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Mensagem por Viriato Seg maio 31, 2010 2:39 am

Haja tino

Começam a surgir as propostas de reduções do défice orçamental. A Espanha propõe-se reduzir 15 mil milhões em 2011, Portugal 2,1 em 2010, a Itália 12 mil milhões em 2011 e outro tanto em 2012, o Reino Unido já avançou com uma proposta imediata, até ao próximo ano fiscal, de cortar 7,2 milhares de milhões.

A França não adianta metas. Também a Alemanha se propõe reduzir a dívida pública, que alcançará 79% em 2010. Todavia, a Europa financeira não dá sinais de melhorar sustentadamente, após a recuperação brilhante da semana a seguir ao Conselho Europeu.

Dir-se-á que todas estas decisões são sensatas, dolorosas, mas necessárias. Todavia, parecem tomadas em tempo tardio e em contra-ciclo. As bolsas voltaram a oscilar erraticamente na escala de três pontos. A decisão de ajuda à Grécia devia ter decorrido há três meses. O fundo monetário europeu já deveria ter sido criado, bem como a agência de notação, a especulação já devia ter sido controlada com a proibição concertada do ‘naked short-selling' de títulos. A Alemanha está longe de dar sinais de liderança continental: paralisou ou impediu a actuação em tempo útil, decide agora, unilateralmente, proibir aquelas operações a descoberto, o que só terá efeitos lá para o Outono. Passou a exigir a inscrição da austeridade nas constituições nacionais. Nada a opor, uma vez que ela já está no Tratado de Lisboa, mas tudo a opor, se pretende fixar no bronze as metas quantitativas.

Começaram os desaguisados: Barroso acusa a Alemanha de ingenuidade e de não explicar aos seus nacionais a importância do euro. A corte de Merkel considera absurda a acusação. O Comissário Barnier propõe o financiamento, pelos próprios, do fundo de garantia bancária. Protestam a França e o Reino Unido com o argumento do risco moral: com as costas quentes, todos prevaricariam. Sarkozy, ocupado a explicar aos sindicalistas franceses que não podem reformar-se aos sessenta anos, ainda vai ter que arregaçar as mangas para exercer governança europeia, tal como fez no conselho europeu.

Entre nós, as primeiras reacções dos sindicatos parecem contidas pelo menor dos males: bem pior seria a saída da zona euro. Se assim continuarem, dão uma lição de bom senso a alguns antigos ministros de finanças, e aos que usam a cobertura de respeitadas associações para congressos com títulos demolidores, com a indisfarçável ambição de fazerem cair o Governo, já. Outra boa surpresa é o entendimento da tripeça Belém, São Bento e São Caetano. Esperemos que se mantenha.

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António Correia de Campos, Deputado do PS ao Parlamento Europeu
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