidade necessária, já na quarta votação. Nesse momento vi o cardeal Ratzinger como sempre o vi: um homem de uma grande paz e serenidade interior.»
Os cardeais permaneceram todos de pé, a aplaudir, excepto Ratzinger, como relatou o cardeal inglês Murphy O'Connor: «Estávamos de pé, mas ele continuava sentado, com a cabeça baixa. Estava a rezar.» Então, o cardeal Angelo Sodano, acompanhado pelo cardeal secretário do conclave e pelo cardeal camerlengo formularam-lhe a pergunta crucial: eminentíssimo senhor cardeal, aceita a eleição para Sumo Pontífice, canonicamente realizada?
«Ratzinger aceitou com um sim muito claro, forte e decidido. Nesse momento, sentia se na capela todo o peso que estava prestes a cair nos seus ombros. Foi um sim sem reservas, creio que estava feliz ao dá-lo, por aceitar este peso até à morte», contou o cardeal Christoph Schönborn, de Viena.
(página 15)
PREOCUPAÇÕES
A ditadura do relativismo
No alvor deste pontificado terá estado a preocupação dos cardeais com o avanço do relativismo e a escolha de alguém que conhecesse a fundo estes problemas. Analistas consideram que, em 1978, com a eleição de Karol Wojtyla, «o Conclave reagiu às ditaduras comunistas com a mensagem de que não há dignidade do homem sem liberdade», enquanto que «o Conclave de 2005 emitiu sinais de alarme contra a ditadura do relativismo: não há liberdade sem verdade».
Com efeito, a última homilia de Ratzinger antes de ser eleito Papa é uma chave de leitura fundamental para perceber este pontificado. Foi ele que, na qualidade de decano do colégio cardinalício, antes de entrarem para o conclave que o viria a eleger, presidiu à missa Pro Eligendo Romano Pontifici. E ficaram famosas as palavras que proferiu, quer sobre aquilo a que chamou «ditadura do relativismo», quer ao denunciar o risco de permanecermos com uma fé infantil, «em estado de menoridade».
Citando a carta de São Paulo aos Efésios - «como crianças, levadas ao sabor de todos os ventos de doutrina, pela malignidade dos homens e astúcia com que induzem ao erro» [cf. Ef.4, 14] - disse, então, o futuro Papa: «Quantos ventos de doutrina conhecemos nestes últimos decénios, quantas correntes ideológicas, quantas modas de pensar… A pequena barca do pensamento de muitos cristãos foi muitas vezes agitada por estas ondas, lançada de um extremo para o outro: do marxismo ao liberalismo, até à libertinagem, ao colectivismo radical; do ateísmo a um vago misticismo religioso; do agnosticismo ao sincretismo e por aí adiante.» E Ratzinger prosseguiu: «Ter uma fé clara, segundo o Credo da Igreja, é, com frequência, rotulado como fundamentalismo. Enquanto o relativismo, isto é, deixar-se levar de um lado para o outro, ao sabor de todos os ventos de doutrina, surge como a única postura adequada aos tempos de hoje. Vai-se, assim, constituindo uma ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e os seus desejos.»
Nesta homilia, o cardeal Ratzinger acrescentou ainda que «adulta não é uma fé que segue as ondas da moda nem a última novidade; adulta e madura é uma fé profundamente radicada na amizade com Cristo. É esta amizade que nos abre a tudo o que é bom e nos dá o critério para discernir entre verdadeiro e falso, entre engano e verdade».
É interessante verificar como estas preocupações são agora uma constante nos ensinamentos de Bento XVI. Foi o que aconteceu, por exemplo, na homilia de encerramento do Ano Paulino: «Não podemos mais permanecer como meninos inconstantes, levados por qualquer vento de doutrina. [?] A expressão "fé adulta", nas últimas décadas, tornou-se um slogan conhecido. Ouvimo-lo com frequência como sinónimo de quem já não dá ouvidos à Igreja nem aos seus Pastores, mas decide escolher aquilo em que quer ou não acreditar; portanto, uma fé ad hoc. E esta "fé adulta" é apresentada como "coragem" de se expressar contra o Magistério da Igreja. Ora, na realidade, para isto não é preciso ter coragem, porque se pode ter sempre a certeza de receber elogios públicos. Pelo contrário, coragem é aderir à fé da Igreja, apesar de ela contrariar o "esquema" do mundo contemporâneo. [?] Assim, faz parte da fé adulta, por exemplo, empenhar se pela inviolabilidade da vida humana desde o primeiro momento, opondo-se de forma radical ao princípio da violência, precisamente também na defesa das criaturas humanas mais indefesas. Faz parte da fé adulta reconhecer o matrimónio entre um homem e uma mulher para toda a vida, como ordenamento do Criador, restabelecido novamente por Cristo. A fé adulta não se deixa arrastar para aqui e para ali por qualquer corrente. Ela opõe-se aos ventos da moda. Sabe que estes ventos não constituem o sopro do Espírito Santo.»
(página 23)
PATOLOGIAS DO VELHO CONTINENTE
O Ocidente ferido de morte
Quando Bento XVI visitou a Baviera, em Setembro de 2006, afirmou que o Ocidente está ferido de morte. Ou seja, «sofre de patologias mortais da religião e da razão», cujas consequências só podem ser desastrosas para a humanidade. E os sintomas destas «patologias» percebem-se pela maneira como os outros nos olham.
(página 37)
Na mesma homilia, o Papa também refere o modo como os outros povos não cristãos nos olham: «As populações da África e da Ásia admiram as nossas realizações técnicas e a nossa ciência, mas ao mesmo tempo assustam-se perante um certo tipo de razão que exclui Deus da visão do homem. [?] Para eles, a verdadeira ameaça à sua identidade não está na fé cristã, mas no desprezo por Deus e no cinismo que considera um direito da liberdade ridicularizar o sagrado e que eleva a critério moral supremo o critério da utilidade.»
(página 37)
SURPRESAS E PROVOCAÇÕES
O átrio dos gentios
O cardeal alemão Walter Kasper, «especialista» no diálogo ecuménico e inter-religioso (e que, no passado, teve algumas divergências teológicas com o então prefeito para a Doutrina da Fé), explicou, no final do conclave, por que os cardeais tinham escolhido Ratzinger: «Queríamos uma pessoa firme na fé, com uma densidade intelectual profunda e com capacidade para ir explicar a nossa fé a qualquer parte do mundo.»
São prova disso o interesse com que largos sectores intelectuais e académicos seguem este pontificado e as interpelações culturais que dele resultam, nomeadamente nos sucessivos encontros que Bento XVI mantém com o mundo da cultura.
Mas o coração do Papa alarga-se e bate também por aqueles que estão fora, ou têm dúvidas sobre Deus. E esta é uma novidade deste pontificado.
Bento XVI toma a sério a nostalgia de Deus, que se encontra no coração de muitos que andam nas margens ou fora da órbita da Igreja, e quer dar-lhes um espaço. Por isso, à semelhança do Templo de Jerusalém que tinha um «átrio dos gentios» para os que não entravam no interior do templo, assim também a Igreja deveria ter um lugar para os «gentios» de hoje.
(página 45)
Bento XVI considera fundamental acolher as «pessoas que conhecem Deus, por assim dizer, só de longe; que estão insatisfeitas com os seus deuses, ritos e mitos; que desejam o Puro e o Grande, mesmo se Deus permanece para eles o Deus desconhecido [cf. Act 17, 23]. Também elas deviam poder rezar ao Deus desconhecido e assim estar em relação com o Deus verdadeiro, embora no meio de escuridão de vários géneros. Penso que a Igreja deveria também hoje abrir uma espécie de átrio dos gentios, onde os homens pudessem de qualquer modo agarrar-se a Deus, sem O conhecer e antes de terem encontrado o acesso ao seu mistério, a cujo serviço está a vida interna da Igreja».
Assim, para Ratzinger, já não basta o diálogo inter-religioso; é preciso ir ainda mais longe: «Ao diálogo com as religiões deve acrescentar-se hoje, sobretudo, o diálogo com aquelas pessoas para quem a religião é uma realidade estranha, para quem Deus é desconhecido, e contudo a sua vontade não é permanecer simplesmente sem Deus, mas aproximar-se d'Ele pelo menos como Desconhecido.»
(página 45)
O PAPA E PORTUGAL
Avisos e conselhos
Todavia, ao longo deste pontificado, no que se refere a Portugal, Bento XVI não falou apenas de Fátima. Em Novembro de 2007 os bispos portugueses foram a Roma, no cumprimento da Visita ad Limina Apostolorum - uma visita que, habitualmente de cinco em cinco anos, os bispos têm de fazer ao Sucessor de Pedro, para «lhe prestarem contas» sobre o que se passa nas suas dioceses.
(página 73)
Bento XVI disse aos bispos de Portugal que «é preciso mudar o estilo de organização da comunidade eclesial portuguesa e a mentalidade dos seus membros para se ter uma Igreja ao ritmo do Concílio Vaticano II, na qual esteja bem estabelecida a função do clero e do laicado, tendo em conta que todos somos um, desde que fomos baptizados e integrados na família dos filhos de Deus, e todos somos co-responsáveis pelo crescimento da Igreja».
