A maré negra e os escândalos que a explicam
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Professor Dr e mister Mokas faz a analise do Mundo
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A maré negra e os escândalos que a explicam
A maré negra e os escândalos que a explicam
por MÁRIO SOARES
1. A maré negra é uma catástrofe ecológica de enorme gravidade que tem estado a perturbar a Administração Obama - e o próprio Presidente - à medida que se vão conhecendo as facilidades irresponsáveis concedidas à Britsh Petroleum (BP) pela administração americana, desde o tempo de George W. Bush. Realmente, escreve o correspondente nos Estados Unidos do Nouvel Observateur, Philippe Boulet- -Gercourt: "As relações incestuosas e a corrupção generalizada não se limitam a alguns indivíduos ou a alguns escritórios da Administração. Existe um pipeline, em Washington, que lança diariamente o seu conteúdo: uma onda de dólares que inunda o Congresso. Na última década, o lobby do gás e do petróleo, despejou 234 milhões de dólares para os cofres dos candidatos e do partido republicano." E noutro ponto: "Duas refinarias americanas da BP representam 97% das violações flagrantes constatadas, nos últimos três anos, pela agência que supervisionava as refinarias. E a conclusão desta agência é: a BP tem um problema sério, sistémico de segurança."
Quer isto significar que a maré negra não foi um acidente natural e ocasional. Foi o resultado da ganância de uma empresa que não só não cumpriu os regulamentos, como corrompeu funcionários e políticos para fecharem os olhos e não denunciarem as irregularidades ocorridas.
O desprezo pela natureza está a criar condições de vida muito graves, que quem vai pagar - e duramente - são as gerações vindouras. É preciso reagir contra as ameaças que pesam, pela incúria humana, sobre o nosso planeta. Os ecologistas têm-no dito em todos os tons. Mas como? Se, em Copenhaga, os dois grandes - América e China - resolveram adiar e talvez destruir as esperanças dos ecologistas e dos próprios Estados europeus para lutar contra as ameaças que afectam o Planeta e, consequentemente, a humanidade. Os interesses materiais dos poderosos - privados e públicos - contam mais do que os valores dos seres humanos, de todos os continentes. E, em casos extremos - o da maré negra, por exemplo, que atinge as costas do golfo do México - os Estados que as sofrem e os dinheiros necessários para recompor as coisas, são sempre os contribuintes que os têm de pagar.
Para fazer uma ideia dos meios empregues para tentar evitar algumas das consequências da maré negra, anote-se que mil pessoas e mil e quatrocentas embarcações participam diariamente nas operações de extracção do petróleo; 45 milhões de crude já foram extraídos do golfo; e cem mil quilómetros quadrados constituem, por agora, a área proibida à pesca (vide Expresso, de sábado).
Tratou-se de um caso de incúria ou de crime? Os peritos ainda não averiguaram. E as consequências não são ainda todas conhecidas. Prevêem-se, até Novembro, furacões, em virtude do aquecimento anormal das águas. Ora, as populações da Luisiana estão revoltadas, quando o Katrina ainda está vivo na lembrança de todos. Quanto à destruição da biodiversidade - e das espécies raras da região - parece ser, em alguns casos, irreparável.
Assim vai o mundo de hoje, orientado pela ideologia neoliberal, em que aquilo que conta é o dinheiro, o valor supremo. Os princípios éticos estão arredados, ao que parece, da gestão de grande parte das instituições financeiras mundiais. Daí a crise global que nos afecta.
Israel vai mal
2. Desde que acabou a "guerra fria", Israel não quis compreender que o jogo geoestratégico mudou e que a sua influência, no Médio Oriente, diminuiu sensivelmente. Os Estados Unidos por força do lobby judaico, continuou a proteger Israel e, sempre que necessário, a paralisar as Nações Unidas, quanto às múltiplas advertências e condenações votadas contra Israel. Por outro lado, o Partido Trabalhista de Israel - de Rabin e de Shimon Peres -, que tinha uma certa abertura política para entender o papel de Israel, que devia ser prudente, bem como as suas tremendas dificuldades, numa região geoestratégica tão adversa, entrou em declínio e foi substituído pelos partidos nacionalistas e conservadores político-religiosos de Direita. Foi um desastre.
