Ora então vamos lá às 340 cabras desavergonhadas
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: "Revolta em marcha" :: Caixote para esmolas politicas :: Vomitorio para almas empenadas o :: Armazenagem de temas
Página 1 de 1
Ora então vamos lá às 340 cabras desavergonhadas
Ora então vamos lá às
340 cabras desavergonhadas
Ana Matos Pires
Já se tornou um hábito, nestes anos pós Referendo, a leitura
catastrofista sobre os números do aborto por esta altura do ano. A coisa
é mais ou menos como o Natal, é quando um gajo quiser. Então foi assim,
à anteriori estimativas entre 20 e 25.000 abortos por ano eram
falsas e manipuladoras, não havia assim tantas mulheres em risco (de
prisão e de vida) e, por isso, não havia qualquer justificação para que a
lei fosse alterada. Depois, no final do primeiro semestre, aqui d'el
rei que, como se provava, a realidade nada tinha a ver com as
estimativas. Posteriormente credo, Jesus, Maria que os números
dispararam e andam essas gajas todas a abortar que nem umas bezerras
desmamadas, ainda pra mais "à pala"- não sem que tenha deixado de ler
algures, estupefacta, que a gravidez na adolescência era um fenómeno
"residual". Valha-nos ó menos a redução da cabrice de se fazer do aborto
um método contraceptivo de eleição, pois que agora parece que tal
epíteto só se aplica a quem repete o aborto num determinado período de
tempo.
A ligeireza com que se opina e se acha isto e aquilo sem qualquer
preocupação séria espanta-me. Misturam-se notícias com opinião,
baralham-se indíces epidemiológicos indicadores de eficácia
contraceptiva com taxas de natalidade, tiram-se conclusões não
legitimadas e, maravilha das maravilhas, discorre-se sobre a interrupção
voluntária da gravidez por oposição ao número de nados vivos - mas
então o "pecado" e o "crime" não é o aborto em si mesmo? Mais ainda,
chega a defender-se, em termos "técnicos", que a objecção de consciência
- definida como uma posição subjectiva que determina o não-cumprimento
de obrigações e a não-prática de actos legalmente previstos, por
convicções próprias do sujeito, estando este incumprimento isento de
quaisquer sanções - deixe de ser feita em relação aos actos respeitantes
à interrupção voluntária da gravidez, como é assinalado no número1 do
artigo 6º da Lei nº 16/2007. A objecção de consciência diz respeito ao
acto, não ao juízo de valor sobre as causas que subjazem ao dito, e não
pode, por isso, ser determinada pelo facto do aborto ser feito por
indicação médica ou por opção da mulher e, neste último caso, porque o
preservativo rompeu, por efeito de interacção medicamentosa com a pílula
ou por mau uso das alternativas contraceptivas.
Avaliar os efeitos da regulamentação da lei, nomeadamente no que
respeita aos aspectos relativos à saúde sexual e reprodutiva, e
complementá-la com uma maior informação nesta área da saúde - com mais
formação e maior investimento na educação para a saúde na escola, por
exemplo - parecem-me excelentes propósitos, a desenvolver com
sustentação e nunca como pensos rápidos ou remendos, qual saco de
serapilheira. Usar demagógica e depreciativamente as 340 mulheres que no
decorrer do ano passado abortaram mais do que uma vez é maldade e
estupidez. Quem são estas mulheres? Qual o seu perfil sócio-demográfico?
A que faixa etária pertence a maioria? Quantas delas fizeram a consulta
de acompanhamento pós-ivg? Mais importante que discutir o correctivo a
aplicar a estas "taradas irresponsáveis que andam a gastar, por gosto, o
nosso nartel" é, com toda a certeza, perceber o que se está a passar
para reduzir o fenómeno - que nunca, mas mesmo nunca, será igual a zero,
há que o dizer com toda a frontalidade.
340 cabras desavergonhadas
Ana Matos Pires
Já se tornou um hábito, nestes anos pós Referendo, a leitura
catastrofista sobre os números do aborto por esta altura do ano. A coisa
é mais ou menos como o Natal, é quando um gajo quiser. Então foi assim,
à anteriori estimativas entre 20 e 25.000 abortos por ano eram
falsas e manipuladoras, não havia assim tantas mulheres em risco (de
prisão e de vida) e, por isso, não havia qualquer justificação para que a
lei fosse alterada. Depois, no final do primeiro semestre, aqui d'el
rei que, como se provava, a realidade nada tinha a ver com as
estimativas. Posteriormente credo, Jesus, Maria que os números
dispararam e andam essas gajas todas a abortar que nem umas bezerras
desmamadas, ainda pra mais "à pala"- não sem que tenha deixado de ler
algures, estupefacta, que a gravidez na adolescência era um fenómeno
"residual". Valha-nos ó menos a redução da cabrice de se fazer do aborto
um método contraceptivo de eleição, pois que agora parece que tal
epíteto só se aplica a quem repete o aborto num determinado período de
tempo.
A ligeireza com que se opina e se acha isto e aquilo sem qualquer
preocupação séria espanta-me. Misturam-se notícias com opinião,
baralham-se indíces epidemiológicos indicadores de eficácia
contraceptiva com taxas de natalidade, tiram-se conclusões não
legitimadas e, maravilha das maravilhas, discorre-se sobre a interrupção
voluntária da gravidez por oposição ao número de nados vivos - mas
então o "pecado" e o "crime" não é o aborto em si mesmo? Mais ainda,
chega a defender-se, em termos "técnicos", que a objecção de consciência
- definida como uma posição subjectiva que determina o não-cumprimento
de obrigações e a não-prática de actos legalmente previstos, por
convicções próprias do sujeito, estando este incumprimento isento de
quaisquer sanções - deixe de ser feita em relação aos actos respeitantes
à interrupção voluntária da gravidez, como é assinalado no número1 do
artigo 6º da Lei nº 16/2007. A objecção de consciência diz respeito ao
acto, não ao juízo de valor sobre as causas que subjazem ao dito, e não
pode, por isso, ser determinada pelo facto do aborto ser feito por
indicação médica ou por opção da mulher e, neste último caso, porque o
preservativo rompeu, por efeito de interacção medicamentosa com a pílula
ou por mau uso das alternativas contraceptivas.
Avaliar os efeitos da regulamentação da lei, nomeadamente no que
respeita aos aspectos relativos à saúde sexual e reprodutiva, e
complementá-la com uma maior informação nesta área da saúde - com mais
formação e maior investimento na educação para a saúde na escola, por
exemplo - parecem-me excelentes propósitos, a desenvolver com
sustentação e nunca como pensos rápidos ou remendos, qual saco de
serapilheira. Usar demagógica e depreciativamente as 340 mulheres que no
decorrer do ano passado abortaram mais do que uma vez é maldade e
estupidez. Quem são estas mulheres? Qual o seu perfil sócio-demográfico?
A que faixa etária pertence a maioria? Quantas delas fizeram a consulta
de acompanhamento pós-ivg? Mais importante que discutir o correctivo a
aplicar a estas "taradas irresponsáveis que andam a gastar, por gosto, o
nosso nartel" é, com toda a certeza, perceber o que se está a passar
para reduzir o fenómeno - que nunca, mas mesmo nunca, será igual a zero,
há que o dizer com toda a frontalidade.
Vitor mango- Pontos : 117496
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: "Revolta em marcha" :: Caixote para esmolas politicas :: Vomitorio para almas empenadas o :: Armazenagem de temas
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos