Imigração
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Imigração
Agência de documentos falsos cobrava 3 mil euros
por SÓNIA SIMÕES
Hoje
Grupo criminoso terá 'documentado' centenas de imigrantes que se movem pela Europa.
Uma verdadeira "agência" de documentação falsa liderada por uma portuguesa e por um indiano a partir da zona da Amadora foi esta semana desmantelada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Ao longo do último ano, a dupla terá vendido pacotes de documentos portugueses falsos a cidadãos indianos e paquistaneses que se movimentam por vários países da Europa.
Segundo fonte oficial, o casal era coadjuvado por outros dois suspeitos detidos, todos estrangeiros. Mas a rede era de tal forma organizada que contava com, pelo menos, outros seis suspeitos com funções "perfeitamente delineadas", como falsificadores, angariadores e passadores.
De acordo com uma fonte operacional, o esquema estava montado para gerar lucros incríveis. No pack estavam incluídos "contratos de trabalho inexistentes, bem como declarações de IRS, da Segurança Social e atestados de residência, forjados exclusivamente para iludir as autoridades", a fim de conseguirem "títulos de residência nacionais para cidadãos estrangeiros fixados e a residir noutros países da UE".
O "pacote" custava em média 2000 a 3000 euros a cada imigrante angariado, além das verbas mensais - exigidas pela rede - para pagamento de prestações à Segurança Social, simulando a situação laboral regularizada.
Por trás do esquema estavam empresas fictícias de vários ramos, como construção civil ou limpeza, muitas delas entretanto encerradas, implicando por isso fuga fiscal. O grupo criminoso dispunha ainda de várias casas "de acolhimento" para os estrangeiros que passavam por Portugal para obter os documentos. O SEF detectou pelo menos seis "casas seguras" e várias moradas que usavam para falsos contratos de arrendamento. No comunicado ontem enviado, o SEF refere que 55 inspectores fizeram buscas ao longo da última semana em Lisboa, Mem Martins Amadora, Buraca e Odivelas.
Dos quatro detidos, dois ficaram a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, e outros dois obrigados a apresentações periódicas. Dois dos seis ajudantes do grupo constituídos arguidos foram notificados para abandonar o País.
Segundo a fonte do SEF, os suspeitos têm entre 40 e 45 anos. A única mulher do grupo já tinha sido detida em 2006 por crimes de auxílio à imigração ilegal e de falsificação de documentos. O "sócio", bem integrado em Portugal, estava referenciado pelo SEF, também por suspeita da prática de auxílio à imigração ilegal.
Em causa estão associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, falsificação ou contrafacção de documento e casamento por conveniência, crimes que tiveram agravamento na última revisão do Código Penal. Os casamentos por conveniência estão ainda a ser investigados, tendo por base a documentação recolhida em vários locais durante a operação.
In DN
por SÓNIA SIMÕES
Hoje
Grupo criminoso terá 'documentado' centenas de imigrantes que se movem pela Europa.
Uma verdadeira "agência" de documentação falsa liderada por uma portuguesa e por um indiano a partir da zona da Amadora foi esta semana desmantelada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Ao longo do último ano, a dupla terá vendido pacotes de documentos portugueses falsos a cidadãos indianos e paquistaneses que se movimentam por vários países da Europa.
Segundo fonte oficial, o casal era coadjuvado por outros dois suspeitos detidos, todos estrangeiros. Mas a rede era de tal forma organizada que contava com, pelo menos, outros seis suspeitos com funções "perfeitamente delineadas", como falsificadores, angariadores e passadores.
De acordo com uma fonte operacional, o esquema estava montado para gerar lucros incríveis. No pack estavam incluídos "contratos de trabalho inexistentes, bem como declarações de IRS, da Segurança Social e atestados de residência, forjados exclusivamente para iludir as autoridades", a fim de conseguirem "títulos de residência nacionais para cidadãos estrangeiros fixados e a residir noutros países da UE".
O "pacote" custava em média 2000 a 3000 euros a cada imigrante angariado, além das verbas mensais - exigidas pela rede - para pagamento de prestações à Segurança Social, simulando a situação laboral regularizada.
Por trás do esquema estavam empresas fictícias de vários ramos, como construção civil ou limpeza, muitas delas entretanto encerradas, implicando por isso fuga fiscal. O grupo criminoso dispunha ainda de várias casas "de acolhimento" para os estrangeiros que passavam por Portugal para obter os documentos. O SEF detectou pelo menos seis "casas seguras" e várias moradas que usavam para falsos contratos de arrendamento. No comunicado ontem enviado, o SEF refere que 55 inspectores fizeram buscas ao longo da última semana em Lisboa, Mem Martins Amadora, Buraca e Odivelas.
Dos quatro detidos, dois ficaram a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, e outros dois obrigados a apresentações periódicas. Dois dos seis ajudantes do grupo constituídos arguidos foram notificados para abandonar o País.
Segundo a fonte do SEF, os suspeitos têm entre 40 e 45 anos. A única mulher do grupo já tinha sido detida em 2006 por crimes de auxílio à imigração ilegal e de falsificação de documentos. O "sócio", bem integrado em Portugal, estava referenciado pelo SEF, também por suspeita da prática de auxílio à imigração ilegal.
Em causa estão associação criminosa, auxílio à imigração ilegal, falsificação ou contrafacção de documento e casamento por conveniência, crimes que tiveram agravamento na última revisão do Código Penal. Os casamentos por conveniência estão ainda a ser investigados, tendo por base a documentação recolhida em vários locais durante a operação.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Novos imigrantes vêm ter com família
Novos imigrantes vêm ter com família
por CÉU NEVES
Hoje
Portugal regista mais 18 171 estrangeiros e 73,6% vieram juntar-se aos companheiros ou aos pais
Portugal registou mais 18 171 imigrantes legais em 2009 (454 191 no total), sendo que 73,6% são estrangeiros que vieram ao abrigo do reagrupamento familiar. Isto é, vieram juntar-se à família que estava em Portugal. E, quase metade, são brasileiros, comunidade que continua a crescer e que é responsável por mais de metade dos novos imigrantes. Já os ucranianos e os cabo-verdianos sofrem uma diminuição, mas por razões diferentes: os europeus estão a regressar e os africanos pedem a nacionalidade portuguesa.
Aquelas três comunidades continuam a ser as mais representativas no País. Mas os brasileiros têm cada vez mais peso - um em cada quatro estrangeiros imigrou do Brasil.
Os dados dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indicam um aumento de 3,3% de estrangeiros em relação a 2008. "Boa parte das novas autorizações de residência são ao abrigo do regrupamento familiar", diz João Ataíde, subdirector do SEF. Este dirigente tem dificuldades em fazer previsões quanto à evolução das migrações no País, mas acredita que os fluxos continuem a aumentar, embora de forma reduzida.
Para o sociólogo das migrações, Fernando Luís Machado, os números indicam uma certa estabilização, depois dos dois grandes fluxos: o primeiro na década de 90, os africanos e, o segundo, no início deste século, europeus do Leste, a que se juntaram os brasileiros. "Há uma certa estabilização das entradas nos últimos anos comparativamente ao início da década porque acabaram os factores de atracção. Um dos sectores que con- tratava mais mão-de-obra estrangeira, as obras públicas, deixou de funcionar. E da mesma forma que passava a informação de que havia muito trabalho em Portugal, hoje passa a informação de que não há trabalho", explica Fernando Luís Machado. Recorde-se que a taxa de desemprego atinge os 10,9%.
Se olharmos para o Top das comunidades estrangeiras segundo os dados do SEF, apenas o Brasil e a Roménia viram reforçados o peso dos seus cidadãos em Portugal. A Moldávia, a Ucrânia, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe têm menos autorizações de residência em 2009, comparativamente a 2008.
O regresso ao país de origem é uma das possibilidades para os ucranianos e moldavos, que eventualmente poderão procurar outros destinos, como a Rússia, país vizinho. Já, no caso dos oriundos dos Países Africanos de Língua Portuguesa, a razão para a diminuição tem sobretudo a ver com a aquisição da nacionalidade portuguesa.
Foram aceites 40 254 novos cidadãos portugues só em 2009, dez vezes mais do que em 2006, quando a lei da nacionalidade foi alterada (em vigor desde 15 de Dezembro de 2006). Entre as principais alterações, passaram a ter acesso ao Cartão de Cidadão português as crianças nascidas em Portugal, cujos pais aqui vivem há mais de cinco anos em situação regular. E diminuiu para seis anos o prazo para um cidadão estrangeiro obter a nacionalidade portuguesa.
Os brasileiros são os primeiros nos pedidos de nacionalidade, seguindo-se os naturais de Cabo Verde, de Angola, da Moldávia e da Guiné-Bissau, por ordem decrescente.
In DN
por CÉU NEVES
Hoje
Portugal regista mais 18 171 estrangeiros e 73,6% vieram juntar-se aos companheiros ou aos pais
Portugal registou mais 18 171 imigrantes legais em 2009 (454 191 no total), sendo que 73,6% são estrangeiros que vieram ao abrigo do reagrupamento familiar. Isto é, vieram juntar-se à família que estava em Portugal. E, quase metade, são brasileiros, comunidade que continua a crescer e que é responsável por mais de metade dos novos imigrantes. Já os ucranianos e os cabo-verdianos sofrem uma diminuição, mas por razões diferentes: os europeus estão a regressar e os africanos pedem a nacionalidade portuguesa.
Aquelas três comunidades continuam a ser as mais representativas no País. Mas os brasileiros têm cada vez mais peso - um em cada quatro estrangeiros imigrou do Brasil.
Os dados dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) indicam um aumento de 3,3% de estrangeiros em relação a 2008. "Boa parte das novas autorizações de residência são ao abrigo do regrupamento familiar", diz João Ataíde, subdirector do SEF. Este dirigente tem dificuldades em fazer previsões quanto à evolução das migrações no País, mas acredita que os fluxos continuem a aumentar, embora de forma reduzida.
Para o sociólogo das migrações, Fernando Luís Machado, os números indicam uma certa estabilização, depois dos dois grandes fluxos: o primeiro na década de 90, os africanos e, o segundo, no início deste século, europeus do Leste, a que se juntaram os brasileiros. "Há uma certa estabilização das entradas nos últimos anos comparativamente ao início da década porque acabaram os factores de atracção. Um dos sectores que con- tratava mais mão-de-obra estrangeira, as obras públicas, deixou de funcionar. E da mesma forma que passava a informação de que havia muito trabalho em Portugal, hoje passa a informação de que não há trabalho", explica Fernando Luís Machado. Recorde-se que a taxa de desemprego atinge os 10,9%.
Se olharmos para o Top das comunidades estrangeiras segundo os dados do SEF, apenas o Brasil e a Roménia viram reforçados o peso dos seus cidadãos em Portugal. A Moldávia, a Ucrânia, Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau e S. Tomé e Príncipe têm menos autorizações de residência em 2009, comparativamente a 2008.
O regresso ao país de origem é uma das possibilidades para os ucranianos e moldavos, que eventualmente poderão procurar outros destinos, como a Rússia, país vizinho. Já, no caso dos oriundos dos Países Africanos de Língua Portuguesa, a razão para a diminuição tem sobretudo a ver com a aquisição da nacionalidade portuguesa.