(página 74)
Mas as advertências do Papa a Portugal não ficam por aqui. No discurso que proferiu aos bispos, em Novembro de 2007, Bento XVI mostra-se preocupado com o aumento dos não praticantes, sinal de que muitos cristãos portugueses não sabem dar as razões da sua fé: «À vista da maré crescente de cristãos não praticantes nas vossas dioceses, talvez valha a pena verificardes "a eficácia dos percursos de iniciação actuais, para que o cristão seja ajudado, pela acção educativa das nossas comunidades, a maturar cada vez mais até chegar a assumir na sua vida uma orientação autenticamente eucarística, de tal modo que seja capaz de dar razão da própria esperança de maneira adequada ao nosso tempo". [Exort. ap. pós-sinodal Sacramentum Caritatis, 18].»
(página 75)
RATZINGER EM PESSOA
Em regime de mosteiro
Bento XVI vive quase em regime de mosteiro. Ao contrário do Papa polaco, que gostava de receber amigos em casa (que depois, quando saíam, contavam imensas coisas…), Ratzinger é discretíssimo e pouco ou nada se sabe dele.
É conhecida a sua extraordinária pontualidade. Nos tempos em que era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, saía do seu apartamento situado na Praça Città Leonina - junto à porta Sant'Ana - e atravessava a pé a Praça de São Pedro até chegar ao seu gabinete, no antigo Palácio do Santo Ofício. Os vendedores e empregados dos quiosques da zona podiam acertar os seus relógios: o cardeal passava sempre à mesma hora; nunca falhava.
(página 85)
Simplicidade
Quanto às outras facetas de Ratzinger, os seus amigos dizem que «é muito raro perder a paciência»; que é um homem muito simples, modesto, de grande paz e serenidade interior; e que, há uns anos atrás, se ofereceu para doar os seus órgãos para transplante.
É interessante o modo como Ratzinger se define a si próprio: «Sou um cristão normal. Mas, num sentido mais lato, a fé ilumina. Ligada ao pensamento, julga-se que - para citar Heidegger - se entrevê a clareira a partir das diversas encruzilhadas da vida.»
(página 87)
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Grace Kelly
Grace Kelly: actriz, noiva e princesa. E agora em exposição
por LINA SANTOS
Hoje
Homenagem à estrela de Hollywood e do principado do Mónaco no Victoria & Albert Museum, no Reino Unido.
Está tudo lá, na exposição "Grace Kelly: Ícone de Estilo", ontem inaugurada no Victoria and Albert Museum, em Londres: o vestido com que recebeu o Óscar de Melhor Actriz, em 1954; os modelos usados nos filmes realizados por Alfred Hitchcook; o vestido de noiva; Balenciagas, Diors e Givenchys que usou em diversas ocasiões; o esvoaçante modelo azul com que se deixou fotografar para a revista Paris Match em 1956, grávida da primeira filha, Carolina; a famosa mala da Hermès, rebaptizada Kelly em honra da sua musa; ou o colar de pérolas e diamantes que lhe foi oferecido por Rainier do Mónaco selando o compromisso entre ambos. Objectos que, juntos, revisitam a vida da diva que conquistou Hollywood e a realeza da Europa. "Uma das poucas mulheres a merecerem esta homenagem", resumiu a comissária da exposição, Jenny Lister.
Três momentos-chave da vida de Grace Kelly servem de âncora à exposição: actriz, noiva, princesa. Ou, por outras palavras, dos primeiros passos em Hollywood até ao Óscar e à retirada de cena; do primeiro encontro com Rainier ao casamento; finalmente, o visual de turbantes, óculos grandes e estampados que imortalizou nos anos 70. Jenny Lister, responsável pela área da moda do museu londrino, afirma que Grace Kelly "usou a experiência cinematográfica" para escolher um guarda- -roupa simples mas elegante.
"Tenho necessidade de coisas simples", terá dito um dia a própria princesa (falecida em 1982, com 52 anos), e o resultado da exposição agradar-lhe-ia, acredita o filho, Alberto, hoje à frente dos destinos do Mónaco. "A minha mãe gostava muito das suas roupas e ficaria feliz de as ver expostas no Victoria and Albert Museum. Ela demonstrou elegância ao longo de toda a vida, fosse nas aparições públicas mais espectaculares fosse nas reuniões familiares", afirmou, em declarações à AFP.
As peças da exposição "Grace Kelly: Ícone de Estilo" podem ser vistas até 26 de Setembro, por empréstimo do palácio do principado do Mónaco, do Museu Balenciaga e de coleccionadores privados. À margem da mesma, decorrem outros eventos relacionados com a actriz e princesa nascida em Filadélfia em 1929 (ver caixa).
In DN
por LINA SANTOS
Hoje
Homenagem à estrela de Hollywood e do principado do Mónaco no Victoria & Albert Museum, no Reino Unido.
Está tudo lá, na exposição "Grace Kelly: Ícone de Estilo", ontem inaugurada no Victoria and Albert Museum, em Londres: o vestido com que recebeu o Óscar de Melhor Actriz, em 1954; os modelos usados nos filmes realizados por Alfred Hitchcook; o vestido de noiva; Balenciagas, Diors e Givenchys que usou em diversas ocasiões; o esvoaçante modelo azul com que se deixou fotografar para a revista Paris Match em 1956, grávida da primeira filha, Carolina; a famosa mala da Hermès, rebaptizada Kelly em honra da sua musa; ou o colar de pérolas e diamantes que lhe foi oferecido por Rainier do Mónaco selando o compromisso entre ambos. Objectos que, juntos, revisitam a vida da diva que conquistou Hollywood e a realeza da Europa. "Uma das poucas mulheres a merecerem esta homenagem", resumiu a comissária da exposição, Jenny Lister.
Três momentos-chave da vida de Grace Kelly servem de âncora à exposição: actriz, noiva, princesa. Ou, por outras palavras, dos primeiros passos em Hollywood até ao Óscar e à retirada de cena; do primeiro encontro com Rainier ao casamento; finalmente, o visual de turbantes, óculos grandes e estampados que imortalizou nos anos 70. Jenny Lister, responsável pela área da moda do museu londrino, afirma que Grace Kelly "usou a experiência cinematográfica" para escolher um guarda- -roupa simples mas elegante.
"Tenho necessidade de coisas simples", terá dito um dia a própria princesa (falecida em 1982, com 52 anos), e o resultado da exposição agradar-lhe-ia, acredita o filho, Alberto, hoje à frente dos destinos do Mónaco. "A minha mãe gostava muito das suas roupas e ficaria feliz de as ver expostas no Victoria and Albert Museum. Ela demonstrou elegância ao longo de toda a vida, fosse nas aparições públicas mais espectaculares fosse nas reuniões familiares", afirmou, em declarações à AFP.
As peças da exposição "Grace Kelly: Ícone de Estilo" podem ser vistas até 26 de Setembro, por empréstimo do palácio do principado do Mónaco, do Museu Balenciaga e de coleccionadores privados. À margem da mesma, decorrem outros eventos relacionados com a actriz e princesa nascida em Filadélfia em 1929 (ver caixa).
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Ilustres
passei exactamente no mesmo sitio e na vespera do dedsastre onde a Senhora teve o acidente
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Ilustres
Vitor mango escreveu:passei exactamente no mesmo sitio e na vespera do dedsastre onde a Senhora teve o acidente
Pois... já vi o filme. Pensava que era a D. Diana que vinha atras e mandou óleo para a curva... mas fez mal. Desde o tempo de "O comboio apitou 3 vezes" que ela era uma das minhas heroinas.....
Viriato- Pontos : 16657
A radiosa felicidade de uma filha da guerra
A radiosa felicidade de uma filha da guerra
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Vítima quase fatal de um ataque aéreo, Kim Phuc, quando se encontrava num hospital de Saigão, no momento da maior dor e incerteza, decidiu que nunca abdicaria do seu direito à vida. Hoje, dirige uma fundação que procura proporcionar às crianças o mesmo que ela conseguiu alcançar.
Imagem-símbolo da Guerra do Vietname é a fotografia de 1972 em que uma menina corre nua, com o corpo em chamas entre outras crianças, numa estrada nos arredores de Saigão. A menina tem hoje 47 anos, chama-se Phan Thi Kim Phuc e desde daquele 8 de Junho de 1972 coube-lhe viver um doloroso e excepcional trajecto.
Naquele dia, a pequena povoação de Trang Bang, ocupada há 48 horas pelo exército norte-vietnamita, estava sob ataque da 25.ª Divisão sul-vietnamita, que pedira apoio aéreo. A população procurara refúgio num pagode próximo. O ruído dos aviões assustou o grupo, em que estava Kim Phuc, levando-o a deixar o templo. Ao abandonarem o pagode, os civis são tomados por efectivos comunistas e atacados pela aviação.
