O camarada Estaline foi a Mafra

O camarada Estaline foi a Mafra

Expresso On line

Uma simples proposta de alterações aos estatutos desfez a imagem que o PSD queria que tivesse saído deste congresso. Sábado vimos um partido com vitalidade, com ex-líderes a discursar, com candidatos a fazerem bons discursos. Hoje, vimos o PSD aprovar a norma mais estalinista da sua história. A lei da rolha aterrou em Mafra.
A medida estava à vista de todos mas nem foi discutida no Congresso. Cansado por ter sido tão criticado quando estava no poder, Pedro Santana Lopes propôs uma alteração aos estatutos que, na prática, impede qualquer militante de criticar as orientações da direcção do partido nos dois meses que antecedem qualquer acto eleitoral. Quem não obedecer, é sancionado e pode ser suspenso ou expulso. A proposta foi aprovada e nem sequer mereceu uma discussão séria. Bizarro, no mínimo.

Mas o mais bizarro é que os três candidatos são contra a medida e prometem revogá-la. Paulo Rangel, Pedro Passos Coelho e Aguiar Branco são contra. Mas não falaram sobre o assunto antes da votação. Só manifestaram a sua posição aos jornalistas no final do Congresso...

À saída de Mafra, os jornalistas viraram-se para Santana Lopes e disseram: "mas nem o PCP tem uma norma destas...". Resposta: "temos nós". O camarada Estaline está vivo e veste laranja.

Viriato escreveu:O camarada Estaline foi a Mafra

Expresso On line

Uma simples proposta de alterações aos estatutos desfez a imagem que o PSD queria que tivesse saído deste congresso. Sábado vimos um partido com vitalidade, com ex-líderes a discursar, com candidatos a fazerem bons discursos. Hoje, vimos o PSD aprovar a norma mais estalinista da sua história. A lei da rolha aterrou em Mafra.
A medida estava à vista de todos mas nem foi discutida no Congresso. Cansado por ter sido tão criticado quando estava no poder, Pedro Santana Lopes propôs uma alteração aos estatutos que, na prática, impede qualquer militante de criticar as orientações da direcção do partido nos dois meses que antecedem qualquer acto eleitoral. Quem não obedecer, é sancionado e pode ser suspenso ou expulso. A proposta foi aprovada e nem sequer mereceu uma discussão séria. Bizarro, no mínimo.

Mas o mais bizarro é que os três candidatos são contra a medida e prometem revogá-la. Paulo Rangel, Pedro Passos Coelho e Aguiar Branco são contra. Mas não falaram sobre o assunto antes da votação. Só manifestaram a sua posição aos jornalistas no final do Congresso...

À saída de Mafra, os jornalistas viraram-se para Santana Lopes e disseram: "mas nem o PCP tem uma norma destas...". Resposta: "temos nós". O camarada Estaline está vivo e veste laranja.

Não entendo onde está o problema. De facto, os militantes de qualquer partido existem para apoiar esse partido. Se assim não o fizerem e ainda por cima vão afrontar o próprio partido apoiando elementos de outros partidos concorrentes, não faz sentido continuarem como militantes do partido em causa. A única forma honesta de resolver o problema é afastarem-se de sua livre vontade.
No caso do PS, se tivesse havido coerência quer de um lado quer do outro, Manuel Alegre já não deveria ser militante do partido. Como tal não aconteceu, nem ele pediu a demissão nem foi demitido, tem passado a vida a enfrentar o seu próprio partido, seja na AR aonde era deputado e se colocou várias vezes ao lado da oposição, como se apresenta, na sequência do que já fez há 5 anos, como candidato independente à Presidência da República, ignorando a vontade do PS.
Se acha que o PS não está no bom caminho, ou se candidata a Secretário Geral, correndo o risco de ser derrotado ou se demite do partido.
Haja coerência.

Agora não percebi, Vagueante.

Não se estava a falar do Congresso do PSD e da já apelidada de "Lei da rolha", nele aprovada hoje?

João Ruiz escreveu:Agora não percebi, Vagueante.

Não se estava a falar do Congresso do PSD e da já apelidada de "Lei da rolha", nele aprovada hoje?

Leia com atenção o primeiro parágrafo.
O resto, não passa de um exemplo do que tem acontecido na política do país, com a indicação expressa de Manuel Alegre.

Vagueante escreveu:

João Ruiz escreveu:Agora não percebi, Vagueante.

Não se estava a falar do Congresso do PSD e da já apelidada de "Lei da rolha", nele aprovada hoje?

Leia com atenção o primeiro parágrafo.
O resto, não passa de um exemplo do que tem acontecido na política do país, com a indicação expressa de Manuel Alegre.

Tem razão. Não tinha aparafusado bem o início do seu post e apenas estava na onda restrita do campo PSD e respectiva invenção da "asfixia democrática", de efeito boomerang.

No caso do PS e na minha óptica, acho que caberia a Manuel Alegre desvincular-se do partido, uma vez que discordava publicamente tanto das decisões tomadas. Isso se a pessoa em causa soubesse o que significa ser-se vertical, também em política. Mas o seu percurso político demonstra tratar-se apenas de um videirinho, "esquecido" de que não seriam os poemas que o catapultariam para a visibilidade, se não se abrigasse à sombra do partido.