euronwes ....Hamas: “O levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza deve ser real”
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euronwes ....Hamas: “O levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza deve ser real”
Hamas: “O levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza deve ser real”
16/06 19:10 CET
Crise em Gaza
entrevista
O nosso correspondente no Médio Oriente entrevistou Ismael Haniyah, o líder do Governo do Hamas na Faixa de Gaza.
O ataque à Frota da Liberdade, as negociações de paz e os movimentos jihadistas foram alguns dos temas abordados.
Euronews: Após o ataque à Frota da Liberdade, pediu para que fosse levantado o bloqueio à Faixa de Gaza. Um pedido efectuado por muitos países. Considera que o que aconteceu foi uma vitória para o Hamas?
Ismael Haniyah: O que aconteceu foi uma vitória para a humanidade e para aqueles que têm consciência em todo o mundo, sobretudo porque a flotilha transportava pessoas de diferentes nacionalidades, religiões e ideologias políticas. Todos eles tinham em comum uma exigência que é o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza e, sob esse ponto de vista, consideramos que a flotilha foi um ponto de viragem na atenção mundial prestada a Gaza e ao bloqueio à Faixa de Gaza. Consideramos que o que aconteceu foi uma vitória para a justiça e consciência. Ao mesmo tempo, é uma derrota para a ocupação e injustiça cometidas contra o povo palestiniano.
E: Em grande medida, o seu pedido para levantar o bloqueio foi ouvido pela comunidade internacional, a seguir ao ataque à flotilha. Alguns consideram-no como um sucesso que o Hamas recusa partilhar com a Autoridade Palestiniana. A maior prova é que recusou encontrar-se com a delegação da Autoridade após o incidente…
IH: Não há dúvidas de que o nosso pedido para acabar com o bloqueio se tornou um foco da atenção internacional. As pessoas reagiram a este cerco, por causa do crime desumano que os israelitas cometeram na Frota da Liberdade. A reconciliação nacional requer consenso nas exigências feitas pelo Hamas à proposta para conciliação do Hamas e da Fatah.
E: O que lhe parece da Comissão de Inquérito criada por Israel para investigar o incidente na flotilha?
IH: É como atirar areia para os olhos. Isto é inaceitável para nós. Não me parece que alguém que estava a bordo da flotilha possa aceitar o jogo dos procedimentos da investigação israelita. Nós insistimos no pedido internacional, que enfatiza a necessidade de uma investigação internacional transparente e independente ao que aconteceu no mar mediterrânico.
E: Está a pedir uma investigação internacional transparente e justa, mas, por exemplo, o relatório Goldstone solicitou-lhe uma investigação independente dos crimes, que tenham atingido o estatuto de crimes de guerra cometidos pelo Hamas durante os ataques israelitas, mas o resultado da investigação absolveu todas as facções palestinianas. Não é o mesmo resultado que Israel conseguiu na sua investigação?
IH: Em primeiro lugar, há uma grande diferença entre o relatório Goldstone e este crime. Segundo, há um criminoso nos dois casos e é o inimigo sionista, que cometeu crimes de guerra em Gaza e no mar. Por outro lado, o Hamas conduziu investigações completas e detalhadas e entregou os resultados às Nações Unidas e ao secretário-geral das Nações Unidas. Quanto à investigação interna palestiniana, respeitamos todos os conteúdos do relatório Goldstone.
E: Como vê a proposta da União Europeia para assumir a fiscalização dos navios de ajuda humanitária que vêm para Gaza?
IH: Na verdade, não recebemos nenhuma proposta formal ou específica. No momento em que recebermos uma certa proposta, vamos estudá-la e vamos assumir uma posição, mas, no geral, dizemos que o levantamento do cerco deve ser real. Levantar o bloqueio não deve ser uma formalidade. Nós exigimos um acesso à água e um acesso ao Mar Mediterrâneo. Inicialmente, pensámos que não era mau se os europeus quisessem estar presentes nas águas internacionais ou regionais. Não nos importamos que eles estejam presentes em quaisquer portos da Grécia, Chipre e Turquia, em qualquer sítio das águas internacionais e regionais, para supervisionar o que entra na Faixa de Gaza.
E: Mas sem a intervenção de Israel?
IH: Sim, sem a intervenção de Israel no mar, terra ou no terminal de Rafah. Não nos opomos ao regresso do controlo europeu ao terminal de Rafah, mas rejeitamos qualquer presença israelita aí, uma vez mais. Esta é a nossa posição.