Kim Phuc, cujo nome significa "felicidade radiosa", recorda a explosão de quatro bombas de napalm junto à estrada. Dois dos seus irmãos tiveram morte instantânea. "Vi o fogo à minha volta. O calor era infernal. Rasguei a roupa, mas tinha o corpo a arder", recordou mais tarde. A sua sobrevivência deve-se ao fotógrafo indonésio Nick Ut, da AP, que fixou o momento da pequena vietnamita em chamas (ver caixa).
Uma biografia da vietnamita, The Girl in the Picture, de Denise Chong, descreve o que se passou. Com queimaduras de terceiro grau e o queixo preso ao peito por cicatrizes da carne e músculos queimados, a jovem foi sujeita a 17 intervenções cirúrgicas em dois anos. É neste período que decide não se resignar à sorte de ser mais uma camponesa, manipulada pelos norte-vietnamitas ou hostilizada pelo seu próprio Governo. Phuc decide estudar medicina.
Apesar da cirurgia reconstrutiva, as costas de Kim Phuc representam a mais eloquente topografia da dor crónica a que está condenada a conviver até ao fim da sua vida.
A adolescente e as suas marcas de guerra foram uma espécie de exposição permanente utilizada pelo regime de Hanói até 1986, quando a autorizou, finalmente, a prosseguir os estudos em Cuba sob apertado controlo.
Demasiado tarde para prosseguir medicina, Phuc opta por farmacologia. É em Havana que conhece o seu marido, outro estudante de informática vietnamita, Bui Huy Toan. Ele e Kim Phuc depressa se convencem que o futuro tem de ser algo diferente da sucessão de viagens Havana-Moscovo-Hanói, em que não passam de meros peões dos rituais de propaganda da Guerra Fria.
Numa escala para reabastecimento num aeroporto da Terra Nova, em 1992, entre Moscovo para Havana, Phuc e o marido conseguem sair do avião e pedir asilo político no Canadá. Toda a bagagem ficou para trás para não levantarem suspeitas.
Começava uma nova etapa da sua vida. Uma etapa marcada pelo nascimento do segundo filho do casal, pela reconciliação com o antigo adversário e a acção a favor das crianças a viverem em ambientes de conflito militar. Visita Washington uma primeira vez em 1996, onde profere uma intervenção junto ao monumento aos militares americanos no Vietname.
No ano seguinte, é nomeada embaixadora de boa vontade da UNESCO e cria a Fundação Kim Phuc para apoio às crianças filhas da guerra, como ela. Para que estas tenham, pelo menos, a hipótese de iniciar o caminho para a felicidade que uma menina vietnamita de nove anos nunca desistiu de procurar.
In DN
por ABEL COELHO DE MORAIS
Hoje
Vítima quase fatal de um ataque aéreo, Kim Phuc, quando se encontrava num hospital de Saigão, no momento da maior dor e incerteza, decidiu que nunca abdicaria do seu direito à vida. Hoje, dirige uma fundação que procura proporcionar às crianças o mesmo que ela conseguiu alcançar.
Imagem-símbolo da Guerra do Vietname é a fotografia de 1972 em que uma menina corre nua, com o corpo em chamas entre outras crianças, numa estrada nos arredores de Saigão. A menina tem hoje 47 anos, chama-se Phan Thi Kim Phuc e desde daquele 8 de Junho de 1972 coube-lhe viver um doloroso e excepcional trajecto.
Naquele dia, a pequena povoação de Trang Bang, ocupada há 48 horas pelo exército norte-vietnamita, estava sob ataque da 25.ª Divisão sul-vietnamita, que pedira apoio aéreo. A população procurara refúgio num pagode próximo. O ruído dos aviões assustou o grupo, em que estava Kim Phuc, levando-o a deixar o templo. Ao abandonarem o pagode, os civis são tomados por efectivos comunistas e atacados pela aviação.
Kim Phuc, cujo nome significa "felicidade radiosa", recorda a explosão de quatro bombas de napalm junto à estrada. Dois dos seus irmãos tiveram morte instantânea. "Vi o fogo à minha volta. O calor era infernal. Rasguei a roupa, mas tinha o corpo a arder", recordou mais tarde. A sua sobrevivência deve-se ao fotógrafo indonésio Nick Ut, da AP, que fixou o momento da pequena vietnamita em chamas (ver caixa).
Uma biografia da vietnamita, The Girl in the Picture, de Denise Chong, descreve o que se passou. Com queimaduras de terceiro grau e o queixo preso ao peito por cicatrizes da carne e músculos queimados, a jovem foi sujeita a 17 intervenções cirúrgicas em dois anos. É neste período que decide não se resignar à sorte de ser mais uma camponesa, manipulada pelos norte-vietnamitas ou hostilizada pelo seu próprio Governo. Phuc decide estudar medicina.
Apesar da cirurgia reconstrutiva, as costas de Kim Phuc representam a mais eloquente topografia da dor crónica a que está condenada a conviver até ao fim da sua vida.
A adolescente e as suas marcas de guerra foram uma espécie de exposição permanente utilizada pelo regime de Hanói até 1986, quando a autorizou, finalmente, a prosseguir os estudos em Cuba sob apertado controlo.
Demasiado tarde para prosseguir medicina, Phuc opta por farmacologia. É em Havana que conhece o seu marido, outro estudante de informática vietnamita, Bui Huy Toan. Ele e Kim Phuc depressa se convencem que o futuro tem de ser algo diferente da sucessão de viagens Havana-Moscovo-Hanói, em que não passam de meros peões dos rituais de propaganda da Guerra Fria.
Numa escala para reabastecimento num aeroporto da Terra Nova, em 1992, entre Moscovo para Havana, Phuc e o marido conseguem sair do avião e pedir asilo político no Canadá. Toda a bagagem ficou para trás para não levantarem suspeitas.
Começava uma nova etapa da sua vida. Uma etapa marcada pelo nascimento do segundo filho do casal, pela reconciliação com o antigo adversário e a acção a favor das crianças a viverem em ambientes de conflito militar. Visita Washington uma primeira vez em 1996, onde profere uma intervenção junto ao monumento aos militares americanos no Vietname.
No ano seguinte, é nomeada embaixadora de boa vontade da UNESCO e cria a Fundação Kim Phuc para apoio às crianças filhas da guerra, como ela. Para que estas tenham, pelo menos, a hipótese de iniciar o caminho para a felicidade que uma menina vietnamita de nove anos nunca desistiu de procurar.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Durão é "Homem do Ano para Europa Central e de Leste
.
Durão é "Homem do Ano para Europa Central e de Leste"
por Lusa
Hoje
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, recebe hoje em Krynica, Polónia, o prémio "Homem do Ano 2009 da Europa Central e de Leste" que, pela primeira vez, é atribuído a uma personalidade fora dessa área geográfica.
O prémio, disse à Lusa fonte comunitária, é atribuído pelo Fórum Económico de Krynica a personalidades cujas acções e realizações tenham tido uma influência significativa no curso de eventos na Europa Central e de Leste.
O prémio é hoje entregue pelo presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, que recebeu o galardão no ano passado.
José Manuel Durão Barroso participa hoje no Fórum Económico de Krynica, que termina dia 11 e tem este ano por tema "A Europa após o Tratado de Lisboa - Estratégias para o Futuro".
Entre os galardoados com o prémio contam-se o ex-Presidente checo Vaclav Havel (2007), o líder do movimento Solidariedade e ex-Presidente polaco Lech Walesa (2005) e o papa João Paulo II (2002).
In DN
Durão é "Homem do Ano para Europa Central e de Leste"
por Lusa
Hoje
O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, recebe hoje em Krynica, Polónia, o prémio "Homem do Ano 2009 da Europa Central e de Leste" que, pela primeira vez, é atribuído a uma personalidade fora dessa área geográfica.
O prémio, disse à Lusa fonte comunitária, é atribuído pelo Fórum Económico de Krynica a personalidades cujas acções e realizações tenham tido uma influência significativa no curso de eventos na Europa Central e de Leste.
O prémio é hoje entregue pelo presidente do Parlamento Europeu, Jerzy Buzek, que recebeu o galardão no ano passado.
José Manuel Durão Barroso participa hoje no Fórum Económico de Krynica, que termina dia 11 e tem este ano por tema "A Europa após o Tratado de Lisboa - Estratégias para o Futuro".
Entre os galardoados com o prémio contam-se o ex-Presidente checo Vaclav Havel (2007), o líder do movimento Solidariedade e ex-Presidente polaco Lech Walesa (2005) e o papa João Paulo II (2002).
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Biografia que revela de vez Francisco Sá Carneiro
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Biografia que revela de vez Francisco Sá Carneiro
por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje
É um dos políticos que marcaram o pós-25 de Abril de forma definitiva mas que nunca foi estudado com esse carácter definitivo que se exige há três décadas.
A semanas de se perfazerem três décadas sobre a sua morte, a 4 de Dezembro de 1980, o jornalista Miguel Pinheiro publica na Esfera dos Livros 783 páginas que estabelecem a primeira grande investigação com fontes primárias e relatos dos que lhe foram muito próximos.
