Phytium – o que é?
O amigo que gosta de jardinagem e agora que está na época de mudar a terra dos vasos , de casa e semear novas plantas, necessita de algumas dicas Tem reparado certamente que quando semeia a sua relva e as sementes despertam germinando á superfície notam-se que aparecem zonas mortas em que a semente pifou, morreu sem causa aparente apesar de ter esgravatado a terra á procura de identificar o mal e acabou por não encontrar nada. BRUXEDO ? Depois vai semear as suas flores e sucede-lhe o mesmo e aí começa a não gostar da graça Os ingleses têem uma palavra própria para classificar esta doença que na língua portuguesa não tem correspondência e por essa razão empreguei o termo técnico Phytium Este fungo (bolor) tem varias espécies e ataca uma infinidade de vegetais exactamente quando a “semente rebenta para sair para a terra “ Agora vamos ver porque aparece com muito mais frequência nas sementes agrícolas e são raras nas florestais Porque plantas hortícolas lançam as sementes para o solo e ai ficam a apanhar todo o género de patogenes que se lhe agarram e, que logo que a mesma dispa o “ casaco “ para sair, Zás! O fungo ataca, instala-se e a planta é tão fraca que morre de imediato. A solução é envolvermos a semente num fungicida apropriado ou utilizar a luta biológica que suponho ainda não é utilizada em Portugal. Ou seja: quando vamos semear as hortícolas nós utilizamos um fungo com um crescimento fulminante chamado Tricoderma que se instala na planta mas não a mata ao mesmo tempo que não deixa o Phytium ou outro fungo ataca-lo
A classificação do Phytium exige que seja feito em laboratório onde com a ajuda de microscópio é facilmente classificado, até porque existem vários outros que atacam do mesmo modo
Ao escrever estes apontamentos vem-me á memoria uma grande tragédia no Egipto quando os americanos enviaram para este pais sementes de trigo tratado com um composto de mercúrio (um óptimo fungicida) O trigo era destinado á sementeira só que os habitantes lembraram-se de o aproveitar para consumo humano. Foi um erro enorme com mortes e problemas tais que o uso de compostos de mercúrio foi a partir dessa época proibido Hoje é natural que o leitor veja favas ervilhas e outras sementes pintadas de vermelho mas o produto está já homologado e embalado que aquelas sementes esão só para se enterrarem e não serem consumidas
Já que estou com a mão na massa quando fizer a sua terra para os vasos, inclua uma adubação NPK com micro nutrientes e misture tudo muito bem. Regue sempre de modo a que não fique água retida no vaso ou canteiro porque o Phytium gosta da água e de temperatura do solo próximo dos 28 graus Como sabe, o estrume enterrado na terra ferve e eleva a temperatura do mesmo.Há casos em que chega a ferver (no caso das camas quentes) Estou a ver alguém a fazer a seguinte pergunta. Porque razão não rega o canteiro com fungicida e só apenas a semente? A razão é simples. O Phytium ataca só na área do pé da jovem semente a rebentar ao nível do solo. Se regarmos todo o canteiro estamos a desequilibrar toda a vida terrena onde vários milhões de seres vivos se equilibram Logo que a planta tenha uns dias e fique mais forte o Phytium já não ataca
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Vitor mango
Mensagens: 4711 Data de inscrição: 13/09/2007
| Assunto: Re: A horta do Ricardo Sex Out 05, 2007 8:07 pm |
| | Apalpar a fruta
Quando, num restaurante , olho alguém a mexer num pêssego , a partir de Agosto , faço mentalmente um calculo de larvas que ele vai ingerir sem o saber Num supermercado quando escuto algum comentário sobre as dedadas na fruta , fico ciente de que o cliente nada sabe sobre insectos O silencio é , neste caso , uma possibilidade de não estragar ou a digestão ou a venda da fruta exposta .. Mas um dia fiz a experiência . Agarrei no pêssego cortei a parte que parecia pisada de um grande apalpão , e com uma lupa aumentei as lagartinhas que se movimentavam por aquilo que parecia pisado da dedada A mosca da fruta aparece sempre para o fim do Verão quando o calor ainda aperta e em grande quantidade de frutos . O seu tratamento é conflituoso porque o insecticida tem que ter a capacidade de matar o insecto no interior dos mesmos. E essa mesma aplicação tem de estar dentro das normas estabelecidas pelos serviços agrícolas .
