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«A administração do Marquês de Pombal» de Pierre de Cormatin
Pierre Dezoteux, barão de Cormatin, militar de carreira, nasceu em Paris (1753) tendo falecido em Lyon (1812). Viajou pela Europa e pela África entre 1776 e 1780, tendo participado na batalha de Yorktown em 1781 na Guerra da Independência Americana. Como autor ligado ao iluminismo dominava os temas da Economia, da História e da Filosofia e, na linha dos «enciclopedistas» serve-se desses conhecimentos para a abordagem das políticas do Marquês de Pombal. Este livro surge como desagravo à publicação de uma obra de um jesuíta português em Paris intitulada «Memórias do Marquês de Pombal». Para o barão de Cormatin «O agente de uma coroa que em menos de quatro lustros funda tantos estabelecimentos úteis, promulga tão judiciosas leis e opera tantas reformas necessárias é, sem contradição, homem de estado; os das outras cortes, comparativamente com ele, são simples ministros.»
Analisando o estado da Nação portuguesa, o autor começa pela população («Em geral as portuguesas são belas: todas, ou quase todas, têm lindos olhos, bons dentes, o semblante engraçado e são dotadas de espírito») mas acaba por se demorar na riqueza: «no espaço de 60 anos, isto é, desde o descobrimento das minas até ao ano de 1756, saíram do Brasil novecentos e sessenta milhões de cruzados e, todavia, o dinheiro de Portugal era, em 1754, quinze ou vinte milhões; a nação devia então mais de setenta e dois, isto é, Portugal carecia de cinquenta e dois milhões só para pagar a sua dívida».
(Editora: Bonecos Rebeldes, Tradução: Luís Inocêncio de Pontes Ataíde e Azevedo)
Aspirina B
Se reproduzo esta análise foi porque a li recentemente. E o que me incomoda é que, na maior parte dos casos, já há alguns séculos, o elogio vem de fora. Marquês de Pombal terá cometido erros, excessos (vide Távoras). Mas marcou o início de uma nova era. Criou estudos técnicos e ciêntíficos (Escola dos Nobres, mais tarde Faculdade de Ciências), reconstruiu Lisboa em moldes ainda hoje modernos, com uma visão futurista de espaços, criou as bases de organizações corporativas (no bom sentido) para as indústrias e agricultura onde podíamos competir e cagou (desculpem o termo orlandiano) nos espíritos mesquinhos e retrógados. Só com Fontes Pereira de Mello se voltou a pensar para a frente. E mais não digo para não provocar ninguém...
«A administração do Marquês de Pombal» de Pierre de Cormatin
Pierre Dezoteux, barão de Cormatin, militar de carreira, nasceu em Paris (1753) tendo falecido em Lyon (1812). Viajou pela Europa e pela África entre 1776 e 1780, tendo participado na batalha de Yorktown em 1781 na Guerra da Independência Americana. Como autor ligado ao iluminismo dominava os temas da Economia, da História e da Filosofia e, na linha dos «enciclopedistas» serve-se desses conhecimentos para a abordagem das políticas do Marquês de Pombal. Este livro surge como desagravo à publicação de uma obra de um jesuíta português em Paris intitulada «Memórias do Marquês de Pombal». Para o barão de Cormatin «O agente de uma coroa que em menos de quatro lustros funda tantos estabelecimentos úteis, promulga tão judiciosas leis e opera tantas reformas necessárias é, sem contradição, homem de estado; os das outras cortes, comparativamente com ele, são simples ministros.»
Analisando o estado da Nação portuguesa, o autor começa pela população («Em geral as portuguesas são belas: todas, ou quase todas, têm lindos olhos, bons dentes, o semblante engraçado e são dotadas de espírito») mas acaba por se demorar na riqueza: «no espaço de 60 anos, isto é, desde o descobrimento das minas até ao ano de 1756, saíram do Brasil novecentos e sessenta milhões de cruzados e, todavia, o dinheiro de Portugal era, em 1754, quinze ou vinte milhões; a nação devia então mais de setenta e dois, isto é, Portugal carecia de cinquenta e dois milhões só para pagar a sua dívida».
(Editora: Bonecos Rebeldes, Tradução: Luís Inocêncio de Pontes Ataíde e Azevedo)
Aspirina B
Se reproduzo esta análise foi porque a li recentemente. E o que me incomoda é que, na maior parte dos casos, já há alguns séculos, o elogio vem de fora. Marquês de Pombal terá cometido erros, excessos (vide Távoras). Mas marcou o início de uma nova era. Criou estudos técnicos e ciêntíficos (Escola dos Nobres, mais tarde Faculdade de Ciências), reconstruiu Lisboa em moldes ainda hoje modernos, com uma visão futurista de espaços, criou as bases de organizações corporativas (no bom sentido) para as indústrias e agricultura onde podíamos competir e cagou (desculpem o termo orlandiano) nos espíritos mesquinhos e retrógados. Só com Fontes Pereira de Mello se voltou a pensar para a frente. E mais não digo para não provocar ninguém...
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