Foram aceites 40 254 novos cidadãos portugues só em 2009, dez vezes mais do que em 2006, quando a lei da nacionalidade foi alterada (em vigor desde 15 de Dezembro de 2006). Entre as principais alterações, passaram a ter acesso ao Cartão de Cidadão português as crianças nascidas em Portugal, cujos pais aqui vivem há mais de cinco anos em situação regular. E diminuiu para seis anos o prazo para um cidadão estrangeiro obter a nacionalidade portuguesa.
Os brasileiros são os primeiros nos pedidos de nacionalidade, seguindo-se os naturais de Cabo Verde, de Angola, da Moldávia e da Guiné-Bissau, por ordem decrescente.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Romenos foram quem mais imigrou para Portugal em 2008
Romenos foram quem mais imigrou para Portugal em 2008
por Lusa
Hoje
O maior número de cidadãos estrangeiros que imigrou para Portugal em 2008 era originário da Roménia, ultrapassando os países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Brasil, de acordo com o relatório das Migrações da OCDE divulgado hoje.
Segundo este documento, da organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os fluxos migratórios em Portugal foram, em 2008, de 32 300, iguais ao ano anterior.
Do total de migrantes que entraram em Portugal, 44 por cento eram naturais de países da União Europeia.
Nesse ano, a Roménia foi a maior fonte de cidadãos migrantes que entraram em Portugal, com 5300 cidadãos, ou seja, 16 por cento.
O número de cidadãos romenos que imigrou para Portugal foi oito vezes superior ao que tem sido registado nos últimos três anos.
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa foram responsáveis por 21 por cento do fluxo migratório para Portugal, representando 21 por cento, dos quais Cabo Verde é o país com maior número de cidadãos: 3500 (11 por cento).
Em relação aos migrantes brasileiros para Portugal, estes desceram 30 por cento, situando-se em 3500.
A população imigrante em Portugal - que tinha aumentado de 430 mil em 2005 para 446 mil em 2007 -- desceu ligeiramente para 446 mil em 2008, o que representa uma diminuição de 0,7 por cento.
Enquanto o número de cidadãos estrangeiros de países da União Europeia registou uma redução de 44,7 por cento e os PALOP, uma descida de 13,8 por cento, registaram-se aumentos no número de ucranianos (31 por cento), da Moldávia (42,9 por cento), romenos (41,4 por cento) e brasileiros (53,7 por cento).
Os brasileiros são agora o maior grupo estrangeiro com 24 por cento do total, seguido pelos cabo-verdianos (14,7 por cento) e os ucranianos (11,8 por cento).
O número total de vistos de longa duração emitido a cidadão fora da UE diminuiu em 2008, caindo de 21 082 (2007) para 17 548.
Os cidadãos dos PALOP receberam uma parte significativa destes vistos (41,5 por cento), especialmente os cidadãos de Cabo Verde (20 por cento) e Guiné-Bissau (cerca de nove por cento).
Os brasileiros registaram uma quota de 20 por cento, os moldavos de 12 por cento e os chineses, um grupo em crescimento, perto de 4,1 por cento.
Em 2008, 22 408 estrangeiros obtiveram nacionalidade portuguesa, dos quais cerca de dois terços eram cidadãos dos PALOP.
In DN
por Lusa
Hoje
O maior número de cidadãos estrangeiros que imigrou para Portugal em 2008 era originário da Roménia, ultrapassando os países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Brasil, de acordo com o relatório das Migrações da OCDE divulgado hoje.
Segundo este documento, da organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), os fluxos migratórios em Portugal foram, em 2008, de 32 300, iguais ao ano anterior.
Do total de migrantes que entraram em Portugal, 44 por cento eram naturais de países da União Europeia.
Nesse ano, a Roménia foi a maior fonte de cidadãos migrantes que entraram em Portugal, com 5300 cidadãos, ou seja, 16 por cento.
O número de cidadãos romenos que imigrou para Portugal foi oito vezes superior ao que tem sido registado nos últimos três anos.
Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa foram responsáveis por 21 por cento do fluxo migratório para Portugal, representando 21 por cento, dos quais Cabo Verde é o país com maior número de cidadãos: 3500 (11 por cento).
Em relação aos migrantes brasileiros para Portugal, estes desceram 30 por cento, situando-se em 3500.
A população imigrante em Portugal - que tinha aumentado de 430 mil em 2005 para 446 mil em 2007 -- desceu ligeiramente para 446 mil em 2008, o que representa uma diminuição de 0,7 por cento.
Enquanto o número de cidadãos estrangeiros de países da União Europeia registou uma redução de 44,7 por cento e os PALOP, uma descida de 13,8 por cento, registaram-se aumentos no número de ucranianos (31 por cento), da Moldávia (42,9 por cento), romenos (41,4 por cento) e brasileiros (53,7 por cento).
Os brasileiros são agora o maior grupo estrangeiro com 24 por cento do total, seguido pelos cabo-verdianos (14,7 por cento) e os ucranianos (11,8 por cento).
O número total de vistos de longa duração emitido a cidadão fora da UE diminuiu em 2008, caindo de 21 082 (2007) para 17 548.
Os cidadãos dos PALOP receberam uma parte significativa destes vistos (41,5 por cento), especialmente os cidadãos de Cabo Verde (20 por cento) e Guiné-Bissau (cerca de nove por cento).
Os brasileiros registaram uma quota de 20 por cento, os moldavos de 12 por cento e os chineses, um grupo em crescimento, perto de 4,1 por cento.
Em 2008, 22 408 estrangeiros obtiveram nacionalidade portuguesa, dos quais cerca de dois terços eram cidadãos dos PALOP.
In DN
Última edição por João Ruiz em Sáb Jul 17, 2010 9:44 am, editado 1 vez(es)
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Imigrantes moldavos: saudades da simpatia e do presunto
Imigrantes moldavos: saudades da simpatia e do presunto
por CÉU NEVES
Hoje
Portugal tornou-se num país 'vizinho' da Moldávia, não só para quem imigrou mas também para quem ficou. São a terceira comunidade do Leste por cá, onde ganham dinheiro para construir as casas no seu país, recorrendo às técnicas portuguesas. Operários que elogiam a simpatia dos portugueses, a comida, a cerveja e o café. E já se serve feijoada e polvo à lagareiro à mesa de um restaurante moldavo
Em Longanesti, as casas estão em cimento, inacabadas. Os acabamentos fazem-se à medida das remessas e das férias dos imigrantes. Casas vazias ou com crianças e velhos. A força de trabalho emigrou. É uma aldeia moldava que fica a 45 km da capital, Chisinau. Faltam infra-estruturas, caminhos alcatroados e, sobretudo, pessoas. "O dono desta casa trabalha em Portugal. Este também. Nesta casa, o marido está em Portugal e a mulher na Rússia. Estes estão em Itália. A maioria dos donos está em Portugal, no Algarve. E há um ou outro que está em Itália, Rússia, Israel... e até nos Estados Unidos e Canadá."
As ruas estão praticamente desertas. Passam crianças e jovens, a pé, de bicicleta e de carroça. Alguns transportam água por caminhos enlameados devido às chuvas recentes. A carreira deixa meia dúzia de pessoas. Isto num final da manhã de sábado. Mas durante a semana não há muito mais movimento, apenas a população jovem está concentrada na escola ou na creche locais. Mesmo assim, já foram muitos mais, diz Vasile Seciu, o nosso "guia". E lamenta: "Nasciam 80/90 crianças por ano até 1990, a partir daí começou a decrescer, agora são umas 20. Estudavam 720 alunos na escola secundária há quatro anos, agora são 620."
Em resumo: Loganesti apresenta um cenário idêntico a muitas aldeias portuguesas nos anos 60. E muitas ainda o mantêm no que diz respeito à falta de habitantes, que migraram para o litoral e para o estrangeiro. Em Portugal já não se distinguem as "casas tipo maison" das novas habitações, enquanto na Moldávia as vivendas dos emigrantes se destacam pelo tamanho, pelo traço e por estarem por pintar. Porque o que é natural é que quem deixa o país queira dar sinais de que partiu para melhor. E vai acrescentado um piso, uma divisão, um pormenor ao ritmo das poupanças. Além de que não há outras novas construções.
"E, depois, copiam-se uns aos outros. Tinham todos janelas de alumínio, mas houve alguém que as meteu em plástico e, agora, está tudo a mudar", critica Vasile Seciu.
Casas construídas segundo as técnicas e tecnologias usadas em Portugal, já que a maioria daqueles imigrantes trabalha na construção civil. Transportam um ou outro material menos pesado nas viagens de férias, mas grande parte é adquirida no próprio país. Já o recheio das casas tem muito equipamento adquirido em Portugal: electrodomésticos, aparelhos de som, lâmpadas e candeeiros, tapetes, etc.
Um contentor por abrir é mais um exemplo da influência da construção portuguesa na Moldávia. Pertence a Ceborati, que se tornou empreiteiro e que, agora, vai iniciar a actividade no país de origem.
Vasile é contabilista, empresário e político. É um dos notáveis da terra. É dirigente do partido comunista e foi presidente da junta de freguesia de Loganesti, cargo que tem esperança em recuperar nas próximas eleições. Identifica toda a gente, sabe exactamente onde é que cada um vive, conhece-lhes as histórias e as estratégias de sobrevivência. Habituou-se a ver partir as pessoas, algumas a regressar, para voltar a partir.
Conta que estão inscritos 4270 eleitores e só votaram 1600 nas últimas eleições. Um terço da população vive no estrangeiro e mais de metade em Portugal, no Algarve.
Vera Rotaru, 60 anos
Gheorge Lepadatu, 62 anos
Cinco netos, dois filhos e o marido constituem a família de Vera Rotaru, 60 anos, assistente hospitalar. Sergei Rotaru, 31 anos, é o que emigrou para Portugal, há dez anos. Actualmente, vive em Lisboa com a mulher e os dois filhos. O outro está em Itália há três anos e deixou os três filhos em Loganesti. "O Sergei saiu há mais tempo e os filhos já nasceram lá. Os outros estão comigo e o meu marido, estão a ser educados por nós. Gostava de ir visitá-los, mas também gostava que os meus filhos estivessem ao pé de mim. Só que não há condições e são obrigados a viver fora do país", lamenta Vera.
Está com a neta mais velha, a Verónica, de 11 anos, "boa aluna", orgulha-se a avó. Esperam a carreira, um veículo que parece ter décadas. A adolescente sonha em juntar-se aos pais na Itália, enquanto vai usufruindo das roupas e das mesadas que chegam pontualmente. Aproxima-se Agosto e ambas as mulheres esperam a visita dos familiares.
