Tratar de documentação é sinónimo de dia caótico
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Tratar de documentação é sinónimo de dia caótico
Tratar de documentação é sinónimo de dia caótico
00h00m
LUÍS GARCIA
Tratar do cartão do cidadão, um passaporte ou qualquer outro documento
oficial em Lisboa é um martírio que obriga, muitas vezes, a perder um
dia de trabalho, apesar da criação de várias lojas do Cidadão e outros
espaços do género nos últimos anos.Eram 10 horas quando Nuno
Antunes chegou, acompanhado pelas duas filhas, de 8 e 10 anos, à loja
do cidadão do centro comercial Odivelas Parque, para fazer o passaporte
das duas menores. Primeiro erro: o documento não podia ser tratado ali e
deveria dirigir-se às lojas das Laranjeiras ou dos Restauradores, em
Lisboa.Chegado às Laranjeiras, Nuno Antunes apercebeu-se do seu
segundo "erro": tinha 120 pessoas à frente. Eram 11.30 quando tirou uma
senha na Loja do Cidadão dos Restauradores, onde "só" havia 80 pessoas
antes da sua vez.As meninas, esgotadas depois de uma grande
caminhada, pediam ao pai um sítio para se sentarem, mas o desejo era
impossível de realizar dada a escassez de cadeiras na loja do cidadão.
"Disse-lhes para se sentarem na escada, mas logo apareceu um segurança a
dizer que nem pensar, que ninguém se pode sentar na escada", conta.
"Ainda barafustei, mas acabei por me calar quando ouvi, ao meu lado, um
senhor reclamar porque o pai, de 78 anos, estava ali há duas horas em pé
e não aguentava mais."Resultado do longo mergulho de Nuno
Antunes no mundo da burocracia: eram 16.30 quando foi atendido, depois
de ter passado o dia de um lado para o outro, sempre tentando entreter
duas crianças. E ainda foi forçado a pagar um almoço fora para três, bem
como a gasolina gasta nas viagens.Aventuras como esta são
vividas todos os dias por milhares de pessoas na capital, que se
confrontam com Lojas do Cidadão e outros centros do género apinhados de
gente ou com exigências burocráticas difíceis de cumprir para tratar dos
assuntos em tempo útil.E lá se vai o Benfica...Ontem à
tarde, no novo Espaço Registos Expo (ver caixa), a burocracia estava a
deixar Leandro Dias de cabelos em pé. Precisava da segunda via do
documento único automóvel para poder ir de carro, com amigos, até
Liverpool (Reino Unido) ver o jogo do Benfica mas temia não conseguir
fazer a viagem a tempo."Pedi ontem e já era para estar tratado
hoje à tarde. Mas parece que houve problemas informáticos e ainda não
está pronto", dizia Leandro Dias, que ia esperar pelo documento até à
hora de fecho do Espaço Registos."Éramos para ter partido ontem
[anteontem]. Tenho bilhete e reservas nos hotéis e até já perdi uma
dormida. Tudo por causa deste papel", lamenta o adepto dos encarnados.
00h00m
LUÍS GARCIA
foto Luís Garcia/global imagens |
Utentes queixam-se de dias inteiros perdidos nas lojas do Cidadão |
Tratar do cartão do cidadão, um passaporte ou qualquer outro documento
oficial em Lisboa é um martírio que obriga, muitas vezes, a perder um
dia de trabalho, apesar da criação de várias lojas do Cidadão e outros
espaços do género nos últimos anos.Eram 10 horas quando Nuno
Antunes chegou, acompanhado pelas duas filhas, de 8 e 10 anos, à loja
do cidadão do centro comercial Odivelas Parque, para fazer o passaporte
das duas menores. Primeiro erro: o documento não podia ser tratado ali e
deveria dirigir-se às lojas das Laranjeiras ou dos Restauradores, em
Lisboa.Chegado às Laranjeiras, Nuno Antunes apercebeu-se do seu
segundo "erro": tinha 120 pessoas à frente. Eram 11.30 quando tirou uma
senha na Loja do Cidadão dos Restauradores, onde "só" havia 80 pessoas
antes da sua vez.As meninas, esgotadas depois de uma grande
caminhada, pediam ao pai um sítio para se sentarem, mas o desejo era
impossível de realizar dada a escassez de cadeiras na loja do cidadão.
"Disse-lhes para se sentarem na escada, mas logo apareceu um segurança a
dizer que nem pensar, que ninguém se pode sentar na escada", conta.
"Ainda barafustei, mas acabei por me calar quando ouvi, ao meu lado, um
senhor reclamar porque o pai, de 78 anos, estava ali há duas horas em pé
e não aguentava mais."Resultado do longo mergulho de Nuno
Antunes no mundo da burocracia: eram 16.30 quando foi atendido, depois
de ter passado o dia de um lado para o outro, sempre tentando entreter
duas crianças. E ainda foi forçado a pagar um almoço fora para três, bem
como a gasolina gasta nas viagens.Aventuras como esta são
vividas todos os dias por milhares de pessoas na capital, que se
confrontam com Lojas do Cidadão e outros centros do género apinhados de
gente ou com exigências burocráticas difíceis de cumprir para tratar dos
assuntos em tempo útil.E lá se vai o Benfica...Ontem à
tarde, no novo Espaço Registos Expo (ver caixa), a burocracia estava a
deixar Leandro Dias de cabelos em pé. Precisava da segunda via do
documento único automóvel para poder ir de carro, com amigos, até
Liverpool (Reino Unido) ver o jogo do Benfica mas temia não conseguir
fazer a viagem a tempo."Pedi ontem e já era para estar tratado
hoje à tarde. Mas parece que houve problemas informáticos e ainda não
está pronto", dizia Leandro Dias, que ia esperar pelo documento até à
hora de fecho do Espaço Registos."Éramos para ter partido ontem
[anteontem]. Tenho bilhete e reservas nos hotéis e até já perdi uma
dormida. Tudo por causa deste papel", lamenta o adepto dos encarnados.
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