Tenho algum conhecimento directo para falar de Israel. Sigo a sua evolução política de perto há cerca de quarenta anos. Foi um Governo da minha presidência que iniciou as relações diplomáticas entre Portugal e Israel. Presidi a várias missões da Internacional Socialista a Israel, durante a guerra do Líbano, por exemplo. Conheço razoavelmente Israel e os países da região, todos islâmicos, como: Egipto, Síria, Jordânia, Líbano, talvez o mais complexo de todos, bem como a Turquia e o Irão, que são casos muito sui generis. Estive em Beirute, durante a primeira invasão do Líbano e visitei Arafat, no seu bunker, sob as bombas de Israel, no dia anterior à sua partida para Tunes.
Mais tarde, como Presidente da República, fiz uma visita oficial a Israel e estive com o primeiro-ministro Isaac Rabin, no almoço que me ofereceu, no próprio dia do seu assassínio. Nesse mesmo dia, visitei a Faixa de Gaza e jantava com o Presidente Arafat, a seu convite, quando chegou a notícia trágica do assassínio de Rabin. Fui nessa noite, com Arafat, para o seu quartel-general e estava ao seu lado quando chegou um telefonema de Shimon Peres, para ambos, a comunicar que o assassino de Rabin era um judeu fanático e extremista. Não um islâmico. Foi um alívio para todos...
Depois da queda do muro de Berlim - e do colapso da URSS e do comunismo -, os Estados Unidos, como potência hegemónica, entraram em euforia como se fossem os donos do mundo. Não eram nem são. Não há donos do mundo. Israel, em vez de aproveitar esse período para conseguir a paz, nas melhores condições, tornou-se in- suportavelmente exigente e arrogante. Não foi possível chegar a acordos responsáveis. Foi um erro imperdoável, que segui com atenção. O terrível atentado terrorista da Al-Qaeda, em 11 de Setembro de 2001, iniciou uma nova era, com os dois desastrados mandatos do presidente George W. Bush, que desbaratou o capital de simpatia e solidariedade global que os atentados trouxeram aos Estados Unidos. Israel também não soube compreender o momento internacional então vivido. A invasão e guerra do Afeganistão, patrocinadas pela NATO - outro erro imperdoável - e depois do Iraque, com falsos pretextos, marcaram um certo declínio dos Estados Unidos e, porventura, do Ocidente.
O mundo entrou, então, em rápida aceleração. Surgiram os chamados Estados emergentes, verdadeiros colossos demográficos e económicos - a China, a Índia, o Brasil e outros que aí vêm -, que estão a transformar a geoestratégia global. A crise do capitalismo financeiro-especulativo, que começou nos Estados Unidos, contaminou a Europa e está a tornar-se verdadeiramente global. Israel, país economicamente carente, que vive do auxílio da sua influente diáspora e das grandes multinacionais, com sede nos Estados Unidos e na Europa, onde há muito capital judaico, não soube aproveitar as oportunidades que o fim da guerra fria lhe oferecia. E manteve a sua intolerância, cometendo sucessivos erros imperdoáveis: a segunda invasão do Líbano que custou a Israel, para nada, 400 mortos, em 2006; uma guerra perdida por Israel que deixou o Hezbollah reforçado; um ataque contra o Hamas, Gaza, com alguns mortos e feridos para Israel e que se saldou por um cessar-fogo que não lhe trouxe vantagem (2008-2009). E agora, no fim de Maio último, o ataque à flotilha, patrocinada pela Turquia, até agora país amigo de Israel, tendo a bordo humanitários e pacifistas - e até prémios Nobel - que traziam apenas medicamentos e alimentos indispensáveis para os palestinianos de Gaza poderem sobreviver, em tempo de bloqueio.
Até agora essa operação, que desacreditou Israel, custou 19 mortos aos pacifistas e provocou a indignação do mundo inteiro. E o quase corte de relações entre a Turquia e Israel, velhos amigos e aliados.