Não são os 62 anos de idade que fazem Gheorge Lepadatu temer as viagens e o trabalho fora do país. O que o retém na Moldávia é a falta de oportunidades no estrangeiro. "Gostava muito de conhecer Portugal, mas não tenho oportunidade. Dois dos meus filhos já lá trabalharam e dizem que é bom. Um regressou à Moldávia, o outro ficou. Vive no Sul, numa cidade junto a Espanha. Trabalha numa empresa de construção civil portuguesa mas que tem empreitadas em Espanha. Está lá há sete anos e trabalhou dois anos na Ponte 25 de Abril", conta Gheorge. Tem mais três filhas, uma das quais vive em Israel. "É melhor porque vai com um contrato de trabalho. E ganha-se mais do que em Portugal", acrescenta.
Gheorge trabalha na loja de produtos agrícolas de Vasile Seciu. Alfaias e sementes, alguns dos legumes são importados de Portugal. Têm fama na Moldávia.
As fotografias, as histórias que os filhos contam, os euros, o presunto e outras iguarias que lhes chegam, tornaram Portugal num país "vizinho".
Tatiana Luca, 43 anos
Vasile Luca, 45 anos
Nada resta do prato principal do almoço do restaurante de Tatiana Luca. Uma feijoada à transmontana que aprendeu a confeccionar nos anos em que foi cozinheira em Portugal. "Não sobrou nadinha para o jantar, gostava que provasse, para ver como estava boa", lamenta Tatiana. Fica em Singerei, a 120 km de Chisinau, a capital, terra natal de Tatiana, 43 anos. É um restaurante de preços médios, com esplanada e música ao vivo e que abriu há um ano, um sonho de imigrante tornado realidade. E, todos os dias, a ementa é feita à base da gastronomia portuguesa: "Feijoada, caldeirada, lulas recheadas, camarão, grelhados, entremeada, nunca pode faltar a entremeada grelhada." Com um ou outro prato moldavo, além das sobremesas.
Tatiana espera a visita dos patrões onde trabalhou em Portugal e a quem foi dizendo que iria abrir um restaurante com comida portuguesa. "Eu cumpri a minha parte, agora falta a deles", ri-se. O lançamento foi feito com pompa e com a presença do presidente da junta de freguesia de Singerei. Serviu arroz de marisco, arroz de polvo, lulas recheadas, camarão agridoce e filetes de espada com molho de limão. "Um sucesso!"
Voltou a Singerei em 2008, nove anos depois de ter imigrado para Portugal. "Trazíamos sempre coisas, electrodomésticos e, quando regressámos, até trouxe um presunto inteiro", revela o marido, Vasile Luca, 45 anos, Foi o primeiro a imigrar, em Fevereiro de 1999. Tatiana chegou quatro meses depois. "O restaurante é dela", sublinha.
Vasile foi militar na ex-URSS e chegou a viver na Rússia após a queda do regime comunista, a que continuam a tecer elogios. "Tínhamos casa, educação, cuidados de saúde", justificam. Tempos que lhes deram para comprar dois apartamentos, um dos quais venderam para vir para Portugal: "Tínhamos as coisas, mas não tínhamos dinheiro para as manter", explica Tatiana.
Em Portugal, ele trabalhou nas obras e ela exerceu finalmente o curso de cozinheira que tirara na Moldávia. Imigrantes com jornadas longas. "Ganhava três mil euros, fazia dois horários. Ninguém acreditava e perguntavam como é que conseguia. Consegue-se quando se tem os filhos para criar."
Os filhos, Ioan, de 24, e Radu, de 22, também viveram em Portugal, mas dizem que já não voltavam. Estão envolvidos nos negócios que os pais estão construir e a que chamam "Impierium VIRTIM", o último nome formado pelas iniciais de cada um dos quatro membros. Além do restaurante, têm uma empresa de materiais de construção e outra de táxis. "O Governo moldavo devia apostar nas pessoas que regressam. Dou emprego a 52 pessoas, a telefonista do serviço de táxis tem um curso de assistente social", sublinha Vasile.
O tecto do restaurante imita madeira, as paredes têm pinturas, murais com o mar e até uma imitação forçada do Castelo de S. Jorge. São alguns dos pormenores importados de Portugal. "Recordações. Estou a ouvir português e penso que estou em Portugal. As pessoas são muito simpáticas, riem-se muito. Portugal terá sempre um espaço no nosso coração", diz Tatiana.
Para trás fica um ou outro empregador que não cumpriu os deveres. E a pergunta que faziam constantemente a Tatiana: "Têm televisão na Moldávia?" Mas ela também vinha com imagens erradas: "Cheguei de autocarro e perguntei onde é que estavam as árvores com as bananas", conta. Recorda, ainda, uma noite em que ficou detida no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Queria saber como podia legalizar-se. "Há e têm o melhor café da Europa", acrescenta.
Entre os clientes estão muitos imigrantes que regressaram à Moldávia. "Gostava de tudo em Portugal, do sorriso, do presunto... do marisco, mas estava cansado. Trabalhava numa empresa de alta tensão no Algarve. Não faltava nada em Portugal, só faltava a minha família", repete Ioan Goras, 43 anos. Viveu no País entre 2000 e 2008, sendo que nos últimos quatro anos trabalhou em Itália e na Grécia com a empresa portuguesa. A mulher chegou a imigrar em 2001, mas regressou dois anos depois.
Ioan ganhava entre 1500 e 2000 euros por mês em Portugal. Recebe, agora, mil euros na Moldávia como taxista. "Trabalho muito. Sou eu que dou dinheiro a ganhar ao patrão!", diz, numa conversa com muitos "pá" e "estás a ver". Expressões que lhe ficaram da vida de imigrante. E ostenta um outro sinal no dedo, o anel do Futebol Clube do Porto. E à provocação "Não sabe que foi o Benfica que ganhou este ano o campeonato?", responde: "Sei, acompanho os jogos. Mas há quantos anos não ganhavam nada?"
Ruslan Delogramatic, 24 anos, taxista, Stefan Andriuta, 29, recepcionista de armazém, e Marin Urecheau, 38, pedreiro, viveram em Portugal, mas nunca conseguiram obter a autorização de residência. É Ruslan que revela ter tido o salário mais baixo na construção civil em Portugal, 800 euros, metade do que ganhavam os outros dois. "Trabalhava menos", admite. Ganham o equivalente a 200 euros na Moldávia. Têm saudades dos euros, dos petiscos, da "sardinha assada" e da "cerveja portuguesa".
Nem Portugal tem bananeiras nem faltam televisões na Moldávia. Mas faltam saneamento básico e infra-estruturas, uma das áreas que o Governo apresenta como sendo um bom investimento para as empresas estrangeiras. Os bens culturais e os transportes, por exemplo, são baratos, mas já a alimentação e o vestuário são caros. E há lojas e centros comerciais com os preços em dólares e euros. Tudo muito limpo, acético e sem clientes à vista. Junto à porta, na rua, uma anciã ganha dinheiro com uma balança, um leu por cada pesagem. Um país onde o ordenado mínimo é 55 euros e o médio, 200, mas há quem peça 50 euros à hora para fazer uma reportagem fotográfica.
A conversa é alargada. Tatiana e os outros ex-imigrantes estão agradecidos. E fazem questão de brindar: "À forma como fomos recebidos no seu país." Tatiana voltou, para receber a nacionalidade portuguesa. Para circular livremente na UE.
Leonid Busuioc, 44 anos
Elena, 17 anos, e Catalina, 21 anos, não frequentam os novos centros comerciais nem as lojas de marca da Moldávia. Mas conhecem bem a Bershka e a Zara. É onde se vestem, roupa que os pais lhes enviavam de Portugal. O país que acolheu os pais e que só conhecem em fotografia. O pai diz-lhes que "é um povo muito bom, simpático e respeitoso". Ao contrário dos moldavos, que classifica de "mais fechados". "Têm uma vida mais difícil", justifica.
O pai é Leonid Busuioc, 44 anos. Imigrou para Portugal em 2000, com um visto de turismo. Começou por trabalhar numa empresa que fazia as infra-estruturas dos terrenos para construção. Mudou quando percebeu que o patrão nunca faria um contrato para poder legalizar-se. "O salário dependia das horas, com horas extraordinárias e sábados podia receber 1300 euros/mês", diz.
Há dois anos teve um problema na vista. O trabalho começava a escassear em Portugal e a economia moldava dava sinais de crescimento. Tem uma cunhada que trabalha num hospital moldavo e achou que o melhor era regressar. Regressou ele e a mulher, Maria Busuioc, 44 anos. Vive em Gratiesti, na periferia de Chisinau. "Pensava que a vida ia melhorar, mas piorou." Acabou o trabalho como segurança de armazém, onde ganhava 150 euros por mês. Faz biscates. Está a fazer as fundações da casa de uma cunhada, emigrante na Itália. E faz melhorias na sua, que tem construído aos poucos.
A mulher voltou a Portugal o ano passado. Ganha 500 euros mensais como empregada doméstica, mas conseguiu um contrato de trabalho para ter acesso à autorização de residência. Chamará Leonid quando o processo estiver concluído. "Até vendo a casa se for preciso, não é só por mim, mas pelas minhas filhas. Estão a estudar e podem ter um melhor futuro em Portugal."
As raparigas gostam da ideia. Tem mar e centros comerciais onde há de tudo, do barato ao caro. É o que lhes contam os pais.
In DN
por CÉU NEVES
Hoje
Portugal tornou-se num país 'vizinho' da Moldávia, não só para quem imigrou mas também para quem ficou. São a terceira comunidade do Leste por cá, onde ganham dinheiro para construir as casas no seu país, recorrendo às técnicas portuguesas. Operários que elogiam a simpatia dos portugueses, a comida, a cerveja e o café. E já se serve feijoada e polvo à lagareiro à mesa de um restaurante moldavo
Em Longanesti, as casas estão em cimento, inacabadas. Os acabamentos fazem-se à medida das remessas e das férias dos imigrantes. Casas vazias ou com crianças e velhos. A força de trabalho emigrou. É uma aldeia moldava que fica a 45 km da capital, Chisinau. Faltam infra-estruturas, caminhos alcatroados e, sobretudo, pessoas. "O dono desta casa trabalha em Portugal. Este também. Nesta casa, o marido está em Portugal e a mulher na Rússia. Estes estão em Itália. A maioria dos donos está em Portugal, no Algarve. E há um ou outro que está em Itália, Rússia, Israel... e até nos Estados Unidos e Canadá."
As ruas estão praticamente desertas. Passam crianças e jovens, a pé, de bicicleta e de carroça. Alguns transportam água por caminhos enlameados devido às chuvas recentes. A carreira deixa meia dúzia de pessoas. Isto num final da manhã de sábado. Mas durante a semana não há muito mais movimento, apenas a população jovem está concentrada na escola ou na creche locais. Mesmo assim, já foram muitos mais, diz Vasile Seciu, o nosso "guia". E lamenta: "Nasciam 80/90 crianças por ano até 1990, a partir daí começou a decrescer, agora são umas 20. Estudavam 720 alunos na escola secundária há quatro anos, agora são 620."
Em resumo: Loganesti apresenta um cenário idêntico a muitas aldeias portuguesas nos anos 60. E muitas ainda o mantêm no que diz respeito à falta de habitantes, que migraram para o litoral e para o estrangeiro. Em Portugal já não se distinguem as "casas tipo maison" das novas habitações, enquanto na Moldávia as vivendas dos emigrantes se destacam pelo tamanho, pelo traço e por estarem por pintar. Porque o que é natural é que quem deixa o país queira dar sinais de que partiu para melhor. E vai acrescentado um piso, uma divisão, um pormenor ao ritmo das poupanças. Além de que não há outras novas construções.
