Armamentos estratégicos ofensivos
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Armamentos estratégicos ofensivos
Novas dimensões da ameaça nuclear debatidas nos EUA
por Carlos Santos Pereira, para a agência Lusa
Hoje
O fim da guerra fria, a evolução das tecnologias militares e as novas doutrinas da guerra alteraram profundamente no último quarto de século o alcance estratégico do armamento nuclear.
Os grandes instrumentos da remodelação do equilíbrio de forças na arena internacional no pós-guerra fria e da hegemonia norte-americana no Mundo foram a capacidade de projecção de força e a sofisticação crescente do arsenal convencional, e não o potencial nuclear estratégico.
Ao mesmo tempo, as novas tecnologias bélicas e a pressão dos media e da opinião pública amadureciam uma cultura da guerra ("guerra limpa", paradigma dos "zero mortos") que repudia as destruições em larga escala e as baixas humanas maciças.
Hiroshima ou os cenários da guerra da Coreia, em que o general Mc Arthur chegou a conceber o recurso à arma nuclear, ou a iminência de um confronto atómico que pairou sobre o Mundo durante a crise dos mísseis de Cuba seriam hoje impensáveis.
Nenhum actor reconhecido da cena internacional se permitiria hoje recorrer à ameaça nuclear, em particular na sua dimensão estratégica.
"Nas actuais sociedades, o emprego da arma nuclear tornou-se desnecessário e contraproducente", diz o general Loureiro dos Santos, analista de questões estratégicas. "Hoje, o recurso à força acima de um determinado patamar pode voltar-se contra o autor desses actos".
A sofisticação crescente das armas convencionais em termos de precisão e letalidade permitem-lhes atingir objectivos que antes só seriam concebíveis com recurso ao nuclear.
A moderna geração de bombas de penetração, das GBU-28 utilizadas em 1991 na Desert Storm, às mais recentes BLU-109, 116 ou BLU-113 conseguem penetrar bunkers e centros de comando debaixo de camadas de betão de dezenas de metros de espessura ou nas entranhas de uma montanha.
E as bombas termo-báricas, em que russos e norte-americanos apostaram nos últimos anos, têm uma capacidade de destruição equivalente à da arma nuclear.
Na dimensão militar, "as armas nucleares perderam importância para as grandes potências", constata Loureiro dos Santos. "Hoje, têm sobretudo uma função de estatuto, de hierarquia das potências, e para impedir que as suas zonas de influência ou os estados sob a sua protecção sejam alvo de um ataque convencional".
Não se vislumbram sinais de que alguma potência nuclear esteja pronta a responder ao apelo a um Mundo sem armas nucleares lançado há um ano em Praga por Barack Obama. A Rússia e a China estão a modernizar os seus arsenais nucleares, a Grã-Bretanha projecta uma nova geração de submarinos equipados com mísseis Trident.
A questão coloca-se em termos diferentes noutras áreas do planeta. "As armas nucleares ganharam em contrapartida importância para países pequenos, como elemento dissuasor contra eventuais ataques convencionais de potências com maiores recursos", observa o general Loureiro dos Santos. "São os casos do Irão, da Coreia do Norte, talvez da Síria - mas poderá pegar-se a outros que não têm meios convencionais para se opor".
No caso do Paquistão e da Índia, o nuclear representa um elemento de dissuasão semelhante ao papel do armamento estratégico no duelo entre os EUA e a URSS. Em áreas como o Médio Oriente, a arma nuclear pode representar um dissuasor e uma ameaça potencial, assumindo aí uma dimensão militar específica.
Essa dimensão torna ainda mais problemático o combate à proliferação. "Essa função dissuasora do armamento nuclear poderá tentar outros países que não dispõem de meios convencionais para responder a um adversário superior", alerta ainda Loureiro dos Santos.
In DN
por Carlos Santos Pereira, para a agência Lusa
Hoje
O fim da guerra fria, a evolução das tecnologias militares e as novas doutrinas da guerra alteraram profundamente no último quarto de século o alcance estratégico do armamento nuclear.
Os grandes instrumentos da remodelação do equilíbrio de forças na arena internacional no pós-guerra fria e da hegemonia norte-americana no Mundo foram a capacidade de projecção de força e a sofisticação crescente do arsenal convencional, e não o potencial nuclear estratégico.
Ao mesmo tempo, as novas tecnologias bélicas e a pressão dos media e da opinião pública amadureciam uma cultura da guerra ("guerra limpa", paradigma dos "zero mortos") que repudia as destruições em larga escala e as baixas humanas maciças.
Hiroshima ou os cenários da guerra da Coreia, em que o general Mc Arthur chegou a conceber o recurso à arma nuclear, ou a iminência de um confronto atómico que pairou sobre o Mundo durante a crise dos mísseis de Cuba seriam hoje impensáveis.
Nenhum actor reconhecido da cena internacional se permitiria hoje recorrer à ameaça nuclear, em particular na sua dimensão estratégica.
"Nas actuais sociedades, o emprego da arma nuclear tornou-se desnecessário e contraproducente", diz o general Loureiro dos Santos, analista de questões estratégicas. "Hoje, o recurso à força acima de um determinado patamar pode voltar-se contra o autor desses actos".
A sofisticação crescente das armas convencionais em termos de precisão e letalidade permitem-lhes atingir objectivos que antes só seriam concebíveis com recurso ao nuclear.
A moderna geração de bombas de penetração, das GBU-28 utilizadas em 1991 na Desert Storm, às mais recentes BLU-109, 116 ou BLU-113 conseguem penetrar bunkers e centros de comando debaixo de camadas de betão de dezenas de metros de espessura ou nas entranhas de uma montanha.
E as bombas termo-báricas, em que russos e norte-americanos apostaram nos últimos anos, têm uma capacidade de destruição equivalente à da arma nuclear.
Na dimensão militar, "as armas nucleares perderam importância para as grandes potências", constata Loureiro dos Santos. "Hoje, têm sobretudo uma função de estatuto, de hierarquia das potências, e para impedir que as suas zonas de influência ou os estados sob a sua protecção sejam alvo de um ataque convencional".
Não se vislumbram sinais de que alguma potência nuclear esteja pronta a responder ao apelo a um Mundo sem armas nucleares lançado há um ano em Praga por Barack Obama. A Rússia e a China estão a modernizar os seus arsenais nucleares, a Grã-Bretanha projecta uma nova geração de submarinos equipados com mísseis Trident.
A questão coloca-se em termos diferentes noutras áreas do planeta. "As armas nucleares ganharam em contrapartida importância para países pequenos, como elemento dissuasor contra eventuais ataques convencionais de potências com maiores recursos", observa o general Loureiro dos Santos. "São os casos do Irão, da Coreia do Norte, talvez da Síria - mas poderá pegar-se a outros que não têm meios convencionais para se opor".
No caso do Paquistão e da Índia, o nuclear representa um elemento de dissuasão semelhante ao papel do armamento estratégico no duelo entre os EUA e a URSS. Em áreas como o Médio Oriente, a arma nuclear pode representar um dissuasor e uma ameaça potencial, assumindo aí uma dimensão militar específica.
Essa dimensão torna ainda mais problemático o combate à proliferação. "Essa função dissuasora do armamento nuclear poderá tentar outros países que não dispõem de meios convencionais para responder a um adversário superior", alerta ainda Loureiro dos Santos.
In DN
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