Três vezes
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Três vezes
Três vezes
Foi há uns tempos. Íamos numa viagem longa e lembrei-me de um restaurante de que ouvira falar, numa localidade que ficava quase no caminho. Telefonei a reservar. Pela reação do meu interlocutor, percebi que, pelo menos nesse dia, devia ter poucos clientes.
O restaurante era numa moradia isolada, com as várias dependências da casa transformadas em salas de refeição, dotadas de certa privacidade. Hesitando entre duas áreas, que estavam desertas de clientes, sentámo-nos onde nos apeteceu, nos muitos lugares disponíveis.
Contudo, ninguém aparecia. Minutos passados, levantei-me e fui pelo corredor. Encontrei uma pessoa que me pareceu ser o dono. Desculpou-se com a falta de pessoal, após um feriado. Pelo barulho, deduzi, contudo, que havia outros clientes, "lá dentro", em área mais próxima da cozinha.
Decorrido algum tempo, tivémos finalmente os menus. Lá conseguimos pedir os pratos, com todo o resto (pão, couvert, lista de vinhos) a chegar com imensa dificuldade. Mas acabámos por ser servidos. Comeu-se "assim-assim". Depois, foi uma longa espera. Ninguém vinha atender a mesa.
Para grandes males... Decidi telefonar, pelo telemóvel, para o próprio restaurante. Respondeu-me a voz do cavalheiro de sempre. "Sabe, somos os clientes da sala de entrada. Pode vir atender-nos?" O homem ficou siderado e logo se despachou pelo corredor, chegando com um sorriso embaraçado, menus na mão. Disse-lhe então que já não queríamos nem sobremesa nem café. Apenas a conta. Paguei e acrescentei: "Vim três vezes a este restaurante: a primeira, a única e a última". E assim foi.
Postado por Francisco Seixas da Costa
É por isso que aconselho sempre a Ucraniana. Serviço personalizado. Só tem uma exigência. Ser amigo do Mango...
Foi há uns tempos. Íamos numa viagem longa e lembrei-me de um restaurante de que ouvira falar, numa localidade que ficava quase no caminho. Telefonei a reservar. Pela reação do meu interlocutor, percebi que, pelo menos nesse dia, devia ter poucos clientes.
O restaurante era numa moradia isolada, com as várias dependências da casa transformadas em salas de refeição, dotadas de certa privacidade. Hesitando entre duas áreas, que estavam desertas de clientes, sentámo-nos onde nos apeteceu, nos muitos lugares disponíveis.
Contudo, ninguém aparecia. Minutos passados, levantei-me e fui pelo corredor. Encontrei uma pessoa que me pareceu ser o dono. Desculpou-se com a falta de pessoal, após um feriado. Pelo barulho, deduzi, contudo, que havia outros clientes, "lá dentro", em área mais próxima da cozinha.
Decorrido algum tempo, tivémos finalmente os menus. Lá conseguimos pedir os pratos, com todo o resto (pão, couvert, lista de vinhos) a chegar com imensa dificuldade. Mas acabámos por ser servidos. Comeu-se "assim-assim". Depois, foi uma longa espera. Ninguém vinha atender a mesa.
Para grandes males... Decidi telefonar, pelo telemóvel, para o próprio restaurante. Respondeu-me a voz do cavalheiro de sempre. "Sabe, somos os clientes da sala de entrada. Pode vir atender-nos?" O homem ficou siderado e logo se despachou pelo corredor, chegando com um sorriso embaraçado, menus na mão. Disse-lhe então que já não queríamos nem sobremesa nem café. Apenas a conta. Paguei e acrescentei: "Vim três vezes a este restaurante: a primeira, a única e a última". E assim foi.
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