O tom da biografia, intitulada apenas 'Sá Carneiro', é o de alguém lá de casa. Que foi procurar as raízes ao tempo dos avós, dos pais e do 'Chico' beato e reservado, até ser o Francisco, advogado que rouba a clientela ao pai, e Sá Carneiro, político enganado por Marcelo Caetano ao aderir à Ala Liberal que preconizava alterações à ditadura do Estado Novo. A morte trágica e muito antes do tempo deu-lhe um estatuto de intocável, exemplar para o partido que fundou e irrepetível na política nacional.
Poderia ser um romance se a biografia de Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro não fosse um dos maiores trabalhos de investigação feitos em Portugal nas últimas décadas. Romance porque a vida do fundador do Partido Popular Democrático teria todos os ingredientes para ser uma saga familiar em vários volumes, descritiva de um Portugal ainda monárquico e velho em que os seus antepassados nasceram; de uma república sem rumo em que os avós viveram e de um Estado Novo que os pais testemunharam.
Sá Carneiro entra na biografia à pág. 32, após o autor ter pintado os bastidores até ao parto do bebé que "nasceu, com 4 quilos e meio, à 1h da manhã de 19 de Julho de 1934, num dos quartos do n.º 49 da Rua da Picaria", quarto filho de José Gualberto e Maria Francisca.
A partir daí, Miguel Pinheiro não larga Sá Carneiro, de modo a justificar a escrita do calhamaço que explica, finalmente, quem foi o homem que desceu à terra após a explosão de uma bomba na avioneta em que seguia para o Porto.
Este episódio final, que é definido pelo autor como atentado em vez de acidente, será o momento mais assertivo e opinativo do biógrafo em toda esta investigação. Nos restantes, Miguel Pinheiro comportar-se-á como o observador atento de um percurso formativo, social, religioso e político, que oferece aos leitores toda a intimidade possível de Sá Carneiro.
É sob essa oferta de intimidade que os portugueses podem conhecer pormenores do dia-a-dia - uns divertidos, alguns indiscretos e a maioria factuais - que refazem a sua curta vida. Pode o leitor questionar até que ponto algumas das "indiscrições" pessoais, que existem no livro, sobre alguém que teve sempre forte barreira a impedir a sua revelação, serão exactas?
A resposta é fácil de encontrar nas páginas finais do volume, em que, logo na 617, se imprime uma longa lista de nomes de pessoas que aceitaram dar depoimentos para a elaboração da biografia. Para além de se poder corroborar a influência ou não do testemunho na fixação do texto, observa-se que muitas das fontes que depuseram o fizeram pela primeira vez.
Para o autor, a explicação desta abertura foi o tempo que passou: "Tive a sorte de encontrar pessoas que acharam que, ao fim de 30 anos, era altura de falar abertamente sobre Sá Carneiro." O inesperado é que tenha convencido os familiares mais directos que, diz, "têm sido de uma discrição absoluta nas últimas décadas". Entre eles estão a mulher, Isabel; a irmã, Ana Maria; os filhos José, Teresa e Pedro; e os sobrinhos Maria, Margarida, Miguel e Ricardo.
Mas o facto de terem aceitado falar com o investigador não quer dizer que este não os tenha testado. É por isso que afirma: "Pedi que me contassem alguns episódios mais que uma vez, chegando a deixar passar meses entre as diferentes conversas, para evitar uma mera repetição mecânica".
Das várias facetas que Miguel Pinheiro revela, ou fixa em definitivo porque suportado em factos, sobre Sá Carneiro podem destacar-se algumas. A religiosidade: "Ia à missa diariamente, acompanhava os irmãos numa oração à 'Teresinha, que estava no céu', e preparava o espírito com afinco." Os prazeres: "Adorava cinema - policiais e filmes de guerra. Delirava com a música de Ray Conniff, de Rosemary Clooney, dos Blue Diamonds e dos Platters. Sabia divertir-se - mas não em excesso." A nível de comportamento: "Não era propriamente antipático - cumprimentava toda a gente com um sonoro 'viva!', sorria muito e até se mostrava cordial." Como deputado: "Devia estar atento às intervenções do pai no parlamento. Em 1969, quando foi eleito, recuperou várias das suas preocupações." Relação pai-filho: "Havia pelo menos uma grande diferença entre eles: o pai era um defensor da ditadura, e o filho não."
Sobre o modo como viveu, há palavras do próprio Sá Carneiro que dizem tudo: "Sei que o meu destino é morrer cedo e só concebo a vida se for vivida vertiginosamente." Uma biografia a ler.
In DN
Biografia que revela de vez Francisco Sá Carneiro
por JOÃO CÉU E SILVA
Hoje
É um dos políticos que marcaram o pós-25 de Abril de forma definitiva mas que nunca foi estudado com esse carácter definitivo que se exige há três décadas.
A semanas de se perfazerem três décadas sobre a sua morte, a 4 de Dezembro de 1980, o jornalista Miguel Pinheiro publica na Esfera dos Livros 783 páginas que estabelecem a primeira grande investigação com fontes primárias e relatos dos que lhe foram muito próximos.
O tom da biografia, intitulada apenas 'Sá Carneiro', é o de alguém lá de casa. Que foi procurar as raízes ao tempo dos avós, dos pais e do 'Chico' beato e reservado, até ser o Francisco, advogado que rouba a clientela ao pai, e Sá Carneiro, político enganado por Marcelo Caetano ao aderir à Ala Liberal que preconizava alterações à ditadura do Estado Novo. A morte trágica e muito antes do tempo deu-lhe um estatuto de intocável, exemplar para o partido que fundou e irrepetível na política nacional.
Poderia ser um romance se a biografia de Francisco Manuel Lumbrales de Sá Carneiro não fosse um dos maiores trabalhos de investigação feitos em Portugal nas últimas décadas. Romance porque a vida do fundador do Partido Popular Democrático teria todos os ingredientes para ser uma saga familiar em vários volumes, descritiva de um Portugal ainda monárquico e velho em que os seus antepassados nasceram; de uma república sem rumo em que os avós viveram e de um Estado Novo que os pais testemunharam.
Sá Carneiro entra na biografia à pág. 32, após o autor ter pintado os bastidores até ao parto do bebé que "nasceu, com 4 quilos e meio, à 1h da manhã de 19 de Julho de 1934, num dos quartos do n.º 49 da Rua da Picaria", quarto filho de José Gualberto e Maria Francisca.
A partir daí, Miguel Pinheiro não larga Sá Carneiro, de modo a justificar a escrita do calhamaço que explica, finalmente, quem foi o homem que desceu à terra após a explosão de uma bomba na avioneta em que seguia para o Porto.
Este episódio final, que é definido pelo autor como atentado em vez de acidente, será o momento mais assertivo e opinativo do biógrafo em toda esta investigação. Nos restantes, Miguel Pinheiro comportar-se-á como o observador atento de um percurso formativo, social, religioso e político, que oferece aos leitores toda a intimidade possível de Sá Carneiro.
É sob essa oferta de intimidade que os portugueses podem conhecer pormenores do dia-a-dia - uns divertidos, alguns indiscretos e a maioria factuais - que refazem a sua curta vida. Pode o leitor questionar até que ponto algumas das "indiscrições" pessoais, que existem no livro, sobre alguém que teve sempre forte barreira a impedir a sua revelação, serão exactas?
A resposta é fácil de encontrar nas páginas finais do volume, em que, logo na 617, se imprime uma longa lista de nomes de pessoas que aceitaram dar depoimentos para a elaboração da biografia. Para além de se poder corroborar a influência ou não do testemunho na fixação do texto, observa-se que muitas das fontes que depuseram o fizeram pela primeira vez.
Para o autor, a explicação desta abertura foi o tempo que passou: "Tive a sorte de encontrar pessoas que acharam que, ao fim de 30 anos, era altura de falar abertamente sobre Sá Carneiro." O inesperado é que tenha convencido os familiares mais directos que, diz, "têm sido de uma discrição absoluta nas últimas décadas". Entre eles estão a mulher, Isabel; a irmã, Ana Maria; os filhos José, Teresa e Pedro; e os sobrinhos Maria, Margarida, Miguel e Ricardo.
Mas o facto de terem aceitado falar com o investigador não quer dizer que este não os tenha testado. É por isso que afirma: "Pedi que me contassem alguns episódios mais que uma vez, chegando a deixar passar meses entre as diferentes conversas, para evitar uma mera repetição mecânica".
Das várias facetas que Miguel Pinheiro revela, ou fixa em definitivo porque suportado em factos, sobre Sá Carneiro podem destacar-se algumas. A religiosidade: "Ia à missa diariamente, acompanhava os irmãos numa oração à 'Teresinha, que estava no céu', e preparava o espírito com afinco." Os prazeres: "Adorava cinema - policiais e filmes de guerra. Delirava com a música de Ray Conniff, de Rosemary Clooney, dos Blue Diamonds e dos Platters. Sabia divertir-se - mas não em excesso." A nível de comportamento: "Não era propriamente antipático - cumprimentava toda a gente com um sonoro 'viva!', sorria muito e até se mostrava cordial." Como deputado: "Devia estar atento às intervenções do pai no parlamento. Em 1969, quando foi eleito, recuperou várias das suas preocupações." Relação pai-filho: "Havia pelo menos uma grande diferença entre eles: o pai era um defensor da ditadura, e o filho não."