"E, depois, copiam-se uns aos outros. Tinham todos janelas de alumínio, mas houve alguém que as meteu em plástico e, agora, está tudo a mudar", critica Vasile Seciu.
Casas construídas segundo as técnicas e tecnologias usadas em Portugal, já que a maioria daqueles imigrantes trabalha na construção civil. Transportam um ou outro material menos pesado nas viagens de férias, mas grande parte é adquirida no próprio país. Já o recheio das casas tem muito equipamento adquirido em Portugal: electrodomésticos, aparelhos de som, lâmpadas e candeeiros, tapetes, etc.
Um contentor por abrir é mais um exemplo da influência da construção portuguesa na Moldávia. Pertence a Ceborati, que se tornou empreiteiro e que, agora, vai iniciar a actividade no país de origem.
Vasile é contabilista, empresário e político. É um dos notáveis da terra. É dirigente do partido comunista e foi presidente da junta de freguesia de Loganesti, cargo que tem esperança em recuperar nas próximas eleições. Identifica toda a gente, sabe exactamente onde é que cada um vive, conhece-lhes as histórias e as estratégias de sobrevivência. Habituou-se a ver partir as pessoas, algumas a regressar, para voltar a partir.
Conta que estão inscritos 4270 eleitores e só votaram 1600 nas últimas eleições. Um terço da população vive no estrangeiro e mais de metade em Portugal, no Algarve.
Vera Rotaru, 60 anos
Gheorge Lepadatu, 62 anos
Cinco netos, dois filhos e o marido constituem a família de Vera Rotaru, 60 anos, assistente hospitalar. Sergei Rotaru, 31 anos, é o que emigrou para Portugal, há dez anos. Actualmente, vive em Lisboa com a mulher e os dois filhos. O outro está em Itália há três anos e deixou os três filhos em Loganesti. "O Sergei saiu há mais tempo e os filhos já nasceram lá. Os outros estão comigo e o meu marido, estão a ser educados por nós. Gostava de ir visitá-los, mas também gostava que os meus filhos estivessem ao pé de mim. Só que não há condições e são obrigados a viver fora do país", lamenta Vera.
Está com a neta mais velha, a Verónica, de 11 anos, "boa aluna", orgulha-se a avó. Esperam a carreira, um veículo que parece ter décadas. A adolescente sonha em juntar-se aos pais na Itália, enquanto vai usufruindo das roupas e das mesadas que chegam pontualmente. Aproxima-se Agosto e ambas as mulheres esperam a visita dos familiares.
Não são os 62 anos de idade que fazem Gheorge Lepadatu temer as viagens e o trabalho fora do país. O que o retém na Moldávia é a falta de oportunidades no estrangeiro. "Gostava muito de conhecer Portugal, mas não tenho oportunidade. Dois dos meus filhos já lá trabalharam e dizem que é bom. Um regressou à Moldávia, o outro ficou. Vive no Sul, numa cidade junto a Espanha. Trabalha numa empresa de construção civil portuguesa mas que tem empreitadas em Espanha. Está lá há sete anos e trabalhou dois anos na Ponte 25 de Abril", conta Gheorge. Tem mais três filhas, uma das quais vive em Israel. "É melhor porque vai com um contrato de trabalho. E ganha-se mais do que em Portugal", acrescenta.
Gheorge trabalha na loja de produtos agrícolas de Vasile Seciu. Alfaias e sementes, alguns dos legumes são importados de Portugal. Têm fama na Moldávia.
As fotografias, as histórias que os filhos contam, os euros, o presunto e outras iguarias que lhes chegam, tornaram Portugal num país "vizinho".
Tatiana Luca, 43 anos
Vasile Luca, 45 anos
Nada resta do prato principal do almoço do restaurante de Tatiana Luca. Uma feijoada à transmontana que aprendeu a confeccionar nos anos em que foi cozinheira em Portugal. "Não sobrou nadinha para o jantar, gostava que provasse, para ver como estava boa", lamenta Tatiana. Fica em Singerei, a 120 km de Chisinau, a capital, terra natal de Tatiana, 43 anos. É um restaurante de preços médios, com esplanada e música ao vivo e que abriu há um ano, um sonho de imigrante tornado realidade. E, todos os dias, a ementa é feita à base da gastronomia portuguesa: "Feijoada, caldeirada, lulas recheadas, camarão, grelhados, entremeada, nunca pode faltar a entremeada grelhada." Com um ou outro prato moldavo, além das sobremesas.
Tatiana espera a visita dos patrões onde trabalhou em Portugal e a quem foi dizendo que iria abrir um restaurante com comida portuguesa. "Eu cumpri a minha parte, agora falta a deles", ri-se. O lançamento foi feito com pompa e com a presença do presidente da junta de freguesia de Singerei. Serviu arroz de marisco, arroz de polvo, lulas recheadas, camarão agridoce e filetes de espada com molho de limão. "Um sucesso!"
Voltou a Singerei em 2008, nove anos depois de ter imigrado para Portugal. "Trazíamos sempre coisas, electrodomésticos e, quando regressámos, até trouxe um presunto inteiro", revela o marido, Vasile Luca, 45 anos, Foi o primeiro a imigrar, em Fevereiro de 1999. Tatiana chegou quatro meses depois. "O restaurante é dela", sublinha.
Vasile foi militar na ex-URSS e chegou a viver na Rússia após a queda do regime comunista, a que continuam a tecer elogios. "Tínhamos casa, educação, cuidados de saúde", justificam. Tempos que lhes deram para comprar dois apartamentos, um dos quais venderam para vir para Portugal: "Tínhamos as coisas, mas não tínhamos dinheiro para as manter", explica Tatiana.
Em Portugal, ele trabalhou nas obras e ela exerceu finalmente o curso de cozinheira que tirara na Moldávia. Imigrantes com jornadas longas. "Ganhava três mil euros, fazia dois horários. Ninguém acreditava e perguntavam como é que conseguia. Consegue-se quando se tem os filhos para criar."
Os filhos, Ioan, de 24, e Radu, de 22, também viveram em Portugal, mas dizem que já não voltavam. Estão envolvidos nos negócios que os pais estão construir e a que chamam "Impierium VIRTIM", o último nome formado pelas iniciais de cada um dos quatro membros. Além do restaurante, têm uma empresa de materiais de construção e outra de táxis. "O Governo moldavo devia apostar nas pessoas que regressam. Dou emprego a 52 pessoas, a telefonista do serviço de táxis tem um curso de assistente social", sublinha Vasile.
O tecto do restaurante imita madeira, as paredes têm pinturas, murais com o mar e até uma imitação forçada do Castelo de S. Jorge. São alguns dos pormenores importados de Portugal. "Recordações. Estou a ouvir português e penso que estou em Portugal. As pessoas são muito simpáticas, riem-se muito. Portugal terá sempre um espaço no nosso coração", diz Tatiana.
Para trás fica um ou outro empregador que não cumpriu os deveres. E a pergunta que faziam constantemente a Tatiana: "Têm televisão na Moldávia?" Mas ela também vinha com imagens erradas: "Cheguei de autocarro e perguntei onde é que estavam as árvores com as bananas", conta. Recorda, ainda, uma noite em que ficou detida no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Queria saber como podia legalizar-se. "Há e têm o melhor café da Europa", acrescenta.
Entre os clientes estão muitos imigrantes que regressaram à Moldávia. "Gostava de tudo em Portugal, do sorriso, do presunto... do marisco, mas estava cansado. Trabalhava numa empresa de alta tensão no Algarve. Não faltava nada em Portugal, só faltava a minha família", repete Ioan Goras, 43 anos. Viveu no País entre 2000 e 2008, sendo que nos últimos quatro anos trabalhou em Itália e na Grécia com a empresa portuguesa. A mulher chegou a imigrar em 2001, mas regressou dois anos depois.
Ioan ganhava entre 1500 e 2000 euros por mês em Portugal. Recebe, agora, mil euros na Moldávia como taxista. "Trabalho muito. Sou eu que dou dinheiro a ganhar ao patrão!", diz, numa conversa com muitos "pá" e "estás a ver". Expressões que lhe ficaram da vida de imigrante. E ostenta um outro sinal no dedo, o anel do Futebol Clube do Porto. E à provocação "Não sabe que foi o Benfica que ganhou este ano o campeonato?", responde: "Sei, acompanho os jogos. Mas há quantos anos não ganhavam nada?"
Ruslan Delogramatic, 24 anos, taxista, Stefan Andriuta, 29, recepcionista de armazém, e Marin Urecheau, 38, pedreiro, viveram em Portugal, mas nunca conseguiram obter a autorização de residência. É Ruslan que revela ter tido o salário mais baixo na construção civil em Portugal, 800 euros, metade do que ganhavam os outros dois. "Trabalhava menos", admite. Ganham o equivalente a 200 euros na Moldávia. Têm saudades dos euros, dos petiscos, da "sardinha assada" e da "cerveja portuguesa".
Nem Portugal tem bananeiras nem faltam televisões na Moldávia. Mas faltam saneamento básico e infra-estruturas, uma das áreas que o Governo apresenta como sendo um bom investimento para as empresas estrangeiras. Os bens culturais e os transportes, por exemplo, são baratos, mas já a alimentação e o vestuário são caros. E há lojas e centros comerciais com os preços em dólares e euros. Tudo muito limpo, acético e sem clientes à vista. Junto à porta, na rua, uma anciã ganha dinheiro com uma balança, um leu por cada pesagem. Um país onde o ordenado mínimo é 55 euros e o médio, 200, mas há quem peça 50 euros à hora para fazer uma reportagem fotográfica.
A conversa é alargada. Tatiana e os outros ex-imigrantes estão agradecidos. E fazem questão de brindar: "À forma como fomos recebidos no seu país." Tatiana voltou, para receber a nacionalidade portuguesa. Para circular livremente na UE.
Leonid Busuioc, 44 anos
Elena, 17 anos, e Catalina, 21 anos, não frequentam os novos centros comerciais nem as lojas de marca da Moldávia. Mas conhecem bem a Bershka e a Zara. É onde se vestem, roupa que os pais lhes enviavam de Portugal. O país que acolheu os pais e que só conhecem em fotografia. O pai diz-lhes que "é um povo muito bom, simpático e respeitoso". Ao contrário dos moldavos, que classifica de "mais fechados". "Têm uma vida mais difícil", justifica.
O pai é Leonid Busuioc, 44 anos. Imigrou para Portugal em 2000, com um visto de turismo. Começou por trabalhar numa empresa que fazia as infra-estruturas dos terrenos para construção. Mudou quando percebeu que o patrão nunca faria um contrato para poder legalizar-se. "O salário dependia das horas, com horas extraordinárias e sábados podia receber 1300 euros/mês", diz.
