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Estratégia do silêncio

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Mensagem por Vitor mango Seg Fev 15, 2010 4:46 am


Estratégia do silêncio

Obama prometeu demais para o primeiro ano de sua política externa. Agora estaria evitando os aliados

Jackson Diehl* - O Estado de S.Paulo

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Estaria um ferido Barack Obama se afastando do mundo?

Podemos desculpar os europeus por especularem nesse sentido. A Casa Branca anunciou no início do mês que o presidente não participará de uma reunião de cúpula entre Estados Unidos e União Europeia marcada para maio em Madri, obrigando os realizadores a cancelar o evento. O anfitrião desprezado, José Luis Rodríguez Zapatero, primeiro-ministro espanhol, fez uma visita de dois dias a Washington, mas seu pedido de reunião com Obama ou com o vice-presidente, Joe Biden, não foi atendido.

Zapatero disse ter encarado a recusa "sem problema". Mas não foi essa a reação que encontrou ao voltar para casa. O jornal espanhol El País publicou uma matéria intitulada "Obama dá as costas à Europa". O alemão Der Spiegel saiu com a reportagem "Ausência de Obama desaponta Europa".

Israelenses e palestinos também se perguntam sobre os planos do presidente. Nos 70 minutos do discurso de Obama sobre o Estado da União não foi feita nenhuma menção a Israel nem ao processo de paz no Oriente Médio. Pouco antes do discurso, Obama disse a um repórter que superestimou a capacidade de seu governo para renovar as negociações entre israelenses obstinados e palestinos recalcitrantes.

Há também o caso dos líderes iraquianos. Dois deles - o presidente regional curdo, Massoud Barzani, e o vice-presidente, Tariq al-Hashimi, líder da minoria sunita - estiveram em Washington nas últimas duas semanas. Ambos me falaram de sua grande preocupação sobre o comprometimento do governo Obama com a estabilidade e a democracia no Iraque. Isso se deve, em parte, ao fato de a retórica pública de Obama estar concentrada na retirada dos soldados americanos, e não nos projetos para o futuro do Iraque. "Compreendo que vocês estejam totalmente concentrados em retirar seus soldados até 2011", disse Hashimi. "Mas o que acontecerá depois disso?"

Será que o desapontamento dessas pessoas é justificado? Estaria Obama dando as costas às questões internacionais como reação aos problemas políticos domésticos?

A Casa Branca poderia argumentar que isso não é verdade, e com razão. Apesar de o presidente ter economizado na política externa durante o discurso do Estado da União e estar visivelmente concentrado nas questões domésticas desde a eleição de Scott Brown para o Senado, a diplomacia de Obama ainda transmite uma impressão de vigor. Seus enviados estão ocupados tentando reunir votos favoráveis a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU impondo ao Irã duras sanções. Obama tem viagem marcada para Austrália e Indonésia no mês que vem, e uma reunião de cúpula sobre o desarmamento é preparada para abril em Washington. Um novo tratado com a Rússia sobre armamentos estratégicos está próximo da conclusão.

No Oriente Médio, o enviado George Mitchell segue trabalhando na tentativa de convencer israelenses e palestinos a voltarem às negociações, apesar da desanimada declaração do presidente. Quanto ao Iraque, Biden esteve no país há apenas duas semanas, quando trabalhou - pela segunda vez nos últimos três meses - para evitar uma crise que poderia prejudicar as próximas eleições.

Ainda assim, detectar um recuo do presidente não é uma interpretação equivocada. Em parte, isso faz sentido - assim como fez nas questões domésticas, Obama estabeleceu objetivos excessivamente numerosos para o primeiro ano de sua política externa. A perspectiva de uma paz entre israelenses e palestinos no curto prazo não é animadora, e assim o presidente tem razão ao deixar que um enviado cuide da questão. Obama fez seis visitas à Europa em 2009, com frequência para participar de reuniões que não produziram muitos resultados. Seus assessores têm razão em querer empregar com mais sabedoria o tempo que o presidente passará em viagem este ano.

Mas o recuo de Obama tem também um aspecto inquietante. Zapatero não é o único a encontrar dificuldades no estabelecimento de boas relações com a atual Casa Branca: diferentemente da maioria de seus antecessores, Obama não firmou laços de proximidade com nenhum dos líderes europeus. O britânico Gordon Brown, o francês Sarkozy e a alemã Angela Merkel se sentiram desprezados por ele, cada qual por sua vez. As relações entre Obama e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, são tensas, na melhor das hipóteses. George W. Bush costumava realizar videoconferências frequentes com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, e o presidente afegão, Hamid Karzai. Obama conversou com eles em apenas algumas ocasiões.