E: Recentemente, apareceram alguns movimentos jihadistas na Faixa de Gaza, cujas ideias são próximas das da Al-Qaeda, como o Exército do Islão ou os Guerreiros de Deus. Consegue controlar estes movimentos, especialmente nas circunstâncias actuais?
IH: Primeiro, deixe-me dizer que isto não é um fenómeno, que não é generalizado e que não tem uma presença significativa na Faixa de Gaza.
E: Mas quando três movimentos aparecem numa pequena área como Gaza, não deve ser considerada uma grande presença?
IH: Há imensos nomes e títulos, mas têm um peso político restrito. Nomes são muitos e podemos encontrar muitas facções. Por exemplo, mesmo a OLP tem cerca de 14 facções. Cada facção tem o seu próprio nome, mas quando se fala do peso político ou organizacional, enfrentamos factos particulares. A verdade é que a Faixa de Gaza, com a maioria da sua população, tende para o islamismo moderado. O grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, adopta este tipo de ideologia. Portanto, eu nego que haja alguma organização da Al-Qaeda em Gaza.
E: Mas foi o líder de um movimento jihadista, cuja ideologia é próxima da Al-Qaeda, que o Hamas matou recentemente…
IH: Possivelmente, eles têm as mesmas orientações, mas não há organizações comandadas pela Al-Qaeda em Gaza.
E: O presidente palestiniano Mahmoud Abbas encontrou-se, recentemente, com o presidente norte-americano, numa tentativa de reavivar as negociações indirectas. Qual a posição do Hamas?
IH: Consideramos que as negociações directas, que duraram 18 anos, não trouxeram quaisquer resultados. O que podemos dizer de negociações indirectas?! Em quatro meses, não trouxe avanços em qualquer assunto. Refiro-me ao problema de Jerusalém, dos refugiados, da soberania do Estado e das fronteiras. Nem as negociações directas, nem as indirectas podem levar a resultados reais, à sombra da intransigência israelita.
E: Na visita aos Estados Unidos, o presidente palestiniano manifestou o desejo de ter forças da NATO estacionadas no futuro, na Palestina, na primeira etapa da formação do Estado. Como vê estas declarações?
IH: Para começar, precisamos de um Estado com uma soberania total e liberdade total… E o povo palestiniano tem de governar um país sem qualquer intervenção estrangeira.
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16/06 19:10 CET
Crise em Gaza
entrevista
O nosso correspondente no Médio Oriente entrevistou Ismael Haniyah, o líder do Governo do Hamas na Faixa de Gaza.
O ataque à Frota da Liberdade, as negociações de paz e os movimentos jihadistas foram alguns dos temas abordados.
Euronews: Após o ataque à Frota da Liberdade, pediu para que fosse levantado o bloqueio à Faixa de Gaza. Um pedido efectuado por muitos países. Considera que o que aconteceu foi uma vitória para o Hamas?
Ismael Haniyah: O que aconteceu foi uma vitória para a humanidade e para aqueles que têm consciência em todo o mundo, sobretudo porque a flotilha transportava pessoas de diferentes nacionalidades, religiões e ideologias políticas. Todos eles tinham em comum uma exigência que é o levantamento do bloqueio à Faixa de Gaza e, sob esse ponto de vista, consideramos que a flotilha foi um ponto de viragem na atenção mundial prestada a Gaza e ao bloqueio à Faixa de Gaza. Consideramos que o que aconteceu foi uma vitória para a justiça e consciência. Ao mesmo tempo, é uma derrota para a ocupação e injustiça cometidas contra o povo palestiniano.
E: Em grande medida, o seu pedido para levantar o bloqueio foi ouvido pela comunidade internacional, a seguir ao ataque à flotilha. Alguns consideram-no como um sucesso que o Hamas recusa partilhar com a Autoridade Palestiniana. A maior prova é que recusou encontrar-se com a delegação da Autoridade após o incidente…
IH: Não há dúvidas de que o nosso pedido para acabar com o bloqueio se tornou um foco da atenção internacional. As pessoas reagiram a este cerco, por causa do crime desumano que os israelitas cometeram na Frota da Liberdade. A reconciliação nacional requer consenso nas exigências feitas pelo Hamas à proposta para conciliação do Hamas e da Fatah.
E: O que lhe parece da Comissão de Inquérito criada por Israel para investigar o incidente na flotilha?
IH: É como atirar areia para os olhos. Isto é inaceitável para nós. Não me parece que alguém que estava a bordo da flotilha possa aceitar o jogo dos procedimentos da investigação israelita. Nós insistimos no pedido internacional, que enfatiza a necessidade de uma investigação internacional transparente e independente ao que aconteceu no mar mediterrânico.
