Dois técnicos, dois destinos
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Dois técnicos, dois destinos
Dois técnicos, dois destinos
Categorias dos posts: esporte
Ricardo Acampora | 15:54, quinta-feira, 15 julho 2010
Comentários (0)
Ao ler o anúncio da AFA confirmando Diego Maradona no comando da seleção argentina até a Copa de 2014, fiquei pensando que lições o Dunga poderia tirar olhando para o rival.
Confesso que não encontrei uma resposta evidente. Afinal, se compararmos as trajetórias dos dois técnicos à frente das seleções de Brasil e Argentina, vamos encontrar paralelos e discrepâncias, como na célebre história de Charles Dickens, Tale of Two Cities.
Curiosamente, ambos defenderam o escrete nacional 91 vezes. E ambos foram indicados para dirigir a seleção de seus países tendo pouca (Maradona) ou nenhuma (Dunga) experiência como técnico.
Os dois tiveram uma relação com a torcida e imprensa marcada por altos e baixos, mas são extremamente respeitados por seus jogadores.
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Dunga assumiu o escrete brasileiro em 2006 e conquistou a Copa América, a Copa das Confederações e ainda classificou o Brasil em primeiro lugar nas Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo.
Maradona só assumiu o comando da Argentina em 2008 e penou para classificar a blanco-celeste para a Copa da África. Terminou as Eliminatórias em 4º, último lugar com entrada direta na Copa, sem precisar da repescagem, que sobrou para o Uruguai.
Dunga foi vaiado intensamente, xingado de burro pela torcida e tratado com desconfiança por grande parte da imprensa esportiva, por teimar em colocar em campo um time excessivamente defensivo.
Durante a campanha irregular das Eliminatórias, Maradona também foi vaiado, principalmente depois da goleada de 6 a 1 imposta pela Bolívia e da derrota por 3 a 1 perante o Brasil, em Rosário, e viu sua relação com a imprensa argentina deteriorar-se.
Depois da classificação obtida no último jogo, Maradona ofendeu os jornalistas e acabou suspenso pela Fifa pelos palavrões ditos durante a entrevista coletiva.
Ao chegar na Copa, Dunga dividia as opiniões dos torcedores. Deixou para trás Ronaldinho, Adriano, Neymar e Ganso e fechou com o grupo que vinha utilizando.
O técnico fechou a porta da concentração, impediu o que chamou de acesso excessivo da imprensa e acabou comprando briga com a Rede Globo depois de xingar um jornalista da emissora. Mas Dunga conseguiu o apoio de 70% do povo brasileiro.
Maradona não levou Riquelme, Zannetti e nem Cambiasso, mas, como Dunga, também conquistou o apoio da torcida. Apesar de continuar com uma defesa fraca, o time argentino tinha força ofensiva.
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Depois da partida de estreia, Brasil e Argentina passaram a encantar o mundo pelo bom futebol que jogavam. A defesa do Brasil e o ataque da Argentina foram muito elogiados por jornalistas do mundo inteiro.
Mas as duas equipes acabaram sendo eliminadas da Copa, ambas por times europeus, ambas nas quartas-de-final.
Tanto Dunga como Maradona não tiveram nenhuma resposta tática à estratégia dos técnicos Joachim Loew, da Alemanha, e Bert van Marwijk, da Holanda. Os dois decepcionaram como comandantes, pois não tiveram respostas à armadilha adversária.
Na beira do campo, Maradona e Dunga se limitaram a ver seus times perderem os espaços e, sem esboçar reação, perderam a chance de vencer a Copa do Mundo.
De volta a seus países, os destinos de Dunga e Maradona seguiram caminhos distintos. Enquanto o técnico brasileiro foi sumariamente demitido pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, numa ligação telefônica, a federação de futebol argentina anunciou que Maradona continua no comando da seleção até a Copa de 2014.
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Ricardo Acampora | 15:54, quinta-feira, 15 julho 2010
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Ao ler o anúncio da AFA confirmando Diego Maradona no comando da seleção argentina até a Copa de 2014, fiquei pensando que lições o Dunga poderia tirar olhando para o rival.
Confesso que não encontrei uma resposta evidente. Afinal, se compararmos as trajetórias dos dois técnicos à frente das seleções de Brasil e Argentina, vamos encontrar paralelos e discrepâncias, como na célebre história de Charles Dickens, Tale of Two Cities.
Curiosamente, ambos defenderam o escrete nacional 91 vezes. E ambos foram indicados para dirigir a seleção de seus países tendo pouca (Maradona) ou nenhuma (Dunga) experiência como técnico.
Os dois tiveram uma relação com a torcida e imprensa marcada por altos e baixos, mas são extremamente respeitados por seus jogadores.
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Dunga assumiu o escrete brasileiro em 2006 e conquistou a Copa América, a Copa das Confederações e ainda classificou o Brasil em primeiro lugar nas Eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo.
Maradona só assumiu o comando da Argentina em 2008 e penou para classificar a blanco-celeste para a Copa da África. Terminou as Eliminatórias em 4º, último lugar com entrada direta na Copa, sem precisar da repescagem, que sobrou para o Uruguai.
Dunga foi vaiado intensamente, xingado de burro pela torcida e tratado com desconfiança por grande parte da imprensa esportiva, por teimar em colocar em campo um time excessivamente defensivo.
Durante a campanha irregular das Eliminatórias, Maradona também foi vaiado, principalmente depois da goleada de 6 a 1 imposta pela Bolívia e da derrota por 3 a 1 perante o Brasil, em Rosário, e viu sua relação com a imprensa argentina deteriorar-se.
Depois da classificação obtida no último jogo, Maradona ofendeu os jornalistas e acabou suspenso pela Fifa pelos palavrões ditos durante a entrevista coletiva.
Ao chegar na Copa, Dunga dividia as opiniões dos torcedores. Deixou para trás Ronaldinho, Adriano, Neymar e Ganso e fechou com o grupo que vinha utilizando.
O técnico fechou a porta da concentração, impediu o que chamou de acesso excessivo da imprensa e acabou comprando briga com a Rede Globo depois de xingar um jornalista da emissora. Mas Dunga conseguiu o apoio de 70% do povo brasileiro.
Maradona não levou Riquelme, Zannetti e nem Cambiasso, mas, como Dunga, também conquistou o apoio da torcida. Apesar de continuar com uma defesa fraca, o time argentino tinha força ofensiva.
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Depois da partida de estreia, Brasil e Argentina passaram a encantar o mundo pelo bom futebol que jogavam. A defesa do Brasil e o ataque da Argentina foram muito elogiados por jornalistas do mundo inteiro.
Mas as duas equipes acabaram sendo eliminadas da Copa, ambas por times europeus, ambas nas quartas-de-final.
Tanto Dunga como Maradona não tiveram nenhuma resposta tática à estratégia dos técnicos Joachim Loew, da Alemanha, e Bert van Marwijk, da Holanda. Os dois decepcionaram como comandantes, pois não tiveram respostas à armadilha adversária.
Na beira do campo, Maradona e Dunga se limitaram a ver seus times perderem os espaços e, sem esboçar reação, perderam a chance de vencer a Copa do Mundo.
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