A popularidade de Obama em muitas partes do mundo continua forte. Zapatero disse ao conselho editorial do Washington Post que "na Espanha, a eleição (de Obama) foi vivida como se fosse uma eleição em nosso próprio país". Mas, em seu primeiro ano de governo, o novo presidente não estabeleceu essa mesma conexão com os líderes dos principais países aliados dos EUA. Agora Obama está transmitindo a esses líderes a mensagem de que o tempo dedicado pelo presidente americano a eles será reduzido. Talvez, como Zapatero expressou tão diplomaticamente, isso não seja problema. Mas duvido que estivesse realmente pensando isso. Tradução de Augusto Calil
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Mensagem por Vitor mango Seg Fev 15, 2010 4:49 am

Mas o recuo de Obama tem também um aspecto inquietante. Zapatero não é o único a encontrar dificuldades no estabelecimento de boas relações com a atual Casa Branca: diferentemente da maioria de seus antecessores, Obama não firmou laços de proximidade com nenhum dos líderes europeus. O britânico Gordon Brown, o francês Sarkozy e a alemã Angela Merkel se sentiram desprezados por ele, cada qual por sua vez. As relações entre Obama e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, são tensas, na melhor das hipóteses. George W. Bush costumava realizar videoconferências frequentes com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, e o presidente afegão, Hamid Karzai. Obama conversou com eles em apenas algumas ocasiões.
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Mensagem por Joao Ruiz Seg Fev 15, 2010 6:00 am

Mas qual estratégia do silêncio, Mango?

O mundo colocou a fasquia muito alta sobre a capacidade política de Obama que nem sequer soube aproveitar dessa benesse e cedo demonstrou não estar à altura das circunstâncias, nem merecer o Prémio Nobel... por nada.

Agora, que todos se limpem a esse guardanapo!


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Mensagem por Vitor mango Seg Fev 15, 2010 7:16 am

João Ruiz escreveu:Mas qual estratégia do silêncio, Mango?

O mundo colocou a fasquia muito alta sobre a capacidade política de Obama que nem sequer soube aproveitar dessa benesse e cedo demonstrou não estar à altura das circunstâncias, nem merecer o Prémio Nobel... por nada.

Agora, que todos se limpem a esse guardanapo!


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nada de nada é apelio meu
A tecnica do Obama em Campanha é igualzinha a tutti kuanti
Ele alias ate faz uma politica do silencio bem escamada
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Estratégia do silêncio Empty Barack Obama nomeia enviado especial para o mundo islâmico

Mensagem por Joao Ruiz Seg Fev 15, 2010 9:30 am

Barack Obama nomeia enviado especial para o mundo islâmico

por LUMENA RAPOSO
Hoje

Estratégia do silêncio Ng1255659

Mensagem do Presidente dos EUA ao Fórum Mundial sublinha a aposta no diálogo

Um "novo começo" nas relações entre os Estados Unidos e o mundo muçulmano é o objectivo da nomeação do enviado especial do Presidente americano junto da Organização da Conferência Islâmica (OCI). O anúncio do escolhido para o cargo foi feito por Barack Obama na mensagem que enviou à sétima edição do Fórum Mundial Islão-EUA a decorrer na cidade de Doha, a capital do Qatar.

"Tenho orgulho em anunciar que escolhi Rashad Hussain como meu emissário à OCI", afirmou Obama no vídeo transmitido na abertura da conferência de Doha. Hussain - personalidade conhecida e respeitada na comunidade muçulmana americana, apesar da sua juventude - irá ter como tarefa o aprofundar das relações entre Washington e capitais de países islâmicos ou lançá-las, no caso de ainda não existirem.

A escolha de Obama não é alheia ao estádio das relações entre os Estados Unidos e os países muçulmanos: oito meses após o discurso do Presidente americano no Cairo, que criou a esperança de toda uma nova dinâmica na diplomacia entre os dois mundos, a desilusão e o descrédito ganharam terreno entre os muçulmanos; situação a que não são alheios o impasse no processo de paz no Médio Oriente e o conflito no Iraque e no Afeganistão.

Por tudo isso, Rashad Hussain não foi uma escolha menor. Como, aliás, o próprio Presidente afirmou, ao mesmo tempo que sublinhava querer intensificar o diálogo com o mundo islâmico quando, em Março, visitar a Indonésia - país onde viveu alguns anos, em criança, com a mãe e o padrasto. Assim, e nas palavras de Obama, Hussain é um "guardião" do Alcorão, ao ponto de "memorizar e dominar o texto sagrado".

Este "advogado instruído" e homem de confiança do Presidente americano - ao ponto de não ser alheio ao célebre discurso na universidade do Cairo - deverá também, enquanto seu enviado junto de uma organização que congrega mais de 50 Estados muçulmanos, ajudar a desbloquear o processo de paz entre Israel e os seus vizinhos árabes. Mais: Hussain, que tem um domínio total da língua e cultura árabes, poderá ter um papel determinante na criação de uma aliança contra o Irão, determinado que está em dotar-se da arma nuclear.

Reagindo à sua nomeação como enviado especial de Obama na OCI, Hussain, responsável até agora na Casa Branca por questões de segurança interna, media, ciência e novas tecnologias, disse existir "uma oportunidade sem precedente para um acordo com o mundo muçulmano".

Hussain é o segundo enviado especial da Casa Branca junto da OCI: o primeiro foi nomeado em 2008 pelo presidente George W. Bush, que escolheu o empresário do Texas Sada Cumber.

In DN

Estratégia do silêncio 0002042B

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