Então , nas azeitonas , o caso é ainda mais serio porque a quantidade de larvas ingeridas com a polpa mirrada é ainda maior Nas maçãs ou pêras não me refiro á lagarta visível que rapidamente encontramos nas galerias abertas e que deixam um buraco que a denunciam Refiro-me sim a minúscula larvas que deixam micro galerias que , realmente são invisíveis para os incautos e que atribuem o estado do fruto aos apalpões para verificar o estado de maturação . No primeiro caso , trata-se de uma borboleta e no segundo caso a uma mosca pequena chamada ( Ceratitis capitata) Não se assuste com o nome em latim porque esta é a forma dos técnicos , em qualquer parte do mundo , saberem do que estão a falar O único meio de evitarmos tratar as arvores em causa é controlarmos a quantidade de moscas existentes num Pomar . Para isso há garrafas especiais com um preparado para atrair as moscas . Um controle diário avisa-nos quando devemos aplicar o tratamento No Algarve onde estes ataques são graves a mosca pode ter 5 a 8 gerações anuais O método moderno é criar machos que depois são castrados ( na fase de pupa ) com irradiações de cobalto 60 . Existem varias biofabricas de machos , uma das quais muito importante na ilha da Madeira .Essas fabricas que cultivam machos fazem-nos aos milhões Estes machos são lançados depois por avião , numa media de 1500 a 2000 machos por hectare . Com tanto macho estéril a capacidade de aumento de população cai drasticamente nos anos seguintes com a vantagem de não ter custos com o emprego de pesticidas que normalmente , desequilibram a vida biológica da zona , alem de introduzirem substancias toxicas nos frutos .
Uma outra mosca da Fruta foi utilizada em 1900 para os primeiros estudos genéticos e , como o leitor sabe , em 1865 Mendel descobre as leis da Hereteriedade
Nos estudos mais recentes que conheço é a incrível velocidade desta mosca e a sua capacidade de travagem no seu meio natural . Ela tem inimigos naturais , muitos e vários mas os mais perigosos são as teias de aranha . Esta mosca desloca~se á velocidade de 57 comprimentos do seu corpo por segundo o que , pelas minhas contas , dá uma velocidade de 500 km \hora . Com esta velocidade ela consegue travar apenas a três vezes o seu comprimento quando se depara pela frente uma teia de aranha . Meta-se num carro por mais moderno que seja e tente travar a 6 metros do alvo .Impossível ! O truque desta micro mosca é que ela desenvolveu um nervo óptico ligado ás asas que quando pela frente detecta uma teia de aranha ela muda de imediato a direcção do voo
Eu não sei se fiz bem ter avisado o leitor dos milhares de larvas que tem ingerido os pêssegos laranja ou outra fruta que o amigo nem sequer reparou
Agora não se ponha com uma lupa a abrir os pêssegos e a fazer descobertas biológicas
Quanto ao apalpar a fruta , também o não deve fazer porque altera e acelera a oxigenação da mesma , apodrecendo-a . Se tem fruta em sua casa e a não quiser pôr no frigorifico porque lhe tira o gosto , experimente passa-la por sumo de limão ou laranja . Como são ácidos o efeito da oxigenação retarda-se O outro truque é metê-la dentro de um saco de plástico selar o mesmo extraindo todo o ar. E pronto, por hoje é este o petisco vegetal com ou sem larvas
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