Três feriados custam 111 milhões
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Três feriados custam 111 milhões
Três feriados custam 111 milhões
por ANA BELA FERREIRA
Hoje
Portugal tem três feriados a mais do que a média da União Europeia. Cada um custa 37 milhões de euros.
O descanso que os 14 feriados nacionais proporcionam aos trabalhadores, custa por dia 37 milhões de euros ao País. E como Portugal tem mais três feriados do que a média europeia perde em gastos directos pelo menos 111 milhões de euros em relação aos outros países, de acordo com os cálculos do professor de Recursos Humanos na Escola de Gestão e Negócios da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) Luís Bento.
O especialista considera, por isso, que se deviam retirar esses três dias de feriado do calendário, tal como defendem as deputadas independentes pelo PS Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda (ver texto ao lado).
A somar aos custos dos dias festivos estão as muitas tolerâncias de ponto. E em Portugal estas também são muitas. Entre feriados e tolerâncias de ponto, são 22 os dias em que os portugueses estão dispensados do trabalho, sem contar com as férias.
Por isso, há especialistas que defendem que os feriados deviam ser deslocados para o dia útil mais próximo do fim-de-semana. Ou seja, se calhar numa quinta-feira deve ser mudado para sexta-feira, evitando assim que seja dado um dia de tolerância de ponto. Esta deslocação já está prevista no Código do Trabalho, como sublinha Luís Bento, mas ainda não foi regulada. Noutros países, isso já acontece e só não mudam o Natal e o Ano Novo.
Quando se fala de feriados fala-se também em perda de produtividade para o País, mas a questão não é consensual entre os especialistas. Se para uns, como Luís Bento, "qualquer paralisação de trabalho é causa de perda de produtividade". Para outros, como a socióloga do trabalho, Luísa Oliveira, "levantar o problema dos feriados a este propósito é demagógico".
Mais importante do que a perda de produtividade é a falta de planeamento das pontes. "O que causa maiores perturbações na economia é a relação entre feriados e pontes não planificadas, que impossibilitam às empresas e às famílias a organização das suas actividades", diz o professor da UAL.
Mas se os feriados representam perdas de produtividade e dinheiro, para os trabalhadores são dias muito bem-vindos. Embora não seja claro que actuem como um factor de motivação para o trabalho. "Tal como a produtividade, para aumentar a motivação no trabalho contribuem factores muito diversos, que não os feriados", defende Luísa Oliveira.
Ainda assim, a especialista alerta para o efeito negativo que a retirada de feriados pode ter. Luísa Oliveira acredita que "eliminar feriados quebrando uma tradição secular no mundo do trabalho é, em regra, percepcionado por uma grande parte dos trabalhadores como uma espécie de castigo, e isso pode contribuir para uma certa desmotivação".
A proposta das deputadas do PS prevê que deixe de se celebrar o 5 de Outubro, o 1 de Dezembro, o 1 de Novembro e o Corpo de Deus, que hoje se comemora
In DN
por ANA BELA FERREIRA
Hoje
Portugal tem três feriados a mais do que a média da União Europeia. Cada um custa 37 milhões de euros.
O descanso que os 14 feriados nacionais proporcionam aos trabalhadores, custa por dia 37 milhões de euros ao País. E como Portugal tem mais três feriados do que a média europeia perde em gastos directos pelo menos 111 milhões de euros em relação aos outros países, de acordo com os cálculos do professor de Recursos Humanos na Escola de Gestão e Negócios da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) Luís Bento.
O especialista considera, por isso, que se deviam retirar esses três dias de feriado do calendário, tal como defendem as deputadas independentes pelo PS Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda (ver texto ao lado).
A somar aos custos dos dias festivos estão as muitas tolerâncias de ponto. E em Portugal estas também são muitas. Entre feriados e tolerâncias de ponto, são 22 os dias em que os portugueses estão dispensados do trabalho, sem contar com as férias.
Por isso, há especialistas que defendem que os feriados deviam ser deslocados para o dia útil mais próximo do fim-de-semana. Ou seja, se calhar numa quinta-feira deve ser mudado para sexta-feira, evitando assim que seja dado um dia de tolerância de ponto. Esta deslocação já está prevista no Código do Trabalho, como sublinha Luís Bento, mas ainda não foi regulada. Noutros países, isso já acontece e só não mudam o Natal e o Ano Novo.
Quando se fala de feriados fala-se também em perda de produtividade para o País, mas a questão não é consensual entre os especialistas. Se para uns, como Luís Bento, "qualquer paralisação de trabalho é causa de perda de produtividade". Para outros, como a socióloga do trabalho, Luísa Oliveira, "levantar o problema dos feriados a este propósito é demagógico".
Mais importante do que a perda de produtividade é a falta de planeamento das pontes. "O que causa maiores perturbações na economia é a relação entre feriados e pontes não planificadas, que impossibilitam às empresas e às famílias a organização das suas actividades", diz o professor da UAL.
Mas se os feriados representam perdas de produtividade e dinheiro, para os trabalhadores são dias muito bem-vindos. Embora não seja claro que actuem como um factor de motivação para o trabalho. "Tal como a produtividade, para aumentar a motivação no trabalho contribuem factores muito diversos, que não os feriados", defende Luísa Oliveira.
Ainda assim, a especialista alerta para o efeito negativo que a retirada de feriados pode ter. Luísa Oliveira acredita que "eliminar feriados quebrando uma tradição secular no mundo do trabalho é, em regra, percepcionado por uma grande parte dos trabalhadores como uma espécie de castigo, e isso pode contribuir para uma certa desmotivação".
A proposta das deputadas do PS prevê que deixe de se celebrar o 5 de Outubro, o 1 de Dezembro, o 1 de Novembro e o Corpo de Deus, que hoje se comemora
In DN
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