Rui Pedro Soares falou em nome do Governo
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Rui Pedro Soares falou em nome do Governo
Rui Pedro Soares falou em nome do Governo
por RUI PEDRO ANTUNES
Hoje
O ex-administrador da PT foi o interlocutor de Mariano Gago nas negociações de 'divisão de poder' no Taguspark. Mais tarde quis comprar 6,5 milhões de euros em acções.
O ex-administrador da PT Rui Pedro Soares já falou em nome do Governo em negociações empresariais. O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, revelou ao DN que, em 2007, Rui Pedro Soares se apresentou nas reuniões para a escolha do Conselho de Administração da Taguspark em nome de um grupo de accionistas que incluía a Caixa Geral de Depósitos e ainda o Instituto Superior Técnico e a Universidade Técnica de Lisboa, com o "apoio implícito do senhor ministro Mariano Gago".
A propósito do caso PT/TVI, Rui Pedro Soares disse esta semana no Parlamento que não era um "representante do Governo". No entanto, de acordo com os factos elencados por Isaltino, o administrador não só era uma figura indicada pelo Estado na PT como também chegou a falar em nome do ministro da Ciência e Tecnologia nas nomeações para os órgãos gerentes do parque.
Resta saber se foi uma questão de abuso de confiança da parte de Rui Pedro Soares, ou se Gago (que o DN tentou ontem sem êxito contactar) deu de facto "carta branca" ao administrador da PT para falar em nome do Governo.
Nessa altura, Rui Pedro Soares ter-se-á apresentado como representante de um grande grupo de accionistas, ganhando um poder decisório que condicionou a intervenção da maior accionista do Taguspark (a Câmara Municipal de Oeiras, que detinha 16%). Além das entidades públicas, Rui Pedro Soares foi o interlocutor do Millenium, da EDP e do BPI. Curiosamente, foram estas duas últimas empresas que mais tarde quiseram vender as suas acções à PT. Já o contacto entre a CGD e Rui Pedro Soares terá sido feito com o então administrador do banco, Armando Vara.
Segundo Isaltino Morais, foi esta "pool de accionistas" que impôs, por exemplo, o nome de Américo Thomati para presidente da comissão executiva. Thomati é um dos envolvidos nas escutas do processo "Face Oculta" divulgadas pelo semanário Sol, onde é "apanhado" a discutir com o advogado Paulo Penedos os contratos de Luís Figo e José Mourinho, numa conversa datada de 22 de Junho do ano passado.
A influência de Rui Pedro Soares no Taguspark tornou-se mais visível quando, no último trimestre de 2008, o ex-administrador da PT tentou que a sua empresa controlasse o parque tecnológico.
A tentativa de tornar a PT na maior accionista chegou a motivar "queixas" de Isaltino Morais a Zeinal Bava, como demonstra a correspondência enviada pelo autarca ao presidente da PT e a que o DN teve acesso. A 14 de Outubro de 2008, apesar de Isaltino Morais dizer a Zeinal que teve contactos "frutuosos" com o "dr. Pedro Soares", revela a sua "surpresa" pela "intenção da PT em adquirir as acções do BPI correspondentes a 11,3 % e da EDP, de 5,6%, o que totalizaria 22,07%".
Para evitar aquilo que classificou, ao DN, como "uma espécie de OPA [oferta pública de aquisição] hostil ao Taguspark", Isaltino exortou Zeinal a encontrar uma solução "interpartes".
A PT acabou por recuar à luz do "direito de preferência" que a Câmara de Oeiras detinha e a autarquia reforçou a sua posição, comprando acções à EDP e ao BPI. Esta operação, cujo efeitos ainda não estão contemplados na estrutura accionista disponível no site do Taguspark , consta da acta da sessão da Assembleia Municipal de Oeiras, que se realizou no dia 13 de Julho de 2009.
A correspondência enviada a Zeinal - que o convoca para uma assembleia geral e fala na aquisição de acções pela PT - revela o valor da operação que estava a ser desenvolvida. Rui Pedro Soares era o operacional de uma compra que custaria à PT 6,5 milhões de euros, o que demonstra a autonomia que o ex-administrador detinha na PT. Este montante resulta da soma do total de acções que a EDP (220 000 acções - cerca de 2 milhões de euros) e o BPI (380 00 acções - 4,5 milhões de euros) iriam vender à PT.
Oficialmente, até à próxima assembleia geral, Rui Pedro Soares - que já renunciou ao cargo na PT - continua a ser administrador não executivo da Taguspark.