Com a agravante para Israel de que a América de hoje é diferente: é a América de Barack Obama, pacifista, pioneira e humanitária, com algumas provas importantes já dadas nesse sentido. O jornal de Israel Ha'Aretz escreveu, com coragem e lucidez: "Gaza será o Vietname de Israel" (artigo traduzido no Courrier International, ed. francesa). E o pior é que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conservador, com muitas reacções conhecidas de intolerância, que cultiva a imagem de duro, não augura nada de bom para o futuro próximo de Israel... Com problemas graves com a ONU e o esfriamento das relações de Israel com a Turquia e com o Egipto - em virtude do último ataque contra humanitários desarmados - Israel caminha, necessariamente, para um grave isolamento internacional, perigosíssimo para a sua própria sobrevivência como Estado independente.
Como disse David Grossman, ilustre ensaísta político israelita, num artigo recente: "O ataque de Israel à flotilha turca representa uma nódoa moral, dificilmente reparável."
Portugal perdeu um grande amigo
3. Faleceu ontem em Fortaleza, estado do Ceará, Brasil, o antigo embaixador brasileiro em Lisboa Dario Castro Alves. Autor de extensa bibliografia, viveu apaixonado por grandes autores portugueses, como Eça de Queiroz, de cuja obra foi um fino conhecedor. Era Lisboa e cCovia; Era Tormes e Amanhecia e Era Porto e Entardecia constituem uma trilogia dedicada a Eça de que Dario Castro Alves foi autor.
De uma geração de brasileiros, grandes amigos de Portugal e, nomeadamente, da Revolução dos Cravos, como José Sarney, José Aparecido de Oliveira e Itamar Franco, Castro Alves, embaixador com uma carreira brilhante, tendo passado por postos diplomáticos destacados como Buenos Aires, Nações Unidas, Moscovo e Roma, a sua principal paixão foi sempre estreitar as relações entre Brasil e Portugal, no plano da cultura, da política e também empresarial.
A sua morte, para mim, completamente inesperada, trouxe-me uma grande tristeza. Fomos amigos entre os amigos comuns já citados. Admirava-o como embaixador, escritor e pelo seu carácter. O seu falecimento representa uma grande perda para Portugal.
por MÁRIO SOARES
1. A maré negra é uma catástrofe ecológica de enorme gravidade que tem estado a perturbar a Administração Obama - e o próprio Presidente - à medida que se vão conhecendo as facilidades irresponsáveis concedidas à Britsh Petroleum (BP) pela administração americana, desde o tempo de George W. Bush. Realmente, escreve o correspondente nos Estados Unidos do Nouvel Observateur, Philippe Boulet- -Gercourt: "As relações incestuosas e a corrupção generalizada não se limitam a alguns indivíduos ou a alguns escritórios da Administração. Existe um pipeline, em Washington, que lança diariamente o seu conteúdo: uma onda de dólares que inunda o Congresso. Na última década, o lobby do gás e do petróleo, despejou 234 milhões de dólares para os cofres dos candidatos e do partido republicano." E noutro ponto: "Duas refinarias americanas da BP representam 97% das violações flagrantes constatadas, nos últimos três anos, pela agência que supervisionava as refinarias. E a conclusão desta agência é: a BP tem um problema sério, sistémico de segurança."
Quer isto significar que a maré negra não foi um acidente natural e ocasional. Foi o resultado da ganância de uma empresa que não só não cumpriu os regulamentos, como corrompeu funcionários e políticos para fecharem os olhos e não denunciarem as irregularidades ocorridas.
O desprezo pela natureza está a criar condições de vida muito graves, que quem vai pagar - e duramente - são as gerações vindouras. É preciso reagir contra as ameaças que pesam, pela incúria humana, sobre o nosso planeta. Os ecologistas têm-no dito em todos os tons. Mas como? Se, em Copenhaga, os dois grandes - América e China - resolveram adiar e talvez destruir as esperanças dos ecologistas e dos próprios Estados europeus para lutar contra as ameaças que afectam o Planeta e, consequentemente, a humanidade. Os interesses materiais dos poderosos - privados e públicos - contam mais do que os valores dos seres humanos, de todos os continentes. E, em casos extremos - o da maré negra, por exemplo, que atinge as costas do golfo do México - os Estados que as sofrem e os dinheiros necessários para recompor as coisas, são sempre os contribuintes que os têm de pagar.