Há dois anos teve um problema na vista. O trabalho começava a escassear em Portugal e a economia moldava dava sinais de crescimento. Tem uma cunhada que trabalha num hospital moldavo e achou que o melhor era regressar. Regressou ele e a mulher, Maria Busuioc, 44 anos. Vive em Gratiesti, na periferia de Chisinau. "Pensava que a vida ia melhorar, mas piorou." Acabou o trabalho como segurança de armazém, onde ganhava 150 euros por mês. Faz biscates. Está a fazer as fundações da casa de uma cunhada, emigrante na Itália. E faz melhorias na sua, que tem construído aos poucos.
A mulher voltou a Portugal o ano passado. Ganha 500 euros mensais como empregada doméstica, mas conseguiu um contrato de trabalho para ter acesso à autorização de residência. Chamará Leonid quando o processo estiver concluído. "Até vendo a casa se for preciso, não é só por mim, mas pelas minhas filhas. Estão a estudar e podem ter um melhor futuro em Portugal."
As raparigas gostam da ideia. Tem mar e centros comerciais onde há de tudo, do barato ao caro. É o que lhes contam os pais.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Portugueses e brasileiras lideram casais mistos
Portugueses e brasileiras lideram casais mistos
por CÉU NEVES
Hoje
Em 2009, realizaram-se 4634 casamentos de portugueses com estrangeiros, 11,5% do total das uniões.
Maria Inês Salla e Manuel Varanda casaram-se em Abril. Uma brasileira que veio a Portugal de férias e que aqui encontrou "o grande amor". "Não vim aqui para me casar", garante, embora reconheça que existem muitas conterrâneas que "dão o golpe" para conseguirem a legalização. Em 2009, as uniões entre portugueses e brasileiras constituíram 48% dos casamentos mistos, a que se somam 11% de brasileiros com portuguesas, num total de 4634.
As uniões oficiais entre portugueses e cidadãos estrangeiros diminuíram no último ano, seguindo a tendência da população portuguesa em geral. Mesmo assim, significam 11,5% do total. E continuam a ser os homens portugueses que mais se casam com estrangeiras, sobretudo com brasileiras (2216). Seguem-se as esposas do Leste europeu, em particular as ucranianas (76) e as russas (54), mas num número bastante inferior às oriundas do Brasil. E embora esta seja a comunidade com mais imigrantes no País (116 220, seguindo-se os ucranianos com 52 293), a proporção das que se casam com nacionais é bem superior.
"Muitas casam-se para ter os papéis. Só percebi isso quando comecei a tratar da documentação para o meu casamento e as pessoas diziam que me tinha saído a sorte grande. A minha realidade é outra. Tinha uma boa vida no Brasil, um apartamento em São Paulo e outro na praia, mas amo o meu marido e isso é que é importante", diz Maria.
Conheceram-se no dia 10 de Janeiro de 2009 e casaram-se 15 meses depois. E, na sua história de amor, surge uma série de coincidências que a fazem acreditar que estavam "destinados" um para o outro. Maria, 48 anos, licenciada em Propaganda e Marketing, e Manuel, 54, pasteleiro, estavam ambos divorciados há dez anos e com filhos já adultos. Ela tem dois, ele três e uma neta.
Maria vivia no Brasil. Iniciou viagem em finais de 2008, acompanhada pela filha, com destino a Inglaterra, onde estava o filho, e com passagem por várias países, nomeadamente por Portugal. Queria fazer o percurso do irmão, que aqui morrerra em 1982. Ficou na casa de um primo e, no segundo dia da visita, cruzou-se com o Manuel. "Chamou-me a atenção", recorda Maria.
Entretanto, acabou por não seguir viagem para Inglaterra porque caiu na estação de metro da Baixa-Chiado. "A minha filha seguiu, o meu primo também viajou, e, como fiquei sozinha, decidi fazer limpezas. Meti todos os aparelhos eléctricos a funcionar e pegou fogo. Corri para o apartamento em frente a pedir ajuda e quem me abriu a porta foi o Manuel". O vizinho tranquilizou-a, e, mais tarde, ela viajou para o Brasil, deixando-lhe um cartão de agradecimentos. "Chorei muito, parecia que estava a deixar alguém para trás."
A empatia foi recíproca, percebeu depois, mas foi ela a dar o primeiro passo, escrevendo-lhe uma carta. E passaram a comunicar, e a namorar, por e-mail e mensagens.
E como é que a família do marido reagiu?
"Existe um preconceito grande em relação à mulher brasileira. E ele tinha uma pessoa próxima que trocou a mulher por uma brasileira, e, depois, ela deu o golpe e levou-lhe tudo. Estavam de pé atrás, mas quando a minha sogra me viu, foi muito carinhosa. E os filhos também me aceitaram muito bem", conta. E não tem problemas em tornar público o seu caso, "é uma prova de amor".
Os dados de 2009 do Instituto Nacional de Estatística indicam uma diminuição de casamentos de portuguesas com paquistaneses (15 contra 385, em 2008) e com indianos (23 contra 143), facto que pode ser justificado pela acção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contra as uniões "por conveniência", proibidas por lei. No ano passado, foram desmanteladas duas importantes redes que promoviam estes casamentos.
In DN
por CÉU NEVES
Hoje
Em 2009, realizaram-se 4634 casamentos de portugueses com estrangeiros, 11,5% do total das uniões.
Maria Inês Salla e Manuel Varanda casaram-se em Abril. Uma brasileira que veio a Portugal de férias e que aqui encontrou "o grande amor". "Não vim aqui para me casar", garante, embora reconheça que existem muitas conterrâneas que "dão o golpe" para conseguirem a legalização. Em 2009, as uniões entre portugueses e brasileiras constituíram 48% dos casamentos mistos, a que se somam 11% de brasileiros com portuguesas, num total de 4634.
As uniões oficiais entre portugueses e cidadãos estrangeiros diminuíram no último ano, seguindo a tendência da população portuguesa em geral. Mesmo assim, significam 11,5% do total. E continuam a ser os homens portugueses que mais se casam com estrangeiras, sobretudo com brasileiras (2216). Seguem-se as esposas do Leste europeu, em particular as ucranianas (76) e as russas (54), mas num número bastante inferior às oriundas do Brasil. E embora esta seja a comunidade com mais imigrantes no País (116 220, seguindo-se os ucranianos com 52 293), a proporção das que se casam com nacionais é bem superior.
"Muitas casam-se para ter os papéis. Só percebi isso quando comecei a tratar da documentação para o meu casamento e as pessoas diziam que me tinha saído a sorte grande. A minha realidade é outra. Tinha uma boa vida no Brasil, um apartamento em São Paulo e outro na praia, mas amo o meu marido e isso é que é importante", diz Maria.
Conheceram-se no dia 10 de Janeiro de 2009 e casaram-se 15 meses depois. E, na sua história de amor, surge uma série de coincidências que a fazem acreditar que estavam "destinados" um para o outro. Maria, 48 anos, licenciada em Propaganda e Marketing, e Manuel, 54, pasteleiro, estavam ambos divorciados há dez anos e com filhos já adultos. Ela tem dois, ele três e uma neta.
Maria vivia no Brasil. Iniciou viagem em finais de 2008, acompanhada pela filha, com destino a Inglaterra, onde estava o filho, e com passagem por várias países, nomeadamente por Portugal. Queria fazer o percurso do irmão, que aqui morrerra em 1982. Ficou na casa de um primo e, no segundo dia da visita, cruzou-se com o Manuel. "Chamou-me a atenção", recorda Maria.
Entretanto, acabou por não seguir viagem para Inglaterra porque caiu na estação de metro da Baixa-Chiado. "A minha filha seguiu, o meu primo também viajou, e, como fiquei sozinha, decidi fazer limpezas. Meti todos os aparelhos eléctricos a funcionar e pegou fogo. Corri para o apartamento em frente a pedir ajuda e quem me abriu a porta foi o Manuel". O vizinho tranquilizou-a, e, mais tarde, ela viajou para o Brasil, deixando-lhe um cartão de agradecimentos. "Chorei muito, parecia que estava a deixar alguém para trás."
A empatia foi recíproca, percebeu depois, mas foi ela a dar o primeiro passo, escrevendo-lhe uma carta. E passaram a comunicar, e a namorar, por e-mail e mensagens.
E como é que a família do marido reagiu?
"Existe um preconceito grande em relação à mulher brasileira. E ele tinha uma pessoa próxima que trocou a mulher por uma brasileira, e, depois, ela deu o golpe e levou-lhe tudo. Estavam de pé atrás, mas quando a minha sogra me viu, foi muito carinhosa. E os filhos também me aceitaram muito bem", conta. E não tem problemas em tornar público o seu caso, "é uma prova de amor".
Os dados de 2009 do Instituto Nacional de Estatística indicam uma diminuição de casamentos de portuguesas com paquistaneses (15 contra 385, em 2008) e com indianos (23 contra 143), facto que pode ser justificado pela acção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras contra as uniões "por conveniência", proibidas por lei. No ano passado, foram desmanteladas duas importantes redes que promoviam estes casamentos.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
Inspectores do SEF alvo de agressões
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Inspectores do SEF alvo de agressões
por LICÍNIO LIMA
Hoje
As ameaças nos postos de atendimento e no aeroporto têm vindo a aumentar. Sindicato exige reforços
Os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estão a ser vítimas de agressões em vários postos de atendimento da Grande Lisboa, e no aeroporto vêem passageiros forçar a passagem pelo posto de controlo com recurso à violência. Preocupado, o sindicato do sector exige que sejam tomadas medidas urgentes, nomeadamente o reforço do pessoal. A direcção nacional, em declarações ao DN, reconhece as ocorrências, e garante que todas as situações são "resolvidas dentro do quadro legal vigente".
Casos de maior ou menor tensão são comuns nos postos de atendimento onde os imigrantes se dirigem para pedir a emissão ou renovação de licenças de residência e outros documentos. "Naquele momento pode decidir-se uma permanência ou uma expulsão do País", explicou ao DN Nuno Gaspar, presidente da Secção Regional de Lisboa do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF/SEF). Mas, ultimamente, o nervosismo tem dado lugar a violentas cenas de pancadaria. Alguns inspectores têm mesmo sido assistidos no hospital.
A agressão que fez "soar o alarme" aconteceu a 13 destemês no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), na zona dos Anjos, em Lisboa. Um casal cabo-verdiano queria renovar a licença de residência, mas viu-se confrontado com uma multa por atraso no pedido. O funcionário administrativo, vendo o casal proferir ameaças com o intuito de se esquivar ao pagamento, chamou a inspectora adjunta que estava de serviço. Mas, quando a agente policial ainda tentava perceber o que se passava, foi logo manietada pelo homem enquanto a mulher a espancava. Aquele era o seu primeiro dia de trabalho depois de um tempo de baixa em que foi sub-metida a uma intervenção cirúrgica. As agressões obrigaram-na a regressar ao hospital.
Mas, de acordo com Nuno Gaspar, situações idênticas foram detectadas nos postos das Portas de Benfica, em Lisboa, e da Reboleira, na Amadora. "Não exigimos mais dinheiro, nem mais direitos laborais. Simplesmente queremos exercer o nosso trabalho com dignidade", salientou o responsável sindical, frisando que seria fundamental a permanência de dois elementos do SEF em cada um dos postos de atendimento. "Nenhuma força de segurança aconselha a que os seus elementos trabalhem sozinhos", observou.
