Já não bastava serem políticos sem qualidades para ajudar a desenvolver a nossa terra, ei-los que reclamam que são “perseguidos”. Só se for por esse monstro criado pela máquina de propaganda socialista que designam por “neo-liberalismo”. Todos copiam as frases uns dos outros. Dizem que o PSD quer acabar com o Estado Social, só porque os actuais dirigentes apresentaram um ante-projecto de proposta de revisão constitucional, que pretende actualizar a nossa carta constitucional à realidade nacional. Nessa proposta de revisão do PSD existem normas aparentemente contraditórias, para quem, como é o nosso caso, não tem formação jurídica. Mas há outras que constituem uma pedrada no charco. Porquê? Porque ninguém de bom senso acha que o maior partido da oposição quer acabar com o Estado Social na Saúde e na Educação. O que pretende o PSD é demonstrar que ao longo destes trinta anos, quer o Serviço Nacional de Saúde, quer a Educação nunca rumaram para o lado da “gratuitidade” como diz o actual texto Constitucional nem os seus “donos”. O que tem acontecido é que os sucessivos governos, jamais foram capazes de cumprir a Constituição nestes dois sectores fundamentais para o povo. Limitam-se a fazer gestão desprestigiante desses sectores vitais, num quadro de irresponsabilidades que recusa contributos válidos de especialistas nestas matérias, gastando fortunas em vez de moderar custos e tornar justos os actos em função das classes sociais que servem. Na Madeira, o PS reclama que a maioria parlamentar não sabe conviver com as minorias. Em Lisboa, o PS não tem maioria, e recusa arrogantemente as propostas dos outros partidos, e condiciona-nos num jogo de cabra cega, simplesmente típico de quem deseja criar instabilidade governativa. Veja-se como o Ministro das Finanças actua em relação à Madeira ante o silêncio cúmplice dos socialistas locais. Jacinto Serrão foi a Lisboa, avistar-se com alguns governantes da República e inteirar-se sobre assuntos como o CINM, o encerramento do Centro de Férias do Inatel no Santo da Serra, e a situação da Lei de Meios. Saiu da Madeira em silêncio e regressou à terra com o mesmo silêncio. Sintomático este comportamento que deu origem a um artigo de opinião publicado no DN do passado dia 23 de Julho. Mas “exigiu”que o Governo Regional fosse mais célere a recuperar as zonas afectadas pelos temporais de 20 de Fevereiro num desafinado que ele próprio classifica de “ruído”. Não há dinheiro do Governo da República. Sabe-se desde a primeira hora que a União Europeia só disponibilizará verbas lá para o Outono? Esperava-se que pelo menos da República o dinheiro viesse mais cedo. Mas não veio. Como não se fizeram outras tantas transferências por teimosia de alguns cérebros que se julgam donos do dinheiro dos nossos impostos e porque odeiam os madeirenses. Agarram-se agora ao texto da revisão constitucional proposto pelo PSD como se aquilo fosse alguma coisa do outro mundo. Acham bem que um rico utilize o Serviço Nacional de Saúde em igualdade de circunstâncias com um pobre? Acham bem que os ricos matriculem na escola pública em igualdade de circunstâncias com o pobre. Não acho. E se estiverem todos atentos, verão que os ricos vão aos hospitais e clínicas privadas, escolhem os melhores médicos, inclusive vão ao estrangeiro, porque têm dinheiro para isso. Os ricos matriculam os filhos em colégios particulares e gastam fortunas com o ensino deles. Mas são os da chamada classe média que enchem os consultórios particulares e pagam esse monstro de Serviço Nacional de Saúde sem se servirem dele. Acham bem que lhes cortem benefícios fiscais? Não acho. Todos os que recorrem a apoio médico privado e dispensam os serviços de Saúde oficiais, não são ricos, nem coisa parecida. São da classe média. E lá por causa disso não deixam de contribuir para o sistema do Estado. Pagam eles e pagam as empresas e o serviço jamais chegará a gratuito. Ora é tudo isto que está em discussão com a proposta de Pedro Passos Coelho e da sua equipa. Pessoalmente não simpatizo com a actual direcção do PSD, porque os considero fogosos, fantasiosos porque mal aconselhados por velhos generais, e arrogantes. Mas têm liberdade para propor, levar à discussão, este e outros assuntos. Óbvio que no capítulo dos Direitos, Liberdades e Garantias e de Política Geral não tocaram. E fizeram bem. Porque está bem! Tudo o mais pode e deve ser discutido, rasgado, suprimido e, mandado para o caixote do lixo, porque a realidade presente é bem diferente daquele tempo em que o Partido Comunista Português com os seus fantoches ideológicos, mandou cercar a Assembleia da República, obrigando os “constituintes” a fazerem uma Constituição sob prisão numa atitude condenável porque vexatória e execrável. Dizem os comunistas que já foram feitas sete revisões constitucionais. É pura fantasia. O que aconteceu foi que PS e PSD discutiram entre si aquilo que lhes interessou alterar por conveniência conjuntural. Se tivesse havido debate na Assembleia da República não estaria lá aquela vergonha de ser proibida a constituição de partidos regionais. Nem continuavam normas a travar avanços autonómicos. Olhem para a vizinha Espanha e aprendam com eles. O PS, como não podia deixar de ser, nesta fase de zanga de namorados com o PSD, aprovou o Estatuto do Aluno sugerido pelo CDS. Não está em causa os méritos da proposta da “direita”. O que se constata é que para viabilizar o PEC, precisaram do PSD, e para esta proposta, apaixonaram-se pelo CDS. Se vamos por este caminho de compadrio e casamentos de circunstância este País nunca mais se governa. Confesso que me estou nas tintas para estas tricas. Mas quem está a sofrer são os pobres e os desempregados. Demagogia é o pão de cada dia. Afinal para que querem alguns ir para o Governo se o País está endividado e não tem solução? Será pelo espírito de servir ou para servir outros interesses? Deixem-se de baboseiras e esqueçam essa teoria de que são perseguidos, todos os que não conseguem fazer valer as suas propostas. | Artigo de Opinião de : Gilberto Teixeira [url=mailto://] [/url]
|