Sobre o modo como viveu, há palavras do próprio Sá Carneiro que dizem tudo: "Sei que o meu destino é morrer cedo e só concebo a vida se for vivida vertiginosamente." Uma biografia a ler.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Memória da médica Lurdes Girão vai ser perpetuada em busto
.
Angariação de fundos
Torre de Moncorvo
Memória da médica Lurdes Girão vai ser perpetuada em busto
Os amigos da Associação para a Saúde e Bem-Estar «O Leme» vão promover, nos três próximos domingos, em Torre de Moncorvo, uma venda de Natal. A iniciativa, que conta com o apoio da Câmara Municipal e com a colaboração dos agrupamentos de escolas e dos escuteiros locais, destina-se a angariar fundos para custear a compra de um busto da fundadora daquela instituição, a médica Lurdes Girão, falecida no dia 16 de Novembro do ano passado, bem como as obras que é necessário fazer na sede do Agrupamento de Escuteiros daquela vila.
Sob o lema «Aquilo que não precisa, nós precisamos, porque há alguém que precisa», pretende-se angariar o maior número possível de objectos que as pessoas já não precisem para posteriormente serem postos à venda «a preços simbólicos».
Os objectos poderão ser entregues na sede da Associação para a Saúde e Bem-Estar «O Leme», sita na Biblioteca Municipal, ou na escola secundária local. As pessoas que não tenham objectos para doar, poderão ainda participar na iniciativa, adquirindo aquilo que lhes fizer falta.
A Associação para a Saúde e Bem-Estar “O Leme” foi fundada há cerca de seis anos pela médica Lurdes Girão para dar apoio aos doentes do concelho de Torre de Moncorvo que padecem de cancro. A criação da associação terá sido inspirada pelo facto da médica ter contraído, na altura, aquela doença.
O objectivo da fundadora era manter as pessoas, na sua situação, informadas acerca das incidências que cada caso suscita. Isso era conseguido através de reuniões temporárias que serviam para reflectir e tirar conclusões sobre as experiências vividas, contadas por cada doente de cancro.
Se há pessoas que passam pela vida sem que o mundo delas se aperceba, tal não foi, decididamente, o caso da Drª. Lourdes Girão. Médica conceituada, albicastrense por nascimento, veio para Torre de Moncorvo por via do seu casamento com o advogado Dr. Carlos Girão, natural do Felgar.
Foi directora do Centro de Saúde local, escreveu e publicou livros (poesia e prosa), cantava o fado de forma exímia e tocante, pintou quadros, teve intervenção política, foi esposa dedicada e mãe extremosa. Mulher lutadora, chegou a vencer a doença, tendo criado uma associação de apoio a doentes de foro oncológico, mas chegou o dia em que o mal foi mais forte.
Aconteceu no passado dia 16, tendo-se realizado a última homenagem no dia de ontem, na igreja matriz de Torre de Moncorvo, perante uma numerosa multidão. Fica em perpétuo descanso na aldeia do Felgar, terra de seu marido, a quem endereçamos sentidos pêsames, bem como a seus filhos João e José, e toda a família enlutada.
http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/11/dr-lurdes-rocha-girao.html
(foto de A. Basaloco/Arquivo do Museu)
João Branco, Semanário Transmontano, 2010-11-26
Angariação de fundos
Torre de Moncorvo
Memória da médica Lurdes Girão vai ser perpetuada em busto
Os amigos da Associação para a Saúde e Bem-Estar «O Leme» vão promover, nos três próximos domingos, em Torre de Moncorvo, uma venda de Natal. A iniciativa, que conta com o apoio da Câmara Municipal e com a colaboração dos agrupamentos de escolas e dos escuteiros locais, destina-se a angariar fundos para custear a compra de um busto da fundadora daquela instituição, a médica Lurdes Girão, falecida no dia 16 de Novembro do ano passado, bem como as obras que é necessário fazer na sede do Agrupamento de Escuteiros daquela vila.
Sob o lema «Aquilo que não precisa, nós precisamos, porque há alguém que precisa», pretende-se angariar o maior número possível de objectos que as pessoas já não precisem para posteriormente serem postos à venda «a preços simbólicos».
Os objectos poderão ser entregues na sede da Associação para a Saúde e Bem-Estar «O Leme», sita na Biblioteca Municipal, ou na escola secundária local. As pessoas que não tenham objectos para doar, poderão ainda participar na iniciativa, adquirindo aquilo que lhes fizer falta.
A Associação para a Saúde e Bem-Estar “O Leme” foi fundada há cerca de seis anos pela médica Lurdes Girão para dar apoio aos doentes do concelho de Torre de Moncorvo que padecem de cancro. A criação da associação terá sido inspirada pelo facto da médica ter contraído, na altura, aquela doença.
O objectivo da fundadora era manter as pessoas, na sua situação, informadas acerca das incidências que cada caso suscita. Isso era conseguido através de reuniões temporárias que serviam para reflectir e tirar conclusões sobre as experiências vividas, contadas por cada doente de cancro.
Se há pessoas que passam pela vida sem que o mundo delas se aperceba, tal não foi, decididamente, o caso da Drª. Lourdes Girão. Médica conceituada, albicastrense por nascimento, veio para Torre de Moncorvo por via do seu casamento com o advogado Dr. Carlos Girão, natural do Felgar.
Foi directora do Centro de Saúde local, escreveu e publicou livros (poesia e prosa), cantava o fado de forma exímia e tocante, pintou quadros, teve intervenção política, foi esposa dedicada e mãe extremosa. Mulher lutadora, chegou a vencer a doença, tendo criado uma associação de apoio a doentes de foro oncológico, mas chegou o dia em que o mal foi mais forte.
Aconteceu no passado dia 16, tendo-se realizado a última homenagem no dia de ontem, na igreja matriz de Torre de Moncorvo, perante uma numerosa multidão. Fica em perpétuo descanso na aldeia do Felgar, terra de seu marido, a quem endereçamos sentidos pêsames, bem como a seus filhos João e José, e toda a família enlutada.
http://torredemoncorvoinblog.blogspot.com/2009/11/dr-lurdes-rocha-girao.html
(foto de A. Basaloco/Arquivo do Museu)
João Branco, Semanário Transmontano, 2010-11-26
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Abílio Martins homenageado em Bragança
.
Director do Sapo
Abílio Martins homenageado em Bragança
Abílio Martins, o gestor do Sapo, foi distinguido pela Câmara da sua terra natal, Bragança, com um Reconhecimento do Mérito, com Diploma e Troféu, «como testemunho e reconhecimento do município pelo seu conteúdo relevante para a promoção e desenvolvimento sócio-económico e a ajuda aos cidadãos e instituições do concelho».
A cerimónia pública de homenagem integrou as comemorações do 547º aniversário da atribuição a Bragança do titulo de cidade, por D. Afonso V, em 1464, a pedido de D. Fernando, duque de Bragança.
, 2011-02-22
In DTM
Director do Sapo
Abílio Martins homenageado em Bragança
Abílio Martins, o gestor do Sapo, foi distinguido pela Câmara da sua terra natal, Bragança, com um Reconhecimento do Mérito, com Diploma e Troféu, «como testemunho e reconhecimento do município pelo seu conteúdo relevante para a promoção e desenvolvimento sócio-económico e a ajuda aos cidadãos e instituições do concelho».
A cerimónia pública de homenagem integrou as comemorações do 547º aniversário da atribuição a Bragança do titulo de cidade, por D. Afonso V, em 1464, a pedido de D. Fernando, duque de Bragança.
, 2011-02-22
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António Damásio recebe título de doutor 'honoris causa'
.
António Damásio recebe título de doutor 'honoris causa'
por Lusa
Hoje
O neurocientista António Damásio recebe na quarta-feira o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra (UC), em reconhecimento da sua carreira científica.
"A UC afirma o contributo inexcedível de António Damásio para o avanço da investigação e da docência na área da Neuropsicologia, especialmente na análise e compreensão dos processos neuropsicológicos de funções e domínios como a memória, a linguagem, as emoções e os processos da tomada de decisão", refere uma nota de imprensa da instituição.
O título foi atribuído a António Damásio pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Caberá à docente daquela escola Ana Paula Relvas a função de apresentante na cerimónia de investidura, na quarta-feira. Eduardo Sá fará o elogio de António Damásio e Madalena Alarcão, vice-reitora e igualmente docente de psicologia, o elogio da apresentante. "Faz sentido que se verifique em Coimbra", declarou à agência Lusa Helena Freitas, vice-reitora, aludindo ao pioneirismo de Damásio e da Universidade de Coimbra, que há duas décadas criou o Centro de Neurociências, que foi o primeiro laboratório associado do país.
