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Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento

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Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento Empty Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento

Mensagem por Joao Ruiz Seg maio 31, 2010 9:48 am

Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento

por Lusa
Hoje

O juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal, decidiu hoje enviar para julgamento os 11 arguidos do processo Portucale, relacionado com o abate de sobreiros.

Assim, na fase de instrução do processo, o juiz confirmou na íntegra o despacho de acusação do Ministério Público (MP).

Os 11 arguidos são: Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa e Luís Horta e Costa (estes três ligados ao Grupo Espírito Santo), António de Sousa Macedo (ex-director geral das Florestas), Manuel Rebelo (ex-membro da Direção Geral das Florestas), António Ferreira Gonçalves (ex-chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo), Eunice Tinta, João Carvalho, Teresa Godinho e José António Valadas.

O caso Portucale relaciona-se com o alegado abate ilegal de sobreiros numa herdade em Benavente, para o arranque de um projecto turístico-imobiliário da empresa Portucale, do Grupo Espírito Santo.

No debate instrutório do processo Portucale, José António Barreiros, advogado do principal arguido, Abel Pinheiro, pediu que o ex-dirigente do CDS-PP não fosse pronunciado, alegando não haver provas de que tenha cometido os crimes de que está acusado, designadamente tráfico de influências e falsificação de documentos.

O CDS/PP, que é assistente no processo, também discordou do Ministério Público, considerando que, durante a instrução, não ficou provado que os funcionários do partido que foram constituídos arguidos tenham cometido os crimes de que são acusados.

O caso Portucale está relacionado com um despacho assinado por Luís Nobre Guedes (ex-ministro do Ambiente), Carlos Costa Neves (ex-ministro da Agricultura) e Telmo Correia (ex-ministro do Turismo), no Governo PSD/CDS-PP, poucos dias antes das eleições legislativas de 2005 e que permitiu à Portucale proceder ao abate de mais de dois mil sobreiros na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente, com vista ao arranque de um projecto turístico-imobiliário.

Luís Nobre Guedes, Costa Neves e Telmo Correia não foram acusados da prática de qualquer crime.

In DN

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Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento Empty Juiz diz que BES trocou favores com Abel Pinheiro

Mensagem por Joao Ruiz Qui Jun 03, 2010 5:32 am

Juiz diz que BES trocou favores com Abel Pinheiro

por CARLOS RODRIGUES LIMA
Hoje

Todos os arguidos do caso Portucale vão a julgamento Ng1301129

Despacho de Carlos Alexandre refere que ex-dirigente do CDS negociou dívida com banco a troco dos seus contactos políticos para a aprovação de projectos.

Foi a troco de contrapartidas bancárias para as suas empresas que Abel Pinheiro, ex-dirigente do CDS-PP, usou a sua influência junto do poder político para que o projecto imobiliário do Grupo Espírito Santo em Benavente fosse aprovado. Esta é a tese defendida pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, que, na passada segunda- - feira, decidiu enviar para julgamento os 11 arguidos do chamado caso Portucale.

Segundo a decisão do magistrado, a que o DN teve acesso, Abel Pinheiro, à boleia de um alegado tráfico de influência para levar à aprovação de projectos do Grupo Espírito Santo (sector não financeiro), terá renegociado a dívida do Grupo Grão-Pará no BES. Para o juiz, "para além do referido acordo de consolidação, o BES concedeu ainda um financiamento adicional à "AUTODRIL - SGPS", empresa do Grupo Grão-Pará, de mais dois milhões de euros, destinados a uma eventual recompra de acções.

"Mas também no âmbito do contrato de consolidação da dívida, propriamente dito, veio a manifestar-se o tratamento favorável que o arguido Carlos Calvário [quadro do BES] pretendia imprimir aos interesses conexos com o arguido Abel Pinheiro, uma vez que os créditos de curto prazo do BES foram transformados em créditos de médio prazo, o que permitiu a redução em um ponto percentual das taxas de juro, porém, com o pressuposto de vir a verificar-se um aumento das garantias reais oferecidas pelo Grupo Grão- -Pará", considerou o juiz de instrução do Tribunal Central de Instrução Criminal.

Ao decidir remeter o processo para julgamento, Carlos Alexandre considerou que estavam indiciados os crimes de tráfico de influência e falsificação de documentos. O centro do processo - que envolve 11 arguidos - diz respeito à aprovação pelo governo de gestão de Pedro Santana Lopes de um projecto imobiliário do GES na Herdade da Vargem Fresca, em Benavente.

Todos os arguidos refutaram a acusação do Ministério Público, mas o juiz de instrução declarou existirem indícios suficientes de que Abel Pinheiro utilizou a sua influência junto do então ministro do Ambiente, Luís Nobre Guedes (que, refira-se, não foi alvo de acusação), para a aprovação do projecto. Documentos apreendidos e escutas telefónicas são as principais provas do caso, que será julgado por um tribunal colectivo nas Varas Criminais de Lisboa.

In DN

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