Para fazer uma ideia dos meios empregues para tentar evitar algumas das consequências da maré negra, anote-se que mil pessoas e mil e quatrocentas embarcações participam diariamente nas operações de extracção do petróleo; 45 milhões de crude já foram extraídos do golfo; e cem mil quilómetros quadrados constituem, por agora, a área proibida à pesca (vide Expresso, de sábado).
Tratou-se de um caso de incúria ou de crime? Os peritos ainda não averiguaram. E as consequências não são ainda todas conhecidas. Prevêem-se, até Novembro, furacões, em virtude do aquecimento anormal das águas. Ora, as populações da Luisiana estão revoltadas, quando o Katrina ainda está vivo na lembrança de todos. Quanto à destruição da biodiversidade - e das espécies raras da região - parece ser, em alguns casos, irreparável.
Assim vai o mundo de hoje, orientado pela ideologia neoliberal, em que aquilo que conta é o dinheiro, o valor supremo. Os princípios éticos estão arredados, ao que parece, da gestão de grande parte das instituições financeiras mundiais. Daí a crise global que nos afecta.
Israel vai mal
2. Desde que acabou a "guerra fria", Israel não quis compreender que o jogo geoestratégico mudou e que a sua influência, no Médio Oriente, diminuiu sensivelmente. Os Estados Unidos por força do lobby judaico, continuou a proteger Israel e, sempre que necessário, a paralisar as Nações Unidas, quanto às múltiplas advertências e condenações votadas contra Israel. Por outro lado, o Partido Trabalhista de Israel - de Rabin e de Shimon Peres -, que tinha uma certa abertura política para entender o papel de Israel, que devia ser prudente, bem como as suas tremendas dificuldades, numa região geoestratégica tão adversa, entrou em declínio e foi substituído pelos partidos nacionalistas e conservadores político-religiosos de Direita. Foi um desastre.
Tenho algum conhecimento directo para falar de Israel. Sigo a sua evolução política de perto há cerca de quarenta anos. Foi um Governo da minha presidência que iniciou as relações diplomáticas entre Portugal e Israel. Presidi a várias missões da Internacional Socialista a Israel, durante a guerra do Líbano, por exemplo. Conheço razoavelmente Israel e os países da região, todos islâmicos, como: Egipto, Síria, Jordânia, Líbano, talvez o mais complexo de todos, bem como a Turquia e o Irão, que são casos muito sui generis. Estive em Beirute, durante a primeira invasão do Líbano e visitei Arafat, no seu bunker, sob as bombas de Israel, no dia anterior à sua partida para Tunes.
Mais tarde, como Presidente da República, fiz uma visita oficial a Israel e estive com o primeiro-ministro Isaac Rabin, no almoço que me ofereceu, no próprio dia do seu assassínio. Nesse mesmo dia, visitei a Faixa de Gaza e jantava com o Presidente Arafat, a seu convite, quando chegou a notícia trágica do assassínio de Rabin. Fui nessa noite, com Arafat, para o seu quartel-general e estava ao seu lado quando chegou um telefonema de Shimon Peres, para ambos, a comunicar que o assassino de Rabin era um judeu fanático e extremista. Não um islâmico. Foi um alívio para todos...
Depois da queda do muro de Berlim - e do colapso da URSS e do comunismo -, os Estados Unidos, como potência hegemónica, entraram em euforia como se fossem os donos do mundo. Não eram nem são. Não há donos do mundo. Israel, em vez de aproveitar esse período para conseguir a paz, nas melhores condições, tornou-se in- suportavelmente exigente e arrogante. Não foi possível chegar a acordos responsáveis. Foi um erro imperdoável, que segui com atenção. O terrível atentado terrorista da Al-Qaeda, em 11 de Setembro de 2001, iniciou uma nova era, com os dois desastrados mandatos do presidente George W. Bush, que desbaratou o capital de simpatia e solidariedade global que os atentados trouxeram aos Estados Unidos. Israel também não soube compreender o momento internacional então vivido. A invasão e guerra do Afeganistão, patrocinadas pela NATO - outro erro imperdoável - e depois do Iraque, com falsos pretextos, marcaram um certo declínio dos Estados Unidos e, porventura, do Ocidente.