A responsável aludiu ainda à particularidade de ser a faculdade de psicologia a atribuir o grau de doutor honoris causa, também por o trabalho do cientista ser mais centrado nos comportamentos, emoções e processos de decisão do que no estudo dos mecanismos biológicos do cérebro. "Tem um trabalho notável, que justifica esta homenagem", salientou, destacando ainda a preocupação que o cientista teve em divulgar os seus estudos, nomeadamente através das obras que publicou. António Damásio nasceu em 1944 e iniciou a sua actividade científica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Radicado nos Estados Unidos da América (EUA), desde 1975, é actualmente Director do Brain and Creativity Institute da Universidade Iowa e Professor Adjunto da Salk Institute, na Califórnia.
Tem centrado a sua investigação no estudo das bases neurológicas dos comportamentos sociais - que se estendem desde os juízos morais até às decisões económicas -, do desenvolvimento normal e patológico da criança e ainda dos processos de criatividade na arte, ciência e tecnologia, realça a mesma nota de imprensa. O cientista alcançou grande destaque internacional com as obras "O Erro de Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano", "O Sentimento de Si" e "Ao Encontro de Espinosa", traduzidas em várias línguas. O seu trabalho tem sido distinguido com vários prémios nacionais e internacionais, nomeadamente o Prémio Pessoa, Prémio Príncipe das Astúrias, Ipsen Prize, Reenpaa Prize in Neuroscience, Arnold Pfeffer Prize e Nonino Prize.
O futuro doutor honoris causa da Universidade de Coimbra é também membro de mais de duas dezenas de Academias e Instituições Científicas americanas e europeias, nomeadamente da American Academy of Arts and Sciences, American Academy of Neurology, European Academy of Sciences and Arts, Royal Academy of Medicine of Belgium, Personality Disorder Research Foundation e Mc Arthur Foundation.
In DN
António Damásio recebe título de doutor 'honoris causa'
por Lusa
Hoje
O neurocientista António Damásio recebe na quarta-feira o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra (UC), em reconhecimento da sua carreira científica.
"A UC afirma o contributo inexcedível de António Damásio para o avanço da investigação e da docência na área da Neuropsicologia, especialmente na análise e compreensão dos processos neuropsicológicos de funções e domínios como a memória, a linguagem, as emoções e os processos da tomada de decisão", refere uma nota de imprensa da instituição.
O título foi atribuído a António Damásio pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Caberá à docente daquela escola Ana Paula Relvas a função de apresentante na cerimónia de investidura, na quarta-feira. Eduardo Sá fará o elogio de António Damásio e Madalena Alarcão, vice-reitora e igualmente docente de psicologia, o elogio da apresentante. "Faz sentido que se verifique em Coimbra", declarou à agência Lusa Helena Freitas, vice-reitora, aludindo ao pioneirismo de Damásio e da Universidade de Coimbra, que há duas décadas criou o Centro de Neurociências, que foi o primeiro laboratório associado do país.
A responsável aludiu ainda à particularidade de ser a faculdade de psicologia a atribuir o grau de doutor honoris causa, também por o trabalho do cientista ser mais centrado nos comportamentos, emoções e processos de decisão do que no estudo dos mecanismos biológicos do cérebro. "Tem um trabalho notável, que justifica esta homenagem", salientou, destacando ainda a preocupação que o cientista teve em divulgar os seus estudos, nomeadamente através das obras que publicou. António Damásio nasceu em 1944 e iniciou a sua actividade científica na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Radicado nos Estados Unidos da América (EUA), desde 1975, é actualmente Director do Brain and Creativity Institute da Universidade Iowa e Professor Adjunto da Salk Institute, na Califórnia.
Tem centrado a sua investigação no estudo das bases neurológicas dos comportamentos sociais - que se estendem desde os juízos morais até às decisões económicas -, do desenvolvimento normal e patológico da criança e ainda dos processos de criatividade na arte, ciência e tecnologia, realça a mesma nota de imprensa. O cientista alcançou grande destaque internacional com as obras "O Erro de Descartes - Emoção, Razão e Cérebro Humano", "O Sentimento de Si" e "Ao Encontro de Espinosa", traduzidas em várias línguas. O seu trabalho tem sido distinguido com vários prémios nacionais e internacionais, nomeadamente o Prémio Pessoa, Prémio Príncipe das Astúrias, Ipsen Prize, Reenpaa Prize in Neuroscience, Arnold Pfeffer Prize e Nonino Prize.
O futuro doutor honoris causa da Universidade de Coimbra é também membro de mais de duas dezenas de Academias e Instituições Científicas americanas e europeias, nomeadamente da American Academy of Arts and Sciences, American Academy of Neurology, European Academy of Sciences and Arts, Royal Academy of Medicine of Belgium, Personality Disorder Research Foundation e Mc Arthur Foundation.
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D. Antónia Adelaide Ferreira: 200 anos do ícone do Douro
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Nascida em 1811
D. Antónia Adelaide Ferreira: 200 anos do ícone do Douro
Mesmo os que não gostam de vinho, os que nunca vieram ao Douro conhecem o nome de D. Antónia Adelaide Ferreira, uma das personalidades mais fortes do séc. XIX. Nascida em 1811, cumpre-se este ano o seu segundo centenário.
A Sogrape, actual proprietária da casa Ferreirinha, nome que respeitosamente as gentes do Douro lhe deram, resolveu assinalar a data com o lançamento de um vinho especial que adiante referiremos e com uma prova de vinhos centenários para o que convidaram uns poucos de amigos e jornalistas de vários órgãos de comunicação social, entre os quais o i.
D. Adelaide Ferreira cresceu num Portugal em convulsão, com as invasões francesas, a fuga da família real, a guerra civil e as grandes pragas de filoxera que rebentaram com toda a agricultura do Douro. Casada muito jovem com um primo, ficou sem pai cedo e aos 33 anos já estava viúva, tendo de assumir a responsabilidade do legado agrícola. Numa época em que as mulheres ficavam em casa a tratar dos filhos, D. Antónia não só continuou a obra dos seus antepassados como a desenvolveu, transformando a sua casa numa das maiores de Portugal. A par de um fabuloso património, a Ferreirinha deixou aos vindouros uma garrafeira de valor incalculável com as suas mais consagradas colheitas de vinho do Porto, desde logo a de 1815 (a mais antiga existente nas caves), que tivemos o privilégio de provar, a par de muitas outras colheitas de eleição, também provadas na sexta-feira passada, como as de 1830, 1834, 1840, 1847 e 1851. Sobre elas escreveremos na próxima semana.
A Sograpre, proprietária do legado de D. Antónia desde 1987, preservou integralmente a sua memória, resolvendo comemorar este duplo centenário com um vinho muito especial, o AAF - Antónia Adelaide Ferreira Douro DOC 2008. O enólogo chefe da Sogrape Vinhos para a Região do Douro, Luís Sottomayor, o autor desta verdadeira obra de arte, recorreu às melhores uvas da vindima de 2008 de várias quintas do legado de D. Antónia (Leda, Boavista, Seixo, Caêdo e Sairrão), com uma escolha cacho a cacho para vinificar algumas barricas separadas por castas que depois estagiou em carvalho francês durante dois anos. Dos melhores cascos foram escolhidos 2 700 litros que foram engarrafados, seguindo-se um estágio em garrafa durante alguns meses. É este o vinho de homenagem. \"Tentámos enriquecer as comemorações dos 200 anos do nascimento de D. Antónia com o lançamento de um vinho tinto do Douro de qualidade superior, uma especialidade da Casa Ferreirinha que, como sempre, se diferenciasse das marcas topo de gama já existentes no nosso portefólio\", explica Salvador Guedes, presidente do Conselho de Administração da Sogrape Vinhos.
antónio Nunes, Ionline, 2011-09-19
In DTM
Nascida em 1811
D. Antónia Adelaide Ferreira: 200 anos do ícone do Douro
Mesmo os que não gostam de vinho, os que nunca vieram ao Douro conhecem o nome de D. Antónia Adelaide Ferreira, uma das personalidades mais fortes do séc. XIX. Nascida em 1811, cumpre-se este ano o seu segundo centenário.
A Sogrape, actual proprietária da casa Ferreirinha, nome que respeitosamente as gentes do Douro lhe deram, resolveu assinalar a data com o lançamento de um vinho especial que adiante referiremos e com uma prova de vinhos centenários para o que convidaram uns poucos de amigos e jornalistas de vários órgãos de comunicação social, entre os quais o i.
D. Adelaide Ferreira cresceu num Portugal em convulsão, com as invasões francesas, a fuga da família real, a guerra civil e as grandes pragas de filoxera que rebentaram com toda a agricultura do Douro. Casada muito jovem com um primo, ficou sem pai cedo e aos 33 anos já estava viúva, tendo de assumir a responsabilidade do legado agrícola. Numa época em que as mulheres ficavam em casa a tratar dos filhos, D. Antónia não só continuou a obra dos seus antepassados como a desenvolveu, transformando a sua casa numa das maiores de Portugal. A par de um fabuloso património, a Ferreirinha deixou aos vindouros uma garrafeira de valor incalculável com as suas mais consagradas colheitas de vinho do Porto, desde logo a de 1815 (a mais antiga existente nas caves), que tivemos o privilégio de provar, a par de muitas outras colheitas de eleição, também provadas na sexta-feira passada, como as de 1830, 1834, 1840, 1847 e 1851. Sobre elas escreveremos na próxima semana.