Mas também no aeroporto de Lisboa, a maior fronteira do País, se registam casos de violência. Durante a noite permanecem ali apenas seis inspectores, e os cerca de 20 durante o dia tanto podem ser suficientes como, em período de maior fluxo aéreo, não chegarem para todas as solicitações.
Várias ocorrências anómalas registaram-se na semana passada. Três portugueses regressados de Inglaterra, ao passar pelo controlo, ameaçaram um dos inspectores, que logo pediu ajuda, sem que tenha conseguido evitar uma mordidela num braço. Na mesma altura chegou a Portugal o cantor angolano Yuri da Cunha que, para evitar a fila normal de controlo, tentou a fila prioritária para as tripulações e pessoas com necessidades especiais. Ao ver barrada a passagem, logo seis elementos da sua comitiva neutralizaram os inspectores. O grupo conseguiu entrar em Portugal sem ser controlado. Ninguém foi detido.
Nuno Gaspar lembra que o concurso para o preenchimento de 31 vagas já se arrasta há dois anos e é urgente meter mais inspectores no aeroporto. "Neste momento o pessoal já tem 2500 dias de compensação para gozar. Mas ninguém goza. Se o fizéssemos o aeroporto fechava", ironizou. "O pessoal trabalha no limite das suas capacidades", garantiu.
Contactada pelo DN, a direcção do SEF informou que continua a decorrer o concurso para a entrada de 31 novos inspectores, o qual "está a ser gerido por critérios de oportunidade do serviço". A entidade disse ainda reconhecer o esforço dos elementos e louvou o profissionalismo com que exercem a sua missão. Lembrou ainda que durante o Verão o contingente do SEF é reforçado no aeroporto com pessoal de outros sectores.
Fartos de serem confundidos com empregados de mesa, os inspectores do SEF do aeroporto querem também mudar as fardas. "De camisa branca e calças cinzentas somos facilmente confundidos com funcionários de empresas de restauração", disse Nuno Gaspar. A direcção nacional concorda, e, ao DN, disse que o projecto de alteração do design do fardamento existe, e já só falta aprovar.
In DN
Inspectores do SEF alvo de agressões
por LICÍNIO LIMA
Hoje
As ameaças nos postos de atendimento e no aeroporto têm vindo a aumentar. Sindicato exige reforços
Os inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) estão a ser vítimas de agressões em vários postos de atendimento da Grande Lisboa, e no aeroporto vêem passageiros forçar a passagem pelo posto de controlo com recurso à violência. Preocupado, o sindicato do sector exige que sejam tomadas medidas urgentes, nomeadamente o reforço do pessoal. A direcção nacional, em declarações ao DN, reconhece as ocorrências, e garante que todas as situações são "resolvidas dentro do quadro legal vigente".
Casos de maior ou menor tensão são comuns nos postos de atendimento onde os imigrantes se dirigem para pedir a emissão ou renovação de licenças de residência e outros documentos. "Naquele momento pode decidir-se uma permanência ou uma expulsão do País", explicou ao DN Nuno Gaspar, presidente da Secção Regional de Lisboa do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização (SCIF/SEF). Mas, ultimamente, o nervosismo tem dado lugar a violentas cenas de pancadaria. Alguns inspectores têm mesmo sido assistidos no hospital.
A agressão que fez "soar o alarme" aconteceu a 13 destemês no Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI), na zona dos Anjos, em Lisboa. Um casal cabo-verdiano queria renovar a licença de residência, mas viu-se confrontado com uma multa por atraso no pedido. O funcionário administrativo, vendo o casal proferir ameaças com o intuito de se esquivar ao pagamento, chamou a inspectora adjunta que estava de serviço. Mas, quando a agente policial ainda tentava perceber o que se passava, foi logo manietada pelo homem enquanto a mulher a espancava. Aquele era o seu primeiro dia de trabalho depois de um tempo de baixa em que foi sub-metida a uma intervenção cirúrgica. As agressões obrigaram-na a regressar ao hospital.
Mas, de acordo com Nuno Gaspar, situações idênticas foram detectadas nos postos das Portas de Benfica, em Lisboa, e da Reboleira, na Amadora. "Não exigimos mais dinheiro, nem mais direitos laborais. Simplesmente queremos exercer o nosso trabalho com dignidade", salientou o responsável sindical, frisando que seria fundamental a permanência de dois elementos do SEF em cada um dos postos de atendimento. "Nenhuma força de segurança aconselha a que os seus elementos trabalhem sozinhos", observou.
Mas também no aeroporto de Lisboa, a maior fronteira do País, se registam casos de violência. Durante a noite permanecem ali apenas seis inspectores, e os cerca de 20 durante o dia tanto podem ser suficientes como, em período de maior fluxo aéreo, não chegarem para todas as solicitações.
Várias ocorrências anómalas registaram-se na semana passada. Três portugueses regressados de Inglaterra, ao passar pelo controlo, ameaçaram um dos inspectores, que logo pediu ajuda, sem que tenha conseguido evitar uma mordidela num braço. Na mesma altura chegou a Portugal o cantor angolano Yuri da Cunha que, para evitar a fila normal de controlo, tentou a fila prioritária para as tripulações e pessoas com necessidades especiais. Ao ver barrada a passagem, logo seis elementos da sua comitiva neutralizaram os inspectores. O grupo conseguiu entrar em Portugal sem ser controlado. Ninguém foi detido.
Nuno Gaspar lembra que o concurso para o preenchimento de 31 vagas já se arrasta há dois anos e é urgente meter mais inspectores no aeroporto. "Neste momento o pessoal já tem 2500 dias de compensação para gozar. Mas ninguém goza. Se o fizéssemos o aeroporto fechava", ironizou. "O pessoal trabalha no limite das suas capacidades", garantiu.
Contactada pelo DN, a direcção do SEF informou que continua a decorrer o concurso para a entrada de 31 novos inspectores, o qual "está a ser gerido por critérios de oportunidade do serviço". A entidade disse ainda reconhecer o esforço dos elementos e louvou o profissionalismo com que exercem a sua missão. Lembrou ainda que durante o Verão o contingente do SEF é reforçado no aeroporto com pessoal de outros sectores.
Fartos de serem confundidos com empregados de mesa, os inspectores do SEF do aeroporto querem também mudar as fardas. "De camisa branca e calças cinzentas somos facilmente confundidos com funcionários de empresas de restauração", disse Nuno Gaspar. A direcção nacional concorda, e, ao DN, disse que o projecto de alteração do design do fardamento existe, e já só falta aprovar.
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Quadruplicaram pedidos de imigrantes para sair de Portugal
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Quadruplicaram pedidos de imigrantes para sair de Portugal
por Célia Paulo, da agência Lusa
Hoje
O número de imigrantes a pedir ajuda para sair de Portugal quadruplicou desde 2006, sendo os brasileiros os que mais recorrem ao Programa de Apoio ao Retorno Voluntário. A crise é uma das justificações avançadas pela Organização Mundial para as Migrações (OIM).
Promovido pela OIM e co-financiado pelo Governo português, o Programa de Apoio ao Retorno Voluntário, que ajuda imigrantes a regressar ao país de origem, está a ser cada vez mais procurado pelos estrangeiros que estão numa situação de "desespero" em Portugal.
"Este programa é destinado a pessoas que não têm outros recursos. Em geral, quem recorre ao apoio está numa situação delicada e em desespero", disse à agência Lusa a representante da OIM em Portugal, Marta Bronzin.
Segundo dados da OIM, o número de pedidos passou dos 252, em 2006, para os 1011, no ano passado. Só nos seis primeiros meses deste ano foram 891 os imigrantes que pediram apoio para regressar ao país de origem, atingindo quase 90 por cento do total das inscrições de 2009.
Os brasileiros são os que mais recorrem ao programa (80 por cento), seguindo-se os angolanos, cabo-verdianos e ucranianos.
Para Marta Bronzin, os brasileiros são os que mais pedem ajuda porque são a maior comunidade estrangeira residente em Portugal, mas também porque o país de origem está actualmente em crescimento económico.
Traçando um perfil geral do candidato ao Programa de Apoio ao Retorno Voluntário, a responsável disse que são homens, jovens, vivem sozinhos e estão em Portugal há cerca de cinco anos.
No entanto, ressalvou que esta tendência está a mudar, tendo em conta que está a aumentar o número de pedidos de famílias, principalmente brasileiros já com crianças nascidas em Portugal.
Marta Bronzin disse também que são cada vez mais os imigrantes com autorização de residência a procurar ajuda, apesar da maioria continuar a ser os ilegais.
"Isto quer dizer que pessoas que já viveram numa fase estável em Portugal, com emprego e situação regularizada, encontram-se agora numa fase em que não é fácil encontrar trabalho para cobrir os custos e enviar dinheiro para o país de origem", disse.
A representante da OIM sublinha que a crise tem contribuído para o aumento das inscrições no programa, sobretudo nos últimos dois anos, quando sofreu uma procura acentuada.
"A razão pela qual as pessoas querem regressar é a falta de emprego, condições precárias e dificuldades em conseguir a legalização", sustentou.
Após o imigrante candidatar-se ao programa, o processo não é imediato, esperando cerca de dois meses por uma resposta. A OIM dá prioridade aos casos mais urgentes e de maior necessidade.
Segundo a OIM, 381 imigrantes regressaram ao país da origem ao abrigo do programa em 2009 e nos seis primeiros meses deste ano 306.
O Programa de Apoio ao Retorno Voluntário foi acordado, em 1997, entre o Governo português e a OIM, com o objectivo de auxiliar imigrantes sem recursos a voltar, de forma "digna e humana", aos seus países de origem.
Entre os benefícios concedidos contam-se, além do pagamento da passagem aérea, um subsídio de bolso de 50 euros, assistência no aeroporto e um subsídio de reintegração.
In DN
Quadruplicaram pedidos de imigrantes para sair de Portugal
por Célia Paulo, da agência Lusa
Hoje
O número de imigrantes a pedir ajuda para sair de Portugal quadruplicou desde 2006, sendo os brasileiros os que mais recorrem ao Programa de Apoio ao Retorno Voluntário. A crise é uma das justificações avançadas pela Organização Mundial para as Migrações (OIM).
Promovido pela OIM e co-financiado pelo Governo português, o Programa de Apoio ao Retorno Voluntário, que ajuda imigrantes a regressar ao país de origem, está a ser cada vez mais procurado pelos estrangeiros que estão numa situação de "desespero" em Portugal.
"Este programa é destinado a pessoas que não têm outros recursos. Em geral, quem recorre ao apoio está numa situação delicada e em desespero", disse à agência Lusa a representante da OIM em Portugal, Marta Bronzin.
Segundo dados da OIM, o número de pedidos passou dos 252, em 2006, para os 1011, no ano passado. Só nos seis primeiros meses deste ano foram 891 os imigrantes que pediram apoio para regressar ao país de origem, atingindo quase 90 por cento do total das inscrições de 2009.
