Mourinho sabe ganhar ao Barça

Mourinho sabe ganhar ao Barça

por GONÇALO LOPES
Hoje


Inter anulou Xavi e Messi e obrigou o Barcelona a jogar mal. A final parece agora tão perto.

José Mourinho e o seu Inter de Milão estão a 90 minutos da final da Liga dos Campeões. Ontem, no Giuseppe Meazza, diante do grande favorito Barcelona, o treinador português deu um autêntico banho táctico, sobretudo no segundo tempo, a Pep Guardiola. Os nerazurri venceram por 3-1 e estão agora bem mais próximos da final no Santiago Bernabéu.

Esta meia-final não tinha segredos para nenhum dos treinadores. Se os houvesse, ora Eto'o ou Motta, ex-Barcelona, poderiam revelá-los a Mourinho, ora Maxwell e Ibrahimovic poderiam fazê-lo a Guardiola.

Também não é segredo nenhum que este Barcelona é, hoje-em-dia, a melhor equipa mundial e aquela que melhor futebol pratica. A missão de Mourinho era, claramente, colocar os de Guardiola a jogarem mal, uma "missão impossível". Mas conseguiu-o, a espaços, sobretudo anulando peças como Xavi e Lionel Messi - Thiago Motta e Cambiasso não tinham ontem que fazer mais nada, bastava-lhes parar os dois jogadores dos catalães e quase todos os meios era legítimos. Depois o pragmatismo que Mourinho passa aos seus pupilos fez o resto.

Pragmatismo esse evidente na filosofia deste Inter de Milão que, com quatro ou cinco toques, em contra-ataque, chegava quase sempre com perigo à baliza de Valdés. Já o futebol elaborado de Guardiola e do Barcelona necessitava que a bola chegasse ora a Xavi ora a Messi, com o dobro dos toques na bola. Mourinho sabia-o e tapou os espaços a estes dois.

É verdade que até foram os catalães que começaram melhor, com Pedro a inaugurar o marcador aos 19 minutos. Viu-se, pela TV, o olhar de Mourinho, que ainda não estava preoupado. Talvez adivinhasse a reacção dos seus pupilos, que empataram ainda no primeiro tempo, aos 30', por intermédio de Sneidjer. Mas a grande resposta dos nerazurri surgiu na etapa complementar, em 15 minutos infernais para o Barcelona.

Aos 48 minutos Maicon fazia o 2-1, aos 60' Milito marcava o terceiro golo. Pep Guardiola colocava as mãos na cabeça e, mesmo depois de 30 minutos a tentar entrar por todos os meios na área italiana, não chegou ao golo. Tinha razão na véspera: "Mourinho é o melhor do mundo." De facto, só um grande treinador e uma grande equipa colocam esta Barcelona a jogar mal.

Palavra também para o árbitro português Olegário Benquerença. Elogiado previamente por Mourinho, cometeu alguns erros, nomeadamente uma grande penalidade não assinalada no segundo tempo sobre Daniel Alves.

In DN