A Sograpre, proprietária do legado de D. Antónia desde 1987, preservou integralmente a sua memória, resolvendo comemorar este duplo centenário com um vinho muito especial, o AAF - Antónia Adelaide Ferreira Douro DOC 2008. O enólogo chefe da Sogrape Vinhos para a Região do Douro, Luís Sottomayor, o autor desta verdadeira obra de arte, recorreu às melhores uvas da vindima de 2008 de várias quintas do legado de D. Antónia (Leda, Boavista, Seixo, Caêdo e Sairrão), com uma escolha cacho a cacho para vinificar algumas barricas separadas por castas que depois estagiou em carvalho francês durante dois anos. Dos melhores cascos foram escolhidos 2 700 litros que foram engarrafados, seguindo-se um estágio em garrafa durante alguns meses. É este o vinho de homenagem. \"Tentámos enriquecer as comemorações dos 200 anos do nascimento de D. Antónia com o lançamento de um vinho tinto do Douro de qualidade superior, uma especialidade da Casa Ferreirinha que, como sempre, se diferenciasse das marcas topo de gama já existentes no nosso portefólio\", explica Salvador Guedes, presidente do Conselho de Administração da Sogrape Vinhos.
antónio Nunes, Ionline, 2011-09-19
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Museu vai inventariar arquivo do Abade de Baçal
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«Acervo extraordinário»
Museu vai inventariar arquivo do Abade de Baçal
O arquivo privado do Abade de Baçal, Francisco Manuel Alves, incluindo a correspondência que manteve com 300 personalidades portuguesas e estrangeiras ligadas à cultura e ao pensamento, vai ser integralmente inventariado.
O projeto do Museu do Abade de Baçal, em Bragança, envolve o tratamento de 20 mil documentos e cinco mil cartas, que segundo a diretora da instituição constitui um «acervo extraordinário para o estudo da região».
“Muitas vezes esta história é desconhecida, pelo que é extraordinário ter este imenso potencial que pode ser estudado”, declarou Ana Maria Afonso ao jornal Mensageiro de Bragança, acrescentando que a catalogação vai permitir a “realização de imensos trabalhos”.
O estudo possibilita o conhecimento do quotidiano do sacerdote católico, o que poderá revelar novos dados sobre a história da região, especialmente durante o período que antecedeu a implantação da República, a 5 de outubro de 1910.
A inventariação financiada em 15 mil euros pela Fundação Calouste Gulbenkian abrange o arquivo do museu, composto por peças e documentos que começaram a ser reunidos há cem anos pelo arqueólogo e historiador português que viveu entre 1865 e 1947.
Ana Maria Afonso referiu que quer tornar o arquivo acessível ao público e anunciou que está a procurar mais fontes de financiamento para proceder ao tratamento do acervo do escritor Trindade Coelho, natural de Mogadouro.
“Temos aqui um diamante em bruto cujo estudo vai permitir novas leituras, novas abordagens e o enriquecimento do próprio museu”, afirmou ao jornal ligado à Diocese de Bragança-Miranda.
A primeira fase do projeto, compreendendo o tratamento de documentos e de jornais da época, deverá estar concluída até junho.
O material a inventariar abarca uma coleção de fotografia, com negativos em vidro sobre a região considerados “preciosidades”, bem como documentos relacionados com a vida privada do religioso.
Agência Ecclesia, 2012-03-18
In DTM
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«Acervo extraordinário»
Museu vai inventariar arquivo do Abade de Baçal
O arquivo privado do Abade de Baçal, Francisco Manuel Alves, incluindo a correspondência que manteve com 300 personalidades portuguesas e estrangeiras ligadas à cultura e ao pensamento, vai ser integralmente inventariado.
O projeto do Museu do Abade de Baçal, em Bragança, envolve o tratamento de 20 mil documentos e cinco mil cartas, que segundo a diretora da instituição constitui um «acervo extraordinário para o estudo da região».
“Muitas vezes esta história é desconhecida, pelo que é extraordinário ter este imenso potencial que pode ser estudado”, declarou Ana Maria Afonso ao jornal Mensageiro de Bragança, acrescentando que a catalogação vai permitir a “realização de imensos trabalhos”.
O estudo possibilita o conhecimento do quotidiano do sacerdote católico, o que poderá revelar novos dados sobre a história da região, especialmente durante o período que antecedeu a implantação da República, a 5 de outubro de 1910.
A inventariação financiada em 15 mil euros pela Fundação Calouste Gulbenkian abrange o arquivo do museu, composto por peças e documentos que começaram a ser reunidos há cem anos pelo arqueólogo e historiador português que viveu entre 1865 e 1947.
Ana Maria Afonso referiu que quer tornar o arquivo acessível ao público e anunciou que está a procurar mais fontes de financiamento para proceder ao tratamento do acervo do escritor Trindade Coelho, natural de Mogadouro.
“Temos aqui um diamante em bruto cujo estudo vai permitir novas leituras, novas abordagens e o enriquecimento do próprio museu”, afirmou ao jornal ligado à Diocese de Bragança-Miranda.
A primeira fase do projeto, compreendendo o tratamento de documentos e de jornais da época, deverá estar concluída até junho.
O material a inventariar abarca uma coleção de fotografia, com negativos em vidro sobre a região considerados “preciosidades”, bem como documentos relacionados com a vida privada do religioso.
Agência Ecclesia, 2012-03-18
In DTM
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Os 90 anos de um «senador» da política e da direita portuguesas
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«Nunca quis» ser Presidente
Os 90 anos de um «senador» da política e da direita portuguesas
Adriano Moreira, que completa hoje 90 anos, diz em entrevista à Lusa que a sua vida «foi a escola» e a política apenas «uma obrigação cívica», que o fez ser ministro do Ultramar, liderar o CDS e passar 14 anos no Parlamento.
Nascido a 6 de Setembro de 1922 em Grijó, Macedo de Cavaleiros, Adriano Moreira licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e doutorou-se pela Universidad Complutense de Madrid e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
Foi ministro do Ultramar de 1961 a 1963, no Estado Novo de Salazar, que o chamou, segundo diz hoje o próprio Adriano Moreira, para «pôr em prática» aquilo que ensinava nas suas aulas, ou seja, um conjunto de reformas para os então territórios ultramarinos quando estalaram as primeiras revoltas em Angola contra a colonização portuguesa.
«Eu tinha ido a África na década de 50 pela primeira vez a pedido do ministro do Ultramar. Eu dava aulas de direito e ele queria fazer a reforma prisional. E eu fui. E tive o que eu chamo a minha primeira queda no mundo. Porque cheguei à conclusão de que a realidade não correspondia àquilo que eu próprio ensinava. E aqui começou a ideia de que o que era necessário era uma escola de ciências sociais porque o mundo que vinha aí exigia não uma formação profissional de administradores coloniais, mas uma escola de ciências sociais que soubesse lidar com as diferenças culturais dos povos e as condições do encontro, muitas vezes conflituoso», conta.
A segunda «queda no mundo» foi nas Nações Unidas, também na década de 1950, quando integrou uma missão portuguesa: «Aí pude ouvir pela primeira vez em liberdade as vozes dos povos que eram tratados como mudos ou como dispensáveis. E isso mais avivou a minha ideia de que tínhamos de transformar completamente o ensino».
À frente do Ministério do Ultramar fez uma série de reformas, sendo a mais simbólica a revogação do Estatuto do Indigenato.
Saiu do Governo em 1963, quando Salazar lhe pediu para mudar uma política que ameaçava a sua permanência à frente do Executivo. «Acaba de mudar de ministro»,respondeu-lhe Adriano Moreira.
«É preciso ver que ele era uma pessoa que nasce e é educada no século XIX e portanto os seus valores são valores do século XIX», diz, em relação ao ditador.
Passou depois pela presidência da Sociedade de Geografia, onde ficou até 1974, e à frente da qual promoveu o Movimento da União das Comunidades de Língua Portuguesa. E manteve-se à frente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (hoje ISCSP), escola que ajudou a reformar introduzindo o estudo de diversas ciências sociais, até ser demitido pelo Governo de Marcelo Caetano em 1969. Regressou ao ISCSP em 1983, quando foi eleito presidente do Conselho Científico.
Após o 25 de Abril de 1974 foi saneado das funções oficiais e perdeu os «direitos políticos» por ter sido ministro durante o Estado Novo.
Em 1980, regressa à actividade política, integrando as listas do CDS nas legislativas daquele ano a convite de Freitas do Amaral e de Adelino Amaro da Costa. Em 1983 é eleito presidente do Conselho Nacional do CDS e em 1986 chega à liderança do partido, à frente do qual se mantém até 1988. No Parlamento ficará 14 anos.
Aos 90 anos, Adriano Moreira, que preside à Academia das Ciências, é considerado um dos «senadores» da sociedade e da política portuguesas e um «histórico do CDS». No entanto, diz preferir ser reconhecido como «académico».