In DN
por RUI PEDRO ANTUNES
Hoje
O ex-administrador da PT foi o interlocutor de Mariano Gago nas negociações de 'divisão de poder' no Taguspark. Mais tarde quis comprar 6,5 milhões de euros em acções.
O ex-administrador da PT Rui Pedro Soares já falou em nome do Governo em negociações empresariais. O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, revelou ao DN que, em 2007, Rui Pedro Soares se apresentou nas reuniões para a escolha do Conselho de Administração da Taguspark em nome de um grupo de accionistas que incluía a Caixa Geral de Depósitos e ainda o Instituto Superior Técnico e a Universidade Técnica de Lisboa, com o "apoio implícito do senhor ministro Mariano Gago".
A propósito do caso PT/TVI, Rui Pedro Soares disse esta semana no Parlamento que não era um "representante do Governo". No entanto, de acordo com os factos elencados por Isaltino, o administrador não só era uma figura indicada pelo Estado na PT como também chegou a falar em nome do ministro da Ciência e Tecnologia nas nomeações para os órgãos gerentes do parque.
Resta saber se foi uma questão de abuso de confiança da parte de Rui Pedro Soares, ou se Gago (que o DN tentou ontem sem êxito contactar) deu de facto "carta branca" ao administrador da PT para falar em nome do Governo.
Nessa altura, Rui Pedro Soares ter-se-á apresentado como representante de um grande grupo de accionistas, ganhando um poder decisório que condicionou a intervenção da maior accionista do Taguspark (a Câmara Municipal de Oeiras, que detinha 16%). Além das entidades públicas, Rui Pedro Soares foi o interlocutor do Millenium, da EDP e do BPI. Curiosamente, foram estas duas últimas empresas que mais tarde quiseram vender as suas acções à PT. Já o contacto entre a CGD e Rui Pedro Soares terá sido feito com o então administrador do banco, Armando Vara.
Segundo Isaltino Morais, foi esta "pool de accionistas" que impôs, por exemplo, o nome de Américo Thomati para presidente da comissão executiva. Thomati é um dos envolvidos nas escutas do processo "Face Oculta" divulgadas pelo semanário Sol, onde é "apanhado" a discutir com o advogado Paulo Penedos os contratos de Luís Figo e José Mourinho, numa conversa datada de 22 de Junho do ano passado.
A influência de Rui Pedro Soares no Taguspark tornou-se mais visível quando, no último trimestre de 2008, o ex-administrador da PT tentou que a sua empresa controlasse o parque tecnológico.
A tentativa de tornar a PT na maior accionista chegou a motivar "queixas" de Isaltino Morais a Zeinal Bava, como demonstra a correspondência enviada pelo autarca ao presidente da PT e a que o DN teve acesso. A 14 de Outubro de 2008, apesar de Isaltino Morais dizer a Zeinal que teve contactos "frutuosos" com o "dr. Pedro Soares", revela a sua "surpresa" pela "intenção da PT em adquirir as acções do BPI correspondentes a 11,3 % e da EDP, de 5,6%, o que totalizaria 22,07%".
Para evitar aquilo que classificou, ao DN, como "uma espécie de OPA [oferta pública de aquisição] hostil ao Taguspark", Isaltino exortou Zeinal a encontrar uma solução "interpartes".
A PT acabou por recuar à luz do "direito de preferência" que a Câmara de Oeiras detinha e a autarquia reforçou a sua posição, comprando acções à EDP e ao BPI. Esta operação, cujo efeitos ainda não estão contemplados na estrutura accionista disponível no site do Taguspark , consta da acta da sessão da Assembleia Municipal de Oeiras, que se realizou no dia 13 de Julho de 2009.
A correspondência enviada a Zeinal - que o convoca para uma assembleia geral e fala na aquisição de acções pela PT - revela o valor da operação que estava a ser desenvolvida. Rui Pedro Soares era o operacional de uma compra que custaria à PT 6,5 milhões de euros, o que demonstra a autonomia que o ex-administrador detinha na PT. Este montante resulta da soma do total de acções que a EDP (220 000 acções - cerca de 2 milhões de euros) e o BPI (380 00 acções - 4,5 milhões de euros) iriam vender à PT.
Oficialmente, até à próxima assembleia geral, Rui Pedro Soares - que já renunciou ao cargo na PT - continua a ser administrador não executivo da Taguspark.
In DN
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