O mundo entrou, então, em rápida aceleração. Surgiram os chamados Estados emergentes, verdadeiros colossos demográficos e económicos - a China, a Índia, o Brasil e outros que aí vêm -, que estão a transformar a geoestratégia global. A crise do capitalismo financeiro-especulativo, que começou nos Estados Unidos, contaminou a Europa e está a tornar-se verdadeiramente global. Israel, país economicamente carente, que vive do auxílio da sua influente diáspora e das grandes multinacionais, com sede nos Estados Unidos e na Europa, onde há muito capital judaico, não soube aproveitar as oportunidades que o fim da guerra fria lhe oferecia. E manteve a sua intolerância, cometendo sucessivos erros imperdoáveis: a segunda invasão do Líbano que custou a Israel, para nada, 400 mortos, em 2006; uma guerra perdida por Israel que deixou o Hezbollah reforçado; um ataque contra o Hamas, Gaza, com alguns mortos e feridos para Israel e que se saldou por um cessar-fogo que não lhe trouxe vantagem (2008-2009). E agora, no fim de Maio último, o ataque à flotilha, patrocinada pela Turquia, até agora país amigo de Israel, tendo a bordo humanitários e pacifistas - e até prémios Nobel - que traziam apenas medicamentos e alimentos indispensáveis para os palestinianos de Gaza poderem sobreviver, em tempo de bloqueio.
Até agora essa operação, que desacreditou Israel, custou 19 mortos aos pacifistas e provocou a indignação do mundo inteiro. E o quase corte de relações entre a Turquia e Israel, velhos amigos e aliados.
Com a agravante para Israel de que a América de hoje é diferente: é a América de Barack Obama, pacifista, pioneira e humanitária, com algumas provas importantes já dadas nesse sentido. O jornal de Israel Ha'Aretz escreveu, com coragem e lucidez: "Gaza será o Vietname de Israel" (artigo traduzido no Courrier International, ed. francesa). E o pior é que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conservador, com muitas reacções conhecidas de intolerância, que cultiva a imagem de duro, não augura nada de bom para o futuro próximo de Israel... Com problemas graves com a ONU e o esfriamento das relações de Israel com a Turquia e com o Egipto - em virtude do último ataque contra humanitários desarmados - Israel caminha, necessariamente, para um grave isolamento internacional, perigosíssimo para a sua própria sobrevivência como Estado independente.
Como disse David Grossman, ilustre ensaísta político israelita, num artigo recente: "O ataque de Israel à flotilha turca representa uma nódoa moral, dificilmente reparável."
Portugal perdeu um grande amigo
3. Faleceu ontem em Fortaleza, estado do Ceará, Brasil, o antigo embaixador brasileiro em Lisboa Dario Castro Alves. Autor de extensa bibliografia, viveu apaixonado por grandes autores portugueses, como Eça de Queiroz, de cuja obra foi um fino conhecedor. Era Lisboa e cCovia; Era Tormes e Amanhecia e Era Porto e Entardecia constituem uma trilogia dedicada a Eça de que Dario Castro Alves foi autor.
De uma geração de brasileiros, grandes amigos de Portugal e, nomeadamente, da Revolução dos Cravos, como José Sarney, José Aparecido de Oliveira e Itamar Franco, Castro Alves, embaixador com uma carreira brilhante, tendo passado por postos diplomáticos destacados como Buenos Aires, Nações Unidas, Moscovo e Roma, a sua principal paixão foi sempre estreitar as relações entre Brasil e Portugal, no plano da cultura, da política e também empresarial.
A sua morte, para mim, completamente inesperada, trouxe-me uma grande tristeza. Fomos amigos entre os amigos comuns já citados. Admirava-o como embaixador, escritor e pelo seu carácter. O seu falecimento representa uma grande perda para Portugal.
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