«A minha vida foi a escola, sobretudo. A intervenção política foi mais por obrigação cívica», disse à Lusa, a poucos dias de cumprir 90 anos.
Explica o segundo regresso à política pelo momento especial que vivia o país e a necessidade de defender os «valores» da doutrina social da Igreja naquele contexto. E diz que «nunca quis» ser Presidente da República, porque «tem um papel pouco activo» e «pouco consolidado na opinião pública».
Lusa, 2012-09-06
«Nunca quis» ser Presidente
Os 90 anos de um «senador» da política e da direita portuguesas
Adriano Moreira, que completa hoje 90 anos, diz em entrevista à Lusa que a sua vida «foi a escola» e a política apenas «uma obrigação cívica», que o fez ser ministro do Ultramar, liderar o CDS e passar 14 anos no Parlamento.
Nascido a 6 de Setembro de 1922 em Grijó, Macedo de Cavaleiros, Adriano Moreira licenciou-se em Direito pela Universidade de Lisboa e doutorou-se pela Universidad Complutense de Madrid e pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP).
Foi ministro do Ultramar de 1961 a 1963, no Estado Novo de Salazar, que o chamou, segundo diz hoje o próprio Adriano Moreira, para «pôr em prática» aquilo que ensinava nas suas aulas, ou seja, um conjunto de reformas para os então territórios ultramarinos quando estalaram as primeiras revoltas em Angola contra a colonização portuguesa.
«Eu tinha ido a África na década de 50 pela primeira vez a pedido do ministro do Ultramar. Eu dava aulas de direito e ele queria fazer a reforma prisional. E eu fui. E tive o que eu chamo a minha primeira queda no mundo. Porque cheguei à conclusão de que a realidade não correspondia àquilo que eu próprio ensinava. E aqui começou a ideia de que o que era necessário era uma escola de ciências sociais porque o mundo que vinha aí exigia não uma formação profissional de administradores coloniais, mas uma escola de ciências sociais que soubesse lidar com as diferenças culturais dos povos e as condições do encontro, muitas vezes conflituoso», conta.
A segunda «queda no mundo» foi nas Nações Unidas, também na década de 1950, quando integrou uma missão portuguesa: «Aí pude ouvir pela primeira vez em liberdade as vozes dos povos que eram tratados como mudos ou como dispensáveis. E isso mais avivou a minha ideia de que tínhamos de transformar completamente o ensino».
À frente do Ministério do Ultramar fez uma série de reformas, sendo a mais simbólica a revogação do Estatuto do Indigenato.
Saiu do Governo em 1963, quando Salazar lhe pediu para mudar uma política que ameaçava a sua permanência à frente do Executivo. «Acaba de mudar de ministro»,respondeu-lhe Adriano Moreira.
«É preciso ver que ele era uma pessoa que nasce e é educada no século XIX e portanto os seus valores são valores do século XIX», diz, em relação ao ditador.
Passou depois pela presidência da Sociedade de Geografia, onde ficou até 1974, e à frente da qual promoveu o Movimento da União das Comunidades de Língua Portuguesa. E manteve-se à frente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina (hoje ISCSP), escola que ajudou a reformar introduzindo o estudo de diversas ciências sociais, até ser demitido pelo Governo de Marcelo Caetano em 1969. Regressou ao ISCSP em 1983, quando foi eleito presidente do Conselho Científico.
Após o 25 de Abril de 1974 foi saneado das funções oficiais e perdeu os «direitos políticos» por ter sido ministro durante o Estado Novo.
Em 1980, regressa à actividade política, integrando as listas do CDS nas legislativas daquele ano a convite de Freitas do Amaral e de Adelino Amaro da Costa. Em 1983 é eleito presidente do Conselho Nacional do CDS e em 1986 chega à liderança do partido, à frente do qual se mantém até 1988. No Parlamento ficará 14 anos.
Aos 90 anos, Adriano Moreira, que preside à Academia das Ciências, é considerado um dos «senadores» da sociedade e da política portuguesas e um «histórico do CDS». No entanto, diz preferir ser reconhecido como «académico».
«A minha vida foi a escola, sobretudo. A intervenção política foi mais por obrigação cívica», disse à Lusa, a poucos dias de cumprir 90 anos.
Explica o segundo regresso à política pelo momento especial que vivia o país e a necessidade de defender os «valores» da doutrina social da Igreja naquele contexto. E diz que «nunca quis» ser Presidente da República, porque «tem um papel pouco activo» e «pouco consolidado na opinião pública».
Lusa, 2012-09-06
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Valente de Oliveira: Doutor Honoris Causa pela UTAD
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«Soube como poucos pensar Portugal»
Valente de Oliveira: Doutor Honoris Causa pela UTAD
Com rigorosa solenidade, decorreu hoje (14 de junho), na Aula Magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a cerimónia de atribuição do título de Doutor Honoris Causa ao professor catedrático Luís Valente de Oliveira, uma figura destacada da vida pública nacional, conhecido pelos inúmeros cargos que exerceu ao longo de mais de quadro décadas, tais como Presidente da Comissão de Coordenação da Região do Norte, Ministro da Educação e Investigação Científica, Ministro do Planeamento e Administração do Território e Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, entre muitos outros.
Na sessão intervieram o Magnífico Reitor da UTAD Prof. Carlos Sequeira, o Prof. Nuno Tavares Moreira, o Prof. Arlindo Cunha e o homenageado. O Presidente da República enviou uma menagem, lida na cerimónia, onde louva a Universidade pela justa homenagem prestada a um homem que “soube como poucos pensar Portugal”.
O elogio protocolar coube ao padrinho do doutoramento, Arlindo Cunha, reputado académico e ex-ministro da Agricultura, que testemunhou, pela sua experiência pessoal, os traços fundamentais do perfil de Valente de Oliveira e a sua luta persistente pelo desenvolvimento regional.
“Terá sempre um lugar na história”, lembrou também, quanto mais não seja por ter sido o primeiro responsável por uma política consistente de ordenamento do território em Portugal, que resultou nos chamados Planos Diretores Municipais ainda hoje fundamentais para os municípios.
No final, Valente de Oliveira agradeceu o título que a UTAD lhe atribuiu, ao mesmo tempo que recordou, com afeto pessoal, a sua ligação profissional a Trás-os-Montes, iniciada em 1972, aquando da elaboração do IV Plano de Fomento, onde se desenharam as linhas mestras do que se esperava vir a ser o futuro da região.
Lembrou também o Programa de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-os-Montes (PDRITM), com os apoios do Banco Mundial, que permitiu à UTAD desenvolver e consolidar muitos dos seus projectos de investigação. Aproveitou ainda para enaltecer o trabalho de uma geração de autarcas da região com quem trabalhou, muitos dos quais estavam presentes na cerimónia.
, 2013-06-15
In DTM
«Soube como poucos pensar Portugal»
Valente de Oliveira: Doutor Honoris Causa pela UTAD
Com rigorosa solenidade, decorreu hoje (14 de junho), na Aula Magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a cerimónia de atribuição do título de Doutor Honoris Causa ao professor catedrático Luís Valente de Oliveira, uma figura destacada da vida pública nacional, conhecido pelos inúmeros cargos que exerceu ao longo de mais de quadro décadas, tais como Presidente da Comissão de Coordenação da Região do Norte, Ministro da Educação e Investigação Científica, Ministro do Planeamento e Administração do Território e Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação, entre muitos outros.
Na sessão intervieram o Magnífico Reitor da UTAD Prof. Carlos Sequeira, o Prof. Nuno Tavares Moreira, o Prof. Arlindo Cunha e o homenageado. O Presidente da República enviou uma menagem, lida na cerimónia, onde louva a Universidade pela justa homenagem prestada a um homem que “soube como poucos pensar Portugal”.
O elogio protocolar coube ao padrinho do doutoramento, Arlindo Cunha, reputado académico e ex-ministro da Agricultura, que testemunhou, pela sua experiência pessoal, os traços fundamentais do perfil de Valente de Oliveira e a sua luta persistente pelo desenvolvimento regional.
“Terá sempre um lugar na história”, lembrou também, quanto mais não seja por ter sido o primeiro responsável por uma política consistente de ordenamento do território em Portugal, que resultou nos chamados Planos Diretores Municipais ainda hoje fundamentais para os municípios.
No final, Valente de Oliveira agradeceu o título que a UTAD lhe atribuiu, ao mesmo tempo que recordou, com afeto pessoal, a sua ligação profissional a Trás-os-Montes, iniciada em 1972, aquando da elaboração do IV Plano de Fomento, onde se desenharam as linhas mestras do que se esperava vir a ser o futuro da região.
Lembrou também o Programa de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-os-Montes (PDRITM), com os apoios do Banco Mundial, que permitiu à UTAD desenvolver e consolidar muitos dos seus projectos de investigação. Aproveitou ainda para enaltecer o trabalho de uma geração de autarcas da região com quem trabalhou, muitos dos quais estavam presentes na cerimónia.
, 2013-06-15
In DTM
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