Agências de notícias internacionais boicotam casamento da herdeira da Suécia

Agências de notícias internacionais boicotam casamento da herdeira da Suécia

(AFP) – Há 2 horas

ESTOCOLMO — Três agências de notícias internacionais - AFP, AP e Reuters - decidiram neste sábado não cobrir o casamento em Estocolmo da princesa herdeira Victoria, da Suécia, devido a um conflito envolvendo a distribuição de imagens com a emissora pública sueca SVT, que detém os direitos de transmissão.

Em uma nota a seus clientes, a AFP explicou que, "por causa das restrições impostas pela televisão pública sueca SVT às imagens do casamento", decidiu com as outras duas agências não cobrir o acontecimento.

A divergência originou-se pelo custo das imagens, que as agências consideraram exorbitante, e as restrições impostas pela televisão sueca.

Estocolmo, no entanto, foi enfeitada com as cores do reino - amarelo e azul - para o casamento de Victoria da Suécia, 32 anos, com seu ex-professor de ginástica, Daniel Westling, 36, em uma cerimônia na qual participaram famílias reais do mundo todo.

Apesar de a agitação que envolvia o casamento e seu custo ter atiçado as críticas à instituição monárquica, a Corte e a cidade de Estocolmo decidiram comemorar as bodas com shows e programas de TV. A cerimônia foi realizada na Catedral de Storkyrkan.

Os policiais foram mobilizados pela cidade e em torno de 2.000 jornalistas receberam credenciamento para esse dia histórico para o reino da Suécia, que modificou sua Constituição para permitir à filha mais velha do rei Carl XVI Gustaf subir ao trono até então reservado aos herdeiros varões.

Depois do casamento, "Daniel Westling receberá o título de príncipe da Suécia dado pelo rei" e se tornará, assim, "membro da família real; ou seja, será chamado Sua Majestade Real o Príncipe Daniel", anunciou a Corte. Com essa união, obterá também o título de duque de Västergötland, um ducado que inclui Göteborg, na região oeste do reino.

Entre os convidados estavam outros monarcas, entre eles rei da Espanha Juan Carlos e o rei da Jordânia, Abdullah II, assim como a princesa herdeira japonesa Masako, a rainha da Holanda, Beatrix, a rainha da Dinamarca, Margrethe II, o rei da Noruega, Harald V, e o rei da Bélgica, Albert II.

Um recente pesquisa revelou que o número de suecos que deseja abolir a monarquia mais do que duplicou nos últimos 10 anos. Cerca de 28% da população exige hoje a abolição neste país onde o monarca é um chefe de Estado que, na prática, não tem poder político.