E: Está a pedir uma investigação internacional transparente e justa, mas, por exemplo, o relatório Goldstone solicitou-lhe uma investigação independente dos crimes, que tenham atingido o estatuto de crimes de guerra cometidos pelo Hamas durante os ataques israelitas, mas o resultado da investigação absolveu todas as facções palestinianas. Não é o mesmo resultado que Israel conseguiu na sua investigação?
IH: Em primeiro lugar, há uma grande diferença entre o relatório Goldstone e este crime. Segundo, há um criminoso nos dois casos e é o inimigo sionista, que cometeu crimes de guerra em Gaza e no mar. Por outro lado, o Hamas conduziu investigações completas e detalhadas e entregou os resultados às Nações Unidas e ao secretário-geral das Nações Unidas. Quanto à investigação interna palestiniana, respeitamos todos os conteúdos do relatório Goldstone.
E: Como vê a proposta da União Europeia para assumir a fiscalização dos navios de ajuda humanitária que vêm para Gaza?
IH: Na verdade, não recebemos nenhuma proposta formal ou específica. No momento em que recebermos uma certa proposta, vamos estudá-la e vamos assumir uma posição, mas, no geral, dizemos que o levantamento do cerco deve ser real. Levantar o bloqueio não deve ser uma formalidade. Nós exigimos um acesso à água e um acesso ao Mar Mediterrâneo. Inicialmente, pensámos que não era mau se os europeus quisessem estar presentes nas águas internacionais ou regionais. Não nos importamos que eles estejam presentes em quaisquer portos da Grécia, Chipre e Turquia, em qualquer sítio das águas internacionais e regionais, para supervisionar o que entra na Faixa de Gaza.
E: Mas sem a intervenção de Israel?
IH: Sim, sem a intervenção de Israel no mar, terra ou no terminal de Rafah. Não nos opomos ao regresso do controlo europeu ao terminal de Rafah, mas rejeitamos qualquer presença israelita aí, uma vez mais. Esta é a nossa posição.
E: Recentemente, apareceram alguns movimentos jihadistas na Faixa de Gaza, cujas ideias são próximas das da Al-Qaeda, como o Exército do Islão ou os Guerreiros de Deus. Consegue controlar estes movimentos, especialmente nas circunstâncias actuais?
IH: Primeiro, deixe-me dizer que isto não é um fenómeno, que não é generalizado e que não tem uma presença significativa na Faixa de Gaza.
E: Mas quando três movimentos aparecem numa pequena área como Gaza, não deve ser considerada uma grande presença?
IH: Há imensos nomes e títulos, mas têm um peso político restrito. Nomes são muitos e podemos encontrar muitas facções. Por exemplo, mesmo a OLP tem cerca de 14 facções. Cada facção tem o seu próprio nome, mas quando se fala do peso político ou organizacional, enfrentamos factos particulares. A verdade é que a Faixa de Gaza, com a maioria da sua população, tende para o islamismo moderado. O grupo militante Hamas, que controla a Faixa de Gaza, adopta este tipo de ideologia. Portanto, eu nego que haja alguma organização da Al-Qaeda em Gaza.
E: Mas foi o líder de um movimento jihadista, cuja ideologia é próxima da Al-Qaeda, que o Hamas matou recentemente…
IH: Possivelmente, eles têm as mesmas orientações, mas não há organizações comandadas pela Al-Qaeda em Gaza.
E: O presidente palestiniano Mahmoud Abbas encontrou-se, recentemente, com o presidente norte-americano, numa tentativa de reavivar as negociações indirectas. Qual a posição do Hamas?
IH: Consideramos que as negociações directas, que duraram 18 anos, não trouxeram quaisquer resultados. O que podemos dizer de negociações indirectas?! Em quatro meses, não trouxe avanços em qualquer assunto. Refiro-me ao problema de Jerusalém, dos refugiados, da soberania do Estado e das fronteiras. Nem as negociações directas, nem as indirectas podem levar a resultados reais, à sombra da intransigência israelita.
E: Na visita aos Estados Unidos, o presidente palestiniano manifestou o desejo de ter forças da NATO estacionadas no futuro, na Palestina, na primeira etapa da formação do Estado. Como vê estas declarações?
IH: Para começar, precisamos de um Estado com uma soberania total e liberdade total… E o povo palestiniano tem de governar um país sem qualquer intervenção estrangeira.
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