BTT 2010 - 2011

Orientação em BTT

Vicente de Moura defende entrada da Orientação no Projecto Olímpico

Presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP) expressou o desejo de que Portugal possa ter uma «boa participação« nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

O presidente do COP, Vicente de Moura, defendeu a ideia de tornar a Orientação uma modalidade olímpica e manifestou o desejo de que Portugal possa «ter uma boa participação» nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.

“A Orientação, nomeadamente em BTT, tem algo importantíssimo: mistura a prática desportiva ao respeito ambiental, o ‘fair play’, a solidariedade, a cooperação, a filosofia olímpica, enfim, todos os benefícios olímpicos. Tem tudo o que o espírito olímpico – o que o barão Pierre de Cobertein preconizava há mais de 100 anos – tem: contribui para a auto-estima de todos os povos, principalmente a dos portugueses”, referiu Vicente de Moura, no decorrer do Campeonato do Mundo de Seniores e Juniores de Orientação em BTT a decorrer na região de Montalegre.

O presidente do COP, que participou na Cerimónia de Abertura do Campeonato do Mundo, organizado pela Federação Portuguesa de Orientação, manifestou-se agradado com a ideia de a Orientação em BTT participar “no projecto olímpico” e notou que a modalidade “tem os requisitos exigidos a uma modalidade Olímpica”.

“É preciso que seja praticada em três continentes, e é. Em setenta e tal países, e também é. Só precisa de mais divulgação e de fazer uma boa proposta de adesão ao Comité Internacional. Por mim, já estou conquistado”, disse.

José Vicente Moura salientou ainda estar “encantado com Montalegre”, uma região “preparada para receber turismo internacional e nacional”, pelo que anunciou que o Comité vai propor a realização de um evento, sem especificar em que modalidade.

“Pode se trazer atletas de judo a Montalegre ou novamente da Orientação em BTT, para que se perceba que Montalegre está perto da fronteira, mas é Portugal”, reforçou, sublinhando que o Campeonato do Mundo de Seniores e Juniores de Orientação em BTT, que se prolonga até 18 de Julho, “é uma organização difícil, mas muito bem conseguida, com uma capacidade de orientação muito bem dirigida”.

Paulo Reis, Semanário Transmontano, 2010-07-18

Adrian Jackson renova título


Orientação em BTT: Português Daniel Marques falha TOP10 por um segundo


A primeira final do Campeonato do Mundo de Orientação em BTT, a prova de Sprint (desta vez em contexto exclusivamente urbano), confirmou o favoritismo do australiano Adrian Jackson, que reconquistou domingo, em Chaves, o título de Campeão do Mundo de Sprint, tal como o fez no ano passado em Israel.

A pouco mais de um minuto do Campeão do Mundo terminou o português Daniel Marques, que cumpriu uma incrível prova, que o deixou mesmo à porta do TOP 10 Mundial, o objectivo para este campeonato. Daniel ficou em 11º lugar, a apenas um segundo do tão desejado número 10, - para desilusão do público de Chaves presente no Estádio Municipal - um sabor amargo que não desmotiva o atleta.

“É verdade. Foi no último controlo que fiz um erro e perdi 30 segundos. Foi aí que fiquei fora do Top10. Mas ainda há muito pela frente. Tenho a Distância Média e estou convicto que na Estafeta vamos fazer o melhor resultado de sempre, isto é, baixar o 10º lugar obtido em Israel e na Eslováquia”, afirmou o atleta português no final da prova.

Desiludido com o Sprint Urbano ficou o jovem Davide Machado, que apenas conseguiu cortar a linha de chegada em 49º lugar. Paulo Alípio foi 52º e Joel Morgado 65º.

Notável foi a classificação obtida pela experiente Susana Pontes, que obteve um 18º lugar na competitiva categoria sénior em que a polaca Anna Kaminska sagrou-se campeã do Mundo de Sprint seguida pela suíça Christine Schffner e a checa Martina Tichovska.

Em Juniores, a checa Marie Brezinova e o russo Grigory Medvedev conquistaram o ouro nas suas categorias. João Figueiredo foi o jovem português que mais se destacou nesta classe (27º), seguido de João Palhinha (43º) e Tiago Silva (47º).

Inédita, e uma surpresa para os atletas por ter ocorrido em ambiente exclusivamente urbano, a final de Sprint do Campeonato do Mundo de Orientação em BTT, obrigou ao corte das ruas, de estradas e a uma maior concentração por parte dos atletas mais habituados a orientar-se em zonas de mato e floresta.

O Campeão do Mundo Adrian Jackson sublinha a surpresa que teve quando viu o mapa: “Foi mais difícil pois estou habituado a competir em floresta. Tive de me concentrar e ter mais cuidado por ser uma cidade. Fiz alguns erros no início mas consegui recuperar e ganhar”, confessou depois de já ter subido ao pódio na tradicional cerimónia das flores. Satisfeito, o australiano elogia a organização e o país de acolhimento deste Mundial: “Está tudo a correr muito bem e espero ganhar pelo menos mais uma medalha”

Eduardo Oliveira, director de prova e dirigente da Federação Portuguesa de Orientação, mostra-se satisfeito com o arranque do Mundial: “O balanço é claramente positivo, cumprindo totalmente os objectivos. A prova decorreu dentro do tempo previsto e teve a colaboração de quase cem pessoas. Os atletas gostaram do percurso, não havendo qualquer reclamação ou acidente a lamentar. De destacar que este campeonato dá uma grande notoriedade à região e a própria modalidade”.

Durante a tarde, no pavilhão multiusos de Montalegre, teve lugar a Cerimónia Oficial de Abertura do Campeonato do Mundo de Orientação em BTT, que se cumpre na Região do Alto Tâmega e Barroso de 9 a 18 de Julho, com a presença de ilustres convidados como o presidente da Confederação do Desporto de Portugal, Carlos Paula Cardoso, e os ex-atletas José Regalo, António Pinto e João Campos, que durante a manhã assistiram à Final de Sprint e deram o seu apoio à Selecção Nacional.


Paulo Reis, Semanário Transmontano, 2010-07-18