Os brasileiros são os que mais recorrem ao programa (80 por cento), seguindo-se os angolanos, cabo-verdianos e ucranianos.
Para Marta Bronzin, os brasileiros são os que mais pedem ajuda porque são a maior comunidade estrangeira residente em Portugal, mas também porque o país de origem está actualmente em crescimento económico.
Traçando um perfil geral do candidato ao Programa de Apoio ao Retorno Voluntário, a responsável disse que são homens, jovens, vivem sozinhos e estão em Portugal há cerca de cinco anos.
No entanto, ressalvou que esta tendência está a mudar, tendo em conta que está a aumentar o número de pedidos de famílias, principalmente brasileiros já com crianças nascidas em Portugal.
Marta Bronzin disse também que são cada vez mais os imigrantes com autorização de residência a procurar ajuda, apesar da maioria continuar a ser os ilegais.
"Isto quer dizer que pessoas que já viveram numa fase estável em Portugal, com emprego e situação regularizada, encontram-se agora numa fase em que não é fácil encontrar trabalho para cobrir os custos e enviar dinheiro para o país de origem", disse.
A representante da OIM sublinha que a crise tem contribuído para o aumento das inscrições no programa, sobretudo nos últimos dois anos, quando sofreu uma procura acentuada.
"A razão pela qual as pessoas querem regressar é a falta de emprego, condições precárias e dificuldades em conseguir a legalização", sustentou.
Após o imigrante candidatar-se ao programa, o processo não é imediato, esperando cerca de dois meses por uma resposta. A OIM dá prioridade aos casos mais urgentes e de maior necessidade.
Segundo a OIM, 381 imigrantes regressaram ao país da origem ao abrigo do programa em 2009 e nos seis primeiros meses deste ano 306.
O Programa de Apoio ao Retorno Voluntário foi acordado, em 1997, entre o Governo português e a OIM, com o objectivo de auxiliar imigrantes sem recursos a voltar, de forma "digna e humana", aos seus países de origem.
Entre os benefícios concedidos contam-se, além do pagamento da passagem aérea, um subsídio de bolso de 50 euros, assistência no aeroporto e um subsídio de reintegração.
In DN
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Joao Ruiz- Pontos : 32035
PJ detém dois indivíduos de 19 e 41 anos
.
Emigração ilegal
PJ detém dois indivíduos de 19 e 41 anos
A Polícia Judiciária, através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, no âmbito de investigações por crimes de exercício ilícito de actividade de segurança privada, lenocínio e auxilio à emigração ilegal, deteve em flagrante dois homens por crimes de posse de arma proibida e entrada e permanência ilegal em território nacional.
Os detidos, de 19 e 41 anos de idade, irão ser presentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coacção entendias por adequadas.
Manuel Bites in CM, 2011-03-26
In DTM
Emigração ilegal
PJ detém dois indivíduos de 19 e 41 anos
A Polícia Judiciária, através da Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real, no âmbito de investigações por crimes de exercício ilícito de actividade de segurança privada, lenocínio e auxilio à emigração ilegal, deteve em flagrante dois homens por crimes de posse de arma proibida e entrada e permanência ilegal em território nacional.
Os detidos, de 19 e 41 anos de idade, irão ser presentes para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coacção entendias por adequadas.
Manuel Bites in CM, 2011-03-26
In DTM
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Brasileiros são maior comunidade em Portugal
.
Brasileiros são maior comunidade em Portugal
por Lusa
Hoje
Os brasileiros constituem o maior grupo de estrangeiros em Portugal, seguidos dos ucranianos e dos cabo-verdianos, segundo um relatório sobre tendências migratórias apresentado hoje em Bruxelas.
O novo "outlook" das tendências migratórias, com dados relativos a 2009 e uma análise dos fluxos e estatísticas durante a década anterior, foi divulgado hoje em Bruxelas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Segundo o documento, o total de população estrangeira em Portugal era, em 2009, de 457.000, um aumento em relação aos 443.000 registados em 2008. "O maior grupo é o dos brasileiros (que respondem por 26 por cento do total da população estrangeira com uma autorização de residência válida), seguidos dos ucranianos (12 por cento) e dos cabo-verdianos (11 por cento)", afirma o documento.
O estudo da OCDE indica também que "o número de naturalizações continua a subir e atingiu um novo pico de 25.500 em 2009, acima de sete vezes mais do que o nível de 2006".
A maior parte das naturalizações tem origem nos PALOP (cerca de 40 por cento), "em particular de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola, e do Brasil (cerca de 15 por cento)".
O documento da OCDE assinala que "estas comunidades vivem há mais tempo em Portugal (e por isso estão em melhores condições para satisfazer os seis anos de residência legal) e também cumprem automaticamente as exigências de Língua Portuguesa".
O documento assinala que, "apesar disso, o peso de outros grupos, como os moldavos (cerca de 11 por cento), ucranianos (4 por cento) e indianos (4 por cento), está a aumentar".
O "outlook" da OCDE sobre migrações no espaço dos países membros indica também que "Portugal está entre os países que recebe um número mais baixo de pedidos de asilo". Em 2009, foram recebidas apenas 139 pedidos, "um novo declínio em relação aos 161 pedidos recebidos em 2008".
O documento sublinha, entretanto, que "as estimativas baseadas em novas autorizações de residência e nos vistos de longa duração sugerem que apesar da difícil situação económica em geral em Portugal, os fluxos de migração foram ligeiramente mais altos em 2009 do que em 2008".
A OCDE conclui também que "a imigração lusófona recuperou importância", assinalando o aumento dos fluxos da Europa de Leste (14 por cento) e da China (8 por cento).
O número de vistos de longa duração para cidadãos não comunitários continuou, porém, a descer, com um terço dos pedidos relativos a reunião familiar e apenas 20 por cento relativos a vistos de trabalho, "cerca de 3.000, abaixo da quota indicativa de 3.800 fixada pelo governo".
A OCDE nota que "continua a ser difícil obter dados exatos sobre fluxos migratórios em Portugal, porque as fontes disponíveis misturam diferentes situações (por exemplo novas entradas e mudanças de estatuto) e não conseguem registar todo o impacto de alguns fluxos, nomeadamente o fluxo de nacionais de países da União Europeia".
In DN
Brasileiros são maior comunidade em Portugal
por Lusa
Hoje
Os brasileiros constituem o maior grupo de estrangeiros em Portugal, seguidos dos ucranianos e dos cabo-verdianos, segundo um relatório sobre tendências migratórias apresentado hoje em Bruxelas.
O novo "outlook" das tendências migratórias, com dados relativos a 2009 e uma análise dos fluxos e estatísticas durante a década anterior, foi divulgado hoje em Bruxelas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE).
Segundo o documento, o total de população estrangeira em Portugal era, em 2009, de 457.000, um aumento em relação aos 443.000 registados em 2008. "O maior grupo é o dos brasileiros (que respondem por 26 por cento do total da população estrangeira com uma autorização de residência válida), seguidos dos ucranianos (12 por cento) e dos cabo-verdianos (11 por cento)", afirma o documento.
O estudo da OCDE indica também que "o número de naturalizações continua a subir e atingiu um novo pico de 25.500 em 2009, acima de sete vezes mais do que o nível de 2006".
A maior parte das naturalizações tem origem nos PALOP (cerca de 40 por cento), "em particular de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Angola, e do Brasil (cerca de 15 por cento)".
O documento da OCDE assinala que "estas comunidades vivem há mais tempo em Portugal (e por isso estão em melhores condições para satisfazer os seis anos de residência legal) e também cumprem automaticamente as exigências de Língua Portuguesa".
O documento assinala que, "apesar disso, o peso de outros grupos, como os moldavos (cerca de 11 por cento), ucranianos (4 por cento) e indianos (4 por cento), está a aumentar".
O "outlook" da OCDE sobre migrações no espaço dos países membros indica também que "Portugal está entre os países que recebe um número mais baixo de pedidos de asilo". Em 2009, foram recebidas apenas 139 pedidos, "um novo declínio em relação aos 161 pedidos recebidos em 2008".
O documento sublinha, entretanto, que "as estimativas baseadas em novas autorizações de residência e nos vistos de longa duração sugerem que apesar da difícil situação económica em geral em Portugal, os fluxos de migração foram ligeiramente mais altos em 2009 do que em 2008".
A OCDE conclui também que "a imigração lusófona recuperou importância", assinalando o aumento dos fluxos da Europa de Leste (14 por cento) e da China (8 por cento).
O número de vistos de longa duração para cidadãos não comunitários continuou, porém, a descer, com um terço dos pedidos relativos a reunião familiar e apenas 20 por cento relativos a vistos de trabalho, "cerca de 3.000, abaixo da quota indicativa de 3.800 fixada pelo governo".
A OCDE nota que "continua a ser difícil obter dados exatos sobre fluxos migratórios em Portugal, porque as fontes disponíveis misturam diferentes situações (por exemplo novas entradas e mudanças de estatuto) e não conseguem registar todo o impacto de alguns fluxos, nomeadamente o fluxo de nacionais de países da União Europeia".
In DN
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Estrangeiros em Portugal diminuíram 2% em 2010
.
Estrangeiros em Portugal diminuíram 2% em 2010
por Lusa
Hoje
O número de estrangeiros a viver em Portugal diminuiu quase dois por cento em 2010, com a comunidade brasileira a continuar a ser a mais representativa e a romena a liderar no conjunto dos países da União Europeia.
Segundo dados do Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), elaborado pelo Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em Dezembro de 2010 existiam em Portugal cerca de 445.262 cidadãos estrangeiros, menos 1,97 por cento do que em 2009.
O decréscimo da população estrangeira no país "quebra a continuidade do crescimento sustentado que caracterizou a comunidade estrangeira em Portugal nos últimos anos", refere o relatório.
Entre as possíveis justificações para este decréscimo, e "não ingnorando as repercussões da atual crise" nas migrações, o SEF adianta que houve "um crescimento do acesso à nacionalidade portuguesa por parte de estrangeiros residentes".
As nacionalidades mais representativas continuam a ser o Brasil, Ucrânia, Cabo Verde, Roménia, Angola e Guiné-Bissau.
O Brasil mantém-se como a comunidade estrangeira mais representativa, com um total de 119.363 residentes, mantendo a tendência de crescimento sustentado, que ocorre desde o início do século XXI.
A par do decréscimo global de estrangeiros residentes em Portugal, diminuíram as populações de Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, comunidades estrangeiras tradicionais em Portugal e dos designados novos fluxos migratórios do Leste Europeu (Ucrânia e Moldávia).
No item dedicado ao Asilo e Protecção Internacional, o documento do SEF indica que o número de pedidos de asilo em Portugal foi de 160, mais 15,11% do que no ano anterior.
O SEF concedeu seis estatutos de refugiado a cidadãos de países africanos e asiáticos (três em 2009), e 51 autorizações de residência por razões humanitárias (45 em 2009), maioritariamente a cidadãos africanos.
Em 2010 foram reinstalados em Portugal 33 refugiados, de sete nacionalidades, que se encontravam sob proteção do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), nomeadamente da Ucrânia, Síria, Líbia, Bielorrússia e Moçambique.
Quanto à concessão da nacionalidade portuguesa foram apresentados 32.415 pedidos de parecer, destacando-se os pedidos de cidadãos dos Países de Língua, mas também do leste europeu (Moldávia e Ucrânia).
O SEF emitiu 17.376 pareces para acesso à nacionalidade, 17.095 dos quais positivos.
No capítulo dedicado à integração de imigrantes, o relatório indica que Portugal foi classificado em Primeiro lugar pelo MIPEX II (Migrant Integration Policy Index) no ranking das políticas de reagrupamento familiar e em quarto lugar no acesso dos imigrantes a autorizações de residência permanentes.
Destacam-se ainda os programas "SEF em movimento" para pessoas com dificuldades de deslocação, e "SEF vai à escola", destinado à regularização documental de menores que frequentam o ensino português.
Foi também lançado o SISTEMA ISU - Interface SEF-Universidades para validação simplificada da situação documental de estrangeiros que frequentem o ensino superior, implementado na Universidade de Lisboa, Universidade de Aveiro, no Instituto Politécnico de Bragança e na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
In DN
Estrangeiros em Portugal diminuíram 2% em 2010
por Lusa
Hoje
O número de estrangeiros a viver em Portugal diminuiu quase dois por cento em 2010, com a comunidade brasileira a continuar a ser a mais representativa e a romena a liderar no conjunto dos países da União Europeia.
Segundo dados do Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), elaborado pelo Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em Dezembro de 2010 existiam em Portugal cerca de 445.262 cidadãos estrangeiros, menos 1,97 por cento do que em 2009.
O decréscimo da população estrangeira no país "quebra a continuidade do crescimento sustentado que caracterizou a comunidade estrangeira em Portugal nos últimos anos", refere o relatório.
Entre as possíveis justificações para este decréscimo, e "não ingnorando as repercussões da atual crise" nas migrações, o SEF adianta que houve "um crescimento do acesso à nacionalidade portuguesa por parte de estrangeiros residentes".
As nacionalidades mais representativas continuam a ser o Brasil, Ucrânia, Cabo Verde, Roménia, Angola e Guiné-Bissau.
O Brasil mantém-se como a comunidade estrangeira mais representativa, com um total de 119.363 residentes, mantendo a tendência de crescimento sustentado, que ocorre desde o início do século XXI.
A par do decréscimo global de estrangeiros residentes em Portugal, diminuíram as populações de Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau, comunidades estrangeiras tradicionais em Portugal e dos designados novos fluxos migratórios do Leste Europeu (Ucrânia e Moldávia).
No item dedicado ao Asilo e Protecção Internacional, o documento do SEF indica que o número de pedidos de asilo em Portugal foi de 160, mais 15,11% do que no ano anterior.
O SEF concedeu seis estatutos de refugiado a cidadãos de países africanos e asiáticos (três em 2009), e 51 autorizações de residência por razões humanitárias (45 em 2009), maioritariamente a cidadãos africanos.
Em 2010 foram reinstalados em Portugal 33 refugiados, de sete nacionalidades, que se encontravam sob proteção do Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), nomeadamente da Ucrânia, Síria, Líbia, Bielorrússia e Moçambique.
Quanto à concessão da nacionalidade portuguesa foram apresentados 32.415 pedidos de parecer, destacando-se os pedidos de cidadãos dos Países de Língua, mas também do leste europeu (Moldávia e Ucrânia).
O SEF emitiu 17.376 pareces para acesso à nacionalidade, 17.095 dos quais positivos.
No capítulo dedicado à integração de imigrantes, o relatório indica que Portugal foi classificado em Primeiro lugar pelo MIPEX II (Migrant Integration Policy Index) no ranking das políticas de reagrupamento familiar e em quarto lugar no acesso dos imigrantes a autorizações de residência permanentes.
Destacam-se ainda os programas "SEF em movimento" para pessoas com dificuldades de deslocação, e "SEF vai à escola", destinado à regularização documental de menores que frequentam o ensino português.
Foi também lançado o SISTEMA ISU - Interface SEF-Universidades para validação simplificada da situação documental de estrangeiros que frequentem o ensino superior, implementado na Universidade de Lisboa, Universidade de Aveiro, no Instituto Politécnico de Bragança e na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
In DN
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SEF detém suspeita de explorar sexualmente compatriotas
.
SEF detém suspeita de explorar sexualmente compatriotas
por Lusa
Hoje
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou hoje a detenção de uma mulher, com 35 anos, de nacionalidade estrangeira, por suspeita de angariar e explorar sexualmente as suas compatriotas, que ficou em prisão preventiva.
De acordo com o comunicado do SEF, a operação, realizada na passada quinta-feira, numa casa localizada no Porto, resultou na "detenção da principal suspeita, de nacionalidade estrangeira, de angariar e explorar sexualmente as suas compatriotas".
"A cidadã detida, agora arguida, procedia ao controlo de toda a atividade: contactava cidadãs estrangeiras para que estas viessem trabalhar para Portugal, sendo que as recebia aquando da chegada a território nacional, transportava e instalava numa vivenda na cidade do Porto, bem como articulava a exploração, nomeadamente, através de marcações com clientes e negociação dos valores envolvidos", explicou em comunicado o SEF.
Na sexta-feira, a mulher de 35 anos foi presente a Tribunal, tendo-lhe sido decretada, como medida de coação, a prisão preventiva. Desta operação, realizada no âmbito de uma investigação que visa os crimes de auxílio à imigração ilegal, lenocínio e tráfico de pessoas, resultou ainda a apreensão de vários documentos e objetos relacionados com a prática do lenocínio, bem como uma considerável quantia em dinheiro, avança o organismo dotado de competências na área da imigração e asilo.
In DN
SEF detém suspeita de explorar sexualmente compatriotas
por Lusa
Hoje
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou hoje a detenção de uma mulher, com 35 anos, de nacionalidade estrangeira, por suspeita de angariar e explorar sexualmente as suas compatriotas, que ficou em prisão preventiva.
De acordo com o comunicado do SEF, a operação, realizada na passada quinta-feira, numa casa localizada no Porto, resultou na "detenção da principal suspeita, de nacionalidade estrangeira, de angariar e explorar sexualmente as suas compatriotas".
"A cidadã detida, agora arguida, procedia ao controlo de toda a atividade: contactava cidadãs estrangeiras para que estas viessem trabalhar para Portugal, sendo que as recebia aquando da chegada a território nacional, transportava e instalava numa vivenda na cidade do Porto, bem como articulava a exploração, nomeadamente, através de marcações com clientes e negociação dos valores envolvidos", explicou em comunicado o SEF.
Na sexta-feira, a mulher de 35 anos foi presente a Tribunal, tendo-lhe sido decretada, como medida de coação, a prisão preventiva. Desta operação, realizada no âmbito de uma investigação que visa os crimes de auxílio à imigração ilegal, lenocínio e tráfico de pessoas, resultou ainda a apreensão de vários documentos e objetos relacionados com a prática do lenocínio, bem como uma considerável quantia em dinheiro, avança o organismo dotado de competências na área da imigração e asilo.
In DN
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Casamentos legalizavam imigrantes
.
«Operação Cupido»
Casamentos legalizavam imigrantes
A GNR de Vila Real desmantelou uma rede criminosa, no Alto Tâmega, que se dedicava à angariação de homens para simularem casamentos ou casarem com cidadãs estrangeiras, em Portugal e em Espanha, tendo em vista a legalização das imigrantes, que pagavam até 3500 euros. Cada homem recrutado recebia entre 1500 e 2000 euros.
O principal suspeito, de 41 anos, da rede apanhada na «Operação Cupido», encontra-se a cumprir sete anos de prisão. Outros três homens envolvidos encontram-se também na cadeia.
, 2012-01-25
In DTM
«Operação Cupido»
Casamentos legalizavam imigrantes
A GNR de Vila Real desmantelou uma rede criminosa, no Alto Tâmega, que se dedicava à angariação de homens para simularem casamentos ou casarem com cidadãs estrangeiras, em Portugal e em Espanha, tendo em vista a legalização das imigrantes, que pagavam até 3500 euros. Cada homem recrutado recebia entre 1500 e 2000 euros.
O principal suspeito, de 41 anos, da rede apanhada na «Operação Cupido», encontra-se a cumprir sete anos de prisão. Outros três homens envolvidos encontram-se também na cadeia.
, 2012-01-25
In DTM
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SEF identifica 30 pessoas em Vila Real
.
Permanência ilegal no país
SEF identifica 30 pessoas em Vila Real
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou hoje a identificação de 30 pessoas em Vila Real, por permanência ilegal no país e suspeitas de crime de burla e falsificação de documentos.
Este serviço de segurança avançou, em comunicado enviado à Lusa, que as ações de fiscalização, realizadas em dois estabelecimentos noturnos de Vila Real, tiveram como objetivo controlar a permanência de cidadãos estrangeiros em Portugal e dissuadir a exploração de mão-de-obra ilegal.
Os donos dos espaços, segundo o SEF, incorrem em multas que podem ir até aos 2.000 euros.
Dando cumprimento a um mandado de detenção emitido pelo tribunal, o SEF deteve uma mulher, de nacionalidade estrangeira, suspeita da prática de crime de burla e falsificação de documentos tendo, ainda, sido constituída arguida por posse de arma ilegal.
Num dos bares, este serviço de segurança deteve uma cidadã estrangeira por permanência ilegal no país, tendo sido obrigada pelo Tribunal de Vila Real a apresentar-se, de 15 em 15 dias, às autoridades policiais da sua área de residência.
O SEF notificou ainda duas pessoas para abandonar voluntariamente Portugal, sob pena de incorrer em afastamento coercivo em caso de incumprimento, e outras duas para comparecer na sua delegação.
TVI, 2013-11-11
Permanência ilegal no país
SEF identifica 30 pessoas em Vila Real
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) anunciou hoje a identificação de 30 pessoas em Vila Real, por permanência ilegal no país e suspeitas de crime de burla e falsificação de documentos.
Este serviço de segurança avançou, em comunicado enviado à Lusa, que as ações de fiscalização, realizadas em dois estabelecimentos noturnos de Vila Real, tiveram como objetivo controlar a permanência de cidadãos estrangeiros em Portugal e dissuadir a exploração de mão-de-obra ilegal.
Os donos dos espaços, segundo o SEF, incorrem em multas que podem ir até aos 2.000 euros.
Dando cumprimento a um mandado de detenção emitido pelo tribunal, o SEF deteve uma mulher, de nacionalidade estrangeira, suspeita da prática de crime de burla e falsificação de documentos tendo, ainda, sido constituída arguida por posse de arma ilegal.
Num dos bares, este serviço de segurança deteve uma cidadã estrangeira por permanência ilegal no país, tendo sido obrigada pelo Tribunal de Vila Real a apresentar-se, de 15 em 15 dias, às autoridades policiais da sua área de residência.
O SEF notificou ainda duas pessoas para abandonar voluntariamente Portugal, sob pena de incorrer em afastamento coercivo em caso de incumprimento, e outras duas para comparecer na sua delegação.
TVI, 2013-11-11
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